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Os sistemas do Facebook "promoveram a violência contra os rohingyas", e a Meta "deve indenizações" às vítimas por ter permitido em sua plataforma a propagação de mensagens de ódio contra essa minoria étnica, destaca a Anistia Internacional (AI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira (29).

“Os algoritmos perigosos da Meta, dona do Facebook, bem como a busca desenfreada por lucro, contribuíram significativamente para as atrocidades cometidas pelo Exército birmanês contra o povo rohingya em 2017”, denuncia a Anistia.

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A organização de defesa dos direitos humanos estima que "a Meta sabia, ou deveria saber, que os sistemas de algoritmos do Facebook amplificam a propagação de conteúdo anti-rohingya nocivo em Mianmar", mas "a empresa se absteve de agir".

Em 2017, centenas de milhares de muçulmanos rohingyas fugiram de uma repressão sangrenta do Exército e de milícias budistas em Mianmar. Cerca de 850.000 membros dessa minoria muçulmana vivem atualmente em acampamentos improvisados em Bangladesh. Outros 600.000 se encontram no estado de Rakhine.

“Nos meses e anos que antecederam essas atrocidades, os algoritmos do Facebook intensificaram a onda de ódio contra os rohingyas, contribuindo para o surgimento da violência na vida real”, estimou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia.

Três ações judiciais foram movidas no Reino Unido e nos Estados Unidos por representantes dos rohingyas e estão sendo examinadas. Organizações de jovens refugiados rohingyas também abriram um processo contra a Meta junto à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para a AI, é "absolutamente essencial" que a Meta realize uma "ampla reforma do seu sistema de algoritmos, pois, caso contrário, o drama que vincula a empresa aos rohingyas pode se reproduzir em outras partes do mundo, principalmente onde há violência étnica".

A Anistia Internacional Brasil disse acompanhar com preocupação o afastamento das promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile da força-tarefa criada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para investigar os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. Em nota, a entidade cobrou respostas da Justiça e reclamou do governador fluminense, Cláudio Castro, por não responder ao convite a uma reunião virtual para tratar do caso.

"Três anos sem respostas sobre quem mandou matar Marielle e por quê, é tempo demais. Neste período, quatro delegados diferentes assumiram a condução das investigações. Os acusados de serem os responsáveis pela execução de Marielle e Anderson, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ainda não foram julgados pelo Tribunal do Júri. Toda e qualquer suspeita de que a investigação possa sofrer interferências indevidas deve ser investigada", afirmou a Anistia Internacional, no comunicado.

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Na quarta-feira, dia 7, também deixou o caso o delegado Moysés Santana, substituído por Henrique Damasceno como titular da Delegacia de Homicídios (DH) da capital fluminense. Essa foi a terceira mudança de delegado desde o início das investigações.

O MPRJ informou ontem que as duas promotoras pediram o afastamento do caso, mas não revelou o motivo. Nas redes sociais, o deputado federal Marcelo Freixo relacionou a decisão de Simone e Letícia à delação premiada de Júlia Lotufo, viúva de Adriano da Nóbrega, morto pela polícia na Bahia.

Ele era acusado de ligação com o "Escritório do Crime", uma organização miliciana do Rio de Janeiro. Júlia Lotufo cumpre prisão domiciliar por associação criminosa e lavagem de dinheiro e acertou com o Ministério Público revelar, em delação premiada, informações relevantes sobre crimes cometidos por Adriano. Existe a expectativa de que algo seja dito sobre os assassinatos de Marielle e Anderson.

"É fundamental que as autoridades possam dialogar com as famílias de vítimas de violações de direitos humanos, assim como com as organizações que as apoiam, para que possam demonstrar quais providências têm adotado", afirmou a entidade.

A Anistia Internacional denunciou nesta quarta-feira (2) um "frenesi de execuções" no Egito com a morte de pelo menos 57 pessoas nos últimos dois meses, o que revela uma "profunda crise de direitos humanos" no país.

"As autoridades egípcias embarcaram em um frenesi horrível de execuções nos últimos meses, matando uma multidão de prisioneiros", disse Philip Luther, chefe da ONG para o Oriente Médio e Norte da África, em um comunicado.

Segundo a Anistia, "somente em outubro e novembro, as autoridades egípcias executaram pelo menos 57 homens e mulheres", e esses números "provavelmente subestimam" o número real. Em 2019, 32 pessoas foram executadas, segundo a organização.

A ONG, que denuncia as condenações obtidas após "'confissões' marcadas pela tortura", também lamenta que as autoridades ataquem "corajosos defensores dos direitos humanos" que documentam estas violações.

A Anistia cita as prisões em novembro de três membros da Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais (EIPR), por questionamento sobre seu trabalho na documentação da justiça criminal.

