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Um avião militar da Turquia sofreu uma falha técnica minutos após decolar, nesta quinta (25), e precisou fazer um pouso de emergência próximo a uma avenida movimentada. O sobrevoo arriscado da aeronave tripulada foi filmado por um motorista que trafegava no local.

De acordo com o Ministério da Defesa, o modelo C-160 havia acabado de decolar da base aérea de Kayseri, na região central do país, para um treinamento quando apresentou defeitos técnicos.

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Ainda segundo a pasta, o avião pousou com segurança em uma área descampada ao lado da avenida e de prédios residenciais. Os pilotos e a tripulação não sofreram ferimentos.

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A Turquia intensificou ataques aéreos contra grupos curdos na Síria e no norte do Iraque em retaliação pela morte de 12 soldados turcos no Iraque no fim de semana. O ministério da Defesa da Turquia informou no domingo, 25, em um comunicado que 26 militantes curdos foram mortos durante as ações militares.

No nordeste da Síria, oito civis foram mortos, incluindo duas mulheres, apontou em mensagem no X, ex-Twitter, Farhad Shami, porta-voz das forças democráticas sírias, grupo liderado por curdos.

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O Observatório Sírio para Direitos Humanos, uma organização baseada no Reino Unido, destacou que 12 pessoas foram feridas na ação.

Segundo o Observatório, a Turquia realizou 128 ataques aéreos no nordeste da Síria em 2023, que mataram 94 pessoas. Fonte: Associated Press.

A primeira-dama Janja Lula da Silva usou o X, antigo Twitter, nesta sexta-feira (10), para afirmar que havia sido convidada pela primeira-dama da Turquia, Sra. Emine Erdoğan, para participar do manifesto “Unidos pela Paz na Palestina”, que ocorrerá no próximo dia 15 na Turquia. Janja informou que não vai comparecer ao evento, mas reforçou seu desejo “por um mundo justo e em paz, onde todas as vidas são importantes”.

“Como disse à Sra. Erdoğan, esta é uma iniciativa inspiradora que nos convoca a unir nossas vozes por Gaza e pela paz. O que estamos vivendo reforça o que tenho falado há meses sobre como as guerras vitimam e afetam gravemente crianças e mulheres. De acordo com a ONU, 70% das vítimas dos conflitos em Gaza são mulheres e crianças”, disse.

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“A crise humanitária se aprofunda e a construção de corredores humanitários e cessar-fogo se tornam ainda mais urgentes, esta é uma oportunidade para reforçarmos e apoiarmos os esforços de nossos países na ONU. Civis devem ser protegidos como exigem as leis internacionais que foram construídas a partir do aprendizado histórico que acumulamos como humanidade”, emendou.

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Um atentado suicida abalou neste domingo (1) o centro da capital da Turquia, Ancara, poucas horas antes da abertura da nova sessão parlamentar que deve validar a entrada da Suécia na Otan.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, discursará durante a sessão, segundo o site da presidência, que confirmou a presença do chefe de Estado.

O Parlamento também mantém a agenda "sem alterações", informou o porta-voz do Legislativo.

O ministério do Interior informou que dois policiais ficaram feridos no ataque executado por "dois terroristas". Um deles "detonou a carga explosiva que carregava e o outro foi neutralizado".

A vida dos agentes está fora de perigo, segundo a pasta.

A área do ataque, que não foi reivindicado, abriga vários ministérios e o Parlamento.

"Dois terroristas chegaram em um veículo às 9H30 (3H30 de Brasília) na porta de entrada da Direção Geral de Segurança do ministério do Interior e executaram um atentado com bomba", afirmou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya.

A forte explosão foi ouvida a vários quilômetros de distância. A onda expansiva derrubou diversas árvores.

Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra um veículo cinza estacionando lentamente diante da sede da polícia. Um criminoso desce do carro e avança com uma arma na mão, antes de detonar a carga explosiva presa ao corpo diante da cabine de polícia.

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O segundo criminoso sai do veículo, mas desaparece das imagens devido à fumaça e poeira levantadas pela explosão.

A polícia de Ancara anunciou que estava realizando "explosões controladas de pacotes suspeitos" devido ao temor de novos atentados. A força de segurança pediu aos moradores da cidade que mantenham a calma.

- Entrada da Suécia na Otan -

O canal de televisão privado NTV informou que tiroteios foram registrados na área próxima do atentado, que foi isolada. Viaturas policiais e ambulâncias estavam no local.

O Ministério Público de Ancara anunciou a abertura de uma investigação e proibiu o acesso à região.

Também pediu aos meios de comunicação, em particular os canais de televisão, que interrompessem imediatamente a exibição de imagens do local do ataque, o que foi atendido.

O Parlamento turco deve validar na sessão a entrada da Suécia na Otan.

Hungria e Turquia retiraram em julho os vetos à entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas adiaram a votação para ratificar a adesão.

Erdogan pressiona a Suécia há vários meses a adotar medidas contra as profanações do Alcorão, tema que provoca tensão entre os dois países.

A Finlândia se tornou em abril o 31º país membro da Otan, após três décadas de neutralidade militar e em plena guerra da Ucrânia.

A União Europeia condenou com veemência o atentado.

Ancara, capital da Turquia, já sofreu vários atentados, em particular nos anos 2015 e 2016, muitos deles reivindicados pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O PKK, que luta contra o Estado turco desde 1984, está na lista de grupos terroristas elaborada por Ancara e pelos aliados ocidentais do país.

Os militantes curdos vinculados ao PKK controlam a maior parte do nordeste da Síria.

Em outubro de 2015, um atentado em Ancara reivindicado pelo EI matou 109 pessoas.

O atentado mais recente na Turquia havia acontecido em uma avenida comercial importante de Istambul, a Istiklal, em novembro de 2022, uma explosão que deixou seis mortos e 81 feridos.

Um espeleólogo americano, que passou mal em 2 de setembro no fundo de uma gruta profunda no sul da Turquia, foi resgatado nesta segunda-feira (11), anunciou a federação de espeleologia do país euro-asiático.

"Mark Dickey saiu", informou a federação. "A operação de resgate terminou com sucesso", acrescentou.

O homem, de 40 anos, sofreu uma hemorragia abdominal enquanto explorava o sistema de cavernas de Morca, no sul da Turquia, juntamente com uma equipe internacional.

