Médico mata colega de profissão dentro de unidade do Samu
A Polícia Civil apura um possível desentendimento entre os dois profissionais. A tragédia abalou a cidade, onde os dois médicos eram conhecidos
O médico Jorel Bottene, de 52 anos, matou a tiros o também médico Deives Dias de Oliveira, de 40, e em seguida se suicidou, atirando contra o próprio peito, na unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Piracicaba, no interior de São Paulo, nesta terça-feira, 24. A Polícia Civil apura um possível desentendimento entre os dois profissionais. A tragédia abalou a cidade, onde os dois médicos eram conhecidos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Bottene era clínico geral e não estava na escala de trabalho. Ele chegou à unidade do Samu, no bairro Paulista, e se dirigiu ao refeitório, onde estava Oliveira, que era coordenador da Central de Vagas do Sistema Único de Saúde (SUS). Em seguida, sacou uma pistola e fez vários disparos, atingindo o colega na perna, na barriga, no tórax e na cabeça. Depois Bottene atirou contra o próprio peito. Oliveira morreu na hora. O autor dos disparos chegou a ser socorrido, mas morreu antes da chegada ao hospital.
A Polícia Civil ouviu testemunhas e familiares dos médicos. Uma irmã de Bottene contou que ele havia se queixado de perseguição por parte do colega. Outras testemunhas relataram desavenças entre os dois. Oliveira era chefe de Bottene e responsável pela escala de trabalho no Samu. A pistola calibre 6.35 usada por Bottene estava registrada em nome de seu pai.
Os dois médicos tinham se destacado profissionalmente na cidade. Bottene foi homenageado em 2010 pela Câmara Municipal de Piracicaba graças a socorro dado a vítimas de um acidente rodoviário na região.
Já Oliveira foi secretário municipal de Saúde interino em 2013. Seu corpo é velado na Câmara Municipal. Bottene é velado no Cemitério Parque da Ressurreição, onde os dois médicos serão sepultados. O prefeito Gabriel Ferrato (PSB) decretou luto oficial por dois dias.