Procon alerta para alta de preços nas lojas e na internet
Preço de produtos como álcool em gel e máscaras cirúrgicas, que se tornaram armas contra a proliferação do coronavírus, tem variação de até 7.000% no Brasil
A pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19) trouxe à tona a utilização de produtos que não eram rotineiros no dia a dia da população. A busca de itens como álcool em gel e máscaras cirúrgicas, que se tornaram armas contra a proliferação do vírus ainda indestrutível, chegou a deixar tais mercadorias com variação de preços de até 7.000% em algumas regiões do Brasil.
Seja nas lojas físicas ou no e-commerce, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) está de olho no abuso. Só em São Paulo, até a última terça-feira (31), o órgão já havia registrado mais de 900 consultas ou denúncias relacionadas à prática abusiva nos preços de máscaras cirúrgicas e álcool em gel. No ambiente virtual, alguns sites como Mercado Livre e Amazon garantiram ter tomado medidas para punirem os mercadores de produtos relacionados à saúde.
Em uma pesquisa realizada no site do Mercado Livre, foi possível identificar alguns itens com "Anúncio Pausado", em virtude de serem vendidos além do valor de mercado. Um kit com 30 máscaras com barbante atador, por exemplo, estava sendo repassado aos clientes por R$ 88. Já na rede de farmácias acoplada a um hipermercado de origem francesa na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, um pacote com 100 máscaras cirúrgicas descartáveis com elástico custa R$ 79.
Outras localidades do país também registraram disparidade no preço das máscaras cirúrgicas. Um comércio de Manaus, capital do Amazonas, chegou a vender um pacote com 50 unidades a R$ 425. Na principal cidade da Bahia, Salvador, o mesmo produto foi encontrado a R$ 359. De acordo com o Procon, o valor médio do item deveria ser de R$ 50,25.
O álcool em gel é mais um destes produtos que figuram entre os mais procurados nas últimas semanas. A média de preço para um frasco de 500 ml do antisséptico deve ser de R$ 21, segundo o Procon. Em uma farmácia de Belém, capital do estado do Pará, o item era vendido por R$ 78.
Já nos chamados marketplace da internet, o valor do gel antisséptico também fugiu da realidade. No site das Lojas Americanas, um revendedor anunciou um frasco de 300 ml da marca Inoar por R$ 23,99, além do valor do frete. O mesmo produto, da mesma fabricante, foi encontrado em uma farmácia do bairro do Ipiranga, região sul da capital paulista, a R$ 11,40. Ao contrário das demais plataformas, o ambiente virtual deste anunciante continuava a divulgar e vender a mercadoria.
O cliente que perceber os abusos pode fazer a denúncia contra o revendedor no próprio ambiente virtual, como orienta o diretor executivo do órgão em São Paulo, Fernando Capez. "O consumidor que faz compras por meio de plataformas digitais, acessando sites de vendas de produtos, deve fotografar a página no mesmo instante e fazer uma denúncia ao Procon por meio do seu Instagram. Use o seu Instagram com a foto daquela página e marque o perfil @proconsp", orienta.
"Meio litro de gel não pode custar mais do que R$ 15. O pacote com 100 máscaras não pode custar mais que R$ 80 e já está caro. Acima disso, o cliente tem que fazer a denúncia na hora. O consumidor pode nos ajudar sendo um fiscal do Procon", finaliza Capez.