De acordo com a Anistia, o "frenesi de execuções" começou depois de um incidente violento em setembro, no qual morreram quatro prisioneiros e outros agentes penitenciários. As execuções são "aparentes represálias" pelo que aconteceu, segundo a ONG.

A organização afirma que, além das 57 execuções que pôde constatar, “a mídia pró-governo noticiou que outros 31 homens e mulheres foram executados em outubro e novembro”. Essas execuções não foram verificadas pela Anistia.

Por sua vez, a ONG Human Rights Watch afirmou em 22 de outubro que naquele mês foram realizadas 49 execuções em 10 dias. Como a Anistia, o HRW pediu o "fim imediato" dessas práticas.

A Anistia também lamenta que, devido à “falta de transparência por parte das autoridades, seja desconhecido o número de presos ameaçados de execução”.

A organização cita o caso do monge copta Wael Tawadros, condenado em abril de 2019 pelo assassinato de um bispo, que sofreu "tratamento discriminatório e punitivo", como falta de correspondência com sua família ou acesso a um padre.

Desde a derrubada em 2013 pelo exército do presidente islâmico Mohamed Morsi e a chegada ao poder de Abdel Fattah al Sisi no ano seguinte, a oposição, islâmica ou liberal, tem sido alvo de uma repressão crescente.

O violento tiroteio de terça-feira (20) contra manifestantes na Nigéria provocou uma grande comoção no país: a Anistia Internacional denuncia várias mortes, mas as autoridades reconhecem apenas uma vítima fatal.

O governador do estado de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, reconheceu no Twitter que uma pessoa morreu no tiroteio contra manifestantes pacíficos que desafiaram o toque de recolher na terça-feira à noite na cidade, capital econômica da Nigéria.

A ONG Anistia Internacional afirmou que vários manifestantes faleceram no ataque, mas que ainda tenta determinar o número exato.

As mais de 1.000 pessoas que se reuniram na terça-feira no ponto de pedágio de Lekki foram dispersadas com tiros de munição letal, após o anúncio do toque de recolher total para sufocar o movimento de protesto iniciado há quase duas semanas.

"Tenho a responsabilidade sobre este incidente infeliz e vou trabalhar com o governo federal para elucidar o que aconteceu", escreveu no Twitter o governador.

Sanwo-Olu afirmou ainda que a repressão escapou de seu controle.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram homens vestindo uniformes militares atirando com armas de fogo, mas o exército chamou as imagens de "fake news".

Tiros foram ouvidos perto do posto de pedágio na terça-feira à noite e na manhã desta quarta-feira. Os bairros comerciais e as lojas da cidade de 20 milhões de habitantes permanecem fechadas.

"Terça-feira sangrenta", afirmaram os jornais nigerianos esta manhã. Nas redes sociais, manifestantes pedem a renúncia do presidente Muhammadu Buharim, uma campanha que ganhou o apoio de Davido, estrela da música nigeriana.

A polícia mobilizou na terça-feira a unidade antidistúrbios como resposta aos confrontos em várias manifestações.

A indignação tomou conta do país e atravessou fronteiras.

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao presidente Buhari e aos militares que "interrompam a violenta repressão que custou a vida de vários manifestantes".

"Os Estados Unidos têm que ficar ao lado dos nigerianos que se manifestam pacificamente pela reforma da polícia e o fim da corrupção em sua democracia", completou em uma mensagem sem seu site.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu o fim do que chamou de "brutalidade" da polícia na Nigéria. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou a sangrenta repressão contra os manifestantes que desafiaram o toque de recolher em Lagos.

"Não suporto ver a tortura e a brutalidade que ainda existem em nossos países", escreveu no Twitter a cantora Rihanna.

A mobilização inédita na Nigéria começou no início do mês nas redes sociais como denúncia da violência policial e, aos poucos, se tornou um protesto contra o governo.

Desde o início dos protestos, pelo menos 18 pessoas, incluindo dois policiais, morreram nas manifestações.

A Anistia Internacional criticou neste sábado, dia 17, o governo brasileiro por ter escalado agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a participação de ONGs e movimentos sociais na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25) no ano passado. A vigia foi revelada no último domingo pelo Estadão e foi publicamente admitida pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, na sexta-feira, 16, quando escreveu em sua conta no Twitter que a agência deve acompanhar campanhas internacionais apoiadas por "maus brasileiros".

"São graves as notícias veiculadas recentemente pela imprensa a respeito do monitoramento de movimentos sociais e organizações não governamentais que participaram da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 25) realizada em Madrid, em dezembro do ano passado", diz nota da Anistia Internacional. "Técnicas de vigilância e monitoramento de opositores políticos foram práticas utilizadas de maneira sistemática durante o regime militar no Brasil e subsidiaram, por muitos anos, graves violações de direitos humanos", segue o texto.

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A entidade também criticou o fato de Heleno ter classificado como "maus brasileiros" os integrantes de organizações não governamentais e movimentos sociais com os quais o governo mantém relação conflituosa.