A gruta, a terceira mais profunda da Turquia, chega a quase 1.300 metros no subsolo em seu ponto mais baixo.

Dickey passou mal a uma profundidade de 1.120 metros.

Seu infortúnio desencadeou o que os socorristas descreveram como uma das operações de resgate subterrâneo mais amplas e complicadas já organizadas.

Em um vídeo, Dickey agradeceu ao governo turco pela ajuda e afirmou que sua "rápida reação" tinha-lhe "salvado a vida".

Uma equipe internacional com cerca de 200 socorristas tem a difícil missão de resgatar o explorador norte-americano Mark Dickey, de 40 anos, preso em uma caverna na Turquia a mais de 1 km de profundidade. Depois de quase uma semana, a operação dramática deve entrar na reta final a partir desta sexta-feira (8) com um lento e complexo processo de subida.

Dickey, explorador experiente que ajuda a salvar outras pessoas como membro da Comissão Nacional de Resgate em Cavernas dos Estados Unidos, terá que subir com o apoio de uma maca.

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"Isso vai protegê-lo, mas também significa que levará mais tempo para sair da caverna, porque há muitos trechos estreitos e apertados no caminho de saída, é mais difícil passar com a maca", explicou a representante da Comissão Nacional de Resgate em Cavernas Gretchen Baker. "Este não será um resgate rápido em razão da localização dele na caverna e do terreno desafiador à frente", concluiu.

O bombeiro Justin Hanley, de 28 anos, conheceu Dickey quando participou de um curso de resgate em cavernas ministrado pelo explorador há alguns meses. "Mark é o cara que deveria estar naquela missão de resgate, liderando e prestando consultoria, e para ele ser o que precisa ser resgatado é uma espécie de tragédia por si só", disse ele.

Com 20 anos de experiência, o norte-americano estava na Turquia com uma equipe de especialistas para ajudar a mapear a caverna Morca, que chega a 1,2 km, uma das mais profundas do país. Durante a expedição, já a mais de 1 km, ele sofreu um sangramento gastrointestinal e foi levado para uma espécie de acampamento dentro do caverna.

Diante da difícil missão para socorrê-lo, a Turquia pediu ajuda da Associação Europeia de Resgate em Cavernas no último sábado, 2. Equipados com suprimentos médicos e bolsas de sangue, os socorristas da Hungria foram os primeiros a chegar ao local em que estava Mark Dickey e fizeram um transfusão de sangue para que ele sobrevivesse.

Depois de ter o quadro de saúde estabilizado, o explorador chegou a gravar um vídeo em que agradece pelo esforço de resgate e envio de ajuda médica. "Salvou a minha vida", destacou o explorador. "Eu estava muito perto do limite".

Na mensagem gravada na quinta-feira, ele afirmou ainda que, embora esteja alerta e falando, não está curado por dentro e vai precisar de muita ajuda para subir.

A comunicação com Dickey leva até sete horas e é feita por outras pessoas que vão do acampamento onde ele está até outra base em um ponto mais alto da caverna, onde é possível usar um telefone.

Além dos socorristas de Hungria e Turquia, a complexa operação também conta com equipes de Croácia, Bulgária, Itália e Polônia. Cada país ficou responsável por estabelecer uma base de apoio ao longo da caverna para garantir os cuidados médicos constantes que serão necessários durante a subida.

"As missões de resgate nessa profundidade são muito raras, extremamente difíceis e exigem a presença de muitos socorristas experientes em cavernas", ressaltou a Associação Europeia de Resgate em comunicado à imprensa.

O especialista Yusuf Ogrenecek, da Federação Turca de Espeleologia (ciência que estuda as cavernas), explicou que uma das principais dificuldades é aumentar as passagens, que são muito estreitas, para subir a maca. Além disso, o desgaste físico e psicológico de permanecer por dias dentro da caverna com um frio de 4ºC aumentam ainda mais o desafio.

Nesta sexta, o dia em que a missão avança para entrar em sua parte final - e talvez mais difícil - os socorristas internacionais continuavam chegando à Turquia para ajudar. O resgate ainda deve levar no mínimo mais três ou quatro dias, estimou um dos responsáveis pela agência turca de emergências, Cenk Yildiz, em entrevista à agência de notícias local IHA.

"Os médicos foram muito bem-sucedidos em tratá-lo, e agora estamos em posição de retirá-lo da caverna", disse ele lembrando que é uma operação muito difícil e que uma pessoa saudável levaria 16 horas para sair. "Nossa prioridade é a saúde. O objetivo é concluir essa operação sem colocar ninguém em risco", concluiu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Antes rivais na disputa para sediar a Eurocopa de 2032, Itália e Turquia resolveram se unir em uma candidatura conjunta, sem nenhum outro país na disputa até o momento. A nova parceria, revelada pela Uefa nesta sexta-feira, deve facilitar o caminho de Reino Unido e Irlanda para sediar a edição 2028 do torneio.

A Turquia também apresentou uma proposta para sediar a Euro 2028 e é a única concorrente dos britânicos. Embora não tenha retirado a candidatura, o país eurasiático deve se contentar em ser sede em 2032, ao lado dos italianos. Assim, as duas edições podem ter suas sedes definidas sem competitividade entre diferentes candidaturas.

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Além disso, a união reduz o risco de a Uefa se comprometer com um único anfitrião para um torneio de 24 times e 51 jogos. Por outro lado, desafia a promessa da entidade de atingir emissões zero de carbono em seus eventos até 2040, especialmente em razão do fato de Roma e Istambul estarem separadas por cerca de 1.400 quilômetros, com voos que duram mais de duas horas.

Para a Itália, haverá ainda a necessidade de construir e reformar seus estádios, considerados fora dos padrões atuais. A Turquia, por sua vez, tem os estádios e a infraestrutura quase totalmente prontos, já que o presidente Recep Tayyip Erdogan liderou um projeto nacional de construções. Apesar disso, há questionamentos sobre a capacidade do país em sediar um evento desse porte, pois torcedores do Manchester City sofreram com problemas de logística durante a disputa da final da Liga dos Campeões da temporada passada, em Istambul.

A Uefa informou que está trabalhando com as duas federações para garantir que a proposta conjunta atenda a todos os requisitos para o torneio. Já a federação turca disse que a Eurocopa 2032 será "distribuída igualmente entre os dois países" e que ainda não há decisão sobre quais cidades e estádios serão utilizados.

