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Dez tochas usadas nos Jogos Olímpicos  de 2016 serão leiloadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, com o objetivo de arrecadar recursos para o Fundo Municipal Para Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O edital do leilão foi publicado na edição desta quarta-feira (3) do Diário Oficial do município. Os interessados, tanto no Brasil como no exterior, deverão fazer cadastro prévio no site de leilões De Paula, ficando sujeitos à aprovação dos dados pela análise da documentação exigida e poderão dar lances até o próximo dia 18. Serão 15 dias de leilão online.

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Cada tocha foi avaliada em R$ 15,5 mil, a preços de hoje. O pagamento será feito à vista, ou no prazo de sete dias, mediante caução de 10% do valor da arrematação. Como o leilão é beneficente, não será devida nenhuma comissão pelo arrematante.

A secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro, informou que as dez tochas estavam depositadas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente desde o final dos Jogos Olímpicos do Rio. “Decidimos fazer o leilão para aumentar o suporte financeiro de projetos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, disse a secretária.

Laura Carneiro explicou à Agência Brasil que o próprio Conselho Municipal definirá onde os recursos serão aplicados. “Esses recursos irão para o Fundo da Criança e do Adolescente e se juntarão a outros recursos, provenientes do Imposto de Renda, de decisões judiciais”.

O dinheiro arrecadado será investido em vários projetos na área da criança e do adolescente, acrescentou a secretária.

RIO DE JANEIRO - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta sexta-feira (11) o nadador norte-americano Ryan Lochte por comunicação falsa de crime durante os jogos Rio 2016. Caso seja punido, a pena prevista é de um a seis meses de detenção ou multa. 

A denúncia partiu do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor. À época, o nadador concedeu entrevistas à imprensa relatando que ele e mais três atletas foram roubados quando estavam em um táxi a caminho da Vila Olímpica, depois de saírem de uma festa na Casa da França.  

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O depoimento foi confirmado por Lochte em oitiva realizada na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo. Entretanto, após as investigações da polícia, descobriu-se que, na verdade, o atleta havia mentido sobre o roubo.

As gravações do circuito interno da Vila Olímpica e de um posto de gasolina onde os nadadores pararam indicaram que Lochte urinou no chão do estabelecimento, danificou uma placa publicitária e inventou o crime de roubo para encobrir os fatos.

"(...) O denunciado provocou a ação de autoridade policial ao narrar ter sido vítima de roubo perante a mídia nacional e internacional, motivo pelo qual foi elaborado no âmbito da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo. (...) Uma vez que se cuidava da narrativa de crime cuja ação penal é de natureza pública incondicionada. Por ter assim agido, está o denunciado incurso nas sanções do artigo 340 do Código Penal", diz a denúncia.

Como Lochte é norte-americano e reside fora do país, o processo vai tramitar com assistência judiciária entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, o que possibilita o fornecimento de documentos e a tomada de depoimentos do nadador em território norte-americano.

Repercussão

Por conta do episódio, Ryan Lochte foi foi repreendido pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pela imprensa e torcida norte-americana. O nadador que ganhou 12 medalhas olímpicas, entre Atenas 2004 e Rio 2016 - quando faturou o ouro no revezamento 4x200m livre -, acabou suspenso de competições por 10 meses e ainda perdeu quatro patrocinadores master.

Segundo a Revista Forbes, os contratos com a Speedo, Speedo, Ralph Lauren, uma marca de cosméticos e outras de colchões giravam em torno de R$ 10 milhões. Os outros três nadadores envolvidos no episódio, Jimmy Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger, pagaram multas e fora suspensos das competições por quatro meses.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Rio-2016 é alvo, na manhã desta terça (5), de um mandado de busca e apreensão em sua casa no Jardim Pernambuco, área de mansões do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, em ação conjunta da Polícia Federal e da Força Tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ).

Arthur Soares, o “Rei Arthur”, íntimo de Sérgio Cabral e empresário com diversos contratos durante o mandato do ex-governador no estado, também é parte da ação. É a compra de voto de um integrante do colégio eleitoral do Comitê Olímpico Internacional (COI) que em 2 de outubro de 2009 definiu o Rio como sede das Olimpíadas que une Nuzman e Arthur Soares na mesma investigação.

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Pelas regras olímpicas quebradas, a operação se chama “Unfair Play”. Na medida cautelar assinada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, Nuzman é apontado como uma das “pontas de um esquema criminoso”, com determinação de apreensão de passaporte. Fato que já o coloca em outro escândalo, já que no próximo dia 13 o COI se reúne em Lima para referendar Paris e Los Angeles como sedes de 2024 e 2028. Impedido de viajar, o anfitrião dos últimos jogos não estará presente por envolvimento na compra de votos, de acordo com a operação em curso.

Diversos agentes da Polícia Federal, acompanhados por procuradores do MPF-RJ foram escalados para revistar a mansão de Nuzman com objetivo de apreender computadores, telefones e objetos de valor. O dirigente está intimado a comparecer em audiência na sede da Polícia Federal, às 15h. Caso não compareça, será levado coercitivamente.

Já Arthur Soares tem sua prisão preventiva decretada, assim como Eliane Pereira Cavalcante, também alvo da operação de hoje, braço-direito do “Rei Arthur”. Os três terão objetos de valor apreendidos como garantia para eventual dano moral fixado em sentença. O dano moral deve-se ao estrago feito a imagem do país devido ao escândalo e está estabelecido em R$ 1 bilhão entre o patrimônio dos três.

A ação é fruto de colaboração da Força-Tarefa da Lava Jato do MPF-RJ, comandada por Eduardo El Hage e do Ministério Público Financeiro da França e de delações premiadas como a dos irmão Chebar. Através dessa cooperação, comprovou-se que “Rei Arthur” realizou pagamento de U$ 2 milhões para o senegalês Papa Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo, eleitor da sede dos jogos, para determinar o próprio voto e influir em outros participantes do pleito.

