Saneamento precisa de mais investimento, revela estudo

Aumento será possível somente se a agenda do setor se tornar prioridade para o governo federal

por Nataly Simões sex, 22/06/2018 - 16:38

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que para universalizar os serviços até 2033, conforme determina o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), é necessário aumentar em 62% o número de investimentos, chegando a  um patamar de R$ 21,6 bilhões anuais.

De acordo com o estudo, a maior barreira para a ampliação da cobertura de redes de esgoto no Brasil é a falta de investimento. Nos últimos oito anos, a média de recursos aportados no setor foi de R$ 13,6 bilhões. Além de que o serviço prestado pelas companhias privadas tem mais qualidade que o das públicas, sendo que cada R$ 1 investido dá retorno de R$ 2,50 ao setor produtivo. O documento ainda indica que o aumento das redes resulta em melhorias na saúde pública.

Para a CNI, alcançar a meta do Plansab será possível somente se a agenda de saneamento básico se tornar prioridade para o governo federal. “Caso sejam mantidos os níveis recentes de investimento, a universalização dos serviços será atingida apenas após 2050, com cerca de 20 anos de atraso”, avalia a diretora de Relações Institucionais do órgão, Mônica Messenberg.

Segundo o estudo, a experiência internacional mostra que a parceria com o setor privado tem sido um fator fundamental para a expansão e aumento da qualidade dos serviços de saneamento. Porém, as concessões e as parcerias público-privadas na área ainda enfrentam diversas resistências, a maioria está ligada aos mitos de que o setor privado atua apenas em grandes cidades e de que as tarifas privadas são maiores. “O setor privado pratica tarifas de cerca de 11 centavos acima das tarifas observadas nas companhias estaduais”, aponta o documento.

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