A Polícia Federal investiga um esquema de doutrinação religiosa e tráfico humano de meninos indígenas da Amazônia. De acordo com reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (23), a Associação Solidária Humanitária do Amazonas é suspeita de converter indígenas ao Islã e levá-los à Turquia.

No início do mês, cinco indígenas que participavam do programa foram deportados da Turquia após ficarem três semanas detidos em Istambul. A Polícia Federal investiga quais eram as atividades dos jovens na Turquia.

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"Se tratam de indígenas em situação de absoluta vulnerabilidade e que se tornam, portanto, presas fáceis para essas organizações criminosas. A apresentação era feita como uma proposta de estudo na Turquia, a fim de que aqueles indígenas tivessem a possibilidade de se tornarem médicos, advogados, teólogos, engenheiros, quando, na verdade, o processo era de servidão, de imposição religiosa, de doutrinação", afirmou ao Fantástico o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Umberto Ramos.

Ao menos oito pessoas, entre turcos e brasileiros, são suspeitas de envolvimento com o esquema. O turco Abdulhakim Tokdemir, apontado como líder da Associação Solidária Humanitária do Amazonas, teve seu passaporte, computador e celular apreendidos e os sigilos fiscal e bancário quebrados.

"Às vezes as pessoas pensam muito naquele tráfico puro, onde a pessoa está acorrentada a uma cama, onde a pessoa está sofrendo agressões. Não necessariamente ele acontece dessa forma. Às vezes, ele é um convite para que a pessoa vá para um outro país, a pessoa vai de forma voluntária. Só que, quando ela chega lá, não foi dito exatamente o que ela ia fazer lá ou quais eram as condições a que ia ser submetida", disse Letícia Prado, delegada da PF no Amazonas.

Entre os casos relatados pelo Fantástico estão indígenas da comunidade Taracuá, distante cinco horas de barco de Manaus. Uma indígena contou que seu filho deixou o Brasil quando tinha 15 anos e já está na Turquia há dois. O jovem teria viajado em um grupo com cerca de 15 pessoas.

O Fantástico não conseguiu contato com a associação. À PF, Abdulhakim Tokdemir afirmou que não tem intenção de converter indígenas, mas se alguém quiser aprender sobre o Islã, ele tem a obrigação de ensinar.

A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu sua mais dura derrota nesta Liga das Nações, nesta sexta-feira. O time comandado por José Roberto Guimarães levou 3 a 0 da Turquia, com parciais de 22/25, 16/25 e 22/25, em Bangcoc, na Tailândia. Foi o segundo revés consecutivo da equipe nacional na competição.

No total, o Brasil soma agora quatro derrotas em 11 jogos nesta fase classificatória da competição. O time foi batido por China, Estados Unidos, pela modesta seleção do Canadá, na quinta, e agora pela Turquia, considerada time mediano na competição, nesta sexta.

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O novo tropeço derrubou a seleção para o quarto lugar da tabela, com 21 pontos, atrás justamente das turcas, que somam 26. Somente as seis primeiras colocadas avançam à fase final. O time brasileiro encerrará sua participação nesta etapa classificatória no domingo, diante da anfitriã Tailândia, às 10h30 (horário de Brasília).

Diante da equipe da casa, atual 13ª da tabela, o Brasil é franco favorito. E não deve ter problemas para assegurar sua vaga na fase final.

Como vem sendo frequente nesta Liga das Nações, Zé Roberto promoveu alterações na equipe titular. Desta vez, colocou Lorrayna e Maiara começando a partida. Também foram titulares Gabi, Carol, Macris e Thaisa, além da líbero Nyeme. A maior pontuadora do Brasil foi Maiara, com 12. Thaisa anotou oito e Gabi, apenas sete. Pela Turquia, Ebrar Karakurt sobrou em quadra e registrou 19 pontos.

Também seguiu a rotina nesta edição do torneio a fraca atuação do Brasil no começo do jogo. Mais uma vez, erros e oscilações fizeram parte da performance nacional, que serviram de combustível para alimentar a confiança das adversárias. E a Turquia, sob a liderança de Karakurt, soube aproveitar suas oportunidades.

Sem enfrentar maior resistência, o time turco abriu quatro pontos de vantagem e viu o Brasil esboçar reação somente na reta final do primeiro set. As brasileiras empataram em 20/20, mas não sustentaram a recuperação na parcial.

O que estava ruim ficou pior no segundo set, provavelmente o pior da seleção em toda a competição até agora. A equipe turca começou na frente e ampliou sua vantagem sem fazer maior esforço. Chegou a abrir 22/12 no placar, diante da apatia da seleção brasileira, que já pensava no terceiro set.

A parcial foi a mais equilibrada do jogo. O Brasil até saiu na frente, mas a Turquia empatou rapidamente e, a partir daí, as duas seleções começaram a fazer uma disputa ponto a ponto. Até que as turcas retomara a dianteira do placar no momento mais importante do set, buscaram um match point e não desperdiçaram a oportunidade.

Eleito pela terceira vez na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan tomou posse neste sábado, 3, dando início ao seu terceiro mandato presidencial após três passagens como primeiro-ministro. Durante sua cerimônia de posse no palácio presidencial, ele saudou "o início do século turco, um novo período de glória para nosso país". Em outubro, o país celebra seu centenário como república, que se iniciou após a queda do Império Otomano.

"Convido todas as 81 províncias a se reunirem em fraternidade. Deixemos para trás os ressentimentos da campanha. Vamos encontrar uma maneira de compensar os sentimentos feridos. Vamos todos trabalhar juntos para construir o século turco", disse em seu discurso de posse. Ele também expressou sua intenção de introduzir uma nova constituição, dizendo: "Libertaremos nossa democracia da atual constituição produzida pelo golpe militar (de 1980) e a fortaleceremos com uma constituição civil e inclusiva que promova a liberdade".

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Agora, as atenções estão voltadas para o anúncio de seu novo gabinete. Sua programação deve indicar se haverá uma continuação de políticas econômicas heterodoxas ou um retorno a outras mais convencionais, em meio a uma crise de aumento do custo de vida.