Por Lúcio de Castro, da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo

 

 

"Quero meu dinheiro", diz a faixa pendurada em um dos blocos do complexo habitacional que alojou a maioria dos removidos pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, resumindo o desgosto dos moradores que, um ano após o evento, vivem em apartamentos com rachaduras e sem título de propriedade.

O sentimento geral de quem mora no Parque Carioca, complexo localizado na zona oeste da cidade, é de ter sido enganado.

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A maioria dos moradores do bloco 3 foram os primeiros a sair e quem mais perdeu na Vila Autódromo, favela que ficava ao lado do atual Parque Olímpico. A prefeitura demoliu o local, alegando precisar do terreno para a competição.

A comunidade de 3.000 habitantes, com barracões e várias casas diante da lagoa de Jacarepaguá, ficou famosa pela resistência que resultou em 20 vizinhos conquistando o direito de se manterem no local. O bairro da Barra da Tijuca está em franco desenvolvimento e o metro quadrado na região chega a valer 3.000 dólares, contrastando com a simplicidade da Vila.

No entanto, 200 famílias foram esquecidas. Iran Oliveira, taxista de 41 anos, chegou à Vila Autódromo quando recém tinha conquistado à maioridade e faz parte desse grupo.

- Sem escolhas -

Iran mostra seu apartamento no Parque Carioca: as rachaduras atravessam a cozinha, várias paredes sofrem com mofo, uma porta está solta no corredor e quase todos azulejos do banheiro caíram.

"Não tivemos muita escolha porque a prefeitura chegou com a equipe dela lá fazendo bastante pressão, até ameaçando que se a gente não saísse do apartamento poderiam derrubar com a gente dentro, sem direito a nada", lamentou Ivan, que é pai de quatro filhos.

Abalados com a pressão, Iran e sua mulher cederam e aceitaram uma oferta que pareceu razoável em 2014: trocar a casa com pátio e estacionamento, que tinham construído em frente à lagoa, por um apartamento de três quartos a um quilômetro dali.

Quem vivia em barracões não pensou duas vezes. Muitos habitantes da Vila Autódromo, no entanto, tinham títulos de "concessão de uso" oferecidos pelo Estado do Rio nos anos 1990.

Mas antes de pagar as milionárias indenizações, o prefeito da época, Eduardo Paes, do PMDB, conseguiu convencer alguns a deixarem suas casas sem receber um centavo em troca.

Em câmbio, prometeu as chaves dos apartamentos, que poderiam ser vendidos quando os novos inquilinos bem entendessem, como mostra vídeo gravado por um dos vizinhos. Mas a realidade foi diferente.

- Financiamento de 10 anos -

Sem assessoria legal, a esposa de Iran foi à prefeitura para assinar o contrato, que achava ser a escritura da casa. No entanto, o documento era um contrato de financiamento do programa "Minha casa, Minha vida" em seu nome, direito dos brasileiros de baixa renda.

O texto estabelece um prazo de 10 anos para pagar 90.000 reais para a Caixa Econômica Federal, custo que a prefeitura se comprometeu a pagar. Mas enquanto essa dívida não for quitada, o apartamento não pode ser vendido.

"A propriedade passará ao beneficiário ao final desse período", confirmou a Caixa à AFP.

Outra fonte de preocupação é o atraso dos pagamentos pela prefeitura por conta da grave crise financeira da prefeitura, que desde janeiro tem o pastor evangélico Marcelo Crivella como chefe.

Rosangela Camargo, advogada de 252 vizinhos do Parque Carioca, garante que alguns de seus clientes estão com nome em uma lista de devedores e que dois deles receberam ordens de desalojamento por conta desses atrasos.

A Caixa nega que existam inquilinos em listas negras.

"A situação financeira da Prefeitura, como é amplamente noticiado, não está estável e a liberação de crédito demora em alguns meses, por isso o atraso. Não existe a possibilidade dos apartamentos irem à leilão", afirmou a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da prefeitura à AFP.

"Nós estamos entre a cruz e a espada", se assusta Iran. "Nos sentimos enganados", reclama.

- A Vila deserta -

Na entrada do bloco 3, um grupo removidos da Vila Autódromo conversa e compartilha o mesmo sentimento, sem notícias da escola e do posto de saúde que haviam sido prometidos.

Zé Riveiro, que tem 68 anos e é era dono de um bar, ataca: "Sacanearam a gente. Isso foi uma mixaria".

Carlos André, segurança de 38 anos, está revoltado por não ter recebido um centavo e precisar viver nestas condições, ao lado de quase 3.000 apartamentos da Vila Olímpica, construída pelas construtoras Odebrecht e Carvalho Hosken, que ainda não tem inquilinos.

O mais paradoxal é que a maior parte do que era a Vila Autódromo se transformou em um grande descampado. Apenas uma parte foi ocupada pelo estacionamento de um hotel, próximo das 20 novas casas das famílias que resistiram e ficaram no local. Elas ainda esperam o título de propriedade.

Maria da Penha, líder do movimento, acredita que "nos tiraram sem necessidade ou porque pobre não pode participar das Olimpíadas".

Carlos André é ainda mais desconfiado: "Quando tudo isso da Lava Jato passar, vamos ver muito prédio ali".

Após a polêmica do falso assalto durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, o nadador norte-americano Ryan Lochte admitiu que chorou por diversas vezes e até pensou em cometer suicídio.

"As pessoas queriam uma razão para me odiar. Depois do Rio, provavelmente eu era a pessoa mais odiada do mundo. Em alguns momentos eu estava chorando, pensando, se eu for para a cama e nunca mais acordar, tudo bem", afirmou o atleta durante entrevista ao canal de TV "ESPN".

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Após ser questionado sobre suicídio, Lochte afirmou que "estava prestes a acabar com toda a minha vida". No entanto, apesar do problemas emocionais, o nadador de 32 anos encontrou forças na noiva Kayla Era Redi e em seu filho.