"O direito internacional determina que os indivíduos submetidos a essas práticas de monitoramento têm direito a recursos judiciais e reparação do Estado pelas violações de seus direitos humanos", afirma a nota da Anistia Internacional, que considerou a iniciativa do governo "grave", "especialmente por conta do Brasil possuir um passado recente de perseguições políticas durante o período do regime militar, que durou 21 anos".

A organização ainda criticou a Lei de Anistia, de 1979, e mencionou que a Corte Interamericana de Direitos Humanos - órgão internacional responsável por aplicar a Convenção Americana de Direitos Humanos, do qual o Brasil é signatário -, determinou recentemente que as violações de direitos humanos contra opositores políticos durante o regime militar constituiu crime contra a humanidade.

A Anistia Internacional divulgou no início da tarde desta segunda-feira, 29, uma nota de repúdio aos comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Oliveira foi morto durante a ditadura militar. E pediu que o caso seja levado à justiça.

"É terrível que o filho de um desaparecido pelo regime militar tenha que ouvir do presidente do Brasil, que deveria ser o defensor máximo do respeito e da justiça no País, declarações tão duras", afirmou a diretora-executiva da Anistia no Brasil, Jurema Werneck. "O Brasil deve assumir sua responsabilidade, e adotar todas as medidas necessárias para que casos como esses sejam levados à justiça. O direito à memória, justiça, verdade e reparação das vítimas, sobreviventes e suas famílias deve ser defendido e promovido pelo Estado Brasileiro e seus representantes".

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Em nota, a Anistia informou ainda que defende a revogação da Lei de Anistia, de 1979, "eliminando os dispositivos que impedem a investigação e a sanção de graves violações de direitos humanos, a investigação e responsabilização dos crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado durante o regime militar".

Onze meses depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ) e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional (AI) aponta contradições na investigação do caso e enumera 20 perguntas que seguem sem resposta. Na manhã desta quarta-feira, 13, a organização apresentou um extenso levantamento das informações já divulgadas sobre o crime apontando possíveis incoerências.

"O que já foi revelado publicamente sobre o assassinato de Marielle levanta sérias preocupações em relação a possíveis negligências, interferências indevidas, ou ao não seguimento do devido processo legal durante as investigações", afirmou a diretora da Anistia Internacional, Jurema Werneck.

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"As autoridades devem responder às perguntas que agora são feitas sobre pontos críticos do caso. A Anistia Internacional continuará monitorando o caso até que todas as perguntas tenham sido respondidas e o caso solucionado."

O documento divulgado nesta quarta-feira, chamado de "Labirinto Marielle", foi elaborado a partir de informações divulgadas por autoridades públicas ou pela imprensa. Traz dados agrupados em torno de sete temas: disparos e munição, a arma do crime, os carros e aparelhos usados e as câmeras de segurança, procedimentos investigativos, responsabilidade e competência das investigações, acompanhamento externo e andamento das investigações.

"Embora as investigações estejam sob sigilo, o que já foi divulgado publicamente sobre o caso levanta questões sérias sobre possíveis ilegalidades dentro de instituições de segurança no país, já que munições e armas de propriedade do Estado teriam sido desviadas", aponta a diretora. "É de extrema preocupação que um lote de munição da Polícia Federal tenha sido desviado, usado em homicídios, e que depois de tanto tempo as autoridades não tenham dado uma explicação satisfatória para isso."

Entre outros pontos críticos destacados no documento estão a falta de respostas sobre o desligamento das câmeras de segurança do local do crime dias antes do assassinato, o desaparecimento de submetralhadoras do arsenal da Polícia Civil do Rio de Janeiro e negligências no armazenamento do carro.

As falas públicas das autoridades sobre o andamento das investigações e estimativas de conclusão do inquérito policial também foram destacadas no documento.

"Desde que o assassinato de Marielle Franco completou cinco meses ouvimos autoridades dizerem publicamente que as investigações estavam andando e que o caso estava perto de ser concluído", lembra Werneck. "Se até hoje não se sabe quem matou, quem mandou matar Marielle e nem a motivação do crime, em que as autoridades se basearam todos esses meses para afirmarem que as investigações estavam próximas do fim?"

Com o início de nova gestão no governo federal, outro tema de preocupação é a continuidade que será dada à investigação da Polícia Federal sobre as investigações da Polícia Civil do Rio.

"Em novembro do ano passado, o então Ministro da Segurança Pública anunciou que a Polícia Federal iria investigar as investigações do assassinato diante de denúncias de que haveria um grupo organizado, com participação de agentes do Estado, agindo para interferir negativamente no andamento das investigações. Essa suspeita é grave e precisamos que as novas autoridades federais deem uma resposta à altura e que a gente saiba a conclusão da investigação aberta pela Polícia Federal" afirma Jurema Werneck.