Erdogan, de 69 anos, ganhou um novo mandato de cinco anos em um segundo turno da corrida presidencial na semana passada, o que pode estender seu governo de 20 anos no país-chave da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), responsável pelo segundo maior exército da aliança militar internacional. A Turquia também hospeda milhões de refugiados e desempenhou um papel crucial na intermediação de um acordo que permitiu o embarque de grãos ucranianos através do Mar Negro, alertando para uma crise alimentar global.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, 69, venceu a eleição presidencial e vai governar o país por mais cinco anos, estendendo seu poder até 2028. Erdogan está no poder desde 2003, entre mandatos de primeiro-ministro e presidente. A projeção é da mídia estatal da Turquia.

Vitorioso nas urnas três vezes como premiê e outras duas como presidente, após promover mudanças nas regras eleitorais e na Constituição, Erdogan tem 52,1% dos votos, à frente do adversário, Kemal Kilicdaroglu, 74, que tem 47,8%. Os números são divulgados pela agência de notícias estatal, a Anadolu.

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Apesar de ter sido a disputa mais acirrada da história política de Erdogan - é a primeira vez que uma eleição presidencial vai para o segundo turno no país - o presidente turco reeleito teve 26 milhões de votos, 3 milhões a mais que seu adversário. Erdogan dominou a votação no centro do país, assim como o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado por ele, e que obteve votação expressiva nas eleições parlamentares duas semanas atrás.

O adversário de Erdogan, Kemal Kilicdaroglu, ainda não se manifestou sobre o resultado. À frente de uma coalizão de seis partidos, ele votou em Ancara, capital do país, onde convidou os seus apoiadores a permanecerem próximos das urnas após o encerramento da votação, para acompanharem a contagem.

Os dois candidatos votaram perto das 12h (6h, em Brasília), ambos acompanhados pelas mulheres. Tanto Erdogan, em Istambul, quanto Kilicdaroglu, em Ancara, pediram que os eleitores fossem às urnas, diante de um clima aparentemente mais tranquilo em comparação com o primeiro turno, quando foi registrada afluência de 88%.

Assim que a votação foi encerrada, às 17h locais, o atual presidente agradeceu aos eleitores no Twitter e instigou os partidários a "cuidarem das urnas até o resultado final", na observação da contagem de votos. "Agora é hora de proteger a vontade de nossa nação até o último momento", escreveu.

O resultado indica que a crise econômica, que alimentou as esperanças da oposição de derrubá-lo, é uma pauta em segundo plano para a maioria dos turcos.

Principalmente sua base eleitoral coloca os interesses nacionais em primeiro lugar, em uma pauta identitária que muitas vezes coincide e se funde com a do Islamismo, que esteve na origem da carreira política do líder conservador.

De acordo com a rede al-Jazeera foram reportados ataques a observadores eleitorais, cédulas pré-preenchidas com votos em Erdogan e pessoas sendo impedidas de votar.

O presidente do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener, disse, no entanto, que a votação não foi prejudicada. "Não houve nenhuma situação negativa que tenha sido refletida em nosso conselho e que tenha impactado o processo de votação", disse ele a repórteres.

Turquia rumo à autocracia

A votação expressiva agora deve consolidar o domínio de Erdogan na vida pública da Turquia, um país estrategicamente localizado entre o Ocidente e o Oriente, membro da Otan, mas cortejado pela Rússia e pela China. Para analistas, a vitória deve dar controle ainda mais firme de Erdogan e seu governo cada vez mais autoritário.

"Erdogan tem apoio dos setores conservadores e religiosos do eleitorado de 64 milhões de pessoas, e é reconhecido como o homem forte que posicionou a Turquia como protagonista na geopolítica e deu voz ativa aos religiosos", afirmou diz Soner Cagaptay, que chefia a pesquisa sobre a Turquia no Washington Institute, uma organização de pesquisa política, e é autor do livro Um sultão no outono, sobre as mazelas do período Erdogan no poder.. "Essa concentração de poder, que começou coma reforma que acabou com a figura do primeiro-ministro e se estendeu com a perseguição política de adversários, deve aumentar ainda mais agora".

A campanha de Erdogan se concentrou nos avanços que ele disse que a Turquia conseguiu sob seu governo, como um país modernizado por megaprojetos como pontes e aeroportos e uma potência global independente que produzia suas próprias armas militares. Ele também atacou ferozmente a oposição, alegando que eles eram apoiados por grupos "terroristas", no que analistas disseram ser um sinal de desespero, já que ele flertou com a derrota pela primeira vez em anos.

Em uma tentativa de atrair os eleitores duramente atingidos pela inflação, Erdogan aumentou os salários e as pensões e subsidiou as contas de eletricidade e gás, ao mesmo tempo em que apresentava a indústria de defesa e os projetos de infraestrutura da Turquia.

A resiliência do presidente turco, quando consecutivas pesquisas previam sua derrota, certamente denota o controle sistemático de seu partido sobre os meios de comunicação e os tribunais do país (a Freedom House, entidade que classifica o estado da democracia nos países, baixou a colocação da Turquia de "parcialmente livre" para "não livre" em 2018).

Mas o autoritarismo vai muito além de votos e tiros. Televisão, música, monumentos e memoriais foram as principais alavancas de um projeto político: uma campanha de ressentimento cultural e renascimento nacional que culminou em maio, nos carpetes azul-esverdeados instalados sob a abóbada de Hagia Sophia.

Fora da Turquia, essa reviravolta cultural é com frequência descrita como "islamista", e Erdogan e seu Partido Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AKP, realmente passaram a permitir expressões de religiosidade anteriormente banidas, como as mulheres cobrirem o cabelo com véus dentro de instituições públicas.

Mas esta eleição sugere que o nacionalismo, não a religião, pode ser o verdadeiro fio condutor da revolução cultural de Erdogan. Suas celebrações do passado otomano - e o ressentimento dos que supostamente o odeiam, seja no Ocidente ou dentro da Turquia - caminham ao lado de esforços nacionalistas não relacionados com o Islã.

O país organizou campanhas agressivas pela devolução de antiguidades greco-romanas levadas para museus no Ocidente. Equipes estrangeiras de arqueologia tiveram permissões de trabalho canceladas. A Turquia se posiciona na vanguarda obscura de uma tendência vista por toda parte hoje, principalmente nos Estados Unidos: uma política cultural de ressentimento perpétuo, quando a indignação é mantida mesmo após a vitória.

