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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, testou positivo para covid-19. Em nota divulgada nesta quinta-feira (1º), o ministério informou que Marina não apresenta sintomas graves e se recupera em casa. 

A presença da ministra era esperada na divulgação do balanço do Fundo Amazônia em 2023, em Brasília, e uma entrevista coletiva, com a participação dela e da diretora Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tereza Campello, estava programada para acontecer em seguida. Em virtude do resultado positivo para covid, a ministra cancelou sua participação e está despachando de casa. 

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“A ministra do MMA, Marina Silva, foi diagnosticada com Covid-19 nesta quinta-feira, 1° de fevereiro. Com vacinação em dia e sem sintomas graves, ela se recupera em casa e despacha remotamente. Em razão do risco de transmissão, a agenda pública da ministra foi cancelada”, informou o ministério em nota. 

Não é a primeira vez que a ministra contrai covid-19. Em maio do ano passado, Marina foi internada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor), em São Paulo, após apresentar resultado positivo para a doença. Ela recebeu alta depois de quatro dias.

A Secretaria de Saúde de Mato Grosso informou ter identificado uma nova subvariante da Covid-19, a JN 2.5, uma variação da Ômicron. “Esse é o primeiro registro da subvariante no Brasil”, destacou a pasta. 

Em nota, a secretaria detalhou que o laboratório central do estado sequenciou e identificou a nova subvariante em pesquisa realizada entre os dias 16 e 18 de janeiro. Ao todo, quatro pacientes do sexo feminino testaram positivo para a nova cepa e foram hospitalizadas. 

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Desse total, três pacientes receberam alta médica, estão estáveis e seguem em isolamento domiciliar sob acompanhamento da vigilância municipal. Já a quarta paciente tinha doença pulmonar obstrutiva crônica e morreu.  

“No entanto, a equipe de vigilância da SES [Secretaria de Estado de Saúde] ainda investiga o caso e não é possível afirmar que a causa da morte foi a Covid-19.” 

O governo do estado pediu que a população evite pânico e mantenha-se em alerta para sintomas gripais. As orientações incluem ainda o uso de máscara em caso de gripe ou resfriado e higienizar as mãos com sabão ou álcool 70%, além de vacinar-se contra a doença. 

Além do Brasil, a subvariante JN 2.5 também foi identificada no Canadá, na França, na Polônia, na Espanha, nos Estados Unidos, na Suécia e no Reino Unido. 

Há três anos, no dia 17 de janeiro de 2021, foi vacinada a primeira brasileira contra a Covid-19. A enfermeira Mônica Calazans recebeu a dose da Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Atualmente, o desafio é aumentar a cobertura vacinal do público considerado de risco para a doença, conforme avaliam especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

O médico infectologista Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ressaltou que, embora a pandemia de covid-19 tenha sido “debelada”, o vírus continua circulando e ainda há mortes pela doença. “Continuam acontecendo mortes pela Covid-19. Então uma questão importante é atualizar o calendário vacinal”, alertou.

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Durante a pandemia, segundo avaliação do médico, o país passou por momentos muito críticos, como o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e representantes do governo federal, que se posicionavam de forma negacionista e antivacina. Por outro lado, Vecina apontou como positiva a atuação por parte da rede periférica de serviços de saúde pública para conseguir avançar na imunização da população.

“Principalmente a atenção primária [de saúde], que se dispôs e conseguiu avançar muito dentro da possibilidade de vacinação. Apesar da campanha contra, apesar dos negacionistas, nós conseguimos controlar a pandemia graças à expansão da vacinação”, disse.

Primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Brasil, a enfermeira Mônica Calazans contou à Agência Brasil que aquele momento não sai de sua mente. “Eu lembro do momento com muita emoção, me traz a memória [de que] naquele momento a gente estava saindo de uma situação por conta da vacina. Então me traz também muita alegria porque eu estava mostrando para os brasileiros que o que nós temos de seguro para enfrentar a Covid-19 é a vacina”, disse.

“Eu entendo que estava representando os brasileiros, a gente não tinha esperança de nada. E, no dia 17 de janeiro de 2021, eu consegui trazer um pouco de esperança no coração brasileiro. Foi uma questão de muita alegria, emoção misturada com esperança. Foi um fervilhão de sentimentos naquele dia”, acrescentou a enfermeira.

