PE: 42% dos mortos no trânsito são motociclistas

Moto também está envolvida em 76,8% dos acidentes terrestres

por Jorge Cosme ter, 19/04/2016 - 11:54
Paulo Pinto/Fotos Públicas Em 2015, o custo total com acidentes de moto foi acima de R$ 900 milhões Paulo Pinto/Fotos Públicas

A Secretaria de Saúde de Pernambuco divulgou, nesta terça-feira (19), o balanço de acidentes terrestres no Estado em 2015. As motos continuam aparecendo como grandes vilões do trânsito. Ao todo, 42,2% dos óbitos por acidentes de transporte terrestre tiveram como vítimas fatais os motociclistas. Já no número de notificações, 76,8% dos acidentes têm o envolvimento da moto. O ranking de mortes no trânsito segue com 18% de ocupantes de automóveis, 17% pedestres e 3% ciclistas.

Apesar dos números expressivos, a Secretaria de Saúde comemora o resultado. A taxa de mortalidade por acidente de moto a cada 100 mil habitantes caiu 12,9% em Pernambuco, sendo que a meta do Governo é reduzir 6% ao ano. “Isso se deve a uma série de ações, como colocação de lombadas eletrônicas em alguns locais que têm muito acidente, ações educativas nas escolas e regulação dos ciclomotores”, diz o secretário de Saúde Iran Costa.

Mesmo com redução, os acidentes ainda representam um gasto gigantesco. Tomando como modelo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Secretaria de Saúde calcula que foram gastos com os acidentes de moto em 2015 um total de R$ 917 milhões. Este valor contabiliza todos os custos, municipais, estaduais e federais. Pernambuco fica com cerca de 50% desse gasto.

Para o coordenador executivo do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (CEPAM), João Veiga, o alto custo com motociclistas acidentados impede investimentos em outras áreas da saúde. “Poderia ser um dinheiro investido no combate às arboviroses. O acidente de moto pode ser totalmente evitado. Existe um desrespeito às leis. Infelizmente, a gente fez uma pesquisa aqui e o que motociclista respeita no Recife é o sinal verde, o resto negligencia”, analisa Veiga. O coordenador acredita que a solução para isso seja o aumento da fiscalização. O dinheiro do Estado para combater às arboviroses é cerca de  10% dos R$ 917 milhões.

Ainda no combate ao número de acidentes, o funcionamento da Operação Lei Seca também precisou ser modificado. Atualmente, 35% dos automóveis fiscalizados são motocicletas. Antes de 2015, esse número chegava a apenas 10%. 

Alcoolemia – Um grande fator no número de acidentes, principalmente no interior, é a ingestão de álcool. O Governo de Pernambuco também comemora o aumento no número de veículos abordados e a redução de multas.

Em 2013, por exemplo, foram 379.792 veículos abordados e 6.990 multas por alcoolemia. Já em 2014, foram 363.474 abordagens com 6677 multas. No ano passado, o balanço ficou em 373.508 veículos abordados e 5853 aplicações de multa.

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