De olho na Itália, bolsas europeias ampliam recuperação

A exceção é o mercado de Frankfurt, que é pressionado por relatos de que os EUA podem fechar seu mercado para carros alemães

qui, 31/05/2018 - 08:10

As bolsas europeias operam majoritariamente em alta na manhã desta quinta-feira, ampliando ganhos do pregão anterior, em meio ao arrefecimento de preocupações com a crise política na Itália. A exceção é o mercado de Frankfurt, que é pressionado por relatos de que os EUA podem fechar seu mercado para carros alemães.

O apetite por risco voltou à Europa desde que o primeiro-ministro designado da Itália, Carlo Cottarelli, sinalizou ontem que surgiram "novas oportunidades" de se formar um novo governo, que incluiria os partidos populistas Movimento 5 Estrelas (M5S) e Liga. Antes, temia-se a possibilidade que a Itália fosse obrigada a convocar novas eleições nos próximos meses. O pleito do início de março terminou de forma inconclusiva, mas o M5S e a Liga foram os que mais conquistaram votos.

A situação política da Espanha também está no radar. Hoje, a câmara baixa do Parlamento espanhol iniciou um debate de dois dias sobre uma moção de censura que pode encerrar o governo de quase oito anos do primeiro-ministro Mariano Rajoy. Na semana passada, Rajoy se recusou a renunciar depois que seu Partido Popular (PP) foi multado por se beneficiar de um grande esquema de corrupção. O líder socialista Pedro Sánchez, que lidera o pedido de moção de censura contra Rajoy, se tornará automaticamente o novo premiê do país se conquistar, amanhã, pelo menos 176 de 350 votos na câmara.

Em Milão, o setor bancário continua sendo destaque positivo, à medida que tenta se recuperar de fortes perdas de pregões recentes. Por volta das 7h15 (de Brasília), as ações do UniCredit, do Intesa Sanpaolo e do UBI Banco subiam 2,3%, 1,1% e 1,7%, respectivamente.

Mais cedo, foram divulgados indicadores de peso da zona do euro. A taxa anual de inflação do bloco saltou de 1,2% em abril para 1,9% em maio, segundo levantamento preliminar da agência de estatísticas Eurostat, ficando em linha com a meta de inflação do Banco Central Europeu (BCE), que é de um nível ligeiramente inferior a 2%. Já a taxa de desemprego do bloco caiu de 8,6% em março para 8,5% em abril. Os números reforçam expectativas de que o BCE irá gradualmente reduzir seus estímulos monetários ao longo do ano.

Já na Espanha, foi confirmado hoje que seu PIB cresceu 0,7% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, como havia sido estimado há cerca de um mês. O ganho anual entre janeiro e março, no entanto, foi ligeiramente revisado para cima, de 2,9% para 3%.

Às 7h27 (de Brasília), a Bolsa de Milão subia 0,67%, a de Madri avançava 0,28% e a de Lisboa tinha valorização mais expressiva, de 1,06%. Em mercados maiores, os índices inglês FTSE-100 e francês PCAC-40 exibiam ganhos respectivos de 0,07% e 0,11%, mas o alemão DAX-30 recuava 0,50%, pressionado por ações de montadoras como Volkswagen (-2%) e Daimler (-1%), após a revista Wirtschaftswoche publicar que o presidente dos EUA, Donald Trump, poderá agir em breve para dificultar a entrada de carros alemães no mercado americano. No câmbio, o euro se fortalecia a US$ 1,1678, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,3321.

O momento também é de recuperação no mercado de bônus italiano. O juro do BTP de 2 anos caía a 1,205% no horário acima, de 1,763% ontem e 2,099% na terça-feira, enquanto o rendimento do BTP de 10 anos diminuía a 2,748%, de 3,019% na sessão anterior. Com informações da Dow Jones Newswires.

COMENTÁRIOS dos leitores