Crise econômica à vista

O índice de inflação na Turquia está em 44%. Os consumidores têm visto seus salários comprar cada vez menos comida, e agora, gastos do governo em benesses e esforços para sustentar o valor da moeda ameaçam o crescimento econômico e poderiam empurrar o país para a recessão.

O desafio será duro para Erdogan. "A economia relativamente forte dos trimestres recentes foi produto de políticas insustentáveis, portanto muito provavelmente haverá contração ou recessão", afirmou Brad Setser, especialista em comércio global e finanças do Council on Foreign Relations.

"Os trabalhadores turcos se sentirão mais pobres quando o valor da lira cair", afirmou ele sobre a moeda local. "As pessoas terão mais dificuldade de encontrar emprego para ganhar um salário que cubra o custo de vida."

A turbulência econômica na Turquia, uma das 20 maiores economias do mundo, poderia ecoar também globalmente, em razão de sua extensa rede de relações de comércio internacional.

Em sua primeira década na presidência, Erdogan coordenou um crescimento econômico dramático, que transformou cidades turcas e retirou da pobreza milhões de pessoas. Mas alguns desses ganhos têm erodido nos anos recentes. A moeda nacional perdeu 80% de seu valor em relação ao dólar desde 2018. E o índice anual de inflação, que chegou a mais de 80% em seu auge, no ano passado, baixou, mas no mês passado ainda permanecia em 44%, fazendo muitos turcos se sentir mais pobres.

Enquanto a ortodoxia econômica normalmente requer aumentar taxas de juros para combater a inflação, Erdogan tem insistido em fazer o oposto, reduzindo-as repetidamente - o que, segundo economistas, exacerbou o problema.

Durante sua campanha pela reeleição, Erdogan não demonstrou nenhuma intenção de alterar suas políticas, dobrando a aposta em sua convicção de que juros baixos ajudam a economia a crescer por ocasionar crédito barato para aumentar a manufatura e as exportações turcas.

Erdogan prometeu "combater" a crise eeconômica. "Nós trabalharemos incansavelmente até colocar a Turquia entre as dez maiores economias do mundo", afirmou Erdogan em um comício este mês. "Se hoje a realidade na Turquia não permite que seus pensionistas, trabalhadores e funcionários públicos sejam esmagados pela inflação, é porque nós fomos bem-sucedidos em apoiar vocês."

Maioria no Parlamento

Além disso, a aliança liderada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, de Erdogan, manteve sua maioria no parlamento de 600 assentos, embora a assembleia tenha perdido muito de seu poder após um referendo que deu à presidência poderes legislativos adicionais. O AKP de Erdogan e seus aliados garantiram 321 assentos na Assembleia Nacional, enquanto a oposição conquistou 213 e os 66 restantes foram para uma aliança pró-curda, de acordo com resultados preliminares.

Howard Eissenstat, professor associado de história e política do Oriente Médio na St. Lawrence University, em Nova York, disse que esses resultados deram a Erdogan uma vantagem no segundo turno, porque os eleitores não gostariam de um "governo dividido".

Quase 89% dos eleitores elegíveis na Turquia votaram e mais da metade dos eleitores estrangeiros foram às urnas. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente forte, apesar do governo suprimir a liberdade de expressão e reunião ao longo dos anos e especialmente desde a tentativa de golpe de 2016.

Terremoto esquecido?

Os terremotos de fevereiro deste ano no sul da Turquia deixaram cicatrizes em um curral eleitoral de Erdogan, mas não foram suficientes para abalar a popularidade do líder turco. Os tremores deixaram a maior parte da cidade em ruínas. Um boom imobiliário de duas décadas por aqui, emblemático em relação ao foco nacional de Erdogan em desenvolvimento, mais do que dobrou a população local, para cerca de 25 mil pessoas.

Um em cada seis habitantes de Nurdagi morreu nos terremotos. Mais de 50 mil pessoas morreram na região, de acordo com cifras oficiais; muitos observadores acreditam que o número real é muito maior. Os resultados relatados pela agência estatal Anadolu mostraram que o partido de Erdogan domina a região, vencendo 10 das 11 províncias em uma área que tradicionalmente apoia o presidente. Isso ocorreu apesar das críticas à resposta lenta de seu governo ao terremoto de magnitude 7,8 que matou mais de 50.000 pessoas.

A Turquia caminha nesta segunda-feira (15), pela primeira vez em sua história, para um segundo turno eleitoral em 28 de maio entre o atual presidente Recep Tayyip Erdogan, um conservador islâmico, e seu principal rival, Kemal Kiliçdaroglu, um social-democrata.

Os resultados definitivos das disputas presidenciais e legislativas celebradas no domingo ainda não foram divulgados. Os 64 milhões de eleitores do país compareceram em massa às urnas e o índice de participação provisório é de quase 90%.

Após a apuração de mais de 99% das urnas, Erdogan tem 49,4% dos votos e Kiliçdaroglu 44,95%, um resultado melhor que o esperado para o atual chefe de Estado, que aparecia em desvantagem nas pesquisas mais recentes.

A oposição, que no domingo chegou a afirmar que liderava a votação, recebeu os números como um banho de água fria.

"Se nossa nação decidir pelo segundo turno, nós certamente venceremos no segundo turno", disse Kiliçdaroglu durante a madrugada. O social-democrata lidera uma ampla coalizão de seis partidos opositores e afirmou que "a vontade de mudança na sociedade é maior do que 50%".

Recep Tayyip Erdogan, reeleito em 2018 no primeiro turno, também discursou para simpatizantes no domingo à noite.

"Acredito sinceramente que vamos continuar servindo o nosso povo nos próximos cinco anos", disse Erdogan, que está desde 2003 no poder (primeiro-ministro de 2003 a 2014 e depois presidente). Nas últimas semanas ele fez diversas promessas para conter a inflação elevada que afeta o país.

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, conservador islâmico), parece estar bem posicionado para prosseguir com a maioria no Parlamento.

- Batalha de números -

O resultado do segundo turno dependerá parcialmente de um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, que recebeu quase 5% dos votos no domingo. Até o momento ele não pediu a seus simpatizantes que votem em nenhum dos candidatos.

No bairro de Sishan, em Istambul, os moradores expressaram opiniões conflitantes nesta segunda-feira sobre o resultado do segundo turno em 28 de maio.

