Grupo usava casa de câmbio em golpe de pirâmide financeira

Os crimes apontados são também de estelionato, crime contra a economia popular, crimes contra o consumidor e lavagem de dinheiro

por Naiane Nascimento qui, 04/01/2018 - 10:58
Reprodução/Polícia Civil Antônio Ferreira de Araújo júnior, 41 anos, foi preso nesta manhã Reprodução/Polícia Civil

Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil desencadeou a Operação Necrópole de Gizé com o intuito de cumprir quatro mandados de busca e apreensão domiciliar e um de prisão preventiva contra Antônio Ferreira de Araújo júnior, 41 anos. De acordo com as autoridades, a ação investiga pessoas envolvidas a associação criminosa ligadas a três pirâmides financeiras. Os crimes apontados são também de estelionato, crime contra a economia popular, crimes contra o consumidor e lavagem de dinheiro. 

“É um sistema de pirâmides que só mudou a roupagem e forma de atuação desse grupo. Na verdade, eles criaram uma casa de câmbio chamada Bank Invest e as pessoas de classe média alta investiam dinheiro, que podia ser em moeda brasileira ou estrangeira, e tinham uma rentabilidade se aplicada em 12 meses sem retirada de 188% então não havia risco da variação do comércio de câmbio de moedas”, detalha o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle do Amaral. 

No Brasil, essa prática é ilegal, pois não é autorizada pelo Banco Central. “Este tipo de negociação existe lá fora. O Forex é um tipo de negociação com moedas estrangeiras que têm uma rentabilidade por dia de 5 trilhões de dólares, então no mundo é negociado”, detalha Kehrle. Para criar credibilidade Antônio alugou um andar em um empresarial conhecido em Boa Viagem, na Zona Sul. 

Ao todo, 103 pessoas investiram valores de R$ 10 mil a R$ 50 mil; quem investia esse valor mais alto, resgatava ao fim de 12 meses o total de R$ 144 mil. “Essas pessoas como eram de classe média alta, não resgatavam e reinvestiam o que já haviam lucrado”. O chefe da polícia ainda detalha que “em setembro do ano passado, já bem capitalizado e sob a justificativa que havia uma sucursal no Reino Unido, ele fechou a empresa, entregou o andar do empresarial e as vítimas começaram a procurar a polícia”. Segundo ele, já foi bloqueado pela Justiça R$ 1 milhão, “mas talvez isso não seja suficiente para ressarcir as vítimas”.

Outras três pessoas tiveram contas bloqueadas. Esse montante e os bens apreendidos - como carros de luxo - poderão ser usados como ressarcimento das vítimas. “Somente uma empresária teve um prejuízo de R$ 300 mil”, explica. As investigações foram efetuadas pelo delegado da 6a Circunscrição - Cordeiro, assessorada pelo Núcleo de Inteligência da DIM, com apoio da DINTEL. Na execução do trabalho operacional participam 35 policiais civis, entre Delegados, Agentes e Escrivães. 

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