A Anistia Internacional pediu uma investigação imediata sobre a morte de 13 pessoas, nos morros Fallet e Fogueteiro, na última sexta-feira (8), durante uma operação da Polícia Militar (PM). Parentes dos mortos disseram à imprensa que os jovens estavam em uma casa e foram executados pela PM, em vez de serem presos e levados à delegacia.

“A Polícia Militar alega que foi recebida a tiros ao entrar na região e que as mortes foram resultados de confronto. Entretanto, apenas através de uma investigação imediata detalhada, imparcial e independente, é possível determinar a circunstância exata de cada uma dessas mortes”, diz, em nota, a Anistia.

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A organização, que defende os direitos humanos em todo o mundo, pediu que a Polícia Civil e o Ministério Público investiguem, o mais rápido possível, as mortes.

“Assim, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público, que tem a missão constitucional de exercer o controle externo da atividade policial, devem iniciar imediatamente uma investigação sobre as mortes decorrentes de intervenção policial”, completa a Anistia no comunicado.

Segundo a entidade, o estado do Rio tem um histórico de altos números de homicídios decorrentes de intervenção policial, e os números aumentam a cada ano. “Em 2018, foram 1.532 casos registrados de pessoas mortas pela polícia em serviço. Um aumento significativo em relação ao ano anterior, que já apresentava o inadmissível número de 1.127 homicídios pela polícia”.

Investigação

Por meio de sua assessoria, a Policia Civil do Rio de Janeiro informou que as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da capital para apurar os fatos. Segundo a Polícia Civil, houve perícia no local, os policiais militares envolvidos no confronto foram ouvidos na delegacia especializada, e suas armas foram recolhidas e encaminhadas para perícia.

O Ministério Público também foi procurado, mas, até a publicação desta reportagem, ainda não havia se manifestado.

O  grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) publicou recentemente um relatório documentando a prevalência de abuso online contra mulheres em sites de microblogs como o Twitter. O projeto analisou vários milhões de tuítes por meio da tecnologia de aprendizado de máquina. Os resultados mostram que a rede social é tóxica para as usuárias, especialmente as negras.

Especificamente, o relatório constatou que 7,1% dos tuítes enviados para mulheres no estudo eram problemáticos ou abusivos. Somando 1,1 milhão de tuítes em todo o conjunto de amostras, isso se traduz em um comentário tóxico a cada 30 segundos. A situação piora ainda mais para as negras, asiáticas, latinas e mestiças, que têm 34% mais chances de receber tais mensagens indesejadas.

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As negras também são 84% mais propensas do que as mulheres brancas a serem mencionadas em tuítes problemáticos ou abusivos. Essas descobertas são o resultado de uma colaboração entre o grupo de defesa dos direitos humanos e a Element AI, uma empresa global de produtos de software de inteligência artificial.

Juntos, eles analisaram milhares de tuítes recebidos por 778 jornalistas e políticas nos EUA e no Reino Unido, representando várias opiniões políticas e ideológicas, no ano de 2017.

"Os abusos on-line contra mulheres nessa escala não devem e não precisam existir nas plataformas de mídia social. Empresas como o Twitter têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos, o que significa garantir que as mulheres que usam a plataforma possam se expressar livremente e sem medo", defendeu o grupo.

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A Anistia Internacional (AI) convocou a China, nesta segunda-feira (24), a informar sobre a "repressão em massa" da qual podem ser vítimas até 1 milhão de membros de minorias muçulmanas na região de Xinjiang.

Pequim aumentou as medidas restritivas contra minorias muçulmanas para - segundo o governo - combater o extremismo islamista e os elementos separatistas dessa província no noroeste do país.

Os defensores dos direitos humanos acusam Pequim de ter aberto "centros de reeducação" para as pessoas suspeitas de terem intenções hostis. Em sua maioria, seriam uigures, ou cazaques, as principais etnias muçulmanas de Xinjiang.

Em seu novo informe, que inclui testemunhos de pessoas internadas em campos, a Anistia Internacional acusa Pequim de realizar "uma campanha governamental de internamentos em massa, de vigilância intrusiva, de doutrinamento político e de assimilação cultural forçada".

Os uigures e outras minorias muçulmanas são castigados por infringirem as leis que proíbem o uso de barba e de burcas, assim como a posse de corões não autorizados, completou a ONG.

Em um comitê de direitos humanos da ONU em Genebra, a China foi acusada em agosto de prender, ou ter detido, um milhão de pessoas nesses centros. Muitos teriam sido internados por cometerem delitos como entrar em contato com familiares residentes no exterior, ou de terem trocado saudações por ocasião de festas muçulmanas nas redes sociais.

A AFP não conseguiu confirmar esse número.

"Centenas de milhares de famílias foram arrasadas por essa repressão em massa", declarou o diretor da AI para o leste da Ásia, Nicholas Baquelin, em um comunicado.