Para Betul Yilmaz, 26 anos, "Kiliçdaroglu pode vencer se estabelecer uma aliança com Sinan Ogan".

"Mas está muito disputado", acrescenta a jovem.

"Tayyip Erdogan vencerá. É um verdadeiro líder, os turcos confiam nele e tem uma visão para a Turquia", afirmou Hamdi Kurumahmut, 40 anos, que trabalha no setor de turismo.

"Certamente há coisas que devem melhorar, na economia, na educação ou nas políticas de recepção dos refugiados. Mas sabemos ele é quem pode solucionar tudo isto"”, defendeu o homem.

Durante a noite, os dois lados travaram uma batalha de números, com pedidos para que seus observadores permanecessem nos locais de apuração dos votos "até o fim".

O lado de Kiliçdaroglu rapidamente rejeitou os primeiros números, que apontavam uma grande vantagem de Erdogan, afirmando que os resultados das áreas de votação mais favoráveis ao candidato da oposição ainda não haviam sido contabilizados devido aos vários recursos apresentados, o que provocava atrasos no processo de apuração.

Porém, o jornal Sabah, ligado a Erdogan, destacou que o fato de o presidente ser o mais votado no primeiro turno representa um "êxito formidável".

Os turcos vão às urnas neste domingo (14) em uma eleição crucial que poderia estender o domínio de duas décadas do presidente Recep Tayyip Erdogan, ou levar o país de maioria muçulmana à secularização.

Com a expressão cansada, o presidente em final de mandato e candidato Recep Tayyip Erdogan compareceu à sua seção eleitoral em Üsküdar, um bairro conservador de Istambul, para votar, desejando "um futuro próspero para o país e para a democracia turca".

Erdogan, que não quis dar nenhuma previsão dos resultados, destacou o "entusiasmo dos eleitores", principalmente nas áreas mais atingidas pelo terremoto de 6 de fevereiro, que deixou pelo menos 50 mil mortos.

O candidato da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, votou pouco antes em Ancara.

"Sentimos falta da democracia", declarou com um sorriso. "Vocês vão ver. A primavera vai voltar para este, se Deus quiser, e vai durará para sempre", acrescentou, referindo-se a um de seus "slogans" de campanha.

Em uma Turquia profundamente dividida, a disputa para eleger o 13º presidente do país, um século após a fundação de sua república, promete ser equilibrada.

- Polarizados -

O país está polarizado entre os dois principais candidatos: o presidente islâmico-conservador Erdogan, de 69 anos, no poder há duas décadas, e seu principal oponente Kemal Kiliçdaroglu, de 74, líder de um partido social-democrata laico, o CHP.

Para garantir a vitória no primeiro turno, eles precisam de pelo menos 50% dos votos mais um.

O terceiro candidato em disputa é Sinan Ogan, a quem as pesquisas atribuem apenas alguns pontos.

"O importante é não dividir a Turquia", disse Recep Turktan, um eleitor de 67 anos que esperava em frente à sua seção eleitoral em Üsküdar.

Hoje, 64 milhões de eleitores, que também elegerão seu Parlamento, estão habilitados para votar neste país de 85 milhões de habitantes. Tradicionalmente, as taxas de participação eleitoral são superiores a 80%.

Bom humor e clima festivo reinam entre os eleitores neste domingo, que coincide com o Dia das Mães na Turquia.

- Crise econômica -

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna, lidera uma coalizão de seis partidos que vai da direita nacionalista à centro-esquerda liberal.

Ele também recebeu o apoio do partido pró-curdo HDP, a terceira maior força política do país.

Em 2018, na última eleição presidencial, o chefe de Estado venceu no primeiro turno com mais de 52,5% dos votos. Se, desta vez, tiver de disputar um segundo turno, em 28 de maio, já será um golpe para ele.

Erdogan prometeu respeitar o resultado das urnas, que serão monitoradas por centenas de milhares de observadores eleitorais de ambos os lados.

Nesta disputa, tem-se um país atingido por uma crise econômica, com uma moeda desvalorizada pela metade em dois anos, e uma inflação que passou de 85% no outono, além do dramático terremoto de fevereiro, que colocou em xeque a onipotência de Erdogan.

Seu rival, Kemal Kiliçdaroglu, aposta no apaziguamento e promete restaurar o estado de direito e respeitar as instituições, afetadas nos últimos dez anos pela guinada autocrática de Erdogan.

De acordo com as pesquisas, seus discursos breves e tranquilos, em contraste com os de Erdogan, conquistaram a maioria dos 5,2 milhões de jovens turcos que votaram pela primeira vez.

Para o cientista político Ahmet Insel, exilado em Paris, “a derrota de Erdogan mostraria que podemos sair de uma autocracia consolidada pelas urnas”.

País-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Turquia goza de uma posição privilegiada entre a Europa e o Oriente Médio e é um importante ator diplomático.

Os centros de votação fecham as portas às 17h (11h em Brasília). As primeiras estimativas oficiais devem começar a ser divulgadas em torno de quatro horas depois.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mobiliza seus apoiadores neste sábado (13) e reza em Santa Sofia, a basílica transformada em museu em Istambul, a 24 horas das decisivas eleições de domingo, nas quais enfrenta uma oposição unida pela primeira vez.

É nesta basílica bizantina do século IV, convertida em mesquita em 2020, que o chefe de Estado encerrará uma campanha de injúrias e ameaças veladas feitas tanto por ele quanto por seus correligionários contra seu maior rival, Kemal Kiliçdaroglu.

"Todo o Ocidente ficou atordoado! Mas eu fiz", gritou ele para seus apoiadores, neste sábado, sobre a conversão da Santa Sofia.

Reeleito nas urnas desde 2003, Erdogan, de 69 anos, prometeu na sexta-feira respeitar o resultado das eleições presidencial e legislativas, para as quais são convocados 64 milhões de eleitores.

"Chegamos ao poder pela via democrática, com o apoio do nosso povo. Se nossa nação tomar uma decisão diferente, faremos o que a democracia exige", afirmou, visivelmente irritado, em entrevista transmitida à noite pela televisão, simultaneamente, na maioria dos canais do país.

O medo de excessos violentos persiste nas grandes cidades, após uma série de incidentes ocorridos na reta final de uma campanha bastante polarizada, obrigando seu adversário a usar um colete à prova de balas debaixo do terno em suas últimas reuniões de campanha.