Ela lembra de situações no transporte público ao comparar o período mais crítico da pandemia com o momento atual. “Naquele momento tão crucial, tão traumático, as pessoas tinham medo até de sentar ao seu lado [no transporte], as pessoas não se aproximavam. E hoje não”.

“Hoje você consegue andar sem máscara, você consegue ver o sorriso das pessoas, você pega na mão das pessoas, porque anteriormente você não pegava na mão de ninguém”, comparou. Apesar disso, ela destaca a importância de se manter a vacinação contra a Covid-19 ainda hoje.

Vacinação infantil

O infectologista Gonzalo Vecina Neto ressaltou que atualmente há uma baixa cobertura de vacinação de crianças. “A mortalidade está muito elevada nas crianças abaixo de 5 anos por causa da baixa cobertura”, acrescentou. As variantes que estão circulando atualmente têm uma grande capacidade de disseminação, mas uma mortalidade mais baixa. No entanto, a doença pode ainda acometer de forma grave especialmente os grupos que têm menos defesas imunológicas.

Tais grupos são os idosos, crianças pequenas, gestantes e portadores de comorbidades. “Esses grupos têm uma fragilidade do ponto de vista de enfrentar imunologicamente o invasor no corpo, por isso eles se beneficiam da vacina. Particularmente esses mais frágeis, ao terem a doença, tem uma maior possibilidade de hospitalização e de morte”, explicou Vecina.

De acordo com Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, a tendência é que se faça a vacinação anual especialmente para os grupos de maior risco, utilizando vacinas que consigam dar proteção contra as novas variantes do vírus causador da doença.

“O que a gente aprendeu com a Covid-19 é que o vírus vai tendo pequenas mutações, ele vai mudando a sua genética, vai escapando da nossa imunidade. Isso é um processo contínuo. Então, muito mais importante do que você me contar quantas doses de vacina de covid-19 você tomou nesses últimos três anos, a minha pergunta seria quando foi a sua última dose e qual vacina você tomou. Se você tiver uma dose atualizada, é suficiente”, explicou.

A infectologista destacou que, nos Estados Unidos, já está disponível a vacina mais atualizada, uma monovalente que combate a variante XBB da doença. “O Brasil está usando a bivalente [que combate cepas anteriores], dentro do país é a mais atual, mas não é a mais atualizada disponível no mundo. A gente julga que, neste momento, seria importante o Brasil adquirir essa vacina monovalente atualizada no lugar da bivalente”, defendeu.

Para Richtmann, um dos principais desafios a serem enfrentados neste momento é justamente a vacinação de crianças pequenas, a partir de seis meses de idade, considerado grupo de risco para a doença. Ela ressalta que adultos e crianças maiores chegaram a ter a doença ou tomar a vacina, o que garante alguma proteção contra o vírus.

“Há um desafio para vacinar essa população, porque é uma população virgem de proteção, eles não têm proteção nem adquirida, nem através da vacinação”, disse. Ela reforça a importância de a vacinação de crianças contra a Covid-19 fazer parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “No ano passado, tivemos 135 mortes de crianças, é um número que poderia ter sido prevenido através de vacinação”, acrescentou.

Ministério da Saúde

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 no Brasil começou em 18 de janeiro de 2021, após a aprovação para uso emergencial das vacinas Sinovac/Butantan e AstraZeneca/Fiocruz, no dia anterior, informou o Ministério da Saúde (MS), acrescentando que o êxito da campanha foi possível mediante o envolvimento das três esferas de governo.

Até o momento há cinco vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em uso no Brasil: duas com autorização para uso emergencial (CoronaVac/Butantan e Comirnaty bivalente Pfizer) e três com registro definitivo (AstraZeneca/Fiocruz, Janssen-Cilag e Comirnaty Pfizer/Wyeth). No país, as vacinas covid-19 continuam disponíveis e são recomendadas para a população geral a partir dos 6 meses de idade.

“Em fevereiro de 2023, juntamente com o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, foi iniciada a estratégia de vacinação para grupos prioritários com a vacina bivalente e com a recomendação de dose de reforço para essa população a partir de 12 anos. Ainda em 2023, essa estratégia foi incorporada ao Calendário Nacional a vacinação para o público infantil de 6 meses a menores de 5 anos”, disse a pasta, em nota.

Na avaliação de cobertura vacinal, para o esquema primário de duas doses, com as vacinas monovalentes, o MS registra uma cobertura de 83,86%, desde o início da campanha em janeiro de 2021 até janeiro de 2024.