"Buscam desesperadamente saber o que aconteceu com seus familiares, e chegou a hora de as autoridades chinesas responderem", acrescentou.

Pequim nega essas acusações, mas as provas da existência desses campos vão aparecendo na forma de documentos oficiais e de testemunhos de pessoas que teriam conseguido escapar.

Aparentemente, Pequim ordena a internação de amplos grupos em uma rede de campos extrajudiciais, visando ao doutrinamento político e cultural em uma escala jamais vista desde a era maoísta.

A Anistia disse ter entrevistado vários ex-detentos que relataram o uso de correntes nos pés, torturas, além de serem forçados a entoar cânticos políticos e a aprender a história do Partido Comunista.

Nos últimos meses, jornalistas estrangeiros e outras organizações de defesa dos direitos humanos teriam coletado depoimentos similares.

A ONG também pediu ao mundo que pressione Pequim a prestar contas pelo "pesadelo" de Xinjiang.

Na semana passada, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, denunciou "campos de reeducação", nos quais - segundo ele - os uigures são submetidos a um "doutrinamento político estrito e a outros abusos horríveis".

A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, reuniu-se hoje (19), em Genebra, na Suíça, com a alta comissária adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, e com a relatora especial da ONU para Execuções Sumárias, Agnes Callamard, para denunciar a falta de respostas sobre o assassinato da vereadora. No último dia 14, completaram-se seis meses da execução de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Mônica está na Suíça acompanhada de representantes da Redes da Maré, Observatório da Intervenção, Anistia Internacional, e Conectas Direitos Humanos.

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“Em reunião com a ONU, após mais de seis meses sem respostas, denuncio o descaso do governo brasileiro na ausência de justiça frente à execução política de Marielle. Também solicitei apoio internacional, para uma investigação imparcial e sigo afirmando que as autoridades brasileiras estarão com as mãos sujas de sangue até que respondam quem matou e quem mandou matar minha companheira Marielle Franco”, afirmou, em nota, Mônica Benício.

De acordo com as entidades, Kate Gilmore expressou sua solidariedade à viúva de Marielle e se propôs a estabelecer uma interlocução com o Brasil sobre o crime e a situação dos defensores de direitos humanos no país.

Ainda segundo a nota, a relatora da ONU para Execuções Sumárias também manifestou solidariedade à Mônica Benício e “preocupação com a escalada na violência no contexto da militarização da segurança pública no Brasil”.

Nas reuniões, o grupo ainda denunciou violações de direitos no contexto da militarização da segurança pública no Brasil e o aumento dos homicídios provocados pela polícia, informaram as organizações de direitos humanos.

“As denúncias que trouxemos para o Conselho de Direitos Humanos sobre as violações de direitos no contexto da intervenção federal e a falta de respostas sobre o assassinato de Marielle já foram feitas no Brasil. Mas parece que as autoridades brasileiras não estão ouvindo. Falharam em solucionar o caso da Marielle e não implementaram qualquer medida para reduzir os homicídios pela polícia. Diante deste quadro, a mobilização e visibilidade internacional é essencial. E é isso que estamos fazendo aqui”, disse, em nota, Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional Brasil.

Um dia depois do assassinato de Marielle, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificou como “profundamente chocante” o assassinato da vereadora.

No dia 26 de março, especialistas da ONU ligados a questões de direitos humanos e de gênero divulgaram comunicado no qual consideraram “profundamente alarmante” o assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Em nota, o Itamaraty informou que o Ministério das Relações Exteriores não se manifestará sobre esse tema.

A Anistia Internacional no Rio de Janeiro protocolou hoje (14) um documento em que cobra das autoridades respostas sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista, Anderson Gomes. O caso completa hoje cinco meses ainda sem respostas.

Ofício entregue a representantes municipais e federais da segurança pública pede que as investigações não sejam negligenciadas durante o período eleitoral - assunto que toma as pautas do país.

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O documento também defende a realização de uma investigação independente, sem a presença de agentes do Estado, para trazer respostas sobre os responsáveis pela morte da vereadora.

“Estamos reivindicando que se constitua um mecanismo independente e imparcial, formado por especialistas, juristas, advogados, peritos que não tenham vínculo com o Estado que não tenham conflito de interesses e monitorem”, disse a diretora da organização, Jurema Werneck.

Ainda segundo ela, a Anistia Internacional tentou marcar uma audiência com secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, e também com o general interventor, Braga Netto, mas não obteve respostas.

“Esperamos que, para breve, eles nos recebam. Hoje protocolamos novamente o pedido de audiência”, disse.

Questionado, o general Richard Nunes argumentou que não podia se encontrar com o grupo nesta terça-feira e disse que pretende marcar uma nova data.

Parentes

A família de Marielle continua cobrando soluções para o crime. Marinete da Silva, mãe da vereadora, disse que estranhou a falta de resposta da Secretaria de Segurança.

