Um monstro:diz pai de Artur sobre médico mandante do crime
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) julgará a conduta ético-profissional de Cláudio Amaro Gomes
O médico acusado de ser o mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo será julgado na esfera administrativa nesta quarta-feira (18). O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) julgará a conduta ético-profissional de Cláudio Amaro Gomes, de 60 anos.
O júri pode levar à cassação do diploma do médico, e é esse o resultado esperado pelo pai da vítima. Alvino Luiz Pereira, de 68 anos, afirmou esperar que Cláudio não tenha mais o direito de exercer a profissão. “Ser médico ele vai continuar sendo porque isso ele conseguiu através da universidade. O que nós queremos é que ele não possa exercer a profissão porque ele causou traumas nas pessoas, nas famílias”.
Alvino veio ao Recife para acompanhar o julgamento e lembrou que após o crime o médico ainda se solidarizou com os familiares de Artur no velório. “Mandou matar e em seguida foi chorar no caixão da vítima que ele causou. A que ponto esse monstro, eu considero isso um monstro, chegou de destruir a vida e ir chorar no caixão. E se abraçar com o pai e mãe da vítima”.
“Ele jurou compromisso de salvar vidas e manda tirar a vida de um jovem médico só porque ele estava desenvolvendo trabalhos honestamente. Isso é de causar indignação a toda população. Recife perdeu um grande médico. Artur vinha trabalhando para que aqui fosse realizado transplante de pulmão. Fica a pergunta: quantos médicos jovens como Artur estão exercendo a profissão? Será que ele vai mandar matar esses médicos que estão exercendo essa profissão tão honestamente?”.
Questionado se já perdoou o acusado, Alvino explicou estar passando por um processo lento. “É lamentável que ele não saiba o que é família. Estamos num processo, perdoar um crime bárbaro tem que ser um processo lento”.
Caso
O médico Artur Eugênio de Azevedo, de 35 anos, foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. O corpo do cirurgião foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes.
Segundo a denúncia do MPPE, a motivação do crime seriam desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima. De acordo com os autos, Cláudio Amaro Gomes, apontado como o mandante do crime, contou com a ajuda do filho Cláudio Amaro Gomes Júnior para executar o plano de homicídio.