Começa julgamento dos 'Canibais de Garanhuns'
O júri estava marcado para ocorrer no dia 23 de novembro, mas foi remacado para hoje
Começou nesta sexta-feira (23), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, área central do Recife, o julgamento do trio que ficou conhecido como os "Canibais de Garanhuns”. A sessão estava marcada para ocorrer no dia 23 de novembro, mas foi remacada para hoje. O júri é formado por cinco homens e duas mulheres.
Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva são réus pelo assassinato, ocultação e vilipêndio de cadáver de duas mulheres em 2012. As vítimas foram Alexandra da Silva Falcão, de 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31. Ambos os crimes teriam ocorrido na residência dos acusados, no bairro Jardim Petrópolis, em Garanhuns, Agreste de Pernambuco.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a morte de Gisele Helena da Silva ocorreu no dia 25 de fevereiro de 2012. Ela teria sido atraída para a casa dos acusados por Isabel, sob o pretexto de ouvir conselhos e falar da "Palavra de Deus". Gisele estava de costas quando foi atingida por um golpe de faca na garganta desferido por Jorge Negromonte.
Ela teria sido esquartejada no banheiro por Jorge e Bruna. Conforme os autos, partes do corpo foram armazenados para consumo dos acusados para o que eles diziam ser um "ritual de purificação". O resto do corpo foi enterrado no quintal da residência em um buraco previamente aberto por Jorge com esse intuito. Eles ainda teriam subtraído os pertences da vítima, como carteira de trabalho, CPF e cartões de créditos, utilizados para realização de compras no comércio local. Através das compras, a polícia conseguiu chegar até o trio.
O assassinato da outra vítima, Alexandra da Silva Falcão, segundo o MPPE, ocorreu no dia 12 de março de 2012. Ela teria sido chamada por Bruna para trabalhar como babá de uma criança que ela apresentava como filha. Isabel ficou à espreita para garantir a execução do plano. Enquanto conversava com Bruna, a vítima foi atingida por um golpe de faca na garganta desferido por Jorge. A mulher também foi arrastada para o banheiro e esquartejada por Jorge e Bruna, tendo parte do corpo servido de alimento e outra parte enterrada.
Os Canibais de Garanhuns serão julgados por duplo homicídio triplamente qualificado - cometidos mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima -, e também por ocultação e vilipêndio de cadáver e furto qualificado. Jorge e Bruna respondem ainda por estelionato. Bruna também será julgada pelo crime de falsa identidade.
Em 2014, os réus já foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver contra Jéssica Camila da Silva Pereira. O crime foi cometido contra Jéssica Camila da Silva Pereira em Olinda, no Grande Recife. Jorge foi condenado a 21 anos e 6 meses de reclusão mais um ano e seis meses de detenção. Isabel Cristina foi condenada a 19 anos de reclusão e um ano de detenção. A ré Bruna Cristina, a 19 anos de reclusão e um ano de detenção.