China sentencia à morte outro canadense por tráfico
Homem foi condenado pelo tribunal da província de Guangdong, no sul do país
A Justiça chinesa condenou nesta terça-feira (30) um segundo homem canadense à morte por tráfico de drogas, provocando uma dura reação do ministro das Relações Exteriores do Canadá em meio a tensões diplomáticas entre Ottawa e Pequim.
Um tribunal na província de Guangdong, no sul do país, condenou Fan Wei (nome em mandarim do réu canadense) e outras dez pessoas, incluindo um americano e quatro mexicanos, como parte de um grupo internacional de tráfico de drogas que opera na cidade de Taishan entre julho e novembro de 2012.
Fan e um chinês que desempenhou um papel fundamental nas operações foram condenados à morte, disse o tribunal da cidade de Jiangmen em um comunicado.
"A quantidade de drogas vendidas e fabricadas era extremamente grande, e os crimes eram extremamente sérios", disse o comunicado.
O grupo produziu e vendeu 63,4 quilos de metanfetamina e 366 gramas de dimetilamina, um medicamento usado para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, perda de peso e para melhorar o desempenho atlético, de acordo com a decisão do tribunal.
Os outros estrangeiros foram condenados à pena de morte "em suspenso", sentenças que normalmente se transformam em prisão perpétua depois de dois anos. O restante dos envolvidos sofreu diferentes penas de prisão diversas.
Os réus têm dez dias para apelar da sentença.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, disse que seu governo está "muito preocupado".
"O Canadá se opõe firmemente ao uso da pena de morte em qualquer parte do mundo", disse a jornalistas.
China e Canadá mantêm tensas relações diplomáticas após a prisão em Vancouver de uma alta executiva do gigante das telecomunicações chinês Huawei. A executiva, Meng Wanzhou, tem pendente um pedido de extradição dos Estados Unidos, em um caso de suspeita de violação de sanções ao Irã.
Em represália, a China deteve dois canadenses por suposta espionagem.