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O cacique Raoni Metuktire, figura emblemática da luta contra o desmatamento da Amazônia, lançou neste domingo (26) um pedido internacional de doações para que os povos indígenas do Brasil possam sobreviver no isolamento durante a pandemia de coronavírus.

"Precisamos receber alimentos básicos, produtos de higiene, medicamentos e também combustível para poder transportá-los" até as comunidades, disse o líder Kayapó em um vídeo publicado pela ONG francesa Planète Amazone, que lançou a campanha.

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O cacique pediu "apoio financeiro" para adquirir estes produtos. "Sem a sua ajuda, os povos indígenas do Brasil não serão capazes de lidar com esta terrível doença", acrescentou em dialeto caiapó, segundo tradução ao francês divulgada pela ONG em sua página na internet.

A organização lançou a campanha "COVID-19: protegendo os Guardiães da Amazônia" para financiar suas operações de ajuda a comunidades e que estas possam garantir seu isolamento durante a pandemia.

"O respeito estrito ao isolamento é ainda mais vital, já que os nativos, devido à sua fragilidade imunológica e sua extrema precariedade em termos de acesso ao atendimento médico, são vítimas ideais para a Covid-19", destacou a ONG.

"Vou ficar confinado na minha aldeia até que a situação se estabilize", acrescentou Raoni, que tem perto de 90 anos. Depois, o cacique prevê organizar uma viagem à França.

A ONG justificou a campanha "ante o abandono dos povos indígenas da Amazônia, por parte dos poderes públicos brasileiros" em plena crise sanitária.

Raoni tem criticado o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende autorizar as atividades de mineração em territórios indígenas e se nega a demarcar mais territórios.

No Brasil, onde vivem 800.000 indígenas, pelo menos três nativos morreram de covid-19 e mais de 30 estão contagiados, razão pela qual as autoridades sanitárias proibiram visitas às aldeias indígenas.

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira, 26, que países e chefes de Estado "cooptaram" o cacique Raoni, que é crítico à política ambiental e indígena do governo brasileiro. "Alguns países, chefes de Estado, pegaram Raoni, cooptaram Raoni", declarou.

Bolsonaro afirmou que a recusa de participar de uma reunião sobre a Amazônia com Raoni, em junho, na cúpula do G-20, no Japão, teria sido primeiro motivo de "preocupação" do presidente da França, Emmanuel Macron, com o governo brasileiro. "(Macron) Disse, 'opa, Brasil mudou de governo. Não é governo de briga, mas também não é de dizer amém pra todo mundo, mudou isso aí'", disse Bolsonaro.

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As declarações do presidente foram feitas em transmissão ("live") nas redes sociais, ao lado da indígena Ysani Kalapalo, que acompanhou a delegação brasileira na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Bolsonaro disse ainda que "abusaram da boa fé do Raoni" e que o cacique "não fala pelos índios". As falas foram corroboradas por Ysani, que ganhou destaque nas redes sociais ao defender a versão do governo sobre as queimadas na Amazônia.

O presidente voltou a afirmar que não foi "agressivo" nem atacou outros países em seu discurso em Nova York. Ele disse que citou Alemanha e França apenas para comparar o porcentual de terras usadas pela agricultura nestes países e no Brasil.

Bolsonaro disse que busca "parcerias com o mundo" sobre biodiversidade e Amazônia. Também declarou que é preciso tomar medidas sobre estrangeiros que exploram irregularmente terras demarcadas. "Temos de buscar maneiras para deter essas pessoas, identificá-las e tomar providencias."

O presidente voltou a afirmar que há interesse de outros países em aumentar a área de terras indígenas no Brasil. "No meu governo não vai passar", disse.

Na "live", Bolsonaro citou que foram criados 121,3 mil empregos com carteira assinada em agosto, no melhor resultado para o mês desde 2013. "É pouco? É pouco. Mas pegamos a economia destroçada", afirmou.

O cacique Raoni Metuktire foi à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24) e disse que o presidente Bolsonaro deveria “sair para o bem de todos”.

A declaração de Raoni ocorre um dia após Bolsonaro citá-lo durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

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O presidente brasileiro o chamou de "peça de manobra" utilizada por governos estrangeiros para "avançar seus interesses para a Amazônia".

"Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia", disse Bolsonaro na ONU.

Raoni respondeu ao presidente Jair Bolsonaro e pediu sua saída do governo.

"O Bolsonaro falou que não sou uma liderança. Ele que não é liderança e tem que sair", afirmou o líder indígena.

Aos 89 anos, Raoni é cacique do povo caiapó e é considerado um dos líderes indígenas de maior renome mundial.

“Antes que algo de muito ruim aconteça, ele [Bolsonaro] tem que sair para o bem de todos", disse Raoni.

​Neste mês, a Fundação Darcy Ribeiro propôs a candidatura de Raoni ao Prêmio Nobel da Paz de 2020 por sua luta pelos povos e pela preservação da Amazônia.

Raoni foi recebido por deputados de oposição e da frente ambientalista em um ato contra as declarações que Bolsonaro.

Em maio deste ano, Raoni fez uma viagem a países europeus e se encontrou com diversos líderes, entre eles o presidente da França Emmanuel Macron e o Papa Francisco.

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Da Sputnik Brasil

Com um tom duro, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou o discurso na abertura da assembleia geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, para proferir ataques contra o líder indígena Raoni Metuktire, reconhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia e dos povos indígenas. 

Ao falar das terras e lideranças indígenas do Brasil, o presidente disse a visão de um líder não representa todos os índios brasileiros e salientou que eles são usados como peça de manobra pelos países estrangeiros.  

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“A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”, disse o presidente. 

Raoni é um dos líderes da etnia caiapó e, recentemente, esteve em périplo por países do mundo e se reuniu com líderes europeus como o presidente da França,  Emmanuel Macron - que também foi alvo de ataques de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro foi até a reunião da cúpula da ONU acompanhado da índia Ysani Kalapalo e leu uma carta que, segundo ele, foi elaborada por um grupo de agricultores indígenas do Brasil que endossava apoio a Ysani e, após destrinchar o texto, o presidente disparou: “acabou o monopólio do senhor Raoni”.

Ainda sobre as terras indígenas, Bolsonaro disse que que não pretende ampliar o território que hoje é de 14% para 20%. Além disso, o presidente citou que índios também são responsáveis por queimadas na Amazônia. 

 

O líder indígena Raoni e a vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado no Rio de Janeiro, foram indicados nesta quinta-feira (19) pelo Parlamento Europeu ao prêmio Sakharov para a liberdade de consciência. Na lista de candidatos também estão o opositor russo Alexei Navalny, a ambientalista e defensora dos direitos humanos Claudelice Silva dos Santos e o ex-deputado Jean Wyllys.

Os nomes foram confirmados por vários grupo políticos. A eleição ocorrerá pelo legislativo europeu em outubro. A honraria, criada em 1998 em homenagem ao cientista soviético dissidente Andrei Sakharov, é uma forma de reconhecimento da luta pelos direitos humanos no mundo.

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Segundo a Aliança Socialista e Democratas no Parlamento Europeu (conhecida pela sigla S&D), os nomeados "representam vozes a favor dos direitos humanos e da proteção do ambiente".

Marielle Franco, que foi morta a tiros em 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, concorre por ter sido uma "política brasileira abertamente gay, feminista e ativista de direitos humanos". Ela ainda foi indicada pelo grupo de parlamentares de Partidos Verdes na Europa.

Já o cacique Raoni, também nomeado como um dos candidatos ao prêmio Nobel de 2019, foi indicado por "suas cruzadas para salvar a sua pátria, a floresta amazônica".

A paraense Claudelice Silva dos Santos, por sua vez, se tornou defensora da Amazônia após o assassinato de seu irmão e cunhada em decorrência da luta para combater o desmatamento ilegal da floresta.

A indicação de Jean Wyllys ficou por conta do bloco ambientalista.

As indicações aumentam ainda mais a pressão sobre o governo brasileiro, principalmente porque as políticas e postura do presidente Jair Bolsonaro têm sido criticadas abertamente na ONU e na Europa.

A apresentação oficial dos candidatos ocorrerá no próximo dia 30 de setembro durante uma reunião das comissões de Relações Exteriores, do Desenvolvimento e da subcomissão dos direitos humanos.

Os três finalistas, porém, serão anunciados pelo Parlamento Europeu no dia 8 de outubro, enquanto que o vencedor será revelado no dia 24 do mesmo mês.

