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Uma tecnologia voltada inicialmente à aplicação de biodefensivos para o controle biológico de pragas agrícolas poderá ser usada no ambiente urbano para ajudar a conter a proliferação de mosquitos transmissores de vírus causadores de doenças, como o Aedes aegypti.

Desenvolvida pela empresa Birdview, situada na cidade de São Manuel, no interior paulista, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a solução despertou o interesse de empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis no Brasil para ajudar na erradicação de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika, de acordo com a Agência Fapesp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

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“Ao participar da última edição do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia [Pipe Empreendedor] identificamos algumas empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis interessadas em firmar parceria conosco para fazer a soltura do inseto em áreas urbanas”, revela Ricardo Machado, cofundador da startup.

Drones

A tecnologia desenvolvida consiste em um sistema modular de liberação e embalagem - integrado a drones - que efetua a soltura controlada de insetos adultos em regiões demarcadas, minimizando danos e estresses induzidos.

No campo, a tecnologia permite liberar sobre as lavouras insetos para combater pragas agrícolas que são seus inimigos naturais. Já em áreas urbanas, a solução poderá ser empregada para soltar Aedes aegypti machos e estéreis para se acasalar com mosquitos fêmeas – que picam e transmitem vírus causadores de doenças e copulam uma vez na vida. Dessa forma, é possível diminuir a população do inseto, estimam especialistas.

Biodefensivos

Em oito anos de atuação, a empresa já realizou mais de 15 mil voos para a liberação de biodefensivos em mais de um milhão de hectares. Entre seus clientes estão as usinas São Martinho, São Manuel e a Suzano.

O projeto de liberação de mosquitos ainda é experimental e a empresa tenta fechar parceria com criadores de insetos estéreis, que arcariam com os custos do serviço. Os valores e o tempo necessário para a intervenção surtir efeito estão sendo avaliados.

“A solução também pode ser utilizada para lançar sementes visando a restauração de florestas”, afirma Ricardo Machado.

No início de fevereiro, 6 diferentes empresas e start-ups estão com vagas abertas para contratação efetiva no trabalho à distância, com home-office. Os cargos são variados, em diferentes áreas e com diferentes requisitos para contratação de 24 novos trabalhadores. 

As vagas remotas incluem desenvolvedor, analista de operações, projetos e sistemas, vendas e até oportunidade de estágio. Alguns cargos também são aptos para Pessoas com Deficiência (PCDs). Confira a lista de vagas home-office:

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1. nstech

A plataforma de open logistics oferece soluções e tecnologias completas para empresas no mundo. A empresa conta com 6 vagas abertas de trabalho remoto na área de tecnologia. Interessados podem conferir os requisitos pelo site da Gupy. Veja as vagas abaixo.

– Arquiteto(a) de Software (1)

– Cientista de Dados Sr (1)

– Desenvolvedor(a) Backend Sr (2)

– Desenvolvedor(a) Frontend Sr (2)

2. KMM

A KMM é uma empresa focada no processo logistíco e na criação de soluções para o mercado. Com desenvolvimento de sistemas que gerenciam armazéns, caminhões, trens, embarcações e mais que esteja alinhado ao crescimento econômico, seja em rodovias, ferrovias, hidrovias ou até na produção agrícola. São 8 vagas disponíveis pelo link. Veja as vagas abaixo.

– Analista de Operações (1)

– Analista de Projeto Sênior (1)

– Analista de Sistemas (UI/UX) (1)

– Desenvolvedor Backend (1)

– Desenvolvedor C# (1)

– Desenvolvedor Frontend (1)

– Desenvolvedor Mobile - React Native (1)

– Desenvolvedor PL/SQL (1)

3. Frete Rápido

O primeiro HUB de transporte 100% cloud da América Latina, oferece inteligência logística e conecta embarcadores, empresas B2B, B2C e D2C a diversos transportadores, para trabalharem entre si sem contrato ou integração. As 2 oportunidades abertas são de trabalho efetivo. Mais detalhes podem ser conferidos aqui. Veja as vagas abaixo.

– Desenvolvedor Frontend (Angular) Pleno (1)

– Sales Development Representative - SDR (1)

4. Food To Save

A Food To Save é um app com foco em mudar o cenário de desperdício de alimentos no Brasil. A empresa conecta lojas e restaurantes a consumidores engajados para evitar o aumento de lixo orgânico que poderia ser evitado. As 2 oportunidades abertas visam engajar no processo de desenvolvimento da empresa. Interessados podem acessar a página do Food To Save aqui. Veja as vagas abaixo.

– Desenvolvedor Backend Sênior (1)

– Desenvolvedor Frontend Sênior (1)

5. BKR

A BKR é uma agência de publicidade que trabalha com produção cultural e ajuda marcas a se posicionar no mercado no entretenimento com publicidade full service, produção audiovisual e cultural. A agência está com uma vaga para desenvolvedor. Os requisitos do cargo podem ser conferidos pela internet. Veja o cargo disponível abaixo.

– Desenvolvedor Full Stack (1)

6. QUOD

A datatech QUOD utiliza inteligência de dados e analytics para servir a tomada de decisões para outras empresas. Ela atua no setor de análise de crédito, prevenção a fraude e inteligência de cobrança. A empresa está com 4 vagas efetivas e uma vaga de estágio aberta. Mais detalhes estão no site da Gupy. Veja as vagas abaixo.

– Analista de Modelagem Sênior (2)

– Analista de Modelagem Sênior (Inovação em Analytics) (1)

– Especialista em Agilidade (Agile Coach) (1)

– Estágio em Analytics (1)

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) convocará 4,3 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios de longa duração para fazer a prova de vida anual. Desde o início de 2023 que cabe ao instituto comprovar que o beneficiário está vivo, a partir de cruzamento de dados. No entanto, para os casos em que o rastreamento não é efetivo, o titular precisa fazer ele mesmo a prova de vida.

“Elas se enquadram nos casos em que o INSS não consegue fazer a comprovação de vida por não encontrar o beneficiário em nenhuma base de dados. Por conta disso, é enviada uma notificação via aplicativo Meu INSS, Central 135, e/ou notificação bancária informando que a prova de vida ainda não foi efetivada”, afirmou o INSS. As 4.351.557 de pessoas convocadas são nascidas nos meses de janeiro a março.

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Já foram notificadas 3.089.043 pessoas nascidas em janeiro e fevereiro. Nesta quinta-feira foi a vez de 1.262.514 que fazem aniversário em março que estão há mais de 12 meses sem realizar a prova de vida.

Os segurados que receberem a notificação devem procurar o Meu INSS ou o banco onde recebem o benefício para realizar a prova de vida.

Passados 60 dias após as notificações via aplicativo Meu INSS, Central 135, e/ou notificação bancária, não havendo a comprovação de vida, o pagamento poderá ser bloqueado.

Os interessados em participar do processo seletivo do primeiro semestre de 2024 do Programa Universidade para Todos (Prouni) poderão se inscrever até as 23h59 (horário de Brasília) desta sexta-feira (2).

O Prouni oferta bolsas de estudo (integrais e parciais) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. 

