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O juiz Francisco de Jorge decidiu pelo julgamento do ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales pelo beijo forçado que deu na jogadora Jenni Hermoso na final da Copa do Mundo da Austrália no ano passado.

Em sua decisão, após a conclusão da investigação do caso, o juiz da Audiência Nacional (principal instância criminal) considera que o beijo à atacante espanhola "não foi consensual e foi uma iniciativa unilateral e de surpresa", informou a Audiência em um comunicado.

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A decisão ainda cabe recurso na Câmara Criminal da Audiência Nacional, mas deixa Rubiales a um passo de ser julgado pelo beijo que deu em Hermoso na cerimônia de entrega das medalhas da Copa do Mundo da Austrália no ano passado.

O juiz considera que "a finalidade erótica ou não ou o estado de euforia e agitação vividos em consequência do extraordinário triunfo desportivo são elementos cuja consequência e consequências jurídicas devem ser avaliadas no julgamento oral".

- "Acusação sustentável" -

De Jorge assegura que neste momento a sua função limita-se a "avaliar que existem indícios suficientes da prática dos fatos narrados nos autos e que esses fatos são criminalmente relevantes, tornando uma acusação perfeitamente sustentável".

Mas lembrou que um beijo na boca "afeta a esfera de intimidade reservada às relações sexuais, particularmente no contexto de dois adultos".

Desde uma recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consentido pode ser considerado agressão sexual, categoria criminosa que reúne todos os tipos de violência sexual.

As penas para o beijo forçado podem variar de multa a quatro anos de prisão, segundo fontes do Ministério Público.

"Não foi intencional. Não houve qualquer conotação sexual, foi apenas um momento de felicidade, a grande alegria do momento", afirmou Rubiales em entrevista ao programa de televisão britânico Piers Morgan Uncensored, em setembro passado.

O juiz De Jorge também concluiu pelo julgamento do ex-técnico feminino Jorge Vilda, o diretor esportivo da seleção masculina, Albert Luque, e o ex-gerente de marketing da RFEF Rubén Rivera pelas posteriores pressões recebidas por Hermoso.

O magistrado considera que há indícios de uma ação dos três, combinada com Rubiales, para "quebrar a vontade" da jogadora e "fazer com que ela concordasse em gravar um vídeo em que dizia que o beijo havia sido consentido".

- Beijo "inesperado" -

A decisão do juiz encerra assim a investigação do caso após a denúncia apresentada pelas jogadoras em setembro pelo beijo que Rubiales deu em Hermoso.

No dia 2 de janeiro, o juiz recebeu o depoimento de Hermoso, que reiterou que o beijo foi "inesperado" e "em nenhum momento consensual", segundo fontes judiciais informadas na época.

A jogadora afirmou ainda que sofreu "assédio constante" por parte de Rubiales e de seu entorno nos dias que se seguiram, o que "alterou sua vida normal, fazendo-a sentir-se nervosa e triste", segundo a mesma fonte.

O juiz também ouviu Rubiales, que defendeu perante o magistrado que o beijo foi consentido.

Rubiales inicialmente se recusou a renunciar devido às suas ações em uma polêmica assembleia da RFEF em 25 de agosto, mas nos dias seguintes enfrentou pressão do governo, da Justiça e do próprio mundo do futebol, até que em 10 de agosto apresentou sua renúncia.

O ex-presidente da Federação, suspenso por três anos pela Fifa, alegou que estava deixando o cargo devido a uma "campanha desproporcional" contra ele e ao desejo de não prejudicar a candidatura à Copa do Mundo de 2030.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) iniciou nesta quinta-feira, 11, o julgamento de Israel, acusado pela África do Sul de cometer genocídio em Gaza. O caso usa declarações de membros radicais do governo israelense que defenderam o extermínio de palestinos. Israel nega as acusações e seus advogados serão ouvidos hoje. Eles alegam que os discursos foram tirados de contexto e as operações no enclave respeitam o direito internacional.

É a primeira vez que Israel encara uma acusação de genocídio na CIJ. Embora uma decisão final possa levar anos, a África do Sul solicitou ao Tribunal de Haia algumas medidas cautelares, que variam desde a exigência de um cessar-fogo até a entrada de mais ajuda humanitária.

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A CIJ também pode decidir que há plausibilidade nas alegações da África do Sul, antes de julgar o caso. O nível de exigência para admitir a possibilidade de genocídio é muito mais baixo do que determinar que ele de fato ocorreu. Para Israel, a mera dúvida representa um risco para sua imagem e poderia dificultar o apoio dos EUA a um país que, segundo o Tribunal de Haia, poderia estar cometendo genocídio.

Argumentos

O caso montado pela África do Sul alega que Israel cometeu genocídio, incitação ao genocídio, tentativa de genocídio e falha em punir a incitação ao genocídio. O processo cita que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças e detalha os bombardeios israelenses com bombas não guiadas, além de restrições ao acesso a água, comida, luz e remédios.

Outro fator crucial no documento de 84 páginas apresentado pelo advogado sul-africano Tembeka Ngcukaitobi são as declarações extremistas de membros do governo de Israel. Em outubro, ao anunciar a segunda fase da guerra, o premiê, Binyamin Netanyahu, citou a Bíblia. "Lembre-se do que Amaleque fez com você", afirmou, em referência à ordem de Deus a Saul para destruir os amalequitas. "Matem homens e mulheres, crianças e bebês, gado e ovelhas, camelos e burros", diz o Livro de Samuel, no Velho Testamento.

