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Um levantamento do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam) revelou que a cada 6 horas uma pessoa morre vítima de acidente de motocicletas em Pernambuco.

A pesquisa também aponta que 11% de todos os atendimentos por acidentes com motocicletas realizados na maior emergência da capital pernambucana, o Hospital da Restauração (HR), acabam com a vítima perdendo o pé por amputação ou mesmo o movimento das pernas, com, no mínimo, uma paraplegia.

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O alarme foi dado pelo médico cirurgião Hélio Calábria, do Cepam, durante audiência pública proposta pelo vereador Rodrigo Coutinho (SD). Segundo o levantamento, o número total de acidentes em 2017 excedeu os 31 mil casos e representou nada menos que R$ 1,1 bilhão em gastos públicos com saúde.

"Recife precisa encarar esse problema de frente, como uma questão de saúde pública, não só de trânsito, envolvendo educação e conscientização. É preciso reduzir esse número de acidentes para que os hospitais possam se voltar a outros problemas, não tão evitáveis", argumenta o vereador.

Dos mais de 31 mil casos de acidentes registrados no ano passado, 25% dos condutores não usavam capacete e 55% sequer possuíam habilitação. "Se temos a maior emergência pública do estado com metade dos leitos ocupados por acidentes de motos, temos uma epidemia", defende o médico cirurgião do comitê, Hélio Calábria.

Segundo dados do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), as motocicletas representam 27% da frota, mas 75% das indenizações por morte ou invalidez. Outro dado levantado é que 42% dos acidentes são concentrados nos finais de semana.

Para a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, o problema é delicado, mas exige mais do que apenas a fiscalização que muito se cobra da autarquia. "Não se pode ter uma ação, mas um conjunto de ações, em que se destaca a educação. E esse esforço vem sendo feito, junto à fiscalização. Tanto que os acidentes com motos já chegaram a ser 70% do total e hoje é de 31%", afirma.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco divulgou, nesta terça-feira (19), o balanço de acidentes terrestres no Estado em 2015. As motos continuam aparecendo como grandes vilões do trânsito. Ao todo, 42,2% dos óbitos por acidentes de transporte terrestre tiveram como vítimas fatais os motociclistas. Já no número de notificações, 76,8% dos acidentes têm o envolvimento da moto. O ranking de mortes no trânsito segue com 18% de ocupantes de automóveis, 17% pedestres e 3% ciclistas.

Apesar dos números expressivos, a Secretaria de Saúde comemora o resultado. A taxa de mortalidade por acidente de moto a cada 100 mil habitantes caiu 12,9% em Pernambuco, sendo que a meta do Governo é reduzir 6% ao ano. “Isso se deve a uma série de ações, como colocação de lombadas eletrônicas em alguns locais que têm muito acidente, ações educativas nas escolas e regulação dos ciclomotores”, diz o secretário de Saúde Iran Costa.

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Mesmo com redução, os acidentes ainda representam um gasto gigantesco. Tomando como modelo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Secretaria de Saúde calcula que foram gastos com os acidentes de moto em 2015 um total de R$ 917 milhões. Este valor contabiliza todos os custos, municipais, estaduais e federais. Pernambuco fica com cerca de 50% desse gasto.

Para o coordenador executivo do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (CEPAM), João Veiga, o alto custo com motociclistas acidentados impede investimentos em outras áreas da saúde. “Poderia ser um dinheiro investido no combate às arboviroses. O acidente de moto pode ser totalmente evitado. Existe um desrespeito às leis. Infelizmente, a gente fez uma pesquisa aqui e o que motociclista respeita no Recife é o sinal verde, o resto negligencia”, analisa Veiga. O coordenador acredita que a solução para isso seja o aumento da fiscalização. O dinheiro do Estado para combater às arboviroses é cerca de  10% dos R$ 917 milhões.

Ainda no combate ao número de acidentes, o funcionamento da Operação Lei Seca também precisou ser modificado. Atualmente, 35% dos automóveis fiscalizados são motocicletas. Antes de 2015, esse número chegava a apenas 10%. 