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Nesta edição do primeiro semestre, o Ministério da Educação (MEC) oferecerá 406.428 bolsas de estudo, sendo 308.977 integrais (100% do valor da mensalidade) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições de educação superior privadas.    

O prazo final de inscrições foi ampliado em um dia, após anúncio do MEC na quinta-feira (1º). 

Anualmente, o Prouni tem duas edições, com oferta de bolsas no primeiro e no segundo semestres, para ingresso no ensino superior.

Inscrições

As inscrições para concorrer às bolsas de estudo devem ser feitas exclusivamente pela internet, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni,  no ícone “Inscreva-se”. Para acessá-lo, é preciso entrar com login e senha, na conta no site Gov.br , de serviços digitais do governo federal.  As inscrições são gratuitas.

A inscrição no processo seletivo do Prouni é condicionada ao cumprimento dos requisitos de renda, exceto para o candidato que é professor da rede pública de ensino. 

O candidato que atender a todos os requisitos exigidos para concessão da bolsa de estudo deverá preencher seus dados pessoais e o questionário socioeconômico disponibilizado.

Em seguida, deve escolher até duas opções de cursos de graduação, na ordem de preferência, com a indicação do nome da instituição de ensino pretendida, a localidade (município e unidade federativa) e o turno.

O MEC disponibilizou um vídeo com o passo a passo para fazer a inscrição e para esclarecer dúvidas. 

Requisitos

Criado em 2004, o ProUni tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior.

De acordo com a legislação (Lei 1.096/2005) que determina os requisitos de renda para quem quer concorrer ao ProUni, a bolsa integral da mensalidade da universidade privada é destinada ao estudante com renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio.

Para a bolsa parcial (50% do valor), o candidato precisa comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até três salários mínimos.

Além disso, o candidato deverá obrigatoriamente ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 ou o Enem 2022 e alcançado, pelo menos, 450 pontos de média e nota diferente de zero na redação.

Os treineiros — candidatos que não concluíram o ensino médio e participam do exame para se autoavaliar — não podem utilizar a nota obtida no exame para ingressar em universidades públicas ou privadas.

Também é preciso atender a pelo menos uma das seguintes condições:  ser pessoa com deficiência (PcD); ser professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica; cursado o ensino médio integralmente em escola da rede pública ou ser egresso da rede privada de ensino, mesmo que não tenham estudado com bolsas integrais.

Resultado

Até o fim desta sexta-feira, último dia de inscrição, o candidato pode acompanhar a classificação parcial no site. A nota de corte do ProUni será a média do Enem do último candidato pré-selecionado para a bolsa de estudo em determinado curso.

O processo seletivo do primeiro semestre do Prouni 2024 terá duas chamadas. A divulgação da lista da primeira chamada dos candidatos pré-selecionados está prevista para 6 de fevereiro, também no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni. O resultado da segunda chamada será conhecido em 27 de fevereiro. 

De acordo com o cronograma do Prouni 2024/1, a próxima etapa do processo será a comprovação dos dados informados pelos pré-selecionados nas instituições de ensino, no período de 6 a 20 de fevereiro.

O Grupo Carrefour, empresa de comércio varejista, está com mais de 7 mil vagas abertas para todo o Brasil em diferentes áreas de atuação e de unidade. Em Pernambuco, a empresa oferece 301 vagas em 17 municípios do estado, sendo 29 delas para Pessoas com Deficiência (PCDs).

As oportunidades são em Abreu e Lima, Belo Jardim, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Garanhuns, Gravatá, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Palmares, Petrolina, Recife, Santa Cruz do Capibaribe, Surubim e Vitória de Santo Antão. 

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Os candidatos podem concorrer a vagas de emprego, jovem aprendiz e estágios. Para saber mais sobre as vagas e como se candidatar, basta acessar o site do InfoJobs para o Carrefour. Confira a lista completa de vagas dividida por cidade:

ABREU E LIMA:

1.Açougueiro (1)

 

BELO JARDIM:

1. Operador de Caixa (1)

2. Repositor (2)

3. Menor Aprendiz (6)

 

CABO DE SANTO AGOSTINHO:

1. Repositor de Frios (3)

2. Repositor (1)

3. Operador CD (1)

4. Aprendiz ADM (1)

 

CAMARAGIBE:

1. Operador de Caixa (1)

 

CARUARU:

1. Auxiliar de Cozinha (2)

2. Empacotador (1)

3. Estagiário Segurança Alimentar (1)

4. Operador de Caixa (2)

5. Operador Loja (7)

6. Repositor (2)

7. Repositor Hortifruti (1)

 

GARANHUNS:

1. Vendedor Frentista (1)

2. Operador Loja (1)

 

GRAVATÁ:

1. Operador de Caixa (1)

 

IGARASSU:

1. Auxiliar de Armazém (20)

2. Auxiliar de Armazém PCD (2)

3. Auxiliar de Cozinha (1)

4. Operador De Cartões (1)

 

IPOJUCA:

1. Operador Loja (1)

2. Auxiliar de Perecíveis (1)

 

JABOATÃO DOS GUARARAPES:

1. Agente de Fiscalização (5)

2. Aprendiz Operacional (1)

3. Auxiliar Logístico (1)

4. Estagiário Segurança Alimentar (1)

5. Jovem Aprendiz (3)

6. Operador de Caixa (1)

7. Operador de CD (1)

8. Operador de CD PCD (1)

9. Operador de Loja PCD (2)

10. Operador de Loja (4)

11. Técnico De Segurança Alimentar (1)

 

OLINDA:

1. Açougueiro (5)

2. Aprendiz (4)

3. Aprendiz Operacional (1)

4. Líder de Setor (1)

5. Operador de Caixa (1)

6. Repositor (2)

7. Repositor de Frios (1)

 

PALMARES:

1. Operador de Caixa (1)

2. Repositor (1)

3. Auxiliar de Depósito (1)

 

PETROLINA:

1. Auxiliar de Depósito (1)

2. Auxiliar de Perecíveis (4)

3. Auxiliar de Perecíveis PCD (1)

4. Enc Seção P FLV (1)

5. Estagiário Segurança  (1)

6. Fiscal de Prevenção e Perdas (1)

7. Gerenciador Perecíveis (1)

8. Operador de Caixa (5)

9. Operador de Caixa PCD (1)

10. Operador de Loja (3)

11. Operador de Loja PCD (3)

12. Operador de Hipermercado PCD (1)

13. Repositor (4)

14. Vendedor Eletro (1)

 

RECIFE:

1. Açougueiro (8)

2. Agente de Cartões e Serviços (1)

3. Aprendiz Bompreço (2)

4. Aprendiz Operacional (11)

5. Atendente Farmácia (4)

6. Auxiliar Administrativo (1)

7. Auxiliar de Perecíveis (27)

8. Auxiliar de Perecíveis PCD (1)

9.Confeiteiro (1)