“Está na hora de alguém, pelo menos uma vez por mês ou por semana, dar uma resposta para a família, para a sociedade. A gente espera que eles nos recebam pelo menos, já que não fomos recebidos até agora”, cobrou.

O pai de Marielle, Antônio Francisco, reforçou que a família não descansará enquanto não houver solução para o crime. Ele também falou sobre a dor de não ter a filha por perto no Dia dos Pais. “O Dia dos Pais, para mim, foi dia de Marielle. O dia todo eu só falei da Marielle, foi o que me segurou para que eu tivesse condições de passar o domingo.”

Quanto à proposta do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de passar a coordenação das investigações para a Polícia Federal, a família não mostrou apoio. Para Mônica Benício, viúva de Marielle, a atitude é precipitada.

“A Polícia Civil vem fazendo um trabalho com certa dificuldade, mas com competência. O delegado Giniton é bastante sério, sem histórico de corrupção, o que é fundamental nesta conjuntura do país. A gente quer os resultados desta investigação e os resultados corretos”, disse.

O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), e do seu motorista Anderson Gomes completa cinco meses nesta terça-feira (14). Com a ausência de uma solução do caso e a proximidade do processo eleitoral, a Anistia Internacional afirmou que teme uma espécie de negligência das investigações. Na tentativa de evitar isso, a entidade vai entregar hoje ofícios para os órgão de segurança pública tanto do Estado quanto do Governo Federal cobrando um resultado concreto das investigações. 

"As autoridades e instituições do sistema de justiça criminal devem garantir que as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco não sejam colocadas de lado durante o período de campanha eleitoral. Marielle era defensora de direitos humanos e vereadora na segunda maior cidade do país. Sua execução na vigência de seu mandato parlamentar significa não só um ataque aos direitos humanos, mas também um ataque às instituições democráticas. Seu assassinato não pode ficar sem uma resposta adequada", disse a diretora executiva Anistia, Jurema Werneck.

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Como Marielle foi a quinta vereadora mais votada no Rio em 2016, Jurema alerta que “é grave” iniciar uma campanha sem que se descubra os verdadeiros autores e mandantes do crime. "O início do período de campanha eleitoral levanta a preocupação de que o caso seja negligenciado", disse. 

Ao completar cinco meses do assassinato de Marielle Franco, a Anistia Internacional reiterou “a urgência do estabelecimento de um mecanismo externo e independente de monitoramento das investigações, formado por especialistas no tema e que não tenham qualquer conflito de interesses em relação ao caso”. 

"No Brasil, dezenas de defensores de direitos humanos são assassinados todos os anos. A grande maioria destes crimes não é investigada. A resolução correta desse caso é fundamental para que se rompa um ciclo de impunidade e violência contra defensores de direitos humanos no Brasil", finalizou Werneck.

A Anistia Internacional publicou um novo vídeo nesta quarta-feira, 25, abordando a morte da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro Marielle Franco, morta no centro da capital no dia 14 de março, com o seu motorista, Anderson Gomes. No vídeo, mães que tiveram os filhos assassinados contam como conheceram a vereadora.

De acordo com material divulgado pela instituição, as mães se juntam à mãe de Marielle na busca pela elucidação do caso. Elas falam sobre o apoio que receberam da vereadora quando perderam seus filhos segurando um cartaz com a inscrição: "Quem matou Marielle Franco?". A divulgação ocorre na semana em que a vereadora completaria 39 anos.

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No último dia 14, outro vídeo da Anistia Internacional mostrava os pais da vereadora cobrando respostas sobre o assassinato dela, quatro meses após o crime ter ocorrido.

Nesta terça-feira, 24, a Delegacia de Homicídios do Rio começou a investigar a relação de um ex-policial militar e de um ex-bombeiro com o caso. Eles foram detidos por suspeita de participação em outro crime.

O caso

Eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016, Marielle era conhecida por defender os direitos das mulheres, com um foco particular na luta das mulheres negras, bem como pelos direitos LGBTI, e por denunciar abusos da polícia e execuções extrajudiciais, principalmente nas favelas.

Dias antes de seu assassinato, ela foi nomeada relatora da comissão criada para monitorar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.

Marielle e o motorista Anderson Gomes, foram mortos a tiros no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, após ela participar de um debate público na noite de 14 de março. Pelo menos 13 tiros foram disparados, quatro deles atingiram Marielle na cabeça.

As características dos disparos e o envolvimento entre os dois veículos indicam que foi um assassinato cuidadosamente planejado, realizado por pessoas com treinamento.

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A Anistia Internacional considerou nesta quinta-feira (12) que as violações dos direitos humanos em prisões secretas dos Emirados Árabes Unidos no sul do Iêmen podem "constituir crimes de guerra".

Em seu relatório publicado um ano após o surgimento das primeiras informações sobre estas prisões secretas, a Anistia afirma que nelas são cometidos "flagrantes violações, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e maus tratos sistemáticos, que constituem "crimes de guerra".

