Entre janeiro e agosto, Pernambuco conseguiu realizar 315 transplantes de rim. O número representa um acréscimo de 22% no número de transplantes em comparação a 2017, quando houve 259 procedimentos. O rim é o órgão que possui a maior fila de espera no Estado, com 794 pacientes.
Entre janeiro e agosto de 2018, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos (Cihdotts) realizaram 227 entrevistas com familiares de pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Desse total, 122 famílias autorizaram a doação do órgão ou tecido do seu ente querido (53,74%) e 105 recusaram (46,26%). Nos meses de julho e agosto, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registrou os menores percentuais de recusa, de 34% e 29%, respectivamente.
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“Um dos maiores desafios para a Central de Transplantes é fazer com que o percentual de recusa familiar para a doação de órgãos reduza a cada ano. Para isso, estamos investindo nos treinamentos e capacitações para profissionais de saúde, inclusive para os que não estão envolvidos diretamente no processo da doação, mas atuam na área da assistência das unidades hospitalares. Este ano, um dos nossos avanços foram as capacitações sobre morte encefálica para mais de 190 médicos da rede estadual, onde abordamos, além do protocolo, a importância do acolhimento e entrevista familiar após confirmada a morte encefálica do paciente", ressaltou a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.
Córnea
Desde julho de 2017, Pernambuco está com o status de córnea zero. Isso não significa ausência de pessoas em fila de espera, mas que todo paciente que tiver indicação para um transplante de córnea, depois de realizar os exames necessários para ser inscrito an fila de espera, fará o procedimento em até 30 dias.
Em 2018, foram realizados 529 transplantes do tecido, 24% a menos do que em 2017. Entre os hospitais captadores, destacam-se o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), com 127 doações; Imip, 78; Hospital da Restauração (HR), 64; e Hospital Mestre Vitalino, 54.
Medula Óssea
A medula óssea é um tecido que é doado em vida. Para ser doador, é preciso fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Em Pernambuco, o cadastro é feito no Hemope. Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, será feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. O possível doador poderá ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e do mundo.
Balanço de 2018
De janeiro a agosto deste ano houve um aumento de 13,6% nos transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas), aqueles doados quando há a morte encefálica do paciente – o rim e parte do fígado também podem ser doados em vida. Foram 450 órgãos transplantados este ano, contra 396 no mesmo período de 2017.
Quando se juntam os órgãos sólidos com os tecidos (medula óssea e córnea), somam-se 1.129 transplantes, uma diminuição de 9,27% em relação a 2017, com 1.241 procedimentos.
Em 2018, foram realizados 529 transplantes de córnea (696 em 2017 / – 24%), 315 de rim (259 em 2017 / + 22%), 147 de medula óssea (147 em 2017), 97 de fígado (90 em 2017 / + 8%), 33 de coração (40 em 2017 / – 18%), além de 3 de rim/pâncreas e 2 de fígado/rim.
Recorde
Durante todo o ano de 2017, Pernambuco concretizou 1.790 transplantes, o maior quantitativo de procedimentos desde a criação da CT-PE, em 2015. O número é 22,27% maior do que o mesmo período de 2016, com 1.464 procedimentos. O maior crescimento foi nos transplantes de coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida, vem rim: 129 em 2017 e 112 em 2016 (aumento de 41%). Ainda foram realizados 225 procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%). Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.
Fila de espera
De acordo com o último balanço da CT-PE, 1.067 pessoas estão em fila de espera por um órgão ou tecido. O maior quantitativo é para rim (794), seguido de fígado (117), córnea (111), medula óssea (29), coração (11) e rim/pâncreas (5).
Morte encefálica
A morte encefálica acontece quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Nesse caso, o paciente é um potencial doador de órgãos sólidos e tecidos (coração, rins, pâncreas, fígado e córneas) – já que, apesar de não haver mais atividade cerebral, os órgãos continuam em funcionamento com a ajuda de aparelhos. De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualizada no final de 2017, o diagnóstico de morte encefálica deve ser iniciado em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
A morte deve ser atestada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos. Além do exame clínico, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia e a exames complementares. Entre os exames a serem realizados, podem ser feita a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano e a cintilografia. O laudo deve ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo de exame.
Com informações da assessoria