10. Confeiteiro PCD (1)

11. Cozinheiro (1)

12. Enc Seção (1)

13. Enc Seção P (1)

14. Encarregado de Mercearia (2)

15. Encarregado de Padaria (1)

16. Estagiário Segurança Alimentar (3)

17. Fiscal de Prevenção de Perdas (6)

18. Frentista | Posto Recife - PCR (1)

19. Frentista Vendedor (1)

20. Jovem Aprendiz (11)

21. Jovem Aprendiz Drogaria (1)

22. Jovem Aprendiz Operacional (6)

23. Operador de Caixa (6)

24. Operador de Caixa PCD (3)

25. Operador CD PCD Supply - Logística (1)

26. Operador de Hipermercado (18)

27. Operador de Loja (27)

28. Operador de Loja PCD (11)

29. Operador Loja Multicanais (1)

30. Recepcionista Caixa (1)

31. Repositor PCD (1)

32. Representante de Novos Negócios (1)

33. Vendedor (2)

34. Vendedor Eletro (1)

 

SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE:

1. Operador Comercial Cartões DVA (1)

2. Líder de Setor (1)

3. Estoquista (1)

 

SURUBIM:

1. Operador de Caixa (1)

 

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO:

1. Repositor Hortifruti (1)

2. Fiscal de Prevenção e Perdas (1)

3. Auxiliar de Perecíveis (1)

4. Empacotador – Vitória De Santo Antão (1)

Nas quatro primeiras semanas de 2024, o Rio de Janeiro teve 17.437 casos prováveis de dengue. Para efeitos de comparação, no mesmo período em 2023, foram 1.441 casos. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (31) no boletim Panorama da Dengue, produzido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). Há duas mortes confirmadas até agora: a de uma mulher de 98 anos, em Itatiaia, na região serrana, e a de um homem de 33 anos, em Mangaratiba, na Costa Verde.

Dos 92 municípios do estado, 14 estão com taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes. A doença avança com mais velocidade em cidades menores e nas mais próximas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na região serrana, o número de casos está 14 vezes acima do esperado para o período e, na região metropolitana, dez vezes maior. Na Baía de Ilha Grande e no Centro-Sul Fluminense, são nove vezes mais casos.

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Nos exames analisados pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ), que pertence ao governo do estado, a taxa de positividade oscilou de 35% para 33%. Foram processados 4.464 testes para a doença na terceira semana epidemiológica do ano (14/01 a 20/01), mais do que em qualquer semana de 2023.

O boletim Panorama da Dengue é divulgado todas as semanas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Pelos números divulgados, a análise é que o número real de casos pode ser bem maior.

“Os números estão altos e ainda continuam subindo rapidamente. Historicamente, os casos costumam aumentar no fim do primeiro trimestre e caem a partir de maio, junho. Mesmo que a gente esteja diante de uma antecipação dessa curva de crescimento, o que indicaria uma possibilidade de a queda também acontecer mais cedo, os dados são um sinal de alerta. As pessoas devem evitar a automedicação e procurar atendimento médico aos primeiros sintomas, principalmente se apresentarem febre”, diz a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

Medidas

O governo estadual lançou um programa na semana passada voltado especificamente para o combate à doença, chamado de Gov.RJ contra a Dengue Todo Dia!. Na ocasião, foram apresentadas medidas como a compra de equipamentos e insumos para os municípios que registram mais casos, que incluem a montagem de 80 salas de hidratação, para atender até 8 mil paciente por dia. O valor do investimento é de R$ 3,7 milhões.

A Secretaria de Saúde também anunciou o treinamento de 2 mil médicos de emergências e profissionais de saúde em todos os municípios, com o objetivo de fazer diagnóstico e tratamento mais precisos. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos para tratamento da dengue, caso seja necessário.

Termina nesta quarta-feira (31) o prazo para que micro e pequenas empresas façam a opção pelo Simples Nacional, o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. De acordo com a Receita Federal, este ano são esperados cerca de 1,1 milhão de novos participantes.

Para participar é necessário que o empreendimento comprove a regularidade fiscal, como recolhimento de tributos trabalhistas e previdenciárias, conforme previsto em lei. Caso haja alguma irregularidade, o próprio sistema de adesão ao regime, no Portal do Simples Nacional, aponta a pendência.

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Para isso, basta que o contribuinte escolha a opção “Acompanhamento da Formalização da Opção pelo Simples Nacional”. Nela é possível acessar o Relatório de Pendências, que reúne as observações e instruções para resolver as irregularidades, como formas de parcelamento e transações ofertadas pelas Receita Federal.

O prazo regulamentar vale para empresas que já estão em atividade e ainda não são optantes, e, após confirmação, tem efeito retroativo ao dia 1º de janeiro de 2024. Os contribuintes que já estão no Simples Nacional desde 2023 não estão sujeitos a esse prazo.

MEI

Os microempreendedores individuais (MEI) que queiram aderir ao Simples Nacional também precisam solicitar adesão ao sistema de recolhimento em valores fixos mensais, o Simei. O prazo limite também termina hoje e as obrigações legais exigidas são as mesmas.

Regime especial

Para optar pelo Simples Nacional é necessário que a micro ou pequena empresa fature o limite de R$ 4,8 milhões ao ano. Para o MEI, o limite anual de faturamento é de R$ 81 mil.

A opção pelo regime especial permite ao contribuinte recolher em uma mesma guia, por meio de alíquota única, tributos federais junto com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), recolhido por estados e o Distrito Federal, e o Imposto Sobre Serviços (ISS), recolhido pelo município.

O memorando de entendimento assinado nesta terça-feira (30) entre Brasil e Bolívia para cooperação em fertilizantes favorece a produção dos insumos em ambos países, avaliou o Ministério da Agricultura, em nota. Conforme antecipado pelo Estadão/Broadcast, os países firmaram acordo para cooperação sobretudo em fertilizantes potássicos, nitrogenados e fosfatados, além de calcário e insumos agrícolas de forma geral.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que participou da assinatura do documento no Palácio do Itamaraty, destacou que a cooperação prevê estudos para aumentar a produção de fertilizantes nos dois países por meio de construção de fábricas de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos. "As alternativas precisam ser criadas, uma delas é o suprimento de gás natural com preços mais competitivos. Para que a gente possa restabelecer a construção e finalizar, por exemplo, a planta de Três Lagoas (MS) e em Cuiabá (MT), o suprimento de gás natural da Bolívia é fundamental", disse Fávaro, citando o compromisso do governo para a redução da dependência brasileira de fertilizantes importados - hoje de 85%.

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A Bolívia possui grandes reservas de gás natural, matéria-prima base para a produção de adubos nitrogenados. "Mas carece de capacitação e de recursos para desenvolver suas cadeias - carência que o memorando tenta reduzir ao prever ações de cooperação técnica, plano de desenvolvimento industrial e programa de atração de investimento, entre outras medidas", observou o Ministério, em nota.

O acordo prevê articulação e implementação de projetos estratégicos para indústria e comércio de insumos agropecuários, colaboração para políticas públicas voltadas às cadeias produtivas de fertilizantes, calcário e insumos para nutrição de plantas em ambos os países. O documento cita ainda cooperação bilateral em metodologias para determinar preços de fertilizantes, facilitação de comércio e investimentos entre os países e publicação conjunta de materiais técnicos na área.

Pelo governo brasileiro, o memorando é assinado pelo Ministério da Agricultura, pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Já pela Bolívia assinam o documento o Ministério de Hidrocarbonetos e Energia e o Ministério de Desenvolvimento Rural e Terras.