Dois dias após o início da guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se referiu aos palestinos como "animais humanos". "O cerco é total. Não haverá eletricidade, comida, água, combustível. Israel está lutando contra animais humanos. Eliminaremos tudo."

Ngcukaitobi também citou o ministro do Patrimônio, Amihai Eliyahu, que sugeriu lançar uma bomba atômica em Gaza, além do ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir: "Quando dizemos que o Hamas deve ser destruído, significa que aqueles que comemoram, apoiam e distribuem doces, todos são terroristas e devem ser destruídos", afirmou Ben-Gvir.

Os advogados de Israel, liderados pelo britânico Malcom Shaw, apresentarão hoje a defesa. Ontem, o governo israelense acusou a África do Sul de atuar como "braço jurídico" do Hamas e se referiu aos advogados sul-africanos como "representantes" do grupo terrorista no Tribunal de Haia.

Risco

Os israelenses afirmam que as declarações de membros do governo foram tiradas de contexto - no mesmo discurso, por exemplo, Netanyahu deu garantias de que o Exército respeitaria o direito internacional. A defesa também citará os milhões de folhetos, ligações telefônicas e mensagens de texto pedindo aos civis que deixassem as áreas que seriam bombardeadas.

O caso será decidido por 15 juízes, alguns de democracias ocidentais, como França, Alemanha, Austrália, Japão e Brasil. Mas muitos magistrados vêm de autocracias, como Rússia, China, Marrocos, Somália e Uganda, o que pode complicar a situação de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O rapper americano A$AP Rocky se declarou não culpado, nesta segunda-feira (8), em um tribunal em Los Angeles onde é acusado de ter atirado contra outro artista de hip-hop em Hollywood há pouco mais de dois anos.

O cantor de 35 anos, que tem dois filhos com sua parceira, a superestrela Rihanna, enfrenta acusações de ter atacado com uma arma semiautomática seu velho amigo Terell Ephron, em 6 de novembro de 2021.

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"Quero que isso acabe e que ele possa estar com sua família e seguir em frente", disse Joe Tacopina, advogado de Rocky, à imprensa na saída do tribunal.

Ephron acusou o rapper, cujo nome verdadeiro é Rakim Mayers, de ter feito vários disparos contra ele durante uma briga em Hollywood, atingindo uma de suas mãos.

Rocky foi preso pelo caso em abril de 2022 ao desembarcar no aeroporto de Los Angeles vindo de Barbados, onde estava de férias com Rihanna, então prestes a dar à luz seu primeiro filho. Mas ele foi liberado sob fiança.

Ambos os homens faziam parte do coletivo de música urbana A$AP, fundado em Nova York em 2006, mas, segundo Ephron, a amizade azedou com a fama, e as tensões entre eles cresceram ao longo dos anos.

Também conhecido como A$AP Relli, Ephron disse em uma audiência em novembro do ano passado que, no dia do suposto ataque, viu Rocky em um estacionamento em Hollywood, que sacou uma arma e o ameaçou de morte, mas depois de discutir, deu as costas e foi embora.

Ephron o seguiu gritando insultos, até que Rocky se virou e atirou, afirmou o rapper. "Só queria que ele ouvisse o meu lado", declarou Ephron na época.

A$AP Rocky ganhou fama em 2013 com seu primeiro álbum, "Long. Live. A$AP", e se consolidou com "At. Long. Last. A$AP".

Nos últimos anos, porém, seu relacionamento com Rihanna e alguns escândalos têm gerado mais manchetes do que sua música. Em julho de 2019, foi detido em Estocolmo por algumas semanas após uma briga.

O Supremo Tribunal Federal deu mais de 6,2 mil decisões sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, que completam um ano nesta segunda-feira. Foram recebidas 1345 denúncias sobre crimes cometidos durante a intentona antidemocrática, com a condenação de 30 réus por crimes mais graves e a homologação de 38 acordos de não persecução penal.

A Corte máxima já agendou uma bateria de julgamentos para os primeiros três meses do ano, quando vai decidir o destino de 146 investigados.

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As informações constam de relatório divulgado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que se debruçam sobre os crimes do dia 8 de janeiro. O documento distribuído neste domingo, 7, detalha todas as ações tomadas pelo STF, mês a mês, para responsabilização daqueles que são acusados de participarem, incentivarem e planejarem a invasão e depredação das dependências dos Três Poderes.

Para os meses de fevereiro, março e abril - primeiro trimestre do STF após o recesso judiciário - estão previstas dez sessões de julgamento para análise de ações penais abertas na esteira do 8 de janeiro. Elas ocorrerão todas as semanas, no plenário virtual da Corte. Serão analisados 15 casos por leva.

O relatório mostra a atuação do STF em fases: em um primeiro momento, Moraes emitiu despachos para desmobilizar os golpistas, determinando a dissolução do acampamento montado em frente o QG do Exército em Brasília e a proibição de ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal.

Ainda em janeiro, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro abriu quatro inquéritos para apurar a intentona golpista. Ao todo, 1397 pessoas foram presas em flagrante. Para as audiências de custódia foram mobilizados 29 juízes do Tribunal de Justiça do DF e mais 43 do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Das prisões, 938 foram convertidas em regime preventivo - sem data para acabar.

