Transplantes de fígado e rim batem recorde em Pernambuco

Em 2018, os procedimentos envolvendo rim tiveram um aumento de 15%, totalizando 463. Enquanto foram realizadas 137 cirurgias de fígado, um acréscimo de 6%

por Victor Gouveia qua, 30/01/2019 - 09:07
Pixabay Mesmo com a marca batida, 1.128 pernambucanos ainda aguardam por um órgão ou tecido na fila de espera Pixabay

Pernambuco bateu o próprio recorde de transplantes de rim em 2018. Em 2017, foram realizados 404 procedimentos, enquanto no ano passado houve 463, o que representa um aumento de 15%, uma quebra de recorde pelo segundo ano consecutivo. Até então, a maior marca de transplantes tinha sido em 2015, com 344 cirurgias.

“Esse aumento nos transplantes de rim demonstra que a população tem se conscientizado da importância desse ato de solidariedade. Além disso, ratifica o empenho da Central de Transplantes e de todos os profissionais envolvidos no processo. Temos equipe de referência para captação de órgãos e de transplante de rim que estão à disposição todos os dias do ano para que as pessoas em fila de espera possam ganhar qualidade de vida”, declarou a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

O fígado também superou as marcas anteriores. No balanço, foram realizadas 137 cirurgias, o que representa um aumento de 6% em relação a 2017, que teve apenas 129. O maior quantitativo tinha sido alcançado em 2012, quando 134 transplantes foram realizados no Estado.

Ao analisar os órgãos sólidos (coração, fígado, rim e pâncreas), Pernambuco atingiu 652 transplantes, aumentando o número de procedimentos em 9,6%, comparado a 2017, que obteve 595. Além dos 463 de rim e os 137 de fígado, foram realizados 42 de coração, que decaiu em 22%, em comparação a 2017, onde foram realizadas 54 operações. Os transplantes duplos de rim/pâncreas foram cinco, enquanto em 2017 houve seis, uma queda de 17%, e cinco de fígado/rim, que apresentou um aumento de 150%, já que em 2017 só houve dois procedimentos.

Já os procedimentos de tecidos (córnea e medula óssea), totalizam 1.652 em 2018, uma diminuição de 7,7% em relação a 2017, quando foram realizados 1.790. Os transplantes envolvendo medula óssea permaneceram na marca de 225, e 775 de córnea, uma queda de 20%, já que em 2017 houve 969. Sobre a redução nos transplantes de córnea, a coordenadora da entidade lembra que o fato é resultado da fila zerada para esse tecido em 2017. “Desde junho de 2017 estamos com o status de ‘córnea zero’. Isso significa que todo paciente com indicativo para o procedimento, com os exames realizados, bem de saúde e inscrito na lista, fará o transplante em até 30 dias”, informou Noemy.

Fila de Espera

Atualmente, 1.128 pessoas aguardam na fila de espera por um órgão ou tecido em Pernambuco. O mais demandado é o rim, com 852 pacientes, seguida por fígado (124), córnea (116), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (7). Fato que pode ser revertido, já que de acordo com as Organizações de Procura de Órgãos (OPO), foram realizadas 339 entrevistas com familiares de pacientes por morte encefálica. Desse total, 183 autorizaram a doação e 156 negaram. Isso significa que 46% das possíveis doações não puderam ser concluídas.

“A população ainda tem muitas dúvidas e mitos relacionados à morte encefálica. Nas unidades hospitalares, os profissionais de saúde esclarecem aos familiares dos potenciais doadores, mas precisamos difundir esse tipo de informação para que cada pessoa possa decidir em vida se quer ser doador de órgãos e tecidos. Todos precisam ficar cientes que o diagnóstico de morte encefálica segue um rígido protocolo na sua confirmação e que a família receberá o corpo do ente querido íntegro para realizar todas as cerimônias de despedida. Como a doação só ocorre com a autorização de um familiar de até segundo grau, de acordo com a legislação brasileira, precisamos difundir esse tema; tirar dúvidas, mitos e preconceitos; e saber que esse ato pode salvar muitas vidas”, finalizou a coordenadora.

Com informações da assessoria

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