Também foi firmado um acordo de cooperação tecnológica entre instituições de pesquisa dos dois países, sendo o Brasil representado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Com esse acordo firmado, a Embrapa poderá colaborar com a agropecuária boliviana", ressaltou Favaro. Os memorandos terão vigência de cinco anos, podendo ser renovados.

Os fãs de Morrissey levaram um balde de água fria! Isso porque o ex-The Smiths, de 64 anos de idade, cancelou a turnê que faria na América Latina por ordem médica após sofrer de exaustão física.

O cantor tinha shows marcados no Brasil em fevereiro deste ano, mas, segundo a Free Pass Entretenimento, não irá comparecer para ficar de repouso em Zurique, na Suíça. A empresa responsável pela tour ainda afirmou que as informações de reembolso serão divulgadas em breve.

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Vale lembrar que Morrissey já havia adiado a apresentação em terras brasileiras em setembro de 2023, logo depois de contrair dengue no México.

O Brasil caiu 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com ranking divulgado nesta terça-feira (30) pela ONG Transparência Internacional.
Entre 180 países analisados, o Brasil ocupa o 104º lugar, com a nota 36, dois pontos a menos que no ano anterior - a média global é de 43.
O Brasil tem uma avaliação semelhante à de países como Ucrânia, Sérvia e Argélia e pior que de nações como Índia, Vietnã, Marrocos e Belarus.
Segundo a Transparência, os pontos negativos do governo Lula foram a nomeação de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a opção do petista por ignorar a lista tríplice proposta pelos procuradores para escolher o novo chefe da Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet.
Lula "preferiu repetir o método de escolha política de Bolsonaro, cujos efeitos desastrosos ainda são sentidos", disse a ONG, acrescentando que o país "vem falhando" na reconstrução de mecanismos de controle jurídico e político da corrupção.

*Da Ansa

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Com uma rodada de antecedência, a seleção brasileira sub-23 cumpriu a primeira missão no Pré-Olímpico de Caracas, na Venezuela. Nesta segunda-feira, a equipe fez 2 a 1 no Equador e se garantiu no quadrangular final. O capitão Andrey e o atacante Gabriel Pec comemoraram a vaga entre os quatro melhores e a evolução da equipe.

"Uma partida contra uma equipe sul-americana é sempre muito difícil, de alto nível. Tem que estar prestando atenção. Fico feliz pela virada. Infelizmente, saímos perdendo, mas a força do grupo e o poder de reação foram muito fortes", afirmou o volante. "A gente tem que exaltar isso, porque se ganha campeonato com uma equipe, não somente com 11 pessoas. A gente sabe que todo mundo é importante e faz parte do processo."

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"A gente sabia da importância dessa partida, assim como todos os jogos são importantes para a gente. Ainda mais esse, que valia a classificação", ressaltou Andrey. "Fico muito feliz pela partida, pela vitória, pelo desempenho do grupo. Agora é descansar e focar no próximo jogo, que é contra a Venezuela, e a gente sempre quer buscar a vitória."

O atacante, que vem entrando no decorrer dos jogos e mudando o comportamento da equipe, deixando-a mais ofensiva, endossou as palavras do companheiro e ainda frisou as manutenção dos 100% de aproveitamento. Além dos equatorianos, o Brasil já havia passado por Bolívia (1 a 0) e Colômbia (2 a 0).

"Muito feliz. Primeiramente, (quero) agradecer a Deus por mais uma vitória. Uma classificação adiantada é muito importante. A gente mostra a força e o peso da seleção brasileira. A gente ainda tem mais um jogo e a gente vai para cima porque queremos 100% de aproveitamento", disse Pec, lembrando do duelo com a Venezuela, quinta-feira.

Com a escalação como titular do zagueiro Lucas Fasson e a entrada do atacante Giovane durante a partida contra o Equador, o técnico Ramon Menezes colocou em campo todos os jogadores de linha convocados para o Pré-Olímpico. É possível que ele descanse alguns titulares contra a Venezuela já pensando na fase decisiva.

Um ataque hacker invadiu o sistema de tecnologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, no último sábado (27). Segundo a instituição, os programas de segurança foram ativados, mas os serviços de tecnologia precisaram ser interrompidos para evitar danos.

O setor de radioterapia precisou ser suspenso temporariamente e só será retomado quando houver segurança necessária para o religamento do sistema, de acordo com a assessoria de imprensa do instituto. As marcações de consultas também foram interrompidas.

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No entanto, de acordo com o Inca, as consultas agendadas estão ocorrendo normalmente, por meio de anotações manuais sobre a evolução do paciente e receitas feitas à mão. As internações, cirurgias, sessões de quimioterapia e o funcionamento do centro de tratamento intensivo (CTI) também continuam normais.

“O Inca reafirma o compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes, suas famílias e colaboradores. Estamos acompanhando de perto o desenvolvimento do trabalho da equipe de TI para assegurar que o serviço ao público não seja prejudicado e as marcações possam ser retomadas”, informa nota divulgada pelo instituto.

Em 2023, houve 155 mortes de pessoas trans no Brasil, sendo 145 casos de assassinatos e dez que cometeram suicídio após sofrer violências ou devido à invisibilidade trans. O número de assassinatos aumentou 10,7%, em relação a 2022, quando houve 131 casos.

Os dados são na 7ª edição do Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2023  da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), divulgado nesta segunda-feira (29) no Ministério dos Direitos Humanos, como parte da programação dos 20 anos do Dia da Visibilidade Trans, celebrado anualmente em 29 de janeiro..

Em 2023, a média foi de 12 assassinatos de trans por mês, com aumento de um caso por mês, em relação ao ano anterior. De acordo com o levantamento, dos 145 homicídios ocorridos no ano passado, cinco foram cometidos contra pessoas trans defensoras de direitos humanos.

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No ano passado, também foram registradas pelo menos 69 tentativas de homicídio – 66 contra travestis e mulheres trans, além de três homens trans/pessoas transmasculinas (aqueles que, ao nascer, foram designadas como sendo do sexo feminino, mas se identificam com o gênero masculino).

Segundo a Antra, a publicação do dossiê tem o objetivo de contribuir para a erradicação da transfobia, da travestifobia, do transfeminicídio e de outras violências diretas e indiretas contra a população trans no país. A secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, afirma que as trocas de informações pretendem assegurar o direito à vida de pessoas trans. “O dossiê lança luz sobre o problema sistemático que acontece no Brasil, e a gente precisa assumir o compromisso para garantir que a população trans pare de ser assassinada, temos esse desafio”, diz Bruna, que é responsável pela coordenação e análise de dados para produção do dossiê.

Em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional, Bruna Benevides questionou o por quê de, mesmo com a redução de 4,09% de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) (40.464 casos, em 2023, no Brasil), os atos violentos contra pessoas trans estarem na contramão e crescerem no último ano. “Chama muito a nossa atenção pelo fato de que os homicídios diminuíram no contexto geral na sociedade brasileira, em 2023. Então, isso acende um alerta de que a comunidade trans continua sendo assassinada.”

