Ex-detentos iniciam nova fase trabalhando no TI da RMR

O início dos trabalhos está marcado para a próxima segunda-feira (16). Os egressos prisionais atuarão na logística das estações de BRT e do Terminal Integrado de Igarassu

por Jameson Ramos sex, 13/12/2019 - 16:07
Divulgação Iniciativa é da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos Divulgação

Este ano, o Natal para Elizangela Tavares, 34 anos, será especial. Mãe de quatro filhos, moradora do bairro de Águas Compridas, em Olinda, ela comemora a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho depois de ter deixado a prisão. A reeducanda cumpre pena no regime aberto e vai integrar a equipe operações das estações de BRTs  do corredor norte, no trecho de Igarassu – Recife. O início dos trabalhos está marcado para segunda-feira, 16/12. O objetivo é promover a ressocialização dos apenados e reduzir a reincidência criminal.

A iniciativa de empregar ex-detentos é da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) em parceria com a Conorte (concessionária do Grande Recife Consórcio de Transporte). Serão 22 novos trabalhadores, que somado aos 19 apenados que já trabalham no convênio, totalizam 41. Elizangela e seus colegas atuarão na logística das estações de BRT e do Terminal Integrado de Igarassu, responsáveis por organizar as filas, cuidar dos espaços e fiscalizar acessos prioritários.

O contrato estipula seis horas de trabalho e a remuneração de um salário mínimo (R$ 998). A parceria é regida pela Lei de Execuções Penais, o que desobriga o empregador de encargos trabalhistas, como FGTS, 13º salário e férias. “Vou terminar o ano de 2019 com a certeza que agora tenho um trabalho para ganhar o sustento dos meus filhos. Para nós, que saímos da prisão, não é fácil recomeçar de forma honesta, mas é possível. O Natal vai ser mais feliz”, declara Tavares.

Os números apontam que a reincidência criminal é de apenas 1% entre os ex-detentos que trabalham por meio de convênios entre o Governo de Pernambuco e a empresas públicas e privadas. “A falta de oportunidade é um dos principais fatores que levam os reeducandos a voltar para o mundo do crime. Por isso que o apoio da sociedade e das instituições é tão importante. Quanto mais frentes de trabalho, menos violência nas nossas cidades”, aponta o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Para a família da Elizangela, as conquistas não param por aí. Seu marido, que é serralheiro, também conseguiu um emprego recentemente. “Em 2020 meus planos são os mais simples: melhorar a condição de vida da minha família, trabalhar e mostrar para os meus filhos que podemos nos transformar”, finaliza a reeducanda.

Atualmente, 1.107 egressos prisionais trabalham através de parcerias como esta. O número de empresas parceiras é de 33. O acompanhamento é feito pelo Patronato Penitenciário, órgão vinculado à SJDH que também oferece assistência psicossocial e jurídica aos reeducandos.

*Da assessoria

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