Os meses subsequentes foram marcados por liberações de investigados, com a imposição de medidas cautelares e o prosseguimento das investigações, com a abertura da Operação Lesa Pátria pela Polícia Federal.

A 23ª fase da Operação Lesa Pátria foi deflagrada na manhã desta segunda, 8, quando o avanço dos radicais completa um ano, no rastro de financiadores e fomentadores.

Em abril de 2023 o STF recebeu as primeiras denúncias da Procuradoria-Geral da República. Em julho, foram realizadas as audiências de instrução dos processos.

Já em setembro saíram as primeiras condenações de investigados, com penas duras, de até 17 anos de prisão.

A Justiça da Espanha confirmou nesta quarta-feira que o julgamento de Daniel Alves vai acontecer nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro. O brasileiro é acusado de estuprar uma mulher de 23 anos em uma casa noturna de Barcelona, em dezembro do ano passado. O jogador está preso desde 20 de janeiro e pode pegar até 12 anos de reclusão, pena máxima, em caso de condenação, para acusações de agressão sexual no país. Daniel Alves alega inocência e afirma que a relação sexual foi consensual.

Apesar do pedido de 12 anos de prisão, se condenado, Daniel Alves não deve cumprir a pena completa. O brasileiro poderia permanecer detido por, no máximo, seis anos. Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) de indenização à denunciante. A advogada da mulher contesta a possível redução da eventual pena.

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Em novembro, a Tribunal Provincial de Barcelona negou pela terceira vez o pedido da defesa para Daniel Alves responder às acusações em liberdade. A Justiça espanhola justificou a necessidade de mantê-lo na prisão apontando o fato de que ele tem recursos financeiros suficientes para planejar uma fuga do país. Além disso, o Ministério Público solicita dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.

RELEMBRE O CASO

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.

No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro, que, por muitos anos, defendeu a camisa do Barcelona. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão em 20 de janeiro.

Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negado outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não indo adiante. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual.

O último dia do julgamento do processo de reintegração de posse em desfavor do Povo Xukuru do Ororubá lhes deu a vitória com a extinção do processo, nesta quarta-feira (13), no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), no centro do Recife. A votação foi aberta a todos os 24 desembargadores, que começaram a proferir seus votos durante a tarde, chegando a um empate de 5 a 5. 

A decisão de extinguir o processo foi divulgada, e celebrada, pelo vice-prefeito de Pesqueira, município do Agreste do estado, onde fica localizado o território indígena Xukuru, Guilherme Araújo. “Ficou determinado pelo TRF5 que Caípe é território Xukuru”, afirmou o advogado. 

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Reintegração de posse ameaça Povo Xucuru de Pesqueira   

O acórdão havia sido rescindido, e o processo precisou ser analisado pelo plenário do TRF5, nos termos do inciso I, §3º do art. 942, do Código de Processo Civil, onde os demais desembargadores do Tribunal precisam votar acerca da questão. Como já haviam sido proferidos sete votos, no julgamento pela segunda seção, restavam 17 desembargadores.  

Relembre o caso 

O pedido de reintegração de posse foi feito pelo antigo proprietário das terras onde se encontram a Aldeia Caípe, localizada no Território Indígena Xukuru de Ororubá. Todas as aldeias da região haviam sido devolvidas aos indígenas em 1992, com a promulgação da demarcação das terras aos povos originários. 

Desde então, os fazendeiros continuaram tentando afirmar que a região da Aldeia Caípe não pertence aos indígenas. O julgamento foi retomado ainda em agosto deste ano, tendo finalizado com a extinção do processo. 

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) registrou nesta quarta-feira (13) dois votos para determinar ao Congresso a aprovação de uma lei para garantir a regulamentação da licença-paternidade no país. De acordo com o voto dos ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, os parlamentares terão prazo de 18 meses para regulamentar as regras do benefício.  Caso a norma não seja aprovada, a licença-paternidade deverá seguir as regras da licença-maternidade, que tem duração de 120 dias. 

Após o voto dos ministros, o julgamento foi suspenso e será retomado amanhã (14). Faltam os votos de oito ministros.

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A Corte julga uma ação protocolada em 2012 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) a favor do benefício.  Atualmente, a licença-paternidade é de cinco dias consecutivos, nos casos do nascimento de filho, adoção ou de guarda compartilhada. O direito está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e foi criado com a promulgação da Constituição de 1988. 

Pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), regras criadas com a promulgação da Constituição, a licença de cinco dias deveria permanecer até o Congresso aprovar uma lei complementar para implementação definitiva, o que nunca ocorreu. 

Julgamento

Em setembro deste ano, o Supremo formou maioria de 7 votos a 1 para determinar prazo de 18 meses para o Congresso regulamentar as regras da licença-paternidade.

No entanto, apesar da maioria de votos, o julgamento, que foi realizado na modalidade virtual, foi suspenso por um pedido de destaque feito pelo ministro Luís Roberto Barroso, e a votação foi retomada presencialmente nesta quarta-feira. 

Na sessão de hoje, Barroso afirmou que a omissão do Congresso pela falta de regulamentação da licença produz impactos negativos sobre a igualdade de gênero e para a formação dos filhos.

"O prazo de cinco dias previsto no ADCT não reflete a evolução dos papéis desempenhados por homens e mulheres na família e na sociedade, nem a compreensão atual sobre o conteúdo e a extensão do direito à igualdade de gênero e dos deveres constitucionais de proteção familiar e da infância", afirmou. 

O entendimento de Barroso foi seguido pelos ministros Edson Fachin.

