Correspondente alemão é obrigado a deixar a Turquia
De acordo com a revista alemã, apesar de "meses de esforços", o jornalista Hasnain Kazim não conseguiu obter o credenciamento e, portanto, sua autorização de residência
A revista alemã Der Spiegel anunciou nesta quinta-feira (17) que seu correspondente foi forçado a deixar a Turquia depois de as autoridades não renovarem seu credenciamento, e denunciou uma decisão que vai "de encontro à liberdade de imprensa".
"Essa conduta sobre nosso correspondente (...) é, em nossa opinião, intolerável e viola a liberdade de imprensa", denunciou Spiegel em seu site. De acordo com a revista alemã, apesar de "meses de esforços", o jornalista Hasnain Kazim não conseguiu obter o credenciamento e, portanto, sua autorização de residência.
"Em muitos artigos, ele ressaltou os abusos e erros do governo, de forma equilibrada, mas crítica, assim como todo bom jornalista", escreveu a revista. "A conduta das autoridades turcas só nos leva a uma conclusão: que o nosso correspondente é indesejável por causa de seu trabalho" no país, continua a publicação.
De acordo com fontes diplomáticas na Turquia, o escritório do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu se recusou a renovar o cartão de imprensa de oito dos vinte jornalistas credenciados.
As autoridades turcas são acusadas de uma deriva autoritária e, especialmente, de amordaçar a imprensa crítica, como o grande jornal de oposição Zaman, colocado sob tutela no início de março.