A Anista apela "aos aliados dos Emirados Árabes Unidos, incluindo os Estados Unidos, que combatem o terrorismo e se "manifestem contra os atos de tortura denunciados, o que inclui investigar o papel do pessoal americano (...) e não utilizar informação que provavelmente foi obtida sob tortura ou maus tratos".

O relatório "God only knows if he’s alive" ('Só Deus sabe se estas vivo') descreve o sofrimento de parentes de dezenas de detidos sobre os quais não se tem qualquer informação.

"Quando exigem saber onde estão ou se permanecem vivos, só são respondidos com silêncio ou intimidação", denuncia no relatório Tirana Hassan, diretora de Resposta a Crises da Anistia Internacional.

A organização investigou entre março de 2016 e maio de 2018 os casos de 51 homens sequestrados e detidos no sul do Iêmen pelos Emirados Árabes Unidos e as forças iemenitas aliadas deste país membro da coalizão militar que combate os rebeldes huthis.

A Anistia afirma que "19 destes homens permanecem em paradeiro desconhecido".

Os Emirados negam dirigir ou manter prisões secretas no sul do Iêmen.

A Anistia Internacional cobrou do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro uma atuação mais ativa nas investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, que completam 90 dias nesta quinta-feira (14).

Hoje (13), a assessora de Direitos Humanos da entidade, Renata Neder; a viúva da vereadora, Mônica Benício, e o pai de Marielle, Antônio Francisco da Silva, se reuniram com o procurador-geral do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, para pedir um papel mais estratégico do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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A Anistia entregou um ofício ao procurador-geral, que afirmou ter compromisso com a resolução dos crimes. “É importante que cheguemos aos verdadeiros culpados. É óbvio que uma investigação dessa magnitude, dessa complexidade, leva um período significativo, e não estamos abrindo mão de qualquer tipo de informação ou relacionamento”, esclareceu Gussem.

Segundo a Anistia, o sigilo das investigações deve ser preservado, mas o silêncio sobre o caso reforça a sensação de impunidade dos criminosos. "É uma questão de priorizar recursos e de decidir politicamente que esse caso não vai ficar sem solução. E é isso que a gente espera das autoridades, que se comprometam publicamente", afirmou Renata. 

Para a diretora executiva da entidade, Jurema Werneck, o Ministério Público deve exercer seu poder de investigação e cumprir seu papel de controle das atividades policiais, garantindo a competência e independência na apuração do caso. “É preciso ainda que o processo seja realizado em tempo hábil, seguindo todos os padrões éticos e o devido rito legal”, completou Jurema.

Chico Buarque Criolo, Ludmilla e Fernanda Montenegro integram um time de mais de 30 artistas brasileiros mobilizados em uma campanha que marca os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o aniversário do movimento global Anistia Internacional. Eles gravaram uma música chamada Manifestação, abordando diversos tipos de violações de direitos humanos recorrentes no país. O vídeo da canção já está disponível na internet.

O objetivo da campanha é estimular as pessoas a pensar nos problemas sociais que acometem o Brasil e agir de maneira a interferir positivamente dentro da sociedade. A letra escrita por Carlos Rennó fala sobre a violência contra a população negra, indígena, quilombola, LGBTI, refugiados, mulheres e pessoas periféricas. 

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Participam do projeto artistas de vaias gerações e estilos, como Chico Buarque, Criolo, Ludmilla, Fernanda Montenegro, Ellen Oleria, BNegão, Marcelo Jeneci, Péricles, Rido Dalasam, Siba, Paulinho Moska, Ana Cañas e Paulo Miklos, entre outros. 

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A Anistia Internacional questiona a imparcialidade da Polícia Civil na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira, 18, a Anistia cita uma reportagem da TV Globo segundo a qual as polícias do Rio teriam 71 submetralhadoras HK MP-S, modelo que teria sido usado no crime.

Das 60 armas pertencentes à Polícia Civil, cinco delas teriam sido extraviadas em 2011. Outras 11 submetralhadoras pertenceriam ao Batalhão de Operações Especiais (Bope).

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"Estamos há quase 65 dias da morte da defensora de direitos humanos e vereadora Marielle Franco. Durante esse período, diversas informações sobre o caso foram veiculadas pela mídia, inclusive de que a munição utilizada pertencia a lote vendido à Polícia Federal em Brasília e havia sido roubada na sede dos Correios, sem que houvesse nenhuma explicação ou pronunciamento oficial pelas autoridades", disse a Anistia Internacional, em nota.

Segundo o órgão, "a informação de que armas do mesmo modelo da que teria sido usada na execução de Marielle Franco teriam sido desviadas do arsenal da Polícia Civil pode comprometer a competência e independência da Polícia Civil de investigar o caso". "A Anistia Internacional urge que a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro se pronunciem sobre a imparcialidade das investigações."