Durante as Olimpíadas, Lochte e outros dois companheiros de equipe que voltavam de uma festa e pararam em um posto de gasolina disseram ter sido assaltados, mas depois do incidente, as autoridades brasileiras negaram a versão dos fatos e mostraram que o grupo, na verdade, vandalizou o banheiro do local e foi repreendido por seguranças.

Na ocasião, Lochte foi suspenso por 10 meses da seleção de natação dos Estados Unidos. A medida chega ao fim no próximo dia 30 de junho. "Tudo acontece por um motivo. Olha, eu parei com a natação em 2013. Eu estava cansado, exterminado. Agora encontrei um novo propósito com meu filho. Essa chama se acendeu e é maior do que nunca, e estou muito animado, porque eu sei o que vai acontecer em Tóquio. Todo mundo vai ter que ficar atento", ressaltou Lochte. 

Os Jogos Olímpicos do Rio 2016 tiveram boa avaliação da imprensa internacional. Segundo pesquisa do Ministério do Turismo realizada entre os dias 6 e 23 de agosto, 59,7% dos entrevistados afirmaram que suas próximas matérias deverão ser positivas. Um crescimento de 62% em relação ao período anterior aos jogos, de 36,8%. 

Paralelamente, o número de matérias negativas deve reduzir de 22,8% (no período anterior aos jogos), para 7,2% após o evento. Ainda segundo a pesquisa, turismo e a cultura brasileira deverão ser os principais temas responsáveis pela quantidade de matérias e reportagens; 90,5% dos entrevistados disseram que a viagem atendeu ou superou as expectativas e que recomendariam o Brasil para a próxima viagem dos amigos, família ou público em geral. Para 69,7% dos profissionais entrevistados, esta foi a primeira experiência no país. De acordo com o levantamento, as notícias produzidas sobre o Brasil tiveram uma abrangência prioritariamente: global (15,4%); Estados Unidos (13,3%), China (7,1%) e Alemanha (6,9%). 

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O ministro interino do Turismo, Alberto Alves, falou sobre o desafio de atender as expectativas de jornalistas que, pela natureza da profissão, costumam ser exigentes. "Ter resultados tão positivos junto a esse público formador de opinião é muito importante. Por características intrínsecas à profissão, os jornalistas são mais críticos e exigentes. Conseguimos mostrar que o Brasil está preparado e que podemos sediar grandes eventos e receber bem os turistas", disse.

As melhores avaliações ficaram com os aeroportos (94,2%), seguido de disponibilidade de voos no Brasil (88,8%) e serviços de táxi (86,1%). Na categoria de serviços, os pontos turísticos atingiram a surpreendente marca de 99,1%, seguido pela obtenção de vistos para entrada no país (96,3%) e diversão noturna (95,5%). Quando o tema é preço, os serviços com melhor avaliação foram transporte público (84,2%), atrativos turísticos (82,4%) e telefonia e internet (78,1%). 

A dose de ‘pernambucanidade’ mostrada no encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016 com a participação da Orquestra Santa Massa e de Lenine será repetida na Cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos, que acontece neste domingo (18). O comitê organizador confirmou a presença, desta vez, da banda Nação Zumbi na programação da festa que será realizada no Maracanã, às 19h30.

Por meio de uma postagem no twitter oficial, a Banda comemorou a presença no evento e se disse honrada por esse momento. “Estamos muito felizes de poder participar e contribuir com o que temos de melhor para os jogos paralímpicos. Um salve a todos os atletas”, escreveu. 

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Além da banda pernambucana, outros atrações confirmadas para a cerimônia de encerramento são a baiana Ivete Sangalo, Saulo Fernandes, Gaby Amarantos, Vanessa da Matta, Dream Team do Passinho, Andreas Kisser, Nego do Borel, Armandinho, Céu, entre outros diversos nomes. Destaque também para Jonathan Bastos, deficiente físico que toca guitarra com os pés. 

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O atleta brasileiro Daniel Martins, favorito da categoria, ganhou nesta sexta-feira (9) a medalha de ouro nos 400m T20 para deficientes intelectuais. A disputa foi realizada nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Além disso, com 47s22, Daniel registrou novos recordes, tanto mundial quanto paralímpico. O venezuelano Luis Paiva ficou com a medalha de prata e Gracelino Barbosa, de Cabo Verde, com a de bronze.

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Os Jogos Paralímpicos Rio-2016, os primeiros da América do Sul, começaram nesta quarta-feira (7) com a cerimônia de abertura, embalada por muito samba e protestos. O fogo paralímpico brilhará no Maracanã até 18 de setembro no Rio de Janeiro, onde 4.342 atletas deficientes de 160 delegações, incluindo uma equipe de refugiados, passarão mensagem de determinação, força e superação.

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A cerimônia começou no fim da tarde carioca com uma roda de samba, que mais uma vez mostrou a riqueza musical e a vitalidade do Brasil, atolado em uma severa crise econômica e política. A viagem transmitida por vídeo do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Philip Craven, da Grã-Bretanha ao Brasil deu início ao espetáculo, que contou com a participação de cerca de 500 pessoas, entre coreógrafos e artistas, alguns com deficiências físicas.

De repente, o Maracanã se transformou em praia, na qual passeavam os típicos vendedores ambulantes, as famosas barracas e o tradicional aplauso ao pôr do sol, tudo sob a música de Jorge Ben Jor, que repetia: "O Rio de Janeiro continua lindo".

Um momento emocionante aconteceu quando foi tocado o hino do Brasil, interpretado pelo maestro João Carlos Martins, que precisou abandonar o piano em um momento na carreira devido à atrofia nas mãos, mas logo retomou o instrumento, mostrando que ainda tem talento de sobra.

Em seguida, chegaram os protagonistas da festa: os atletas, que desfilavam ao ritmo contagiante. Os nomes das delegações eram expostos em quebra-cabeças que iam se juntando no meio do palco.

Concebida pela designer gráfico Fred Gelli, o escritor Marcelo Rubens Paiva e o artista plástico Vik Muniz, a cerimônia de abertura tem como tema "Cada corpo tem um coração" e "acentua a condição humana, os sentimentos, as dificuldades, a solidariedade e o amor", segundo a organização.