Gilmar Mendes ainda não proferiu voto, mas alertou para o impacto da licença-paternidade nas contas da Previdência Social, que passaria a custear o pagamento o benefício. "A solução normativa que se venha a adotar implicará significativo impacto fiscal", disse o ministro. 

O benefício no mundo

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a licença-paternidade existe em 115 países e é remunerada em 102. O custeio é feito com recursos do empregador, benefícios de proteção social dos governos ou dividido entre as duas fontes.

A duração média da licença é de 3,3 dias.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira, 13, o julgamento que discute a omissão do Congresso Nacional em regulamentar a licença-paternidade no País. O direito está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criado com a promulgação da Constituição de 1988. Mas desde então, 35 anos depois, a lei segue sem regulamentação.

A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) foi apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) em 2012. O STF julga agora essa ação, que tem como argumento a falta de legislação para garantir o direito à licença.

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O julgamento começou em 2020, no plenário virtual do STF, e foi interrompido por um pedido de destaque feito pelo ministro Luís Roberto Barroso, que encaminhou a análise do caso para o plenário físico.

Enquanto a situação segue não regulamentada, prevalece o artigo 10º do Ato das Disposições Finais e Transitórias da Constituição, que determina que a licença-paternidade deve ser de cinco dias "até que a lei venha a disciplinar" o assunto. Além do nascimento de uma criança, casos de adoção ou de guarda compartilhada também são contemplados.

Os cinco dias previstos no artigo são corridos. Isso quer dizer que se o filho nascer na sexta-feira, por exemplo, o sábado e o domingo serão descontados dos dias de licença.

Ministros podem rever votos em novo julgamento

Como o julgamento havia iniciado e alguns ministros já votaram antes do pedido de vistas de Barroso, todos poderão rever suas decisões e mudar os entendimentos conforme julgarem necessário. O placar estava em 7 votos a 1 para atestar a omissão, mas divergiam sobre prazos para regulamentação.

Dois ministros que já se aposentaram, Marco Aurélio e Rosa Weber, já haviam votado e, portanto, seus votos serão mantidos. Ele, relator da ação na época, votou contra o reconhecimento de que a falta de legislação é omissão do Congresso.

O ministro Edson Fachin foi favorável ao entendimento de omissão e determinou prazo de 18 meses para que o Congresso edite lei e regulamente o direito à licença aos pais. Até que a norma seja aprovada, os pedidos devem ser equiparados aos direitos garantidos pela licença-maternidade - ou seja, a regra dos 120 dias. O voto dele foi acompanhado pelas ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Barroso também votou para ter um prazo de 18 meses para que os parlamentares regulamentem o tema. Não se manifestou, porém, sobre mudança provisória até a regulamentação. Após esse prazo, se a omissão continuar, segundo voto do ministro, passaria a valer a equiparação entre os prazos de licenças maternidade e paternidade.

O ministro Dias Toffoli propôs o prazo de 18 meses para a regulamentação de uma lei, mas sem impor consequências para o não cumprimento. Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes acompanharam o voto. Os ministros defenderam que a decisão é importante para equiparar o tratamento dispensado a homens e mulheres no mercado de trabalho.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump mudou de ideia e não vai testemunhar em sua própria defesa nesta segunda-feira (11) no julgamento por fraude fiscal que acontece em Nova York, alegando que não tem "mais nada a dizer".

O empresário, de 77 anos, publicou a declaração surpreendente na rede 'Truth Social' no domingo, acrescentando que "já testemunhou sobre tudo" no julgamento em curso contra ele, seus filhos mais velhos, Don Jr e Eric, e outros executivos da Trump Organization.

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No mês passado, Trump respondeu a um interrogatório da Promotoria, que o acusa de exagerar o valor de suas propriedades em bilhões de dólares para obter empréstimos bancários e condições de seguros mais favoráveis.

Em 6 de novembro, ele enfrentou os procuradores por quatro horas e deu algumas respostas ásperas, o que provocou a repreensão do juiz Arthur Engoron, que alertou o candidato republicano que "isto não é um comício político".

No domingo, Trump afirmou que já testemunhou "com muito sucesso e de maneira conclusiva" no caso.

O império imobiliário de Trump está em risco devido ao processo civil apresentado pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, e por uma de uma série de ações que ele enfrenta antes da eleição presidencial de 2024 .

Antes mesmo das alegações iniciais, Engoron decidiu que o gabinete de James apresentou "evidências conclusivas" de que Trump havia exagerado seu patrimônio líquido em documentos financeiros em algo entre 812 milhões de dólares e US$ 2,2 bilhões entre 2014 e 2021.

O juiz ordenou a liquidação das empresas que administram os ativos em questão, como a Trump Tower e o arranha-céu '40 Wall Street' em Manhattan, uma decisão que é alvo de um recurso.

Ao contrário de algumas batalhas jurídicas de Trump – incluindo o processo criminal em que é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020 –, o processo apresentado por James, uma democrata, não representa risco de pena de prisão.

Desde o início do julgamento, em 2 de outubro, o empresário republicano denuncia uma "caça às bruxas".

O julgamento prosseguirá sem o depoimento de Trump e uma sentença deve ser anunciada no fim de janeiro.

Uma mudança de posicionamento dos ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), embaralhou o julgamento que já tinha maioria formada para obrigar o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), a substituir servidores comissionados por concursados no Ministério Público do Estado.

