GP do Catar: vômito no capacete a apagão no cockpit

Pilotos desidratados, perdendo consciência e vomitando por causa da forte temperatura durante a corrida

por Brenda Ventura seg, 09/10/2023 - 15:46
Reprodução/Twitter/Williams Racing Logan Sargent sendo retirado do carro com ajuda dos mecânicos no GP do Catar Reprodução/Twitter/Williams Racing

O Grande Prêmio do Catar aconteceu neste domingo (8) com um Redbull e duas McLarens no pódio. Porém, o foco principal da corrida foi o calor e umidade alta que atrapalharam a vida dos pilotos. A alta temperatura fez com vários passassem mal durante e depois da prova.

O calor extremo no Catar neste período é comum. A última corrida que foi realizada no Catar foi no ano de 2021, em novembro, onde a temperatura é "mais baixa". Justamente por isso, recebeu a Copa do Mundo de 2022 no mesmo período.

Um dos casos que mais chamou atenção foi do francês Esteban Ocon que vomitou no próprio capacete quando estava entre as voltas 15 e 16. Ocon relatou a equipe pelo rádio ao final da prova o que havia acontecido

“Foi bem quente. Eu não contei a vocês, mas vomitei na volta 15”,  disse Ocon.

O calor era tão grande que teve piloto perdendo a consciência no momento da corrida e após a bandeirada.

O canadence Lance Stroll da Aston Martin relatou que chegou a perder a consciência por alguns segundos ainda na pista, por conta da combinação da força G nas curvas e a alta temperatura dentro do carro.

“Essas temperaturas... tudo ficava borrado, nas curvas de alta velocidade estávamos quase desmaiando. A pressão ficando baixa. Com a força G nas curvas de alta, nas últimas 20 voltas já não dava pra enxergar mais nada, porque era como se perdêssemos a consciência nesses trechos”, disse, em um entrevista à SkySportsF1.

Após o término da corrida, Stroll teve dificuldade de sair do carro, e foi direto para ambulância.

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Os dois pilotos da Williams tiveram bastante dificuldade para sair do carro e tiveram a ajuda dos mecânicos.

O americano Logan Sargent, da Williams, não conseguiu terminar a prova e abandonou na volta 40. Já o seu companheiro de equipe, Alex Albon, terminou a prova em 13º, mas precisou ser levado para o centro médico.

Carros quentes

Além do esgotamento físico, os pilotos tiveram que lidar com o superaquecimento dos carros.

O espanhol Fernando Alonso reclamou muito do assento estar muito quente, pedindo para que a equipe fizesse algo, mas estava fora de alcance. Alex Albon relatou o mesmo problema à Williams.

George Russell da Mercedes encontrou uma solução breve para os seus problemas, Russell abriu a viseira em alguns momentos e também chegou a pilotar sem a mão no volante para se refrescar.

Lando Norris, que usou o mesmo recurso, relatou que alguns pilotos desmaiaram enquanto estavam no centro médico.

“Foi uma corrida difícil. Alguns pilotos quase desmaiaram no centro médico. Isso mostra o quão difícil é nosso trabalho. É fácil dizer que temos que preparar melhor, mas estamos expostos a 50, 60 graus no cockpit, não é algo normal para o corpo humano. Até pra mim, em alguns momentos minha visão ficou borrada, e isso é perigoso. Chegamos ao limite do corpo humano nessa corrida”, disse ele, em entrevista coletiva na zona mista.

Vencedores da batalha

Lando Norris e Verstappen se enxugam após corrida do calor. Foto:Ben Stansall / AFP

A exaustão não fugiu nem de quem tava no pódio, com Max Verstappen em primeiro, Oscar Piastri em segundo e Lando Norris em terceiro, os pilotos chegaram esgotados na antessala do pódio, Oscar Piastri deitou no chão assim que chegou na sala.

O tricampeão Max Verstappen também sentou no chão, e ainda brincou pedindo uma cadeira de rodas.

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