O dossiê da Antra menciona também o monitoramento internacional feito pelo Trans Murder Monitoring (TMM), que analisa relatórios de homicídios de pessoas trans e com diversidade de gênero, em todo o planeta, desde 2008. O documento assinala o Brasil como o país que mais mata pessoas trans no mundo, pelo 15º ano consecutivo.

Na divulgação mais recente do TMM, em novembro de 2023, pelo Dia Internacional da Memória Transgênero, foram contabilizados mundialmente 321 assassinatos, registrados entre outubro de 2022 e setembro de 2023. Pelo menos 100 deles foram no Brasil (31% do total).

Localidade dos assassinatos

O dossiê informa que, no ano passado, São Paulo foi o estado em que mais ocorreram assassinatos de pessoas trans, com 19 casos, o que representa aumento de 73%, em relação a 2022. No Rio de Janeiro, o número de assassinatos dobrou de 8, em 2022, para 16, em 2023 e saiu da quinta posição para a segunda no ranking de homicídios contra este grupo.

Os estados do Ceará, com 12 casos, do Paraná, com 12, e Minas Gerais, com 11, ocupam, respectivamente, a terceira, quarta e quinta posições. A Antra não encontrou casos de assassinatos, em 2023, nos estados do Acre, de Roraima, Santa Catarina, Sergipe e do Tocantins, mas pode haver subnotificação.

A maior concentração de assassinatos foi observada na Região Sudeste (37% dos casos); seguida pelo Nordeste (36%); Sul (10% dos assassinatos); Norte (9%); e a região Centro-Oeste (7%).

Os crimes ocorrem majoritariamente em locais públicos (60%), principalmente, em via pública, em ruas desertas. Dos 40% restantes, em locais privados, a residência da vítima aparece com o local onde mais houve casos, além de motéis, unidades de saúde e ainda residências de terceiros.

A maior parte dos assassinatos ocorreu no período noturno, com 62% dos casos brasileiros.

Em 2023, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil também identificou 5 assassinatos de travestis/mulheres transexuais brasileiras no exterior, sendo 2, na Itália; 2, na Espanha; e 1, no Paraguai.

Perfil

Dentre as 145 pessoas trans assassinadas no ano passado, 34 casos não tinham informações sobre a idade das vítimas. Se considerados apenas os 111 casos com identificação da idade, 90 das vítimas tinham entre 13 e 39 anos, o que representa 81% do total. A idade média das vítimas foi de 30,4 anos. A mais jovem trans assassinada no ano passado foi uma adolescente de 13 anos. “Quando vemos determinadas bandeiras falando de proteção das infâncias, sempre questionamos quais são as infâncias que estão sendo protegidas no país?”, reflete Bruna.

Sobre o contexto social em que viviam as vítimas, a prostituição é a fonte de renda mais frequente. O estudo chama a atenção para o fato de 57% dos assassinados serem de travestis e mulheres trans que atuam como profissionais do sexo, consideradas mais expostas à violência direta, mais estigmatizadas e marginalizadas. “Buscamos, não apenas proporcionar condições seguras para o exercício dessa atividade, mas também criar oportunidades para aquelas que desejam buscar outras formas de emprego ou geração de renda”, propõe o dossiê.

No último ano, dentre os casos de homicídios em que foi possível identificar a raça da vítima, a Antra observou que, pelo menos, 72% das vítimas eram pessoas trans negras (pretas e pardas).

O estudo indica também que uma pessoa trans, que não fez modificações corporais e não expressa sua inconformidade de gênero claramente, não está exposta às mesmas violências que as demais,"porque não confronta a sociedade cisgênero" (quando a identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento).

“É possível afirmar que tanto a raça quanto a identidade de gênero são fatores de risco de morte para a população trans negra. Sobretudo considerando que são as pessoas trans negras as que menos acessam as tecnologias de gênero, seja por meio da transição social, física, hormonal ou cirúrgica e, por consequência, acabam sendo muito mais facilmente sendo lidas a partir do olhar da cisgeneridade e da patrulha de gênero, como alguém que não pertenceria ao gênero que expressa”, diz o estudo.

Quanto à identidade de gênero, aumentou 4,6% o número de travestis e mulheres trans assassinadas em 2023, na comparação com 2022. Das 145 vítimas de assassinatos localizadas e consideradas na pesquisa, 136 eram travestis/mulheres trans. Já homens trans e pessoas transmasculinas são minoria em crimes de assassinatos: 9 casos.

Perfil dos suspeitos

A maior parte dos suspeitos, em geral, não costumam ter relação direta, social ou afetiva com a vítima, aponta o Dossiê de 2023.

Entre os casos em que os suspeitos foram efetivamente reconhecidos, 11 tinham algum vínculo afetivo com a vítima, como namorado, ex ou marido. Outros 12 casos ocorreram em contextos de programas sexuais contratados pelos suspeitos. Em diversos casos, a pesquisa identificou a narrativa em que os suspeitos tentaram transferir a responsabilidade ou justificar o assassinato, sob alegação de legítima defesa.

Violência e crueldades

O dossiê divulga também dados sobre os meios usados para cometer o assassinato, como tiro, facada, espancamento, estrangulamento, apedrejamento e outros.

Os casos ocorrem em sua maioria (54%) com uso excessivo de violência e requintes de crueldade.

Dos 122 casos com informações, 56 (46%) foram cometidos por armas de fogo; 29 (24%) por arma branca; 12 (10%) por espancamento, apedrejamento, asfixia e/ou estrangulamento e 25 (20%) de outros meios, como pauladas, degolamento e corpos carbonizados. Houve, ainda, 24 casos de clara execução, com número elevado de tiros ou a queima-roupa ou de alto número de perfurações por objeto cortante.

Antigênero

O dossiê conclui que a permanência das violências contra a comunidade trans faz parte de um projeto político conservador, que, de acordo com a Antra, tornou-se preocupante para as pautas de interesse desse grupo no Congresso Nacional.

Bruna Benevides rebate o que considera ser um ambiente social e político hostil que tem como alvo as pessoas trans, devido à existência de uma pauta antigênero. “Em 2023, foram mais de 300 projetos de lei que pretendiam institucionalizar a transfobia, no âmbito da Câmara Legislativa Federal. Temos preocupação porque os acenos que esses representantes, que esses políticos e figuras públicas fazem, é que as nossas vidas não importam, o aceno que fala para a juventude é que não há um futuro para elas existirem”, lamenta Bruna.

Subnotificação e impunidade

A Antra aponta ainda a ausência de dados e a dificuldade de acesso a registros de violência LGBTfóbica, somada à subnotificação de casos deste tipo, que prejudica a realização de pesquisas.

Segundo a associação, não existem referências demográficas sobre a população trans brasileira que possibilitem o cálculo da proporção por habitantes, dos casos de violência contra esse público no Brasil. O que se torna um grande desafio na produção de estatísticas, ressalta Bruna.  “O aumento [do número de assassinatos] simboliza também um chamado urgente para que os órgãos de segurança pública em todos os âmbitos: federal, municipal e estadual, se comprometam a ter dados, porque este é o primeiro ponto. O Estado brasileiro não produz dados sobre violência, sobretudo, o assassinato contra a comunidade trans. E a sociedade civil tem que produzi-los”, acrescenta.