O julgamento se arrasta desde fevereiro no plenário virtual. O desfecho foi adiado por três pedidos de vista em sequência, dos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques.

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Toffoli foi um dos primeiros a votar, ainda em fevereiro, para declarar inconstitucional uma lei do Espírito Santo que criou os cargos de confiança no Ministério Público do Estado. A instituição tem hoje mais funcionários comissionados (519) do que efetivos (517). Ao devolver a vista, Moraes votou no mesmo sentido.

Entre o início da votação e a retomada do julgamento neste mês, a Assembleia Legislativa aprovou e o governador sancionou uma lei para reestruturar o quadro de cargos do MP. O texto prevê a criação de 778 postos administrativos efetivos.

Com a promulgação da lei, a Procuradoria-Geral da República (PGR), que era a favor da ação, passou a defender o arquivamento do processo por perda de objeto. "É caso, portanto, de extinção do processo, sem resolução de mérito", defendeu a procuradora-geral interina Elizeta Maria de Paiva Ramos em parecer enviado ao STF na semana passada.

Na retomada do julgamento, o ministro André Mendonça endossou o posicionamento da PGR, argumentando que as normas questionadas deixaram de valer. Para o ministro, a aprovação da lei "promoveu alteração substancial" no contexto. "Imperioso o reconhecimento da perda do objeto da demanda, com a consequente prejudicialidade da ação direta", escreveu.

Toffoli e Moraes decidiram mudar de voto para acompanhar a divergência aberta por Mendonça, o que provocou uma reviravolta no julgamento. O placar está agora empatado.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Ministério Público (Fenamp), que acompanha o processo como amicus curiae, divulgou uma nota nesta quinta-feira questionando a efetividade da aprovação da lei. Para a entidade, houve uma tentativa de "burlar" o julgamento no STF. A preocupação da associação é que os cargos tenham sido criados no papel, para esvaziar a ação no Supremo, mas que não seja efetivamente preenchidos em prazo razoável.

O tema é importante pelo efeito em cascata: outros dez Estados aguardam julgamento do Supremo em ações semelhantes. O temor é que a manobra possa ser usada por outros Estados.

Seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já votaram nesta quinta-feira, 7, para transferir os julgamentos de ações penais do plenário para as turmas, como ocorreu entre 2014 e 2020.

A mudança no regimento interno da Corte é debatida em uma sessão administrativa virtual. Até o momento, os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do STF, Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes se posicionaram a favor da alteração. Por ora, ministro Luiz Fux é o único contrário.

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A primeira experiência do STF com o julgamento de ações penais nas turmas ocorreu após o escândalo do mensalão, que é considerado por analistas o ponto de virada que consolidou a centralidade das atribuições criminais do STF. Na época, a agenda do tribunal ficou congestionada por dezenas de processos contra políticos, em detrimento da pauta constitucional, e a solução encontrada para liberar o plenário foi repassar a atribuição aos colegiados.

A sistemática foi mantida no auge da Operação Lava Jato e só foi desfeita em 2020, na gestão do ministro Luiz Fux. Quando os processos criminais oriundos da investigação da força-tarefa começaram a andar, o tribunal decidiu que era a hora de voltar a julgar as ações penais no plenário. Até então, os processos da Lava Jato corriam na Segunda Turma, que tinha um perfil mais garantista. Na época, o STF restringiu o foro privilegiado e os ministros projetaram que haveria uma redução no volume de ações penais em tramitação na Corte.

O retorno ao modelo de julgamento nas turmas ocorre em um momento em que o tribunal se vê novamente atolado por ações criminais. São mais de mil denúncias sobre o 8 de janeiro aguardando uma decisão do STF.

Ao submeter a proposta aos colegas, Barroso justificou que o objetivo é "racionalizar a distribuição do acervo criminal, reduzindo a sobrecarga do plenário sem gerar ônus excessivo aos órgãos fracionários". A ideia partiu do ministro Alexandre de Moraes e vinha sendo debatida entre os demais magistrados.

As ações penais em tramitação não serão afetadas. A mudança só se aplicará aos processos futuros. Com isso, as ações dos atos golpistas seguirão no plenário virtual. A regra de transição foi proposta por Barroso com a justificativa de evitar um "tumulto processual". Moraes foi o único a votar para que a mudança tivesse efeito imediato, inclusive sobre as ações em andamento.

Fim do revisor

Outra mudança chancelada pela maioria dos ministros é a extinção da figura do ministro revisor. Como o nome sugere, o revisor é responsável pela revisão das ações penais, em complemento ao relator, que conduz o inquérito e o processo. Quem estiver nesta posição pode sugerir, por exemplo, complementações ou retificações no relatório.

O presidente do STF argumentou que a figura do ministro relator tem funcionado como mera "formalidade que pouco contribui para aprofundar a análise dos processos" e que atrasa os julgamentos. Barroso defendeu ainda que, com a migração dos processos físicos para o sistema eletrônico, que permite que todos os ministros tenham acesso aos autos a qualquer momento, a dinâmica se tornou "anacrônica". A medida, segundo Barroso, vai "contribuir para a agilidade do julgamento das ações penais originárias, em linha também com a garantia constitucional da razoável duração do processo".

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou nesta quinta-feira (30), que Cristiano Alves Terto, que atirou contra o homem que matou seu pai durante julgamento do crime, em São José do Belmonte, no Sertão do estado, na última quarta-feira (29), teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

Ele passou por uma audiência de custódia no Polo de Audiências de Custódia de Serra Talhada, e foi encaminhado para a Cadeia Pública de São José do Belmonte.

