Náutico infringe estatuto e adianta cota da Copa do Brasil

Clube não informou ao Conselho Deliberativo sobre adiantamento das cotas

por Luan Amaral sab, 30/10/2021 - 17:12
Tiago Caldas/CNC Cerca de 250 mil reais foram adiantas e agora dependem de uma liberação judicial Tiago Caldas/CNC

A notícia publicada pelo Jornal do Commercio que detalha um pedido do Náutico para adiantar parte da cota da Copa do Brasil 2022 foi confirmada pela reportagem do LeiaJá neste sábado (30). O pedido fere o estatuto do clube e foi feito sem o conhecimento do Conselho Deliberativo.

Na consulta processual feita pela reportagem é possível confirmar que, no dia 27 de outubro às 19h27, foi feito um pedido para juntada de manifestação do Náutico para liberação de valores. A liberação diz respeito aos 250 mil reais adiantados da cota da Copa do Brasil 2022. O clube, só de participar da competição, já tem direito a cerca de 600 mil reais.

O pedido do clube é para que a justiça libere o valor que está em uma conta judicial, prática comum devido um acordo para quitar dívidas trabalhistas. A justiça fica com 20% do valor e o restante é liberado ao clube. Como o pedido aconteceu no fim da sexta, o TRT6, ainda não se manifestou de acordo com a consulta eletrônica ao processo que foi realizada. 

Mas a atitude fere o art 60 do estatuto do clube que proíbe o executivo do clube, que está em fim de gestão (o Náutico tem eleições convocadas para dezembro) em comprometer receitas que seriam da próxima diretoria executiva. O clube justificou no pedido que o adiantamento foi para manter salários em dias. 

“A Diretoria Executiva não poderá antecipar nem comprometer as receitas ordinárias ou extraordinárias do Clube por período superior ao do seu mandato, em benefício de sua gestão, nem comprar, vender ou emprestar direito federativo ou econômico de qualquer atleta profissional nos últimos três meses do término do seu mandato sem prévia autorização do Conselho Deliberativo, mediante parecer do Conselho Fiscal, sendo ineficaz o ato em contrário”, diz o estatuto. Em entrevista ao JC, o presidente do conselho, Alexandre Carneiro, afirmou não ter ciência do caso. 

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