Julgamento da morte de torcedor por privada é adiado

Sessão foi marcada para 2 de novembro

por Jorge Cosme ter, 16/06/2015 - 11:58

Estava marcado para acontecer nesta terça-feira (16) o julgamento dos três acusados de matarem um torcedor do Sport após arremessarem uma bacia sanitária da arquibancada do estádio do Arruda, no dia 2 de maio de 2014. A sessão, entretanto, foi adiada para o dia 2 de novembro porque o advogado de um dos réus renunciou representá-lo.

Participariam de júri popular os réus Everton Felipe Santiago de Santana, Luiz Cabral de Araújo Neto e Waldir Pessoa Firmo Júnior. Eles respondem por homicídio qualificado, pela morte do soldador Paulo Ricardo Gomes, e por tentativa de homicídio.

No último dia 9, o advogado Jurandir Alves, que fazia  a defesa de Waldir, renunciou. Com isso, o réu tem o direito de trazer um novo advogado no prazo de dez dias a partir da intimação da Justiça. Como ainda está dentro do prazo e o novo advogado precisará de tempo para ler os autos do caso, o julgamento precisou ser adiado. Caso Waldir não convoque um novo advogado, o próprio juiz nomeará um defensor público.

A família da vítima esteve presente no Fórum Rodolfo Aureliano. Muito emocionada, a religiosa Joelma da Silva aguardava a condenação dos réus. “Tenho pedido muito a Deus nas orações para que dê sabedoria e inteligência a todos que fazem parte da Justiça para que seja dada uma sentença justa a esses monstros”, ela disse. O pai da vítima, José Paulo Gomes da Silva, também aguardava por um desfecho hoje. “Nós queremos a pena máxima, porque foi um crime cruel. Foi covarde”, ele disse, antes do adiamento do julgamento ter sido anunciado.

De acordo com  Paulo Sales, defensor de Luiz Cabral de Araújo Neto, o objetivo é apontar que seu cliente cometeu um homicídio culposo. “É um caso de culpa consciente, que é quando o agente prevê o resultado mas acredita que aquilo aconteceria. Por isso, vamos pedir a desclassificação das tentativas e homicídio culposo”, explicou. O advogado se mostrou seguro com relação à repercussão que o caso ganhou. “Esta visibilidade pode trazer o pré-julgamento da população, mas a capital tem um conselho de sentença maduro, consciente e legalista, portanto acreditamos que a nossa tese passará”.

Já o advogado de Everton, Adelson José da Silva, pretendia trabalhar com duas estratégias. “Primeiramente, nossa linha de defesa vai trabalha com a negativa de culpa, já que está provado nos autos que ele não fez o arremesso do vaso. Mas eu não sei o jurado vai entender isso. Então, segundamente, a gente trabalha com a desclassificação dos crimes de tentativa de homicídio para lesão corporal e a desqualificação do homicídio qualificado para simples ou culposo”, detalhou.

Para o promotor Roberto Bryner, o adiamento não atrapalha a acusação. “A gente quer que ocorra o mais breve possível, mas não causa nenhum atrapalho. O que a gente não quer é que haja mais atraso. A sociedade quer uma resposta”, resumiu. 

COMENTÁRIOS dos leitores