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O homem suspeito de assassinar Madeleine McCann - a menina britânica de 3 anos que desapareceu no Algarve, em Portugal, em 2007 - terá julgamento programado para fevereiro de 2024, segundo afirmaram nesta quarta-feira, 29, o promotor alemão que trabalha no caso.

Christian Brueckner é acusado de cinco crimes sexuais diferentes, três deles envolvendo menores de idade.

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Ele será julgado sob acusações de estupro de uma jovem irlandesa de 20 anos, de uma mulher idosa e de uma jovem adolescente.

O promotor afirma que os dois últimos casos foram ocorreram em uma pequena casa de campo próxima ao local onde Madeleine McCann desapareceu em maio de 2007.

As outras duas acusações referem-se ao suposto assédio sexual de uma jovem alemã de 10 anos, um mês antes do desaparecimento de Madeleine, e a um incidente de exposição pública em 2017, na frente de um grupo de crianças em um parquinho.

"O julgamento está programado para começar em 16 de fevereiro, uma sexta-feira e meio período, mas deve haver tempo suficiente para ouvir todas as acusações", afirmou o promotor Hans Christian Wolters.

"Todos estão disponíveis naquele dia, e assumindo que não haja muitos contratempos por parte do advogado de Christian, o Sr. Fulscher, ouviremos a resposta dele às acusações."

O advogado de Brueckner lançou uma última tentativa legal no início deste mês para tentar excluir uma das testemunhas-chave do caso.

A alegação foi rejeitada e o advogado de Brueckner passou a aceitar a data de início do julgamento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por seis votos a cinco, que os Estados podem cobrar o diferencial de alíquota (Difal) do ICMS desde abril de 2022. Os ministros entenderam que o recolhimento não precisa respeitar os princípios da anterioridade anual (espera de um ano para incidência), apenas a nonagesimal (espera de 90 dias).

O resultado frustrou a expectativa favorável aos contribuintes. No plenário virtual, onde o julgamento começou, o placar estava em cinco a três para as empresas.

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O Difal do ICMS é um tributo que incide sobre operações interestaduais e visa equilibrar a arrecadação entre os Estados. O valor é calculado a partir da diferença entre as alíquotas de ICMS do Estado de destino do produto e de origem da empresa.

A lei que regulamentou o recolhimento foi sancionada em janeiro de 2022. A partir de então, instalou-se um impasse sobre o momento de início da cobrança. Setores da indústria e do varejo alegaram que a instituição do Difal equivale à criação de tributo e, por isso, deveria se sujeitar às anterioridades previstas em lei. Já os Estados argumentaram que o Difal não é um novo imposto, pois não aumenta a carga tributária e apenas muda a sistemática de distribuição do ICMS.

O voto de desempate coube ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, que destacou que a questão trata de "justiça fiscal". "O tributo foi criado por lei ordinária dos Estados, e não pela lei complementar federal que o STF instituiu como condição. Uma vez vigente a lei complementar federal, as leis estaduais que tinham eficácia suspensa voltam a produzir seus efeitos. A meu ver, nem se exigiria anterioridade nonagesimal, mas a lei complementar previu", disse o ministro.

A definição da data de início da cobrança tem implicação bilionária para Estados e empresas de e-commerce. De acordo com o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), a discussão tem impacto de R$ 14 bilhões para a arrecadação estadual.

Embora os Estados aleguem que o Difal não gera aumento de tributo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) disse em manifestação ao Supremo que empresas como Magazine Luiza, Carrefour, Assaí Atacadista e Renner "tiveram grande redução da margem bruta de lucro" devido ao Difal. O tema levou a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, a procurar ministros do STF para defender a posição do varejo.

O voto vencedor foi o do relator, Alexandre de Moraes. Ele foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Kássio Nunes Marques, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Barroso.

A divergência foi aberta pelo ministro Edson Fachin e foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, André Mendonça, Rosa Weber e Cármen Lúcia. No entendimento desses magistrados, a cobrança deveria iniciar apenas em abril de 2023.

3 cenários

A demora em bater o martelo sobre o assunto causou três situações: há quem pague o tributo desde 2022, quem realizou depósito judicial e quem não pagou e reduziu os preços das mercadorias.

O STF não discutiu a possibilidade de modular os efeitos da decisão para impedir a Receita Federal de cobrar valores não pagos no passado.

Esse ponto ainda pode ser questionado na Corte por meio de embargos de declaração, um tipo de recurso que visa corrigir erros, contradições ou omissões nas decisões do Supremo.

Uma sessão do júri, realizada nesta quarta-feira (29), na Vara Única da Comarca de São José do Belmonte, no Sertão do estado, foi interrompida após o réu sofrer uma tentativa de homicídio com arma de fogo pelo filho da vítima, que foi morto em 2012. 

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Cristiano Alves Terto atirou contra Francisco Cleidivaldo Mariano de Moura, que responde como autor do crime que matou o pai do suspeito, Francisco Alves Terto.  

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O TJPE informou ainda que o atirador foi perseguido pelo Policiamento do Fórum e pela Polícia Civil, e preso em flagrante com a arma do crime. Cristiano foi autuado em flagrante e encaminhado à delegacia do município. 