“É importante destacar que, à medida que forem obtidas novas aprovações regulatórias e as vacinas adaptadas às novas variantes, o Ministério vai adequando as necessidades assim que os imunizantes estiverem disponíveis no país por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), seguindo as recomendações e atualizando os esquemas de vacinação”, diz a nota.

As últimas semanas de 2023 foram marcadas por um aumento do número de casos confirmados de Covid-19 em Pernambuco. No entanto, a primeira semana de 2024 apresentou uma leve queda, em comparação ao período anterior. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) afirmou que a tendência é seguir “numa diminuição sustentada de Covid-19 para as próximas semanas”. 

Segundo a pasta, na primeira semana epidemiológica, de 31 de dezembro até 6 de janeiro, o número de casos confirmados foi de 1.728, com um índice de 28,4% de positividade. “Os números de notificados e confirmados para Covid-19 mantêm a tendência de redução na quantidade absoluta de casos. A positividade diminui mais lentamente”, relatou a SES-PE, por meio de nota. 

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Os períodos mais críticos de casos confirmados ocorreram entre as semanas epidemiológicas 49 e 51, que contam do dia 3 a 23 de dezembro de 2023. Apenas nesse período, foram somados 10.556 casos, com uma variação de positividade de 29,9%, no pico, que contabilizou 13 óbitos. Os números absolutos passaram a diminuir gradualmente a partir da última semana do ano, que contou com 2.168 casos confirmados. A tendência de queda se deu também no número de mortes, que chegou a zero na primeira semana de 2024. 

Confira os números das últimas semanas de 2023: 

O número de internações também variou no mesmo período. A semana epidemiológica mais crítica foi a 49, quando houve 153 pessoas internadas. Nas semanas seguintes da 50 às 52, houve queda gradual, variando de 128 e 122. A primeira semana da 2024 contou 98 intervenções hospitalares. Confira a lista abaixo: 

Internações: 
SE 44 - 138 
SE 45 - 147 
SE 46 - 140 
SE 47 - 131 
SE 48 - 145 
SE 49 - 153 
SE 50 - 128 
SE 51 - 122 
SE 52 - 128 
SE 01/2024 - 98 

No entanto, a SES-PE reforçou que os leitos contados servem para o “acompanhamento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que não apenas envolvem os casos de Covid-19".  

Vacinas 

As vacinações, segundo a Secretaria, cabem às gestões municipais para a “realização das estratégias de aplicação, que incluem a abertura dos postos de saúde volantes, visita casa a casa, vacinação em locais com grande circulação de público, em escolas, entre outras”. 

No Recife, os postos de vacinação podem ser verificados no site Minha Vacina https://minhavacina.recife.pe.gov.br/locais-sem-agendamento" rel="noreferrer noopener" target="_blank">https://minhavacina.recife.pe.gov.br/locais-sem-agendamento, onde também é possível se cadastrar e agendar. 

Calendário Nacional de vacina do SUS 

Como uma forma de estimular e facilitar o registro das vacinações, o Sistema Único de Saúde (SUS) incluiu, a partir de janeiro de 2024, as aplicações de doses contra a Covid-19 em seu calendário nacional para crianças de seis meses a menores de 5 anos de idade.  

Entre as estratégias aplicadas, a imunização de grupos prioritários está em vigor o intervalo de seis meses para indivíduos com 60 anos ou mais, pessoas imunocomprometidas, gestantes e puérperas. Já o intervalo anual de vacinação será disponível para as seguintes populações: pessoas que vivem ou trabalham em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua. 

Testes 

De acordo com a Secretaria de Saúde, a oferta de testagem para detecção da Covid-19 também é realizada pelas gestões municipais. Não foi informado quantos equipamentos de testagem foram distribuídos pelo estado. 

 

O uso, sem previsão na bula (off label), de hidroxicloroquina para tratar pacientes hospitalizados com covid-19 na primeira onda da pandemia pode estar relacionado a cerca de 17 mil mortes em seis países: Bélgica, França, Itália, Espanha, Estados Unidos e Turquia. A maior parte das mortes estimadas, cerca de 7,5 mil, foi nos Estados Unidos.  

A estimativa foi feita por pesquisadores da França e do Canadá em um estudo que reúne dados coletados com diferentes metodologias, e teve as conclusões publicadas com ressalvas neste ano no periódico científico Biomedicine & Pharmacotherapy.