A associação destaca ainda a ausência de ações de enfrentamento da violência contra pessoas LGBTQIA+ por parte do Estado brasileiro; a falta de rigor nas investigações policiais de casos de transfobia; a constante ausência, precariedade e fragilidade de dados usada para ocultar ou simular uma diminuição dos casos, na realidade, contribuem para impunidade, que favorece novos assassinatos e gera insegurança na população trans.

“Ficou como um resquício da ditadura [militar] em relação à comunidade trans. Algumas narrativas nos colocam como inimigas. Então, as pessoas trans não vão confiar na segurança pública, que é uma potencial violadora de seus direitos, de sua própria segurança. Então, além de sofrer toda essa violência, as pessoas não se sentem seguras”, constata Bruna Benevides.

Evento 

O dossiê foi apresentado nesta segunda-feira (29) em cerimônia em homenagem aos 20 anos da Visibilidade Trans, promovida pelo  Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).  A atividade aconteceu no âmbito da campanha do MDHC alusiva aos 20 anos da visibilidade trans. 

“Esse dossiê é um pedido de socorro para que nós possamos definitivamente enfrentar e erradicar a transfobia e os assassinatos contra a nossa comunidade”, disse a secretária de articulação política da Antra, Bruna Benevides. 

Durante o evento, a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, disse que a meta do governo é entregar uma política nacional dos direitos das pessoas LGBTQIA+. "Ainda é a semente do que a gente quer, que essa política continue promovendo acesso, dignidade, respeito e autonomia para a nossa população que é tão vulnerabilizada e tão atacada". 

Para o ministro Silvio Almeida, as questões relacionadas aos direitos das pessoas LGBTQIA+ se desdobram em questões de interesse nacional. “Se falarmos em políticas de saúde, educação, trabalho, emprego e renda e segurança pública sem falar das pessoas trans, não estamos falando de nenhuma dessas políticas da maneira que elas devem ser faladas. Não existirá cidadania, democracia e desenvolvimento econômico no Brasil se as pessoas LGBTQIA+ não poderem exercer seus direitos", disse. 

O MDHC também entregou o Troféu Fernanda Benvenutty para iniciativas de promoção da conquista de direitos e à formulação de políticas voltadas à cidadania e à dignidade das pessoas trans ao longo dos últimos 20 anos.

*Colaborou Sabrina Craide

Um adolescente de 17 anos morreu afogado, no início da noite desse domingo (28), em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis (SC). João Gustavo Barbosa Cândido andava de bicicleta quando um temporal atingiu a região, causando o transbordamento do Rio Imaruí, que corta a cidade. O jovem foi arrastado por uma enxurrada, e seu corpo foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (29).

“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de João Gustavo Barbosa Cândido, ocorrido nesta noite, vítima das intensas chuvas que assolam nossa cidade. Neste momento de dor e consternação, expressamos nossas mais sinceras condolências às famílias enlutadas”, manifestou a prefeitura de São Pedro de Alcântara, que decretou três dias de luto municipal.

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Além de uma morte, a forte chuva causou estragos em São Pedro de Alcântara. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido e, de acordo com a prefeitura, só foi reestabelecido na manhã de hoje.

O deslizamento de uma encosta afetou o tráfego de veículos na altura do quilômetro 14 da rodovia SC-281, no bairro de Santa Teresa, por onde apenas veículos de pequeno porte conseguem transitar pelo acostamento. Ruas ficaram sob a água, o sistema de telefonia está instável e ao menos uma casa de madeira foi atingida por um deslizamento de terra. O imóvel foi destruído, mas, os moradores já tinham deixado o local.

Em Jaraguá do Sul, cerca de 200 quilômetros ao norte de São Pedro de Alcântara, a chuva causou, segundo a prefeitura, “transtornos pontuais, incluindo alagamentos em algumas regiões da cidade”. De acordo com a Defesa Civil municipal, choveu cerca de 50 milímetros em apenas uma hora, “um grande volume, em um curto espaço de tempo”. Não há, contudo, até o momento, registro de feridos, desabrigados ou desalojados.

Sinais de alerta

Em nota, o diretor da Defesa Civil municipal, Hideraldo Colle, pediu que a população fique atenta a possíveis sinais de alerta que possam indicar riscos de deslizamentos, pois, embora a chuva tenha dado uma trégua em toda a região esta manhã, o solo está encharcado e instável.

“As pessoas devem observar possíveis rachaduras nas paredes das casas, depressões nos terrenos ou inclinação de troncos de árvores e postes. Estes são sinais de que poderá ocorrer um deslizamento na área”, disse.

Segundo a Defesa Civil estadual, o temporal que atingiu a Grande Florianópolis foi consequência da influência de um chamado Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (Vcan) que - em conjunto com um sistema de alta pressão em superfície - afetou as condições do tempo em todo o centro-sul do país.

Ainda de acordo com o órgão estadual, o Vcan já começou a se afastar, mas embora a segunda-feira tenha começado com predomínio do sol, à tarde devem voltar a ocorrer pancadas de chuva e temporais isolados em algumas localidades, especialmente no litoral e Vale do Itajaí. Há risco de alagamentos, enxurradas, danos à rede elétrica e destelhamentos.

Presente em mais de 3 mil municípios e beneficiando 140 milhões de brasileiros, a tecnologia 5G enfrenta um entrave para a expansão. A falta de legislações atualizadas impede a instalação da infraestrutura necessária para a melhoria do sinal.

Segundo levantamento da Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, apenas 399 dos municípios brasileiros (7,16% do total) atualizaram as leis de antenas locais à tecnologia 5G. O problema afeta inclusive grandes cidades. Quatro capitais – Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e Recife – não adaptaram a legislação de telecomunicações ao 5G, embora tenham esse tipo de sinal.

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Entre as cidades do interior e de regiões metropolitanas de mais de 500 mil habitantes, oito não têm legislação adequada ao 5G: Aparecida de Goiânia, Campinas, Contagem, Guarulhos, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Serra e Vila Velha.

O levantamento analisou tanto as cidades que aderiram as leis locais à Lei Geral de Antenas (LGA) quanto os municípios que adequaram a essa legislação, mas ainda não adaptaram a norma à instalação de infraestruturas de telecomunicações.

Quanto aos municípios com mais de 500 mil habitantes, a Conexis Brasil Digital informou que 12 têm leis adequadas ao 5G e seis atualizaram a legislação à Lei Geral de Antenas, mas ainda precisam adaptar a lei para a instalação de infraestruturas.

Nas cidades entre 200 mil e 500 mil habitantes, a situação piora. De 101 municípios nessa categoria, 53 não adaptaram as leis à LGA, 15 atualizaram, mas precisam revisar a legislação e 33 estão com leis preparadas para o 5G.

Mesmo com a demora, houve avanços. O total de municípios que adaptaram as leis locais à LGA saltou de 347 em 2022 para 573 no ano passado, alta de 65%. Desse total, no entanto, 174 localidades precisam adequar a legislação à tecnologia 5G.

