Fome aumenta pelo terceiro ano seguido na América Latina
Número de pessoas latino-americanas desnutridas teve um aumento de 200 mil entre 2015 e 2016 e de 400 mil entre 2016 e 2017
A fome na América Latina aumentou pelo terceiro ano seguido em 2017 e atingiu 39,3 milhões de pessoas, 6,1% da população, de acordo com a estimativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O relatório divulgado pela organização nesta quarta-feira (7) aponta que o número de latino-americanos desnutridos teve um aumento de 200 mil entre 2015 e 2016 e de 400 mil entre 2016 e 2017.
Na Argentina, Bolívia e Venezuela, o número de pessoas desnutridas cresce ano a ano desde 2014. A situação é especialmente mais grave na Venezuela, onde existem 3,7 milhões de habitantes subalimentados.
O Haiti, no entanto, continua sendo o país latino-americano com a maior incidência da fome, com 5 milhões de pessoas desnutridas, pouco menos que a metade de seus habitantes (45,7%). Seguido do México que possui 4,8 milhões, ou seja, 3,8% da população.
Apesar disso, Haiti e México, junto à Colômbia e República Dominicana, são os únicos países latino-americanos nos quais a desnutrição diminuiu desde 2014. Já o Brasil, Cuba e Uruguai são os únicos com índices de desnutrição inferiores a 2,5% de seus habitantes.
O documento da FAO destaca ainda que a obesidade se tornou a maior ameaça nutricional da América Latina, pois a cada ano há 3,6 milhões de obesos a mais e o sobrepeso afeta 250 milhões de pessoas, o que representa 60% da população. Além disso, 7,3% das crianças menores de cinco anos estão acima da média mundial de sobrepeso, que é de 5,6%.