Macron garante apoio da França a líder indígena Raoni
O chefe de Estado francês conversou por 45 minutos no Palácio do Eliseu com Raoni três outros líderes da Amazônia - Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire
O presidente francês Emmanuel Macron recebeu nesta quinta-feira o líder indígena Raoni e assegurou-lhe o apoio da França em sua luta para proteger a biodiversidade e os povos da Amazônia, vítimas de um crescente desmatamento.
Por ocasião desta reunião, o Palácio do Eliseu anunciou que a França planeja sediar uma cúpula internacional de povos indígenas do mundo inteiro, provavelmente em junho de 2020.
O chefe de Estado francês conversou por 45 minutos no Palácio do Eliseu com Raoni três outros líderes da Amazônia - Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire - que realizam uma turnê na Europa até o final de maio. Ao final da reunião, eles levantaram os braços nos degraus do Eliseu.
O objetivo desta turnê europeia de três semanas é lançar um SOS junto à opinião pública e líderes políticos para salvar a grande reserva do Xingu, uma enorme reserva de biodiversidade de cerca de 180.000 km2.
"Busco um milhão de euros para financiar muros verdes feitos de bambu, para delinear a grande reserva do Xingu, que tem sofrido com a intrusão permanente de traficantes de madeira e de animais, garimpeiros e caçadores, que vêm caçar em nossas terras", disse Raoni em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo Le Parisien.
O Eliseu informou, após o encontro que a França "apoiaria o projeto de Raoni", como parte de "seu compromisso com a biodiversidade e no âmbito da presidência do G7" este ano. Esse compromisso, incluindo financeiro, será anunciado posteriormente.
O desmatamento, que havia diminuído drasticamente na Amazônia de 2004 a 2012, voltou a crescer em janeiro: +54% em relação a janeiro de 2018, segundo a ONG Imazon.
Com Raoni, Emmanuel Macron também discutiu a difícil situação das comunidades indígenas no Brasil.
"Como um país amazônico" com a Guiana, "a França está naturalmente comprometida com a luta contra o desmatamento e defende os direitos dos povos indígenas, especialmente como atores-chave na preservação das florestas e da biodiversidade e, por isso, engajados na luta contra as mudanças climáticas", ressaltou o Eliseu antes da reunião.