Alcoolemia – Um grande fator no número de acidentes, principalmente no interior, é a ingestão de álcool. O Governo de Pernambuco também comemora o aumento no número de veículos abordados e a redução de multas.

Em 2013, por exemplo, foram 379.792 veículos abordados e 6.990 multas por alcoolemia. Já em 2014, foram 363.474 abordagens com 6677 multas. No ano passado, o balanço ficou em 373.508 veículos abordados e 5853 aplicações de multa.

Após período de emplacamento dos ciclomotores, o Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), em parceria com o 1º Batalhão de Policiamento de Trânsito de Pernambuco (BPTran), informou que irá intensificar a fiscalização desses veículos. 

O órgão ainda apontou que desde o dia 11 de agosto até a atual data, foram emplacadas 19.361 cinquentinhas, enquanto duas mil apreensões foram realizadas. 

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Acidentes 

O Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam) lembra que os condutores vítimas de acidentes com moto tem um tempo de mais de 41 dias de permanência em hospital, além de precisarem ser tratados por mais de três especialidades médicas e também um alto custo individual. É pontuado também que, não somente o período de recuperação é penoso, afinal, 11% desses pacientes saíram ou sairão com sequelas graves e, muitas vezes, definitivas como é o caso de amputatações, plegias - para e quadri, sequelas encefálicas incapacitantes, entre outras.

O número de acidentes com motos que deixam vítimas fatais cresce cada vez mais. De acordo com o Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco (Cepam), a previsão é que o aumento passe de 8% a 10% neste ano, em relação ao ano passado. 

Segundo o alerta, os acidentes passariam de 757 vítimas fatais por ano para 820. A  meta seria reduzir o percentual para 6% neste ano nesse tipo de morte, o que não ocorrerá. Os índices nas cidades do interior de Pernambuco são maiores.

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A elevação de mortes vítimas de acidentes de moto está diretamente ligada à falta de compromisso dos municípios com a fiscalização, de acordo o Cepam. As motos cinquentinhas são um incentivo para os acidentes, tanto no interior quanto na Região Metropolitana do Recife (RMR) e é necessário uma fiscalização mais rigorosa por parte das prefeituras para que os acidentes sejam reduzidos. 

Cerca de 22 mortes com acidente de motos são registradas para cada 100 mil habitantes, totalizando mais que o dobro da média considerada como epidemia pela Organização Mundial de Saúde, que são dez mortes para cada 100 mil habitantes. Somente em Trindade, na região do Araripe, 100 acidentes com mortes são registrados para cada 100 mil habitantes.

Em Pernambuco, a unidade referência em traumas é o Hospital da Restauração (HR), situado na área cental da capital pernambucana. Dos 21 mil pacientes atendidos vítimas de causas externas, metade foram vítimas de acidentes com moto. Desses, 10% ficaram paraplégicos ou amputados.

O valor do tratamento é de aproximadamente R$ 175 mil. Entre setembro de 2013 e setembro de 2014, foram registrados 10.075 acidentes com motos no HR. A maioria das vítimas (87%) era do sexo masculino e os do interior, 72% usavam moto sem capacete. De 3.781 pacientes atropelados, 42% (1.583) foram atingidos por motocicletas e cinquentinhas, 34 deles na calçada.

 

Recife recebe nesta quinta-feira (18) o I Fórum Moto Amiga que tem o objetivo de conscientizar a população sobre o uso eficaz do veículo. O evento será realizado das 8h às 11h, no auditório do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), que fica na Estrada do Barbalho, 889, no bairro da Iputinga. 

O Moto Amiga foi criado na internet através de um perfil na redes sociais que publica conteúdo referente à conscientização e educação no trânsito, de acordo com um dos coordenadores do evento, André Lubambo. “Vamos exibir painéis no evento e  auxiliar sobre como prevenir acidentes, a utilização do capacete, orientar sobre direção defensiva e importância em fazer o curso,” explicou o coordenador. 