Potencial

Segundo a Conexis Brasil, que gerencia o projeto Conecte 5G, a existência de leis municipais que facilitem a instalação de antenas, com regras claras e licenciamento ágil, resulta na atração de investimentos, ao oferecer mais segurança jurídica para as operadoras. Diferentemente das tecnologias 3G e 4G, o sinal 5G não exige a instalação de torres, com as antenas podendo ser instaladas no topo de prédios e interferindo pouco na paisagem urbana.

Apesar dos entraves legislativos, a cobertura do 5G no Brasil supera as metas estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Atualmente, a tecnologia está disponível em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes e na maior parte dos municípios com mais de 200 mil habitantes. O edital original do 5G estipulava a universalização do 5G nas cidades com mais de 500 mil moradores até julho de 2025 e nas localidades com mais de 200 mil habitantes até julho de 2026.

Mesmo com a superação da meta, a Conexis Brasil informa que a demora reduz o potencial da tecnologia 5G. Isso porque a digitalização da economia exigirá mais antenas que a rede atual. Nas capitais que não adequaram a legislação, as operadoras enfrentam problemas para instalar as infraestruturas necessárias.

Enquanto espera pelo trem na estação, caminha pela rua ou relaxa em uma praia, você pode estar sendo vigiado por câmeras de segurança, que enviam imagens diretamente para um centro de controle policial. Lá, um programa de computador acessa o banco de dados com rostos de suspeitos de crimes e compara com as imagens das câmeras. O que parece roteiro de ficção científica, é realidade há um tempo em diferentes partes do país, onde sistemas de reconhecimento facial vêm sendo cada vez mais usados na segurança pública.

O caso mais recente foi a adesão de concessionárias do transporte público no Rio de Janeiro à tecnologia controlada pela Polícia Militar. Mais de 1.000 câmeras posicionadas em estações e vias estão agora disponíveis para o trabalho da corporação. 

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Enquanto autoridades defendem a medida como eficaz para o combate à criminalidade, especialistas em direitos humanos e segurança apontam os riscos de ampliação do racismo e da privação de liberdade.

Horrara Moreira é advogada e coordenadora da campanha Tire Meu Rosto da Sua Mira, que defende o “banimento total do uso das tecnologias digitais de reconhecimento facial na segurança pública no Brasil”. Ela diz que o primeiro problema a ser considerado é a ocorrência de prisões equivocadas.

“Há o problema da identificação, quando acontece algum erro nas informações biométricas do rosto e na comparação delas com o banco de dados. E existem os erros decorrentes dos trâmites do próprio sistema de justiça, como mandados de prisão que estão vencidos ou que já foram cumpridos”, alerta Horrara.

E se fosse possível melhorar as tecnologias disponíveis, a ponto de praticamente zerar o número de erros? Mesmo assim, Horrara afirma que não impediria um outro problema grave, a característica inerentemente racista do sistema.

“Muitas tecnologias de reconhecimento facial usam a inteligência artificial como regra de processamento matemático. Ela pode ser de deep learning ou de machine learning, em que você fornece previamente um banco de dados, para que ela aprenda a identificar os rostos de pessoas no geral. E você também precisa definir critérios de quem é homem, mulher, branco, negro, e ensinar a máquina a identificar esses padrões. Qualquer enviesamento nesse treinamento da máquina vai influenciar na taxa de precisão. E o treinamento não é transparente. Se eu dou mais informações para a máquina sobre pessoas negras, ela pode indicar que pessoas negras cometem mais crimes do que pessoas brancas”, avalia a advogada.

Thalita Lima coordena o Panóptico, projeto sobre reconhecimento facial do Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC). Ela defende que a tecnologia não produz impacto significativo na redução da criminalidade e cita os exemplos de Salvador e do Rio de Janeiro para corroborar o argumento.

“O estado que mais utilizou reconhecimento facial no Brasil foi a Bahia, onde mais de 60 municípios já o adotaram como medida de segurança pública. Salvador é permeada por câmeras que usam essa tecnologia. E um estudo do Panóptico mostra que entre 2019 e 2022, os índices criminais de roubo a transeuntes e de atentados contra a vida não tiveram mudanças significativas”, diz Thalita. 

“Assim como no estudo sobre o Rio de Janeiro, de um projeto piloto que aconteceu em 2019 em Copacabana e no Maracanã, quando foi verificado que a criminalidade aumentou. Segurança pública envolve medidas que são muito mais estruturais do que simplesmente adotar câmeras de reconhecimento facial”, acrescenta Thalita.

A pesquisadora enfatiza que também é preciso estar alerta à ampliação da vigilância sobre a população. Em termos morais e políticos, quais os riscos à privacidade e ao direito de livre circulação nas cidades? 

“Temos a vigilância em escala ampliada em ambientes de grande circulação de pessoas, e precisamos analisar que outras camadas de direito vão ser flexibilizadas. Não apenas o de se locomover, o de mobilidade, o direito à cidade, aos espaços onde se possa circular e não ter o risco de ser abordado erroneamente, mas também é preciso resguardar o direito à privacidade e à livre expressão nesses espaços. No Brasil, tem aumentado cada vez mais o uso dessa tecnologia sem uma reflexão dos riscos e sem relatórios de impacto dela”, afirma.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os governos do estado do Rio de Janeiro e da Bahia, citados na matéria, para que apresentassem mais dados e informações sobre o sistema de reconhecimento facial. Mas não obteve resposta até o momento.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, minimizou as divergências entre Brasil e Paraguai para definir a tarifa da usina binacional de Itaipu. "Estamos em uma negociação diplomática. O modelo de gestão compartilhada de Itaipu é de sucesso. Sempre houve estresse natural e legítimo, pois características do Brasil e Paraguai são diferentes", disse ele.

Os dois países precisam chegar a um acordo sobre os valores cobrados pela eletricidade gerada na usina - os paraguaios, que vendem seu excedente para o Brasil, buscam uma forma de aumentar a tarifa ou poder comercializar a energia com outros países ou empresas por valores mais altos. As regras estavam estipuladas no tratado original para construção de Itaipu, e expiraram no ano passado com o término dos pagamentos da obra.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A influenciadora e ex-BBB Rafa Kalliman surpreendeu seguidores com uma postagem em seu Instagram na madrugada deste sábado (27). Em vídeo, a artista aparece sambando em um vestido transparente durante o ensaio de quadra da escola de samba Imperatriz Leopoldinense.

A publicação alcançou mais de 50 mil curtidas em apenas 12 horas no ar. Os centenos comentários enaltecem a beleza da apresentadora, "ansioso para avenida!", "bonita é muito pouco para a sua beleza".

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Uma criança de 6 anos e um adolescente de 13 anos morreram em um incêndio ocorrido em um apartamento no município de Taubaté, em São Paulo, na madrugada deste sábado (27). Além dos menores, uma idosa de 71 anos também estava presente no local e foi levada ao hospital. 

Os bombeiros foram chamados por volta das 2h20 ao local, no bairro Jardim das Nações. Segundo informações do G1, o fogo estava concentrado em uma mesa de centro da sacada e, por causa da inalação constante da fumaça do incêndio, as três vítimas tiveram parada cardiorrespiratória.

