Estudo: droga reduz morte em pacientes graves da Covid-19

Tratamento com a dexametasona reduziu em um terço o risco de morte em pacientes em ventiladores mecânicos e em um quinto em pacientes com necessidade suplementar de oxigênio

ter, 16/06/2020 - 11:51
Pixabay O medicamento não parece ajudar pessoas com sintomas leves da doença Pixabay

O medicamento dexametasona tem salvado pacientes da Covid-19, dizem especialistas da Universidade de Oxford. O tratamento com a droga reduziu o risco de morte em um terço em pacientes em ventiladores mecânicos e em um quinto para aqueles que precisam de oxigênio apenas. Os resultados foram anunciados nesta terça-feira (16) e o estudo deve ser publicado em breve.

Os pesquisadores calculam que caso a dexametasona tivesse sido usada no início da pandemia mais de cinco mil vidas teriam sido salvas. O esteróide também é barato e amplamente disponível. 

 A dexametasona é utilizada para reduzir inflamações em uma série de outras doenças. Ela parece interromper uma parte do dano no sistema imunológico que tenta combater o novo coronavírus.

No estudo, 2.104 pacientes administrados com o medicamento foram comparados com 4.321 que não receberam. Para pacientes em ventiladores, o risco de morte tem redução entre 40% e 28%. Para os pacientes que precisam de oxigênio suplementar, a redução vai de 20% a 25%.

Para o investigador chefe Peter Horby, é um resultado extremamente bem-vindo.  "Esta é a única droga até agora que tem mostrado reduzir mortalidade. E reduz significantemente. É um grande avanço", disse.

Segundo o pesquisador líder Martin Landray, os pacientes nos hospitais deveriam ser medicados com dexametasona sem demora. Entretanto, ele alerta que a população não deve comprar para sua casa. A droga não parece ter efeito em sintomas leves da Covid-19. 

Os testes de medicamentos são realizados desde março. A hidroxicloroquina estava entre as drogas analisadas, mas foi abandonada por preocupações de que aumentava mortes e problemas cardíacos. A pesquisa é financiada por agências de saúde governamentais do Reino Unido e doadores privados, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

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