Já a vítima do atentado chegou a ser encaminhada ao Hospital de São José de Belmonte, mas foi transferido para o Hospital de Serra Talhada, município também do Sertão do estado, onde se encontra sob cuidados médicos. ‎ 

Entenda o caso 

Segundo os autos do processo, o crime aconteceu em outubro de 2012, na divisa com o estado da Paraíba, quando Franciso Terto foi ferido com um tiro de arma de fogo desferido por Francisco Moura, que estava em estado de embriaguez. Eles chegaram a ter uma discussão antes, quando o acusado foi ao sítio da vítima questionar sobre um burro que teria fugido de sua propriedade. 

Após os disparos, o atirador fugiu, e a vítima foi levada para o hospital da cidade. Ele veio a óbito cerca de 18 dias depois do ocorrido, e o suspeito virou acusado. 

 

O Tribunal Provincial de Barcelona negou, nesta segunda-feira, um novo pedido de liberdade provisória a Daniel Alves, que responde a uma acusação de agressão sexual e está preso preventivamente em um presídio da cidade catalã desde janeiro deste ano. O jogador alega que a relação sexual entre ele e a denunciante foi consensual. Assim como nas outras ocasiões em que a defesa do lateral-direito de 40 anos tentou libertá-lo, a Justiça espanhola justificou a necessidade de mantê-lo na prisão apontando o fato de que ele tem recursos financeiros suficientes para planejar uma fuga do país.

"Com base no que foi afirmado no recurso (de defesa), as circunstâncias tidas em conta para considerar a existência daquele risco (de fuga) não se alteraram", diz o despacho do juiz de instrução responsável pelo caso, conforme publicado nesta segunda pelo jornal espanhol "La Vanguardia", que teve acesso ao documento.

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O texto também destaca que a proximidade da data do julgamento, previsto para ocorrer entre o final deste ano e o início de 2024, "aumenta o risco de fuga acima mencionado", e acrescenta que apenas "a prisão preventiva pode evitar este risco, sobretudo quando estamos a um passo do julgamento, tendo o Ministério Público já apresentado acusação".

A denúncia do MP espanhol citada pelo juiz pede nove anos de prisão para Daniel Alves e defende que 150 mil euros de indenização sejam pagos a mulher que acusa o jogador de estuprá-la no banheiro de uma casa noturna de Barcelona. Além disso, o Ministério Público solicita dez anos de liberdade vigiada, após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.

RELEMBRE O CASO

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na boate Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu o depoimento da vítima.

No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro que por muitos anos defendeu a camisa do Barcelona. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro, uma sexta-feira, após depoimento.

Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negado outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não sendo levado adiante. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava; depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual.

O rapper americano A$AP Rocky irá a julgamento em breve por ter atirado em um velho amigo, com quem fundou o coletivo de hip-hop do qual tirou seu apelido, segundo decisão, nesta segunda-feira (20), de um juiz de Los Angeles.

O cantor de 35 anos, que tem dois filhos com a estrela Rihanna, e cujo nome de registro é Rakim Mayers, se declarou inocente neste caso, que remonta a novembro de 2021 por uma agressão com uma arma semiautomática.

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Terell Ephron, um dos fundadores do coletivo A$AP, acusa o rapper de ter atirado várias vezes contra ele durante uma discussão nas ruas de Hollywood, e no qual ficou levemente ferido em uma das mãos.

Em uma audiência preliminar na semana passada, Ephron, apelidado de A$AP Relli, explicou que sua amizade com A$AP Rocky acabou, pois considerava que o rapper se sentia "superior".

Ele o critica por ter se esquecido dos outros membros fundadores do coletivo musical, criado em Nova York, em 2008, quando estavam no ensino médio, e que lhe abriu as portas para a fama.

Segundo Ephron, o astro falou com eles de negócios sem nunca ter cumprido sua palavra, o que alimentou as tensões entre os dois até que a briga terminou em tiros em frente a um hotel em Hollywood.

A defesa de A$AP Rocky refutou as acusações e assegurou que Ephron também entrou com uma ação civil para tentar obter dinheiro.

Depois de seus dois álbuns, "Long. Live. A$AP" e "At. Long. Last. A$AP", que o catapultaram para o estrelato, no começo da década de 2010, o rapper produziu pouco nos últimos anos.

Ele esteve no centro de uma polêmica que provocou tensões diplomáticas entre a Suécia e os Estados Unidos, após uma briga em 2019 em Estocolmo.

A justiça sueca lhe impôs uma pena de prisão com direito a sursis e o ex-presidente americano Donald Trump o defendeu durante sua prisão preventiva, ao acusar Estocolmo de ignorar a sorte dos afro-americanos.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a Corte vai "resolver a questão dos precatórios" ainda neste mês. O governo aguarda o julgamento de ações que questionam o parcelamento das dívidas do governo federal, medida aprovada durante o governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e que ficou conhecida como "PEC do calote".

Barroso disse que conversou com o ministro Fernando Haddad a respeito e espera que a Corte tome uma decisão ainda nesta semana.

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"A pandemia, e talvez algumas decisões equivocadas, estão produzindo um cadáver no armário, de bilhões de reais, que são os precatórios não pagos pela União, e estamos em busca de uma solução, que espero que proximamente se possa chegar, porque é uma desmoralização para o Judiciário o não pagamento das dívidas pelo governo federal", disse o ministro em evento da Arko Advice realizado nesta quarta-feira.

