"Jorge não é mais apto a viver em sociedade", diz defesa

Os 'Canibais de Garanhuns' estão sendo julgados nesta sexta-feira (14)

por Damares Romão sex, 14/12/2018 - 10:37
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, que ficaram conhecidos como "Canibais de Garanhuns", serão julgados nesta sexta-feira (14). Eles são réus pelo assassinato, ocultação e vilipêndio de cadáver de duas mulheres em 2012.

As vítimas foram Alexandra da Silva Falcão, de 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31. Ambos os crimes teriam ocorrido na residência dos acusados, no bairro Jardim Petrópolis, em Garanhuns, Agreste de Pernambuco.

Na entrada do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, área central do Recife, onde ocorre o júri, o advogado de Jorge, Giovanni Martinovich, afirmou que o seu cliente é um homem doente, e que não é mais apto a viver em sociedade.

"A nossa tese e pedido será a medida de segurança para que ele fique internado no hospital, fazendo tratamento psiquiátrico. A defesa está escolhendo praticamente uma prisão perpétua. Lá nenhum psiquiatra vai conceder laudo pericial dizendo que ele pode viver em sociedade. Tenho medo que ele pratique novos crimes. Na rua não tem tratamento. Ele surta, ouve vozes".

Já a defesa de Bruna argumentou que ela é inocente e que era coagida por Jorge. “A segunda tese é de diminuição de pena pelo mínimo feito necessário para o crime. No julgamento de Olinda ela tinha um amor incondicional por Jorge. Mas ao ver o depoimento dele e tudo que ele falou contra ela, ela caiu em si e me relatou fatos perturbadores do convívio deles. Ela disse que prefere falar sobre isso no plenário do júri, são coisas que ninguém sabe ainda. Não posso adiantar”, explicou o advogado Rômulo Lyra.

O advogado de Isabel, Renato Vilela, defendeu que ela não estava presente no homicídio das duas vítimas em Garanhuns. “Temos documentos que comprovam e vamos apresentar em plenário”.

Por outro lado, o promotor André Rabelo garantiu que as provas existentes são suficientes para incriminar o trio. “Todos são lúcidos. Todos têm absoluto controle de suas ações. Isso põe por terra as teses das defesas de insanidade ou coerção. Nada disso existe. Um cooptava, outro fazia a enganação e outro executava. E todos participavam do esquartejamento e do consumo e comercialização da carne humana”.

Sobre a história de que o trio produzia e comercializava lanches com carne das suas vítimas, o promotor afirma que a própria Isabel disse ter vendido os produtos em locais como o hospital de Garanhuns e em Caruaru.

Com informações de Jorge Cosme

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