Caso Marielle: Anistia cobra atuação mais ativa do MP

Entidade entregou um ofício ao procurador-geral do Ministério Público; assassinatos da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes completam 90 dias amanhã (14)

por Nataly Simões qua, 13/06/2018 - 15:33

A Anistia Internacional cobrou do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro uma atuação mais ativa nas investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, que completam 90 dias nesta quinta-feira (14).

Hoje (13), a assessora de Direitos Humanos da entidade, Renata Neder; a viúva da vereadora, Mônica Benício, e o pai de Marielle, Antônio Francisco da Silva, se reuniram com o procurador-geral do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, para pedir um papel mais estratégico do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Anistia entregou um ofício ao procurador-geral, que afirmou ter compromisso com a resolução dos crimes. “É importante que cheguemos aos verdadeiros culpados. É obvio que uma investigação dessa magnitude, dessa complexidade, leva um período significativo, e não estamos abrindo mão de qualquer tipo de informação ou relacionamento”, esclareceu Gussem.

Segundo a Anistia, o sigilo das investigações deve ser preservado, mas o silêncio sobre o caso reforça a sensação de impunidade dos criminosos. "É uma questão de priorizar recursos e de decidir politicamente que esse caso não vai ficar sem solução. E é isso que a gente espera das autoridades, que se comprometam publicamente", afirmou Renata. 

Para a diretora executiva da entidade, Jurema Werneck, o Ministério Público deve exercer seu poder de investigação e cumprir seu papel de controle das atividades policiais, garantindo a competência e independência na apuração do caso. “É preciso ainda que o processo seja realizado em tempo hábil, seguindo todos os padrões éticos e o devido rito legal”, completou Jurema.

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