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) disse que "reitera sua confiança na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) e no trabalho de excelência da Divisão de Homicídios".

A Seseg diz estar "alinhada ao clamor da sociedade por Justiça e respeita o trabalho técnico de investigação cuja produção de provas qualificadas levará os culpados à condenação".

Para marcar os dois meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes (em 14 de março), a Anistia Internacional divulgou um comunicado em que renova a pressão sobre as autoridades de segurança para que o caso seja solucionado. O comunicado traz declarações da diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, mas também dos pais e da irmã da vereadora.

"A cada dia que se passa as chances de que um caso de homicídio seja resolvido diminui. Não podemos deixar que o assassinato de Marielle fique sem resposta porque a impunidade alimenta o ciclo de violência. É muito importante que a mobilização das pessoas seja cada vez maior. Isso é fundamental para a resolução deste caso", disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil.

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"Acreditamos na seriedade do trabalho que tem sido feito na investigação, e esperamos que isso permaneça até obtermos uma resposta concreta. Não é uma resposta para família somente, mas para o mundo inteiro. E a luta tem que continuar", afirma Marinete da Silva, mãe de Marielle.

"Sem pressão, não haverá solução. A mobilização das pessoas foi fundamental para que o mundo tomasse conhecimento da execução de Marielle, que chocou a todos e ainda causa dor todos os dias. Mas precisamos continuar cobrando os responsáveis pela investigação do crime. Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Estas perguntas não Podem ficar sem respostas", defende a diretora-executiva da Anistia Internacional.

Marielle era defensora de direitos humanos, ativista dos movimentos LGBTI e das favelas, negra e bissexual. Aqueles que matam defensores de direitos humanos querem silenciar sua voz, desmobilizar sua luta e gerar um processo mais amplo de medo e silenciamento. Deixar o homicídio de uma defensora de direitos humanos sem resposta é abrir a porta para outros episódios de violência contra outros defensores e defensoras de direitos humanos, ativistas e lideranças comunitárias.

"Enquanto tivermos forças iremos exigir justiça ocupando as ruas e espaços públicos. Minha irmã era resistência, e é assim que iremos até o final", coloca Anielle, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco.

"Ela era destemida. Ela nunca se escondeu. Ia de cara limpa e na frente. Ela era muito raçuda e corajosa. Quem a matou fez o oposto. Não colocaram a cara. Se esconderam. São 60 dias de um vazio sem fim", afirma o pai de Marielle, Antonio Francisco da Silva Neto.

"Temos nos mobilizado para que as autoridades não deixem de dar a resposta que toda sociedade, não apenas no Brasil, mas em todo mundo, precisa: Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Não descansaremos até que este assassinato seja esclarecido. Convocamos todas as pessoas a assinar nossa ação-urgente pedindo uma investigação imediata, completa, imparcial e independente sobre o caso", aponta a diretora-executiva da Anistia Internacional.

"No mês passado, pressionamos as autoridades responsáveis pelo Twitter e a hashtag #MarielleFranco chegou a ficar em 3º lugar dos tópicos mais comentados no Brasil. Agora é fundamental que todos assinem a ação-urgente. E para as mais de 12.000 pessoas que já assinaram a ação, compartilhe o link com seus amigos e familiares para que a mobilização se torne ainda maior. ", conclui Jurema Werneck.

Às vésperas de completar um mês da morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), a Anistia Internacional (AI) afirmou nesta sexta-feira (13) que as autoridades brasileiras precisam dar "prioridade" para solucionar o assassinato dela e de seu motorista Anderson Gomes.

"A sociedade tem que saber quem matou Marielle e por quê. Cada dia que este caso segue sem ser resolvido se agravam o risco e a incerteza em torno dos defensores e defensoras dos direitos humanos", afirmou Jurema Werneck, diretora-executiva da AI no Brasil.

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"As autoridades devem expressar claramente que isto não vai mais acontecer e rapidamente investigar quem matou Marielle e quem ordenou sua morte", acrescentou.

Ainda segundo a AI, se os responsáveis pelos assassinatos de Marielle e Anderson não forem encontrados, as autoridades vão "transmitir a mensagem de que se pode matar com impunidade" as pessoas que defendem os direitos humanos.

Werneck também afirmou que o ataque foi "cuidadosamente planejado" e executado por "pessoas treinadas".

A AI revelou que o Brasil é um dos países mais perigosos para as pessoas defensoras dos direitos humanos, tendo registrado 58 homicídios em 2017. O Brasil também lidera o ranking de assassinatos contra ativistas ambientais, sendo um levantamento da ONG Global Witness.

Marielle e Anderson foram mortos a tiros, na noite do dia 14 de março, no bairro do Estácio, após deixarem a Lapa, onde ela participou de seu último ato político. As investigações seguem em sigilo.

Da Ansa

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