- "Prontos para a democracia?" -

Kiliçadraoglu, que voltou para Ancara, conclui sua campanha neste sábado com uma visita simbólica ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna.

Ao contrário do poder autocrático "de um só homem" (Erdogan), seu principal adversário, de 74 anos, propõe, em caso de vitória, uma direção colegiada, cercada de vice-presidentes que representem os seis partidos da coalizão que ele dirige, indo da direita nacionalista à esquerda liberal.

"Estão prontos para a democracia? Para a paz reinar neste país? Eu estou. Prometo isso a vocês", declarou, ontem, em seu último grande comício em Ancara.

"Eu prometo" é o slogan de sua campanha e o refrão das canções de seus apoiadores.

Kiliçadraoglu promete o retorno ao Estado de direito e ao regime parlamentar, a separação dos poderes e a libertação das dezenas de milhares de presos políticos, entre juízes, intelectuais, militares e funcionários públicos, acusados de "terrorismo", ou de "insulto ao presidente ".

A popularidade do chefe de Estado, que destaca as grandes conquistas e o desenvolvimento de seu país desde 2003, foi prejudicada pela virada autoritária da última década, por uma economia em crise e por uma inflação de cerca de 40% em um ano, conforme dados oficiais contestados.

Erdogan reconhece ter dificuldade para atrair os mais jovens, dos quais mais de 5,2 milhões votarão pela primeira vez. Outra incógnita é o impacto do terremoto que devastou parte do sul da Turquia, deixando pelo menos 50 mil mortos e três milhões de desaparecidos.

O Reino Unido e a Irlanda oficializaram nesta quarta-feira uma candidatura conjunta para sediar a Eurocopa de 2028 e apresentaram os estádios que pretendem utilizar para receber os jogos caso vençam a disputa. A Uefa também recebeu uma proposta da Federação Turca de Futebol, outra interessada em ter seu país como sede do torneio de seleções europeias.

O Reino Unido propõe o uso de estádios ao longo de todo seu território. Sem o Old Trafford, do United, e o Anfield, do Liverpool, na lista, os estádios escolhidos na Inglaterra foram o Estádio de Wembley, o Tottenham Hotspur Stadium, o Etihad Stadium (City), o St. James Park (Newcastle), o Villa Park (Aston Villa) e o novo estádio do Everton, ainda em construção.

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Os outros países britânicos entraram na disputa apenas com um estádio cada. O Principality Stadium, em Cardiff, foi eleito para representar o País de Gales, e o Hampden Park, em Glasgow, foi o escolhido pela Escócia, enquanto Casement Park, em Belfast, representa a Irlanda do Norte. Já a Irlanda, que não faz parte do Reino Unido, mas se juntou à candidatura, ofereceu o Aviva Stadium, em Dublin.

Em um comunicado, os países defenderam que a sede conjunta "levaria o torneio a novos patamares, com campos de futebol mundialmente famosos e de alta capacidade, além de novos locais de última geração que fornecerão a plataforma para a maior e mais comercialmente bem-sucedido Eurocopa de todos os tempos. Somos anfitriões de baixo risco e alta recompensa."

Concorrente de Reino Unido e Irlanda na corrida para ser sede da Eurocopa de 2028, a Turquia também formalizou a intenção de sediar a edição de 2032 do torneio. Em sua segunda proposta, os turcos terão a concorrência da Federação Italiana de Futebol, que já oficializou a candidatura da Itália.

O jogador ganês Christian Atsu, vítima do terremoto que atingiu a Turquia no início de fevereiro, foi velado nesta sexta-feira (17) em Accra, capital de Gana.

O presidente do país africano, Nana Akufo-Addo, conduziu o velório na presença da família de Atsu e seus ex-companheiros de clube, que vestiam camisetas em sua homenagem.

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Velado em um caixão envolto com as cores de Gana, torcedores se despediram do ídolo, que ficou conhecido, também, pelo trabalho social em seu país.

"Você não se foi sozinho, uma parte de mim o acompanha. Seu amor continuará me guiando. Você parecerá imortal. Seu sorriso, seu amor, vejo você no sorriso de nossos filhos", disse sua viúva, Marie-Claire Rupio, em lágrimas.

Atsu faleceu aos 31 anos no terremoto que deixou mais de 50 mil mortos na Turquia e na Síria, no início de fevereiro. Desde setembro, o ganês jogava no Hatayspor, da primeira divisão turca e baseado em Antakya (sul), perto do epicentro do incidente.

Depois de duas semanas desaparecido, seu corpo foi encontrado em 18 de fevereiro entre os escombros do prédio onde morava.

Ao longo de sua carreira, Atsu passou por clubes do futebol inglês como Chelsea e Newcastle e o Porto, de Portugal.

Ele foi enterrado em Ada, sua cidade natal, no sudeste de Gana.

Três semanas após o terremoto que destruiu partes do sudeste da Turquia e do noroeste da Síria, e que deixou mais de 50 mil mortos nos dois países, um novo tremor, de magnitude 5,6, atingiu a Turquia nesta segunda-feira (27). O epicentro do novo tremor aconteceu em Yesilyurt, na região de Malatya, no leste, também afetado pelo terremoto de 6 de fevereiro. Segundo o prefeito da cidade, Mehmet Cinar, mais prédios desabaram, mas não havia registro de vítimas.

Desde a catástrofe, mais de 6.000 tremores secundários foram registrados. A magnitude do novo terremoto foi de 5,7 graus, de acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS), que monitora terremotos em todo o mundo em tempo real. Já o Centro Sismológico Euromediterrâneo fala de magnitude 5,5.

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Nos dois casos, a força do tremor é significantemente menor que a do terremoto do dia 6 de fevereiro, que alcançou magnitude 7,8 e é um dos piores da história da região e destruiu milhares de prédios e cidades na região central da Turquia e no norte da Síria.

O novo tremor acontece com a região central da Turquia ainda praticamente sob escombros e tentando achar um caminho para a reconstrução de cidades inteiras. Mais de 173 mil prédios foram total ou parcialmente destruídos só na Turquia, segundo o governo.