- "Fora Temer" -

Na tribuna de honra do estádio não estava presente o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, que participou nesta quarta-feira do velório do ex-presidente alemão Walter Scheel, falecido em Berlim aos 97 anos. É a primeira vez desde 1984 que um presidente do COI não participa da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos e, "por enquanto, não está previsto que o presidente (Bach) vá ao Brasil", anunciou o COI em comunicado.

A agitada atualidade política do Brasil também se fez presente em um Maracanã lotado, no qual milhares de pessoas gritaram pouco antes do início do evento em coro "Fora Temer", para denunciar o presidente Michel Temer, que assumiu o poder após a destituição de Dilma Rousseff pelo Senado. Temer, que já havia sido vaiado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, deverá proclamar os Jogos Paralímpicos abertos ao fim da grande festa.

- Grande expectativa -

Berço do Paralimpismo, a Grã-Bretanha elevou o padrão nesse tipo de evento, organizando em sua capital Jogos recorde e sem falhas há quatro anos, que serviram de modelo. Os Jogos do Rio correm o risco de mostrar uma cara pior que a dos Jogos Olímpicos, nos quais a torcida brasileira demonstrava muito interesse pelos atletas do país, e pouco ou nenhum atrativo pelos personagens estrangeiros.

Mesmo assim, a organização garante que vendeu 1,6 milhão de ingressos e espera que o milhão restante sejam esgotado nos próximos dias. Essa questão será chave, porque os cofres estão vazios e a falta de patrocinadores e os gastos imprevistos dos Jogos Olímpicos afetaram o orçamento global da Rio-2016.

- Esquecer a deficiência -

Cerca de 6,2% dos mais de 200 milhões de brasileiros têm alguma deficiência, segundo números oficiais divulgados em 2015. Os desafios são inumeráveis.

Não há calçadas, ou estão cheias de buracos; os semáforos não têm aviso sonoro; não há rampas, ou são tão inclinadas que obrigam a pessoa com deficiência a fazer uma força brutal para subi-las; as rampas dos ônibus não funcionam, ou o motorista não sabe operá-las; e ainda há táxis que evitam transportar pessoas com deficiência...

E em meio à crise e críticas, chegou ao Rio o fogo paralímpico com uma mensagem de igualdade, determinação, inspiração, coragem, poder de transformação e paixão pelo esporte. Futebol para cegos, atletismo, rúgbi e voleibol sentado, natação, esgrima e equitação são os destaques do programa de 22 esportes desta edição, dois a mais em relação a Londres-2012, com a inclusão da canoagem e do triatlo.

Os atletas, que vêm se preparando há quatro anos, estão prontos para mostrar que sua deficiência não é impedimento para conseguir uma medalha. A poderosa delegação russa não estará presente, excluída dos Jogos devido ao grande escândalo de doping estatal no país.

Depois de passar por Brasília, Belém e Natal, a chama paralímpica chegou hoje (3) a São Paulo. Na capital, o trajeto da chama teve início no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, pela manhã. Depois, passou pelo Centro Educacional Unificado (CEU) Caminho do Mar, retornando ao Centro de Treinamento para, depois, seguir de carro até a Avenida Paulista, aonde ela chegou por volta das 14h, na esquina com a Rua Bela Cintra.

Na Paulista, acompanhada por diversos curiosos, os 25 condutores se revezaram para levar a chama em um percurso de cerca de 5 quilômetros até a Estação Ana Rosa de Metrô.

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No início do trajeto, quatro mulheres, com bandeiras do Brasil, que observavam a trajetória da tocha, aproveitaram para protestar e pedir a prisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o percurso, também houve pessoas que gritaram "Fora, Temer", pedindo a saída do atual presidente da República Michel Temer. Apesar dos protestos, o revezamento transcorreu sem incidentes.

A jovem Mariana Santos, 23 anos, que tem uma síndrome degenerativa, foi a primeira a conduzir a tocha pela Avenida Paulista. O momento foi acompanhado por diversos parentes de Mariana, que levaram uma grande faixa, com uma foto dela, para celebrar a ocasião. “Isso é muito importante para ela e para nós também. E para o nosso país também. Isso divulga e dá valor para as pessoas com deficiência”, disse Maria Irene Santos Vieira, 62 anos, tia e madrinha de Mariana, à Agência Brasil. “Ela [Mariana] está se divertindo. Está amando isso. Estamos na preparação [para o revezamento da tocha] há mais de um mês”, contou.

Emocionada, a avó de Mariana, Conceição Garcia Santos, 81 anos, também foi à Avenida Paulista para poder acompanhar a passagem da tocha paralímpica. “A gente fica contente e triste também porque ela não anda e não fala. Mas ela está sempre rindo e contente. Hoje não é mais como antigamente, quando escondiam as crianças [com deficiência]. Ela [Mariana] vai para todo lado”, contou a avó, que disse aprovar a realização dos Jogos Paralímpicos no Brasil. “Se Deus quiser, a gente vai acompanhar. Temos que torcer pelo Brasil”, disse.

Marta de Almeida Machado, conhecida como Martinha, 52 anos, que trabalha na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, foi uma das condutoras da tocha paralímpica na tarde de hoje, na Avenida Paulista. “Foi muito bacana. Uma emoção muito grande. Faço adestramento paralímpico, mas não pude competir nos Jogos por motivos de saúde. Senão estaria lá no Rio, competindo. Para mim é uma alegria muito grande poder fazer parte dessa festa”, afirmou.

Martinha disse que vai torcer muito pelo Brasil nos Jogos, principalmente pela equipe de adestramento. “É muito importante [os Jogos] para mostrar que o deficiente é capaz de competir e de estar em tudo, bastando a cidade ter acessibilidade. Estando acessível, conseguimos participar de tudo”, ressaltou ela.

