Com Belo Monte, Pará ainda tem energia mais cara do Brasil

Na inauguração da hidrelétrica do rio Xingu, governador Helder Barbalho cobrou revisão do modelo energético nacional. Ambientalistas classificam empreendimento como "ecocídio".

qui, 28/11/2019 - 18:08

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no Pará, vai operar com potência total de 11.223MW (MegaWatts). A inauguração da última turbina contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do governador do Pará, Helder Barbalho.

Localizada na região do rio Xingu, Belo Monte foi iniciada em 2011, pelo consórcio da Norte Energia, com um custo de aproximadamente R$ 42 bilhões, e agora se torna a maior hidrelétrica nacional. Vai oferecer energia para 10% da população do país.

O governador Helder Barbalho falou sobre a capacidade e qualidade energética dos rios do Pará, que possuem duas grandes usinas em funcionamento, mas também criticou os custos da energia na região. “O Brasil precisa discutir. Um estado que produz energia, que alimenta o Brasil, mas o mesmo Estado que tem Belo Monte e Tucuruí, as duas maiores (hidrelétricas) do País, que produz energia e exporta, hoje é a terceira conta de energia mais cara do Brasil, fazendo com que o povo paraense sofra”, disse, pedindo apoio para rever o modelo de custo menor aos paraenses.

O ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, elogiou a obra. “A conclusão desta obra idealizada na década de 70 é um marco histórico no país e é uma conquista da sociedade brasileira”, falou. Também respondeu aos questionamentos de Helder. “O governo Bolsonaro está atento a esse problema (alto custo de energia no Pará) e que está buscando junto ao Congresso Nacional resultados que o Pará e o Brasil esperam” disse. 

O presidente Jair Bolsonaro não discursou e não quis falar com a imprensa.

Apesar das conquistas da Usina de Belo Monte, outras instituições criticam a empreitada e seus problemas socioambientais que atingiram índios, ribeirinhos e biodiversidade. O Instituto Socioambiental critica as ações de extinção do comitê gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), afirmando que tal medida afeta mais ainda a vida dos povos ribeirinhos. No dia 19 de novembro o instituto lançou uma nota contra a Norte Energia e seus empreendimentos na região, afirmando que a soberania da Norte Energia é um ecocídio e genocídio praticado na região.

Da Redação do LeiaJá Pará (com reportagem de Filipe Bispo).

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