Sardinhas formam imensa "mancha" na orla do Recife
Um grupo tão grande dessa espécie não era avistado há pelo menos nove anos na região
Um espetáculo natural que havia se tornado raro voltou de ser visto no litoral do Recife e chamou a atenção de moradores do Cais de Santa Rita, área central da Cidade. Nesta semana, uma mancha escura se movimentava rápido nas águas da Bacia do Pina, mas não se tratava nem de óleo nem de poluição. A mancha escura registrada pela população era um grande cardume de sardinhas, pequeno peixe nativo do litoral brasileiro. Um grupo tão grande dessa espécie não era avistado há pelo menos nove anos na região.
No vídeo, um cardume gigante de sardinhas se movimenta e cria diferentes formas na superfície da água, fazendo um balé aquático na Bacia do Pina. Um espetáculo que encantou a população. O titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE), José Bertotti, explica que esse é um fenômeno que vem se repetindo no mundo inteiro. Animais – antes assustados com a ocupação humana – agora estão se aproximando das áreas urbanas e também da costa.
“Ficamos felizes em ver esse registro, pois mostra a natureza se recuperando. O aparecimento desse cardume deve estar ligado à diminuição da presença do homem e de barcos, devido ao momento distanciamento social causado pela pandemia do coronavírus. Mas, essa imagem também nos mostra que precisamos seguir na busca de um desenvolvimento econômico em bases sustentáveis, que garanta o futuro das pessoas e a preservação do meio ambiente, elementos indissociáveis”, defendeu Bertotti.
As sardinhas nadaram bem perto do calçadão por horas e a movimentação delas faziam desenho nas águas. Um balé acompanhado e registrado pelos moradores. “A dança das sardinhas revela que elas estão fugindo de predadores naturais, provavelmente peixes como o camurupim e o camurim, que existem na área”, esclarece o biólogo e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho. Um exemplo do que pode acontecer, caso o meio ambiente seja utilizado de maneira sustentável. Poucos barcos passando, uma pesca com menos intensidade e a natureza se renovando.
Da Agência Eco Nordeste