Da Ansa

 Ambientalistas e antropólogos lançaram uma campanha de candidatura do chefe indígena Raoni ao Prêmio Nobel da Paz de 2020, em reconhecimento à sua luta para a preservação da Amazônia e das comunidades locais.

De acordo com a Fundação Darcy Ribeiro, que endossa a candidatura, "a iniciativa reconhece os méritos de Raoni Metuktire enquanto líder de renome mundial, que, do alto de seus 90 anos, dedicou sua vida à luta pelos direitos dos indígenas e pela preservação da Amazônia".

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O regulamento do Prêmio Nobel da Paz estipula que a indicação pode ser feitas por membros de Assembleias Nacionais por professores de universidades.

Raoni, que pertence ao povo Caiapó e é ícone dos povos indígenas da Amazônia, tornou-se mundialmente conhecido na década de 1980 como um defensor do meio ambiente. Aos 89 anos de idade, Raoni foi recebido recentemente pelo presidente da França, Emmanuel Macron, durante o G7 de Biarritz, e pelo papa Francisco, em Roma.

O índio tem denunciado as queimadas na Amazônia e acusado o governo de Jair Bolsonaro de ser um dos responsáveis pelos incêndios. Por sua vez, o governo de Bolsonaro nega que tenha encorajado uma campanha de queimadas e culpa a temporada de secas pela situação.

Da Ansa

O Papa Francisco recebe nesta segunda-feira no Vaticano o líder indígena Raoni, um importante aliado na defesa da Amazônia, um dos grandes desafios do primeiro pontífice latino-americano.

O indígena brasileiro iniciou em 12 de maio uma excursão de três semanas pela Europa, onde foi recebido por chefes de Estado, marchou com jovens em favor do clima e agora se reúne com o Papa.

"Com este encontro, o Papa Francisco quer reiterar sua atenção pela população e pelo meio ambiente da região amazônica e seu compromisso com a proteção da Casa Comum", explicou no domingo o porta-voz do Papa, Alessandro Gisotti.

Considerado o pontífice mais sensível aos problemas ecológicos após a publicação em 2015 da encíclica "Laudato Si", o Papa argentino convocou para outubro deste ano um sínodo ou assembleia de bispos sobre a Amazônia, a fim de proteger os povos desta região que abrange nove países e é considerada o pulmão do planeta.

"A audiência com Raoni também faz parte da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Panamazônica, a ser realizada de 6 a 27 outubro, com o tema 'Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para Ecologia'", precisou Gisotti.

O líder Kayapó, que viaja acompanhado de outros três líderes indígenas do Xingu, tem sofrido a devastação de seu vasto território, ameaçado pelo desmatamento, pelo agronegócio e pela indústria madeireira.

Um fenômeno que o próprio Papa denunciou quando visitou Puerto Maldonado em janeiro de 2018, uma cidade rural no sudeste do Peru, cercada pela floresta amazônica.

A preocupação do Papa com as ameaças contra esse santuário da biodiversidade coincide com a de muitas populações amazônicas, determinadas a defender sua identidade e seus costumes.

É a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades concretas em favor do cuidado ambiental, inclusive nas paróquias.

A viagem de Raoni acontece em meio a tensões com o presidente Jair Bolsonaro, que tem se mostrado favorável à exploração de áreas protegidas.

O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, próximo ao Papa, relator geral do Sínodo a ser realizado de 6 a 27 de outubro, reconheceu recentemente em Roma que a defesa da Amazônia gera muitas "resistências e incompreensões".

"Os interesses econômicos e o paradigma tecnocrático são contrários a qualquer tentativa de mudança e estão prontos a se imporem com força, violando os direitos fundamentais das populações no território e as normas de sustentabilidade e proteção da Amazônia", explicou Hummes.

A igreja de Francisco também está empenhada em proteger "os esquecidos" da floresta amazônica, as populações mais pobres.

A Amazônia é habitada por 390 povos com uma identidade cultural e uma língua própria, e tem cerca de 120 aldeias livres em isolamento voluntário.

Este território, compartilhado por nove países e habitado por cerca de 34 milhões de pessoas, abriga 20% da água doce não congelada do mundo, 34% das florestas primárias e 30-50% da fauna e flora do planeta.

