O Serviço Social do Comércio (Sesc) apresentou no sábado (12) programação especial comemorativa aos 403 anos de Belém, no Centro Cultural Sesc Boulevard. A agenda teve espetáculos e exposições dos mais diversos segmentos artísticos, como visual, cênico, musical, literário e cinemático.

A montagem das atrações foi realizada por toda a equipe do centro cultural e pensada com o propósito de trazer reflexões para o público. “Nós procuramos contemplar toda a diversidade cultural que existe na cidade e fazer uma programação que não fosse a comemoração só pela comemoração”, declarou Marcos Campelo, técnico em Assistência Musical.

Uma das instalações foi o projeto “Cartas Visuais”, que segue até o dia 31 de janeiro. “Nós também buscamos provocar o público, a comunidade em geral, com uma programação formatada na área de artes visuais que são as cartas visuais. Através das cartas procuramos o olhar, o sentir da pessoa sobre a cidade e ela pode manifestar isso através de fotografia, xilogravura”, explicou Marcos Campelo.

As “Cartas Visuais” ficarão depositadas numa urna e, ao terminar a atividade, servirão de base para a montagem de um livro artesanal que ficará exposto junto aos demais livros de outras oficinas.

Para Cleo Oliveira, técnica em literatura, a busca pela valorização da mistura das diversas vertentes da linguagem na comemoração do aniversário de Belém é muito importante. “Vejo uma parte muito importante na nossa programação: trabalhar essa transversalidade da linguagem dentro do aniversário de Belém. Nós estamos trabalhando cinema, artes cênicas, artes visuais e música. E, assim, estamos mostrando um pouquinho do que temos na nossa cidade”, relatou a técnica em literatura do SESC.

O lançamento do livro “Sentado no banco da praça”, de Jaci Duarte, ex-radialista, que resgata a história do programa da década de 70 “Regatão”, da Rádio Clube, marcou a abertura dos quatro dias de homenagem aos 403 anos da cidade de Belém. “Escolhi trabalhar com Jaci Duarte porque ele é uma figura bem importante nessa história. Ele tinha um programa chamado ‘Regatão’. E as pessoas utilizavam muito o rádio principalmente no interior; em alguns municípios não havia televisão. Elas mandavam um bilhetinho e o radialista lia. Eles se comunicavam assim. Eu escolhi o Jaci Duarte por esse trabalho social”, declarou Cleo Oliveira.

O setor do audiovisual procurou valorizar e dar espaço para os novos produtores de conteúdos regionais, como o grupo universitário A Besta Pop. “Nós resolvemos fazer uma mostra de filmes paraenses para homenagear a cidade. E o que eu pensei de imediato foi chamar o pessoal do ‘A Besta Pop’, que são jovens universitários da UFPA. Eles conseguiram terminar de produzir o filme por meio da vaquinha coletiva”, declarou Carol Abreu, técnica em audiovisual do SESC.

Na seleção dos títulos exibidos no cinema, diretores e produtores tradicionais deram espaço para aqueles que estão iniciando a carreira. “Foi uma proposta muito interessante, porque geralmente nós exibimos os filmes dos diretores renomados daqui de Belém e precisávamos quebrar isso e trazer esse novo olhar para o público conhecer um pouquinho do que essa galera nova está produzindo”, contou Carol Abreu.

Além das sessões de cinema houve um debate com os diretores e criadores das produções na quarta-feira (9) às 18 horas.

Por Wesley Lima.