O presidente turco, Recep Tayip Erdogan, muito criticado pela resposta lenta, tem culpado construtoras de edifícios, que não seguiam os protocolos antiterremoto, pela destruição. Nesta segunda-feira, o governo afirmou que mais 184 pessoas suspeitas de não cumprir com os protocolos foram presas.

A Turquia concluiu na semana passada as operações de resgate em quase todas as províncias após o terremoto que atingiu o país e a Síria. As buscas serão mantidas apenas nas duas províncias mais atingidas pelo tremor que deixou mais de 46.000 mortos apenas na Turquia.

As autoridades não informaram o número de pessoas que ficaram desabrigadas após os terremotos. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, havia dito na terça-feira passada, dia 21, que mais de 2 milhões de pessoas saíram das províncias afetadas por seus próprios meios.

"Vivemos o maior desastre de nossa história", disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, em entrevista coletiva no sábado (25). "Se você for ao local, vai entender o quão grave é a situação em comparação com o que você vê nas telas de sua TV." (Com agências internacionais).

As autoridades turcas anunciaram nesta segunda-feira (20) que estão em andamento as evacuações da área atingida por dois novos terremotos, de magnitude 6,4 e 5,8, em Hatay, no sudeste da Turquia, uma das províncias mais atingidas pelo terremoto do último dia 6 de janeiro.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Hatay, Rahmi Dogan, conforme relatado pela imprensa local.

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O Diretório de Administração de Desastres e Emergências (Afad) pediu às pessoas na área que se mantenham longe dos prédios já danificados pelo terremoto anterior e se afastem das áreas costeiras por medo de que possa haver um aumento no nível do mar.

Da Ansa

Na cidade turca de Antakya, uma das mais afetadas pelo terremoto do início do mês, Bilal Jawir termina de carregar uma van com os pertences de sua família, que está prestes a deixar sua residência.

"Não sabemos quando poderemos voltar (...) Não temos nenhuma esperança. Não temos trabalho, não temos vida. Como poderíamos continuar vivendo aqui?", lamenta ele.

Durante o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro, deixando mais de 44.000 mortos, Jawir, sua esposa e as duas filhas conseguiram sair ilesos ao se refugiarem sob algumas laranjeiras que cercam sua propriedade.

Embora sua casa não tenha sido seriamente danificada à primeira vista, a família não quer permanecer no local por medo de que a estrutura tenha sido comprometida.

"Nosso retorno vai depender da existência de serviços (públicos)” em Antakya, explica.

Assim como a família, milhões de pessoas na região enfrentam o mesmo dilema de não saber se poderão voltar às suas casas, precisarão esperar que sejam inspecionadas ou terão que se mudar para outros locais.

"É difícil fazer as malas e ir embora. Tenho muitas lembranças daqui (...) Minhas filhas nasceram aqui, nos casamos aqui", conta o homem.

A família vai para a casa do tio de Jawir em Andana, uma cidade a três horas de distância, que foi menos afetada.

- "Não sabemos o que vai acontecer" -

Alguns vizinhos de Jawir, no bairro de Kislasaray, também recolhem seus pertences e se preparam para deixar o local.

É o caso de Adnan, sua esposa e a filha, Dilay, que colocam bolsas com roupas em uma van.

"Não sabemos o que será de nossa casa, se será destruída, não sabemos o que vai acontecer", diz Adnan.

Assim como Jawir, eles não querem arriscar voltar à residência em meio à destruição após o terremoto.

A família vai se mudar para um apartamento em Mersin, a 270 quilômetros de Antakya, na costa mediterrânea da Turquia.

No entanto, alguns não hesitam em tirar proveito da situação.

No norte da cidade, um homem que trabalha com a locação de plataformas elevatórias aumentou seus preços para US$ 80 (cerca de R$ 416) a hora para usar o aparelho, capaz de alcançar até o quinto andar de um edifício.

Ele também cobra US$ 50 (aproximadamente R$ 260) por carregador e US$ 50 pelo aluguel de um caminhão.

"Aumentamos os preços por causa do perigo", contou à AFP, afirmando também que esvazia seis ou sete apartamentos todos os dias.

Já na Cidade Velha de Antakya, Cuneyt Eroglu, tenta recuperar o que sobrou de sua ótica.

"Sra. Hacer, se está me vendo, suas lentes de contato chegaram", diz ele rindo, enquanto coloca pacotes recuperados dos escombros em uma caixa de papelão.

Ao contrário de outras partes da Cidade Velha, sua rua ainda não foi limpa da enorme quantidade de entulho e pedaços de metal que cobriam grande parte da região.

"Vamos limpar e continuar morando aqui, diz, esperançoso.

Após o terremoto, o homem de 45 anos e sua família se refugiaram em uma tenda nos arredores de Antakya.

"Partir é fácil, ficar é importante (...) Depois disso, quero ficar nesta rua pelo resto da minha vida", diz ele.

A Fifa anunciou nesta sexta-feira uma doação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões) às vítimas do terremoto que atingiu regiões da Turquia e Síria na última semana. Os recursos serão destinados à assistência humanitária nos países por meio da Fifa Foundation, entidade independente fundada para promover mudanças sociais por meio do esporte.

A entidade entrou em contato com as confederações nacionais da Turquia e da Síria, além de organizações não-governamentais, para entender em quais necessidades básicas esse dinheiro deverá ser revertido. A verba será utilizada para a compra de itens emergenciais e para prover abrigo temporário aos necessitados após a catástrofe na região.

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Até o momento, mais de 42 mil pessoas perderam suas vidas no terremoto que atingiu o Oriente Médio na última semana. Além disso, outros milhares de indivíduos estão desabrigados, em temperaturas abaixo de zero na região, que atualmente passa pelo inverno.

"Em nome da comunidade global do futebol, gostaria de estender minhas mais profundas condolências às famílias e amigos daqueles que perderam suas vidas nos terremotos na Turquia e na Síria", afirmou Gianni Infantino, na semana passada. "Nossos pensamentos e orações estão com as vítimas e com os feridos nesta tragédia. Gostaríamos de expressar nossa solidariedade e apoio ao povo de ambos os países durante este período terrível."

O forte terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria na madrugada do dia 6 de fevereiro, segunda-feira. Ao longo dos últimos dias, esportistas brasileiros relataram o drama vivido nos países, como Souza e Willian Arão. Christian Atsu, ex-jogador do Chelsea, segue desaparecido após o terremoto.

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