Acompanhada do marido e de sua filha, a nutricionista Alessandra Barbeiro, 39 anos, estava passeando pela avenida hoje à tarde quando deparou com a passagem da tocha. “Eu estava na Paulista e nem sabia que a tocha ia passar. Fiquei surpresa, mas gostei”, disse. Para ela, “é ótimo” que o Brasil vá sediar a próxima edição dos Jogos Paralímpicos, que tem início no próximo dia 7 de setembro. “Isso acaba mostrando, para as outras pessoas, como é que são os esportes paralímpicos.”

Da Estação Ana Rosa, a tocha segue para a Fundação Dorina Nowill para Cegos, passando também pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O símbolo olímpico encerra o trajeto no Parque Ibirapuera, com uma cerimônia de celebração marcada para as 18h, que contará com a apresentação da Orquestra Bachiana e do maestro João Carlos Martins.

De São Paulo, a tocha seguirá para a cidade de Joinville e, depois, finalmente, chegará ao Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Paralímpicos.

Nesta edição dos Jogos, a chama Paralímpica será formada pela união de cinco chamas regionais, acesas no Brasil, e uma acesa em Stoke Mandeville, na Inglaterra, o berço do movimento paralímpico mundial. Cada uma das chamas representa um valor dos Jogos Paralímpicos: Brasília representa a igualdade; Belém, a determinação; Natal, a inspiração; São Paulo, a transformação; Joinville, a coragem. No Rio de Janeiro, o valor será a paixão.

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A Tocha Paralímpica chegou na manhã desta sexta-feira (2) a Belém. O principal símbolo da Paralimpíada foi desembarcado às 10h30, no Aeroporto Internacional de Belém. Depois, seguiu para o polo Sacramenta do programa do Pro Paz, onde foi recebido com uma programação artística e esportiva, na praça Dorothy Stang.

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Belém é a segunda cidade a receber a tocha. Cada uma delas representa um valor paraolímpico. A capital paraense abriga a determinação. Brasília, onde o percurso começou, representa igualdade. Natal, o próximo destino, neste sábado (3), inspiração. As demais são São Paulo (transformação), Joinville (coragem) e Rio de Janeiro (paixão).

O revezamento da tocha paralímpica teve início na avenida Visconde de Souza Franco, no bairro do Reduto, em Belém. A chama paralímpica também percorre ruas do centro da capital até chegar ao Complexo Feliz Lusitânia, onde ocorrerá a cerimônia de celebração e acendimento da pira paraolímpica, prevista para o final da tarde.

Cinquenta condutores participam do revezamento, ao longo de 10 quilômetros, a exemplo do que ocorreu antes dos Jogos Olímpicos. A caravana da tocha deixou o trânsito lento em algumas vias do centro de Belém, mas nenhuma ocorrência foi registrada.

Com informações de Raiany Pinheiro e Thiago Barros.

Os Jogos Olímpicos 2016 terminaram e o maior ganhador foi o setor hoteleiro. Enquanto a ocupação média anual nos hotéis do Rio de Janeiro era de 40%, entre os días 1 e 21 de agosto superou os 94%. As promoções das agências de turismo e a possibilidade de reservar um hotel barato parcelando a compra sem juros, foram decisivos para o sucesso.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, os visitantes tiveram uma estada média de 12 a 14 dias e as hospedagens mais requisitados foram os hotéis de três e de cinco estrelas. Já no último Carnaval, os días mais lotados tiveram uma taxa de 82,97% e a média de permanência nos hotéis foi de 3 a 5 dias.

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Durante as Olimpíadas a taxa de ocupação foi tão elevada na capital carioca que muitos moradores da cidade aproveitaram para ganhar um “dinheirinho” alugando casas e apartamentos. Esse tipo de aluguel é uma ótima opção para famílias e grupos de amigos e pode ser mais vantajoso do que reservar hoteis baratos, já que o preço final costuma ser menor.

O maior mural de grafite do mundo é carioca, é brasileiro, é nosso. Sensação dos Jogos Olímpicos do Rio, o painel de 2.600 metros quadrados pintado pelo artista Eduardo Kobra na revitalizada zona portuária da Cidade Maravilhosa entrou oficialmente para o Guinness World Records.

Inspirado nos cinco aros olímpicos, o imenso painel colorido com rostos que representam a união dos povos foi feito especialmente pela equipe do grafiteiro paulista para a Olimpíada e conquistou o coração - e as fotos - de quem passou pela região da Praça Mauá no período.

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"Há três décadas eu pinto praticamente todos os dias. O projeto do Mural Etnias é a continuação dessa história, uma história de luta através da arte. Meu trabalho nesse período todo tem se concentrado na defesa e preservação dos animais, no resgate da história, na busca da igualdade entre as pessoas. Esse recorde para mim não se trata do maior mural do mundo, se trata da maior pintura pela paz entre as nações.", afirmou Kobra.

Se o mural foi uma das principais atrações do Boulevard Olímpico, que recebeu cerca de 1,4 milhão de pessoas durante os Jogos, na Paralimpíada, de 7 a 18 de setembro, e mesmo depois dela, não deverá ser diferente. Com as mudanças e novidades, a nova zona portuária do Rio tem tudo para se manter entre os pontos mais turísticos da cidade: Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (MAR) e, agora, o maior mural do mundo, afinal, estão ali reunidos. E o melhor: dá para chegar até lá com o também novo VLT - custa R$ 3,80 e sai tanto da rodoviária quanto do aeroporto Santos Dumont.

O painel Etnias em números:

2646,34 m²

70 dias de trabalho, sendo 45 de pintura e 25 de produção

1890 litros de tinta branca para a base

2800 latas de tinta spray

O papa Francisco recebeu nesta quarta-feira (24) uma delegação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na Praça de São Pedro, em Roma. Estiveram presentes representando os atletas brasileiros Sergio Froes, do hipismo, e Jovane Guissone, campeão paralímpico da espada na esgrima em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos de Londres. O vice-presidente do CPB, Ivaldo Brandão, e o diretor de relações institucionais da entidade, Luiz Garcia, também participaram do encontro.