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Os cientistas estimaram ainda que o uso do medicamento pode ser associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados.

Limitações

Os autores afirmam que, apesar das limitações do estudo e de suas imprecisões, ele ilustra o perigo de, no manejo de futuras emergências, mudar a recomendação de um medicamento com base em evidências fracas. O número de mortes estimado, de 16.990, pode estar tanto sub como superestimado, mas certamente seria muito maior se houvesse dados disponíveis para mais países, ponderam.

"Esse estudo ilustra as limitações de extrapolar tratamentos de condições crônicas para condições agudas sem dados precisos, e a necessidade de produzir rapidamente evidência de alto nível em testes clínicos randomizados para doenças emergentes", diz o artigo. 

Originalmente, a hidroxicloroquina é indicada para o tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite, mas, durante a pandemia de covid-19, seu uso foi defendido por autoridades políticas, como ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo depois de evidências científicas mostrarem ineficácia e riscos.

Já nos primeiros meses da pandemia, a Organização Mundial da Saúde suspendeu os testes para tratamento da covid-19 com a hidroxicloroquina, para preservar a segurança dos pacientes e por reconhecer sua ineficácia.

O estudo publicado neste ano pelos pesquisadores franceses e canadenses reforça que o uso prolongado do medicamento aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Os pesquisadores ainda citam um estudo de colegas brasileiros que relaciona a hidroxicloroquina a efeitos colaterais no coração e no fígado.

A nova vacina contra Covid-19 registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta segunda-feira (8), é fabricada pelo Instituto Serum, da Índia, e registrada pela empresa brasileira Zalika Farmacêutica. O imunizante poderá ser usado em pessoas a partir de 12 anos de idade, e será administrado em duas doses, com intervalo de 21 dias, e reforço após 6 meses, para maiores de 18 anos de idade.

A tecnologia empregada na vacina Zalika é chamada recombinante, por ter suas moléculas formadas pela combinação de duas fontes diferentes. Nesse caso, o antígeno de proteína S (spike), uma substância capaz de promover resposta do sistema imunológico, e o adjuvante à base de saponina, que permite a mistura que potencializa a produção dos anticorpos. Essa forma de produção traz mais segurança para dentro da indústria farmacêutica, explica a Anvisa.

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Segundo nota divulgada pela Anvisa, para ser registrada, a vacina apresentou eficácia na fase 3 de estudo, a última etapa antes da aprovação, com variação entre 79,5%, para estudo conduzido nos Estados Unidos na população entre 12 e 17 anos de idade, a 90,4%, em estudo nos Estados Unidos e México, na população adulta.

O novo imunizante é o sexto a receber o registro individual definitivo da Anvisa. Além dele, têm esse tipo de autorização as vacinas Comirnty Ipfizer/Wyeth, Comirnaty bivalente (Pfizer), Jansses Vaccine (Janssen-Cila), Oxford/Covishield (Fiocruz e Astrazeneca) e Spikevax bivalente. Também têm registro definitivo na forma do consórcio Covax Facility, as vacinas Pfizer/Biontech, Astrazeneca, Janssen, Moderna, Sinopharm, Sinovac.

A CoronaVac (Butantan) também é autorizada para uso no país, mas apenas para modalidade emergencial. Outra forma de autorização existente é a de importação excepcional concedida atualmente apenas à vacina Sputnik, já que a Covaxin chegou a ter essa modalidade de autorização, mas foi suspensa em julho de 2021.

De acordo com a Anvisa, a vacina recombinante Zalika é monovalente para o vírus SarsCov-2 original e ainda não é capaz de imunizar contra a variante XBB 1.5, conforme a atual recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por isso ainda passará por atualização este ano, para cumprir um termo firmado entre o órgão regulador brasileiro e a farmacêutica.

Para ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), mantido pelo governo federal, a vacina recombinante Zalika ainda precisará passar por uma avaliação do Ministério da Saúde.

A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) seguiu a atualização do Calendário Nacional de Vacinação Infantil e passou a disponibilizar o imunizante da Pfizer contra a Covid-19 para crianças dos seis meses aos quatro anos, 11 meses e 29 dias.

Crianças com menos de um ano e os idosos acima de 80 foram os grupos com mais casos e óbitos da doença em 2023, aponta a pasta. No Recife, mais de 18% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram em crianças na faixa etária de 0 a 9 anos.