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Os três foram levados para o Hospital Regional de Taubaté, mas a criança e o adolescente não resistiram e morreram. A causa do incêndio não foi revelada. A Defesa Civil de Taubaté realizou uma vistoria preliminar e preventiva e verificou que o fogo começou na varanda e se espalhou pelo apartamento, no quinto andar.

A ocorrência foi registrada pela Delegacia Seccional de Taubaté como incêndio e morte suspeita.

Janeiro é considerado o mês de conscientização sobre a saúde mental e também marca o período de reflexões sobre a importância da visibilidade trans. Dois temas que estão intimamente relacionados. Segundo o Atlas da Violência de 2023, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de 2020 e 2021, houve um aumento de 9,5% na violência física e de 20,4% na violência psicológica contra esse grupo no Brasil nos últimos anos.

Ao olhar para o perfil das vítimas de violência, os dados indicam que a população negra é a mais impactada. Veja:

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Entre mulheres trans

Negras: 58%

Brancas: 35%

Entre homens trans

Negros: 56%

Brancos: 40%

Entre travestis

Negras: 65%

Brancas: 31%

Para Jovanna Baby, um dos principais expoentes do movimento trans no Brasil e fundadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FonaTrans), é fundamental olhar para a questão da raçaao falar sobre violência contra pessoas trans. "Dados mostram que mais de 78% da população trans brasileira é preta", comenta. "E, dos casos de transfeminicídio no Brasil, a maioria tem o recorte racial", afirma.

Violências de todos os tipos

O advogado Júlio Mota, pós-graduado em Processo Civil pela PUC-Minas e em Relações de Gênero e Sexualidade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), observa que vários tipos de agressões estão presentes na vida de uma pessoa trans - vão desde o desrespeito ao nome social ou à identidade de gênero até à recusa de empregá-la por ser transexual ou travesti.

"A discriminação está em todos os contextos: familiar, profissional, escolar. E tudo isso contribui para que pessoas trans sejam colocadas à margem da sociedade sem conseguir, inclusive, acessar direitos básicos", ressalta o advogado, que também é fundador do Transtornados, o primeiro time de homens trans e pessoas não binárias de Juiz de Fora (MG).

Para Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), muitas vezes o adoecimento mental dessa população começa dentro de casa, entre a família - e a religião costuma ser o pano de fundo.

"Grupos que poderiam pregar que a religião é o amor, o perdão e a compaixão, não fazem isso. Eles atacam diretamente as pessoas dentro das suas individualidades", afirma. Todo esse cenário contribui para a solidão e o isolamento dessa população.

Transfobia e a repercussão na saúde

A transfobia - como é chamada a gama de comportamentos discriminatórios contra quem é trans - tem um impacto importante na saúde dessas pessoas. O primeiro ponto de atenção diz respeito ao bem-estar emocional.

"A transfobia adoece e mata e há uma insuficiência de dados acerca de nossa população no que se refere à saúde. Devido aos processos de exclusão e preconceito, como acontece com todas as minorias, a saúde mental de nossa população é extremamente afetada", analisa Sayonara Nogueira, secretária de comunicação da Rede Trans Brasil.

O 1° Mapeamento de Pessoas Trans do Município de São Paulo, conduzido pelo CEDEC (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea) em parceria com a SMDHC (Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania do Município de São Paulo), mostrou que os principais motivos que levaram pessoas trans a buscar tratamento psicológico ou psiquiátrico incluem a depressão (47%) e ansiedade associada a nervosismo e estresse (25%). Na sequência, vem procedimentos cirúrgicos de redesignação sexual, tanto antes quanto depois (12%), e condições como bipolaridade e esquizofrenia (10%).

Mas, também devido à transfobia, a procura por apoio de profissionais de saúde não é algo tão simples entre pessoas trans. Isso porque o estigma e preconceito frequentemente afastam essa população dos consultórios. Com isso, há atraso no diagnóstico e no tratamento dos mais variados tipos de condições médicas, não só as psiquiátricas.

Nesse mesmo levantamento, 45% da população trans expressou carência ou insegurança em relação a algum tipo de acompanhamento médico especializado. Entre as especialidades que mais fazem falta para o grupo estão endocrinologia (46%) e psiquiatria/psicologia (23%). Os motivos têm a ver com o desrespeito à identidade de gênero, a hostilidade dentro dos hospitais, além da percepção de que os profissionais são mal informados e insensíveis em relação a necessidades específicas do grupo.

"Falta essa dimensão onde o Estado, instituições privadas e pessoas físicas se engajem, de fato, na construção de políticas para a garantia da nossa saúde mental e da vida, porque a perda da vida é uma consequência de todo um processo de adoecimento e de violação da população", analisa Jaqueline Gomes de Jesus, doutora em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações e presidente da Associação Brasileira de Estudos da Transhomocultura (Abeth).

Avanços importantes

O psiquiatra e psicanalista Bruno Branquinho, do Núcleo de Medicina Afetiva (NuMA), ressalta que a retirada da transexualidade da lista de transtornos mentais e a equiparação da LGBTfobia ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal foram conquistas relevantes.

"Até 2018 e 2019, os manuais de diagnóstico da saúde ainda continham o termo 'transexualismo'. Hoje, nós já falamos de transexualidade, pois sabemos que isso não é uma patologia e, sim, uma identidade de gênero", conta. "Portanto, acho importante também (notar) o avanço da discussão. Hoje em dia, fala-se muito mais (sobre o assunto) e as pessoas conseguem mais informações para entender a sua própria identidade de gênero e sexualidade."

O valor dos grupos de acolhimento

Uma saída para o enfrentamento das distintas violências que atingem a população trans e travesti está nos chamados grupos de acolhimento ou casas acolhedoras de pessoas LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros,Transexuais, Queers e Intersexuais).

Para Marco José de Oliveira Duarte, professor da UFJF e um dos co-fundadores do Centro de Referência LGBTQI+, pessoas trans devem ser acolhidas cuidadas por equipes fixas e permanentes. Mais, acima disso, ele acredita que o atendimento deve ser realizado por seus pares. "Particularmente no debate da atenção psicossocial, discordo de ter pessoas que não sejam LGBTs para nos atender, porque vivemos coisas que você não vai aprender nos livros, na clínica escrita, essa clínica da experiência".

Outro programa que tem trabalhado no acolhimento e no apoio à população trans é o "Fala Trans". Criado em 2018, o projeto de extensão da Faculdade de Psicologia da UFJF tem a missão de não apenas oferecer um ambiente seguro e inclusivo como também desempenhar um papel crucial na promoção do bem-estar dessa comunidade.

Segundo a psicóloga Alinne Nogueira Coppus, professora na UFJF e coordenadora do projeto, a ideia é oferecer suporte emocional e endereçar as diversas necessidades enfrentadas pela população. "Muitas vezes, as pessoas chegam até nós em um estado de muita fragilidade e angústia, e isso requer cuidado", comenta. Ainda de acordo com ela, o propósito fundamental é auxiliar as pessoas trans a se aceitarem e se enxergarem como indivíduos dignos de respeito e cuidados.

*Esse conteúdo foi produzido com o apoio do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS)

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