O papa deu a benção aos atletas e desejou sorte nos Jogos Paralímpicos do Rio, que serão disputados entre os dias 7 e 18 de setembro. Ele ganhou de presente um agasalho da equipe brasileira do esgrimista Jovane Guissone. Na audiência geral aos fiéis na Praça de São Pedro, o santo padre também fez uma saudação especial aos atletas e aos membros dos CPB, do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) e do Comitê Paralímpico Italiano que se preparam para o Rio-2016.

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"Na hora em que eu vi que o Papa estava vindo na nossa direção, eu nem acreditei. Foi algo inesquecível, um momento muito especial. Ele me abençoou, abençoou meus pertences e nos desejou sorte e muita energia positiva nos Jogos Paralímpicos. Ele também nos pediu que rezássemos pelas vítimas do terremoto na Itália", disse Jovane Guissone, se referindo ao grande tremor que causou estragos e provocou vários mortes nesta quarta-feira em solo italiano.

Para Sergio Froes, o encontro dará ainda mais motivação na reta final de preparação para a competição no Rio. "Eu volto daqui para a França, onde estamos fazendo a preparação do hipismo, ainda mais motivado e com mais satisfação para chegar aos Jogos no Rio. Foi uma honra encontrar o Papa", afirmou Sergio.

Enquanto o cavaleiro chega ao Brasil no dia 4 de setembro para a disputa dos Jogos Paralímpicos, Guissone retorna ao Brasil nesta quinta-feira e se junta aos outros esgrimistas da equipe brasileira na fase final de treinamentos no CT Paralímpico em São Paulo.

Um dos destaques da seleção brasileira de futebol feminino, a goleira Bárbara ainda curte os frutos das grandes apresentações com a camisa brasileira nos Jogos Rio 2016. Após a disputa realizada na Cidade Maravilhosa, a arqueira veio até Recife, onde nasceu, e conversou com a reportagem do Portal LeiaJá sobre o desempenho do time nacional em campo e o futuro da modalidade no país.

Mesmo sem a esperada e cobrada medalha de ouro, goleira do time canarinho, que vinha de duas pratas olímpicas seguidas, ressalta visibilidade criada pela exibição brasileira na disputa e projeta dias melhores para o futebol feminino no Brasil. “A gente quer que evolua, cresça ainda mais. Se, antigamente, já tinha uma ajuda, a gente precisa de mais. É essa modalidade que pede ajuda, visibilidade. Não conquistamos uma medalha, mas praticamente 210 milhões de brasileiros", destacou. 

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Bárbara também comenta os rumores que foram veiculados de uma possível extinção da seleção feminina permanente, criada no início de 2015, e que contou com cinco integrantes no elenco de 18 jogadoras convocadas por Vadã: Formiga, Aline, Bruna Benites, Aline e a própria Bárbara.

A extinção da seleção pernamente é algo praticamente descartado, principalmente depois do sucesso de envolvimento do público com o time, que lotou as arenas po onde passou - outro ponto destacado por Bárbara na entrevista. No entanto, a cúpula da modalidade na CBF estuda, também, uma possível mudança no formato atual da seleção pernamente, com mais foco na base e na preparação das seleções sub-17 e sub-20.

A seleção feminina acabou em quarto lugar geral da disputa, depois de ser eliminada pela Suécia na semifinal, nos pênaltis; e de ter perdido a disputa do bronze para o Canadá, por 2x1. Fatores que são importantes, mas que não minimizaram o carinho do público e o brio do time. Confira mais detalhes do bate papo com a goleira pernambucana no vídeo a seguir:

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Durante uma prova de atletismo, a alimentação e hidratação corretas são imprescindíveis para um bom desempenho do atleta. Em uma maratona de 42 quilômetros, a falta de energéticos e água pode ser um grave risco à saúde do esportista. No caso da corredora indiana, Orchatteri Puthiya Jaisha, a falta de entendimento entre comissão técnica e federação levou a uma situação bem complicada durante os jogos olímpicos Rio-2016. Pouco após encerrar a disputa no 89º lugar, Jaisha teve um mal-estar e desmaiou. O motivo: faltou água e energético.

"Estava muito quente. Eu corria às 9h, em um calor insuportável, e não havia água para a gente, ou energéticos e comida. Em oito quilômetros, a única coisa que recebemos foi uma água, dos próprios organizadores do Rio, o que não fez diferença alguma. Todos os países tinham suas paradas a cada dois quilômetros, mas a nossa estava sempre vazia", contou a corredora.

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Ao final da prova, Jaisha desmaiou e precisou ser levada a um hospital. Nikolai Snesarev, treinador da maratonista, acabou discutindo com os médicos e foi detido pela polícia local. Snesarev foi liberado após 12h. "Meu treinador empurrou um dos médicos para o meu quarto, pois pensou que eu estava morta. Ele sabia que seria o responsável se algo me acontecesse. Deveríamos receber as bebidas pelos nossos técnicos oficiais, é a regra. Não podemos receber de outras equipes. Eu vi a equipe da Índia lá, mas não havia nada. Tive vários problemas, desmaiei, precisei tomar glicose. Pensei que iria morrer", desabafou.

Inconformada, a maratonista foi atrás de respostas da federação, mas não conseguiu nada. "Eu não sei o que estavam fazendo, haviam várias pessoas da comissão indiana, qualquer um poderia ter providenciado isso", reclamou.

Toma lá, dá cá

Se por um lado Jaisha culpa a delegação indiana pelo ocorrido, a Federação Indiana de Atletismo, (AFI) emitiu uma declaração responsabilizando atleta e treinador pela falta de água durante a prova no Rio de Janeiro. De acordo com a nota, o gerente da equipe indiana foi ao quarto de Jaisha e Raut, outra representante na maratona feminina, na noite anterior a prova, oferecer bebidas personalizadas, mas ambas recusaram. Segundo a Federação, dezesseis garrafas seriam disponibilizadas para as atletas e posicionadas nos stands, mas as corredoras disseram que não queriam e, se fosse necessário, usariam da própria organização.