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Para incentivar a campanha de prevenção ao vírus e fortalecer a resposta imunológica da população infantil, a vacina foi integrada à Caderneta da Criança e pode começar a ser cobrada no momento da matrícula em unidades de ensino ou na busca por serviços de assistência social.

O público com menos de cinco anos segue o esquema de três doses com intervalo de quatro semanas da primeira para a segunda dose e oito semanas da segunda para a terceira. No Recife, o público total infantil de seis meses a cinco anos é de 115.985 crianças. Destas, 103.651 estão aptas a receber a vacina Pfizer Baby.

---> Confira os locais e os horários de funcionamento dos pontos de vacinação

A pasta destacou que o esquema elaborado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) segue as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

“A incorporação das vacinas contra a covid-19 no calendário nacional representa um avanço significativo na proteção da saúde das crianças do Recife. Com embasamento técnico-científico e respaldo de órgãos reguladores, essa medida contribuirá para mitigar os impactos da pandemia nesse grupo vulnerável, reforçando o compromisso com a saúde pública e o bem-estar da população mais jovem”, afirmou a gerente do Programa de Imunização do Recife, Nádia Carneiro.

Vários acontecimentos no mundo viraram notícia em 2023. O LeiJá separou alguns para que você possa relembrar o que foi destaque por aqui. Confira:

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Trusted Sources Information War Ukraine Telegram/Flickr

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5 - Submarino usado para visitação ao Titanic desaparece e destroços são encontrados dias depois

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7 - Ciclone Daniel atinge a Líbia e deixa mais de 5 mil mortos

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Em setembro, ao menos 5,3 mil pessoas morreram e 10 mil ficaram desaparecidas, segundo a Cruz Vermelha, após o rompimento de duas barragens no nordeste da Líbia. A tragédia ocorreu devido às fortes chuvas provocadas pelo ciclone Daniel. A tempestade causou mais de 400 mm de chuva para a região atingida em um período de apenas 24 horas. 

 

8 - Hamas invade cidades de Israel ocasionando conflito no Oriente Médio

Até o momento, mais de 20.000 pessoas morreram, segundo a emissora Al Jazeera

No dia 7 de outubro, combatentes do grupo palestino extremista Hamas invadiram cidades de Israel. Provocando centenas de mortes e diversos sequestros, os terroristas fizeram bombardeios e invasões a residências, como uma forma de se rebelar contra o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense. Desde os primeiros dias dos atentados, Israel vem fazendo uma série de ataques contra a Faixa de Gaza, onde fica a sede do Hamas. O conflito tem origem na disputa por territórios da região. Até o momento, mais de 20.000 pessoas morreram, segundo a emissora Al Jazeera.

 

9 - Ultradireitista Javier Milei vence peronismo e é eleito novo presidente da Argentina

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No dia 19 de novembro, os argentinos elegeram o fundador do La Libertad Avanza (LLA), Javier Milei, como o novo presidente do país. Autodenominado anarcocapitalista, o político venceu o candidato Sérgio Massa, ex-ministro da Economia da gestão do peronista Alberto Ángel Fernández. A vitória veio em um momento no qual a Argentina enfrenta uma forte crise econômica, devido à desvalorização do peso e à alta inflação.

 

10 - Rússia proíbe movimento LGBT+ no país e o classifica como 'extremista'

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Após uma audiência de quatro horas de duração, que contou apenas com membros do Ministério da Justiça, o Supremo Tribunal da Federação Russa definiu, no dia 30 de novembro, que o "movimento LGBT internacional" passa a ser classificado como uma "organização extremista" e passa ser proibido no país. Sendo assim, ativistas LGBT+ no país, que já enfrentam uma série de restrições, correm o risco de serem presos sob a acusação de participarem de atividades de organização extremista.

 

Fontes das imagens:

1-Trusted Sources Information War Ukraine Telegram/Flickr2- Craig Bellamy/Flickr3- Pan American Health Organization PAHO/Flickr4- Joseph Hollick/Flickr5- Divulgação/OceanGate6- Divulgação/Campanha Villavicencio7- Abu Bakr AL-SOUSSI / AFP8- asamaj/Flickr9- Muhammad Sajjad Munir/Flickr10- mariana werneck/Flickr

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) destaca a importância da vacinação contra Covid-19, após a confirmação da circulação da variante da Ômicron (linhagem JN.1) no Estado, nesta quarta-feira (27). Desde o início de dezembro, a SES-PE recomendou a aplicação de imunização de reforço com a vacina bivalente para pessoas com mais de 60 anos e imunocomprometidos acima de 12 anos com última dose da vacina há mais de 6 meses. Atualmente, a cobertura da vacina bivalente contra Covid-19 está em 15,08%.