O relator das ações que tramitam no Supremo é o ministro Luiz Fux. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a expectativa do governo é que Fux apresente seu voto com parâmetros para que o Tesouro Nacional possa antecipar a quitação desses débitos.

O prazo para a decisão da Corte preocupa devido ao impacto fiscal.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) tem marcado para a tarde desta quarta-feira (22) o início do julgamento de uma ação sobre a violação sistemática de direitos da população negra. O tema entra em pauta na sessão plenária mais próxima ao Dia da Consciência Negra, celebrado na última segunda-feira (20). 

No início do mês, representantes dos movimentos sociais responsáveis pela ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) sobre o assunto estiveram com o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e pediram que o processo seja denominado “ADPF pelas vidas negras”. 

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Hoje, a sessão deve ser dedicada às sustentações orais das partes, incluindo representantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Não está previsto o início da votação, que deverá ocorrer em data ainda a ser definida. 

Na petição inicial, a Coalizão Negra por Direitos pede que seja declarado um “estado de coisas inconstitucional” no país, diante da violação sistemática dos direitos dos negros e negras à vida, alimentação, saúde e segurança. 

Ao declarar o “estado de coisas inconstitucional”, o Supremo reconhece a violação em larga escala de direitos fundamentais previstos na Constituição. Em geral, os ministros determinam ao Executivo a implementação de planos na busca de solucionar o problema. A decisão de julgamento pode envolver ainda ordens para que o Legislativo tome providências. 

Articulação que reúne mais de 250 organizações, coletivos e entidades do movimento negro e antirracista, a Coalizão Negra por Direitos contou, para abertura da ação, com o apoio de sete partidos - PT, PSB, PCdoB, Psol, PDT, PV e Rede Sustentabilidade. 

Argumentos 

Os autores da ação defendem a ideia de que há no Brasil, assim como em outras partes da América Latina, uma política sistemática e centenária voltada ao extermínio da população negra. Os argumentos foram divididos em três blocos principais, ligados à violação dos direitos à vida, à saúde e a uma alimentação digna. 

Em relação à vida, a ação traz dados do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea), segundo os quais a população negra (negros e pardos) representou 77% das vítimas de homicídios em 2019, com uma taxa de homicídios de 29,2 por 100 mil habitantes. 

Entre os não negros (amarelos, brancos e indígenas), a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil. Isso significa que a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes maior que a de uma pessoa não negra. 

O texto da peça inicial cita ainda o exemplo de chacinas policiais em que a maior parte dos mortos são negros. “Ou seja, há autorização implícita para uso exacerbado e desproporcional da força policial dentro dessas comunidades, invadindo moradias, agredindo e matando”. 

Saúde

Em relação à saúde, são exibidos dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segundo os quais as negras são mais propensas a ter um pré-natal inadequado (67,9%), recebem menos orientações sobre complicações no parto (41,4%), têm mais chances de não ter um acompanhante (33,8%) e recebem menos anestesia durante o corte no períneo (10,7%).

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) demonstram que 64,78% das crianças e adolescentes que trabalham no Brasil são negros. “Nessa mesma toada, dados demonstram que pessoas negras são mais sujeitas a doenças evitáveis, tais como a tuberculose. De acordo com o Ministério da Saúde, 59% dos brasileiros que tinham tuberculose em 2014 eram negros”, diz a petição inicial. 

Alimentação

“No que concerne à alimentação digna, sua violação está demonstrada em dados que informam maior incidência de insegurança alimentar entre a população negra: a fome e a pobreza no Brasil possuem cor”, argumentam os autores da ação. 

O texto traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o aumento da segurança alimentar no país nos últimos anos. 

Segundo essas informações, apenas 36,9% dos lares com segurança alimentar são chefiados por pessoa autodeclarada preta ou parda. Este percentual passa de 50% para os três níveis de insegurança alimentar - 50,7% para insegurança leve, 56,6% para insegurança moderada e 58,1% para insegurança grave.

 

O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta sexta, 17, o julgamento de mais uma leva de denúncias contra supostos 'executores' dos atos golpistas de 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, relator, votou pela condenação de Ana Paula Neubaner Rodrigues, Ângelo Sotero de Lima, Alethea Verusca Soares, Rosely Pereira Monteiro e Eduardo Zeferino Englert.

As acusações são analisadas em julgamento virtual que tem previsão de terminar na próxima sexta-feira, 24. Moraes quer até 17 anos de prisão para os acusados. As penas, no entanto, têm sido definidas somente na proclamação do julgamento, considerando eventuais divergências na dosimetria por parte dos ministros.

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As denúncias contra os cinco réus agora sob julgamento versam sobre supostos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, deterioração de patrimônio protegido da União e dano qualificado.

A análise da sexta leva de denúncias do 8 de janeiro inclui a avaliação sobre uma ação penal que já havia sido pautada para julgamento, a de Eduardo Zeferino Englert. A discussão sobre o caso dele acabou adiada após um questionamento da defesa do réu.

O advogado de Englert questionou o fato de o ministro do STF ter citado, como fundamento para a proposta de condenação do acusado, que ele teria comparecido ao acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

A defesa sustenta que o acusado nunca esteve no local, destacando que laudo pericial juntado ao processo confirmou que Englert deixou Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no dia 6 de janeiro, chegando à capital federal no dia 8, 'sem qualquer passagem pelo QG'.

Moraes adaptou o voto, reconhecendo 'erro material', mas defendeu a mesma pena para Eduardo Englert.

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