A AFI deixou clara sua posição ao afirmar que as declarações de Jaisha são infundadas e recordou que em outra ocasião, uma disputa oficial em Pequim, 2015, a maratonista também recusou as bebidas oferecidas pelos oficiais da delegação, por meio do técnico que havia dito não ser um hábito dela utilizar bebidas personalizadas.

Com informações do The Times of India 

Arquibancadas vazias, vaias nem sempre oportunas, mas também ambientes vibrantes e brincadeiras divertidas: o público dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 foi patriótico, colorido, entusiasmado, desregrado, mas, por vezes, ausente. Vestindo a camisa da Seleção ou do seu clube de futebol favorito, o torcedor carioca foi ver os Jogos como vai para o estádio, com grande paixão.

Saudou as estrelas, como Michael Phelps e Usain Bolt, ainda mais do que os seus campeões brasileiros, mas também ignorou a etiqueta própria de alguns esportes. Dois dias antes da cerimônia de abertura, 20% dos ingressos ainda estavam disponíveis para venda, 1,2 milhões de entradas, segundo os organizadores.

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A taxa de ocupação dos Jogos foi, portanto, oficialmente, pelo menos, de 80%, mas poucos foram os locais de competição onde este nível parece ter sido alcançado, exceto, talvez, em alguns esportes de equipe. Uma indiferença que não dizia respeito apenas às "pequenas" disciplinas esportivas ou aquelas estranhas à cultura do esporte brasileiro. O exemplo mais marcante: as arquibancadas vazias do Estádio Olímpico, uma arena de 60.000 assentos dedicados ao atletismo, o esporte rei dos Jogos. Quase nunca esteve cheio, exceto algumas noites em que Usain Bolt competiu.

Esteve tragicamente vazio nas manhãs, apesar de algumas grandes finais. O queniano Ezekiel Kemboi, bicampeão olímpico dos 3000 m com obstáculos (2004, 2012), conquistou mais uma vitória em meio a uma indiferença quase geral.

Arquibancadas vazias, que fizeram chiar as emissoras dos Jogos. Para os canais e anunciantes, que investem fortunas nos Jogos Olímpicos, "esta é a pior coisa que pode acontecer na tela", disse à AFP o grego Yiannis Exarchos, CEO da Olympic Brodcasting services.

'Problemáticas'

A localização do estádio João Havelange, distante de outras atrações, incluindo do Parque Olímpico, e problemas de transporte podem ter dissuadido os torcedores. O mesmo vale para o preço dos ingressos em um país mergulhado em uma crise econômica.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, lamentou que os estádios "não estiveram cheios nos primeiros dias", citando "desafios em termos de transporte". Mas, em seguida, "mesmo para alguns esportes pouco populares, os estádios estiveram cheios", afirmou.

O COI terá dificuldades em dar lições, quando um de seus dirigentes, o irlandês Patrick Hickey, está preso em Bangu por seu suposto papel na revenda ilegal de ingressos que teria gerado pelo menos 2,8 milhões de euros em receita.

O chefe do atletismo mundial, o britânico Sebastian Coe, reconheceu que "algumas sessões foram problemáticas". "Talvez por causa dos preços dos ingressos", disse. "Nem sempre (houve) paixão no estádio (olímpico), mas nos grandes momentos, sim", ressaltou.

Organizador dos Jogos de Londres há quatro anos, Lord Coe pode dizer com segurança que os Jogos Olímpicos no Rio deixaram a desejar em termos de presença e atmosfera. Mas é verdade que a Grã-Bretanha é o berço de muitos esportes olímpicos, não o Brasil.

O caso Renaud Lavillenie ilustrou esse desconhecimento do público local em relação aos códigos de etiqueta. O campeão olímpico do salto com vara avançava para uma segunda medalha de ouro quando o brasileiro Thiago Braz fez o melhor salto de sua vida (6,03 m). O público, até então tranquilo, passou a vaiar o francês e plaudir seu fracasso, sinônimo de título para Thiago Braz.

'Inaceitáveis'

"Público de merda", reclamou Lavillenie às câmeras, em um comparação infeliz com o atleta americano Jesse Owens e o público dos Jogos de 1936 na Alemanha nazista. Em um piscar de olhos se tornou o inimigo do torcedor brasileiro e pagou por suas declarações com uma nova onda de vaias no pódio.

As vaias foram consideradas como "inaceitáveis" pelo presidente do COI. O tenista Juan Manuel del Potro, sobre o qual o público brasileiro via uma falha grave - sua nacionalidade argentina -, sofreu sem vacilar, até o final. Alguns torcedores chegaram a brigar durante uma de suas partidas.

Em muitos locais de prova, não apenas no atletismo, os organizadores espalharam mensagens lembrando as regras de fair play. Porque "o brasileiro torce odiando", disse à AFP Erich Beting, especialista brasileiro em esportes.

Dessa forma, "o adversário passa a ser inimigo em meio a um clima de enorme paixão", afirma. Principalmente apaixonado por futebol ou vôlei, o torcedor médio brasileira não está habituado a cultura dos esportes olímpicos. Isso foi visto e ouvido...

Mas alguns também têm criticado "o prisma um tanto etnocêntrico da mídia internacional". "Não há nenhuma maneira universal de torcer", ressalta Victor Melo, historiador do esporte na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os Jogos chegaram ao fim nesse domingo (21). Além dos históricos resultados esportivos, algumas situações também marcaram a Olimpíada. Segue abaixo a relação dos 10 maiores constrangimentos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro:

. Ryan Lochte

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"Ryan Lochte encarna tudo o que o mundo odeia nos americanos". A declaração do New York Post sobre um de seus compatriotas é dura e direta. O crime do nadador: invertar um falso assalto após ser repreendido por vandalizar um posto de gasolina quando estava bêbado. Apesar de suas medalhas olímpicas, o bad boy da natação americana pagou um dos maiores micos destes Jogos.