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O fórum vai contar com a presença do Coordenador do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga, que vai divulgar novos números de acidentes utilizando o veículo no Estado. Além do Coordenador da Operação Lei Seca, Tenente Cel. André Cavalcanti.

Dados do Cepam mostram o cenário dos acidentes em PE, em 2010:

- Os Acidentes provocados por veículos de transporte foram responsáveis por 1.879 óbitos, em 2010, o que representa 25,5% das mortes por causas externas (suicídio, homicídio, outros acidentes) em Pernambuco.

- De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Tráfico, a cada óbito provocado por acidente de moto, 5 pacientes são internados em estado grave em um hospital de alta complexidade.

- Já segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um paciente vítima de acidente de moto custa, em média, R$ 152 mil aos cofres públicos, só na rede hospitalar. Já o custo social de cada um desses pacientes é de, em média, R$ 952 mil aos cofres públicos, o que envolve atendimento pré-hospitalar, hospital, licença, aposentadoria, entre outros.

- No Hospital da Restauração (HR), de 2000 a 2010, foram atendidos um total de 29.035 mil pacientes vítimas de acidentes de moto.

- Em pesquisa realizada com cem pacientes internados no Hospital da Restauração (HR), de 25 de janeiro a 5 de maio de 2011, foram constatados que 75% desse total eram motoristas e 25% caronas. A idade medida dos pacientes era de 14 a 45 anos, sendo a maioria na faixa dos 25 anos. Ainda desse total de cem pacientes, 30% sofreram acidentes e afirmaram ter ingerido bebida alcoólica. Além disso, 77% não tinham habilitação e 27% deles não usavam capacetes. Para finalizar, 6% desses pacientes ficaram paraplégicos e 5% foram amputados.

 

Hoje (27), Dia do Motociclista, também é dia de alerta. Nos últimos dez anos, a frota pernambucana de motocicletas cresceu 291%, de acordo com o Detran estadual. O número desse tipo de veículo passou de 202.927 em 2002 para 794.259 em 2012. Em comparação, a frota de veículos como um todo (motos, carros de passeio, caminhões, ônibus), no mesmo período, teve um acréscimo de 115%. O problema é que junto ao "boom" nas vendas de motocicletas, Pernambuco passou a registrar um aumento preocupante de acidentes.

O coordenador estadual do Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga, reforça que os acidentes envolvendo motocicletas viraram um caso de saúde pública. “Hoje, Pernambuco registra mais de dez mortes por cem mil habitantes anualmente, índice considerado epidêmico pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O aceitável é que haja menos de cinco mortes por um grupo de cem mil pessoas”, revela.

E o custo dessa epidemia é alto. De acordo com o Cepam, o Estado gastou, em 2010, mais de R$ 200 milhões com procedimentos hospitalares realizados em acidentados por moto. E aí não estão inclusos os gastos com atendimento e socorro de Samu e Corpo de Bombeiros, além de tratamentos de reabilitação dos pacientes. “Em média, um acidentado por moto passa  47 dias internado num hospital. Outros pacientes ficam apenas dez dias”, comenta o coordenador.

Ainda segundo dados do Cepam, cada piloto que sofre acidente e é internado em estado grave no Hospital da Restauração, referência nesse tipo de atendimento em Pernambuco, gera um gasto de cerca de R$ 154 mil. Em 2010, 651 motociclistas perderam a vida em acidentes em todo o estado. Desse total, quase 50% dos pilotos morreram antes mesmo de serem socorridos.

Confira o vídeo abaixo no qual João Veiga dá mais detalhes sobre o assunto.

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Conscientização

Em comemoração ao dia do motociclista, até às 16h de hoje (27), o Detran promove uma série de atividades para conscientização dos pilotos, que incluem mini-palestras sobre segurança no trânsito, distribuição de material educativo e até check up de motocicletas. Os serviços são gratuitos e estão sendo oferecidos na Avenida Agamenon Magalhães, sentido Olinda-Centro, num canteiro lateral, vizinho ao viaduto da Avenida Norte.

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