O presidente francês Emmanuel Macron recebeu nesta quinta-feira o líder indígena Raoni e assegurou-lhe o apoio da França em sua luta para proteger a biodiversidade e os povos da Amazônia, vítimas de um crescente desmatamento.

Por ocasião desta reunião, o Palácio do Eliseu anunciou que a França planeja sediar uma cúpula internacional de povos indígenas do mundo inteiro, provavelmente em junho de 2020.

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O chefe de Estado francês conversou por 45 minutos no Palácio do Eliseu com Raoni três outros líderes da Amazônia - Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire - que realizam uma turnê na Europa até o final de maio. Ao final da reunião, eles levantaram os braços nos degraus do Eliseu.

O objetivo desta turnê europeia de três semanas é lançar um SOS junto à opinião pública e líderes políticos para salvar a grande reserva do Xingu, uma enorme reserva de biodiversidade de cerca de 180.000 km2.

"Busco um milhão de euros para financiar muros verdes feitos de bambu, para delinear a grande reserva do Xingu, que tem sofrido com a intrusão permanente de traficantes de madeira e de animais, garimpeiros e caçadores, que vêm caçar em nossas terras", disse Raoni em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo Le Parisien.

O Eliseu informou, após o encontro que a França "apoiaria o projeto de Raoni", como parte de "seu compromisso com a biodiversidade e no âmbito da presidência do G7" este ano. Esse compromisso, incluindo financeiro, será anunciado posteriormente.

O desmatamento, que havia diminuído drasticamente na Amazônia de 2004 a 2012, voltou a crescer em janeiro: +54% em relação a janeiro de 2018, segundo a ONG Imazon.

Com Raoni, Emmanuel Macron também discutiu a difícil situação das comunidades indígenas no Brasil.

"Como um país amazônico" com a Guiana, "a França está naturalmente comprometida com a luta contra o desmatamento e defende os direitos dos povos indígenas, especialmente como atores-chave na preservação das florestas e da biodiversidade e, por isso, engajados na luta contra as mudanças climáticas", ressaltou o Eliseu antes da reunião.

O líder indígena Raoni chegou a Paris neste domingo, dando início a uma viagem de três semanas na Europa, onde se encontrará com chefes de Estado, celebridades e o papa para alertar sobre as crescentes ameaças à Amazônia.

Pertencente à etnia Kayapó, Raoni aproveitará a visibilidade internacional para tentar arrecadar um milhão de euros a fim de proteger a reserva do Xingu. Essa reserva localizada na Amazônia abriga vários povos indígenas, ameaçados por madeireiros e pelo agronegócio.

Raoni Metuktire, cuja luta pela defesa da Amazônia brasileira foi apoiada internacionalmente por figuras como o cantor Sting, viaja acompanhado por outros três líderes indígenas que vivem no Xingu.

A agenda inclui reuniões com o presidente francês Emmanuel Macron e seu ministro do Meio Ambiente, François de Rugy. Eles seguirão para a Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Mônaco e Itália, onde se encontrarão com o Papa Francisco no Vaticano, segundo a Associação Foret Vierge, que Raoni preside de forma honorária.

Sua viagem ocorre em meio a tensões devido ao aumento das ameaças à Amazônia por parte dos setores de mineração e agricultura que encontraram um aliado no presidente Jair Bolsonaro, que já manifestou apoio à exploração de áreas protegidas.

Os fundos arrecadados serão usados para substituir os sinais nos limites da vasta reserva do Xingu, para comprar drones e equipamentos técnicos para monitorar a região e proteger contra incêndios, informou a Foret Vierge em um comunicado.

Algumas comunidades no Xingu também precisam de recursos para saúde, educação e conhecimento técnico para a extração e comercialização de produtos renováveis obtidos na selva.

"Desta forma, os povos indígenas poderiam viver de maneira digna na reserva, protegendo a floresta e suas culturas ancestrais, em vez de ir para áreas rurais ou urbanas", disse o comunicado.

O Brasil deu início à demarcação de terras indígenas a partir da década de 1980, garantindo a algumas comunidades o direito a suas terras. No entanto, declarações de Bolsonaro, contrário desta política de demarcação, alarmaram as comunidades indígenas que mantêm décadas de luta para proteger seu território e suas culturas.

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