. Yuri van Gelder

O ginasta holandês Yuri van Gelder também abusou da bebida e após abandonar a Vila Olímpica para comemorar sua classificação para a final das argolas no torneio de ginástica artística foi excluído da delegação, sem poder disputar uma medalha.

. Justin Gatlin

Com os atletas russos considerados coletivamente persona non grata no Rio devido ao escândalo de doping de Estado, a presença na pista do Engenhão de Justin Gatlin, suspenso duas vezes por doping, não foi algo natural. Vaiado pelo público antes de conquistar a prata nos 100 m, foi eliminado nas semifinais dos 200 m e desclassificado na final do 4x100 m.

. Sonny Bill Williams e o Seven neozelandês

Sonny Bill Williams tinha tudo para ser a estrela do primeiro torneio olímpico de Rugby Seven, mas abandonou a primeira partida da Nova Zelândia, contra o Japão, vítima de uma ruptura parcial do tendão de Aquiles. Os "All Blacks" também tiveram um caminho escuro e acabaram caindo nas quartas de final contra os campeões olímpicos de Fiji.

. Hope Solo

A melhor goleira do mundo não sabe perder. Após a eliminação dos Estados Unidos nas quartas de final do futebol feminino, Hope Solo chamou as suecas, que venceram na decisão por pênaltis, de "bando de covardes", em alusão ao esquema defensivo das adversárias. A goleira já era alvo da torcida brasileira por postar uma foto com medidas preventivas contra o mosquito transmissor da zika.

. Ginástica chinesa

A ginástica chinesa não obteve uma medalha de ouro sequer nos Jogos do Rio. Há quatro anos, em Londres, os ginastas chineses conquistaram quatro títulos, entre eles o concurso geral por equipes. No Rio, como no Mundial de 2015, foram destronados pelo Japão, do "rei Kohei Uchimura".

. Patrick Hickey

De um hotel de luxo na Barra da Tijuca para uma penitenciária em Bangu. O irlandês Patrick Hickey, presidente dos Comitês Olímpicos Europeus e membro do Comitê Olímpico Internacional foi detido na madrugada do dia 17 de agosto sob suspeita de integrar uma rede de venda ilegal de ingressos para os Jogos do Rio. Outros três irlandeses - Kevin Kilty, Dermot Henihen e Stephen Martin - foram proibidos de sair do país e deverão depor sobre o caso nesta terça-feira.

. Yelena Isinbayeva

"Não aceitarei jamais minha suspensão. Não vou esquecer isto. Só posso dizer que quem vencer (...) será por minha ausência", declarou a bicampeã olímpica do salto com vara após sua exclusão dos Jogos do Rio. A russa foi uma das principais vítimas da exclusão de seu país dos Jogos pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), na sequência das revelações da Agência Mundial Anti-Doping (WADA) sobre o doping generalizado no atletismo russo.

. Benoît Paire

O francês Benoît Paire ficou com o prêmio de ingrato após ser eliminado na segunda rodada do torneio de simples do tênis nos Jogos do Rio. Excluído da equipe francesa por ignorar o regulamento, abriu o verbo: "agora já sei como são as Olimpíadas e fico contente em partir".

. Doping de Peso

Vários atletas foram pegos no controle antidoping dos Jogos, a metade levantadores de peso: o cipriota Antonis Martasides, os poloneses Tomasz e Adrian Zielinski, a taiwanesa Lin Tzu-chi, o quirguiz Izzat Artykov e o mongol Chagnaadorj Usukhbayar. Some-se a isto o fato de que a Bulgária, potência na disciplina, foi excluída dos Jogos do Rio, assim como oito russos envolvidos no escândalo de doping generalizado na Rússia.

A mentira sobre um suposto assalto no Rio de Janeiro deve custar bem mais do que um desgaste moral para o nadador americano Ryan Lochte. A fornecedora de material esportivo Speedo, que tinha o atleta como um dos seus principais patrocinados, informou nesta segunda-feira (22), por meio do Facebook, que vai destinar uma fração do cachê para crianças pobres do Brasil.

De acordo com a postagem da empresa, 50 mil dólares foram prometidos em prol de crianças necessitadas. A Speedo ainda disse que, apesar dos mais de dez anos de parceria com o nadador, a companhia não pode compactuar com uma atitude mentirosa, que vai de encontro aos valores morais da marca.

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Uma reportagem publicada pela AFP aponta que o americano reconheceu o erro e pediu desculpas, mas nem por isso ele ficou isento de críticas. "Eu quero pedir desculpas pelo meu comportamento semana passada - por não ter sido mais cuidadoso e sincero na forma como descrevi o que aconteceu no começo daquela manhã, e por ter tirado o foco dos atletas que estavam realizando o sonho de participar da Olimpíada”, disse Ryan, na matéria da AFP. 

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Linda, encantadora, emocionante, histórica. Não faltam adjetivos que descrevam a festa de encerramento dos Jogos do Rio, na noite deste domingo (21). A chuva caiu sobre o saudoso Maracanã, mas o temporal de alegria foi que tomou conta do palco. E o que falar da mistura de ritmos durante as apresentações? Parte delas deixou o povo pernambucano orgulhoso. Ver Lenine, frevo, bonecos de barro e outros artistas da terra de Luiz Gonzaga fez brotar emoções dos pernambucanos.

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Lenine cantou “Jack soul brasileiro” homenageando voluntários das Olimpíadas. Já a 'Orchestra Santa Massa', sob a condução de Dj Dolores, mostrou ao Brasil Trummer, Yuri Queiroga, Isaar e Maestro Spok. O grupo exaltou canções pernambucanas, principalmente com o tradicional frevo ‘Vassourinhas’, ovacionado pelo Maracanã.

A cultura do boneco de barro foi destacada e o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, foi relembrado quando todo estádio cantou Asa Branca. Novamente, o público foi ao delírio.

Na internet, o Nordeste ganhou as redes sociais. Comentários de orgulho tomaram conta das pessoas e brincadeiras sugeriam que a próxima Olimpíada fosse realizada num “país chamado Pernambuco”.

Com informações de Paulo Uchôa

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