A  primeira detecção do genoma pertencente à linhagem JN.1 foi confirmada pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/FIOCRUZ-PE), após análise genômica de amostras positivas para o SARS-CoV-2.Trata-se de uma amostra de um residente do Recife (sexo feminino, 49 anos) e coletada no último dia 11 de dezembro.

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O Instituto Aggeu Magalhães realizou o processamento de 46 amostras para sequenciamento, dos quais foi possível obter 30 genomas com qualidade. Desses 30 genomas, todos foram identificados como da linhagem e sublinhagens da Ômicron. O total de amostras analisadas são de pessoas provenientes das cidades Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Ouricuri, Paulista, Recife e Salgueiro.

A Secretaria Estadual de Saúde reforça que a linhagem JN.1 da Ômicron é considerada uma “variante de interesse”, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), devido a sua transmissão acentuada, porém esta não representa grande risco à saúde pública. A SES-PE seguirá monitorando o cenário epidemiológico para Covid-19, assim como o acompanhamento da circulação de variantes da doença no território pernambucano, em parceria com o Instituto Aggeu Magalhães.

A Secretaria destaca ainda que as medidas não-farmacológicas, aliadas à vacinação, são importantes para evitar possíveis riscos da Covid-19 e suas sequelas. Recomenda-se a lavagem frequente das mãos, uso de máscaras se houver sintomas respiratórios e, se possível, que sejam evitadas aglomerações.

DADOS – Em relação aos dados referentes da Semana Epidemiológica SE 51 (17 a 23/12), o número de casos confirmados para Covid-19 foi de 2.468, sendo a taxa de positividade de 26,9%.

Da assessoria

O boletim InfoGripe divulgado nesta sexta-feira (22) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca a manutenção do aumento no número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 em vários estados da Região Nordeste. O Ceará é quem chama mais atenção pelo ritmo acelerado de crescimento da doença, apesar de já demonstrar sinais de redução na faixa etária dos jovens adultos.

Às vésperas das festas de fim de ano, as atenções devem ser ainda mais focadas, especialmente em tais localidades, alerta a Fiocruz. Referente à Semana Epidemiológica 50, de 10 a 16 de dezembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de dezembro.

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Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe registram aumento no número de casos, com foco no estado cearense, onde o crescimento acelerado da doença preocupa, pois embora haja sinais incipientes de diminuição na faixa etária dos jovens adultos, nos idosos isso não se confirma.

Alagoas e Sergipe, com quadros mais recentes, apontam também para um aumento na população de idade mais avançada, assim como já se observava na Paraíba e em Pernambuco. A Bahia (que foi o primeiro estado da região a entrar nesse ciclo de aumento) por outro lado, já dá sinais de interrupção no crescimento, apesar de ainda não indicar reversão para queda. Na Região Norte, ainda não se observa sinal de aumento associado à Covid-19, mas há um crescimento ligado às crianças e pré-adolescentes, caracterizando outros vírus respiratórios.

O pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, chama a atenção para quem for se deslocar a esses locais por conta das festas de fim de ano. “Como estamos entrando no período das celebrações de fim de ano, Natal, Ano Novo, especialmente nesses locais, quem for viajar para estados do Nordeste, fica o pedido de uma atenção ainda maior naquelas recomendações fundamentais, ou seja, vacina em dia, lembrar que grupos de risco têm uma indicação para já antecipar a dose de reforço, que tem se mostrado eficaz em continuar diminuindo o risco de desenvolver o caso grave de Covid-19”.

Gomes também indica a realização de tais eventos em ambientes abertos ou bem ventilados, além da recomendação do uso de máscaras de qualidade (N95, PFF2) caso estiver com sintomas de gripe, como nariz escorrendo, espirros, tosses, incômodo na garganta e/ou dificuldade respiratória, apesar de o ideal ser fazer repouso e ficar em casa, visando à proteção dos familiares.

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e na população a partir de 65 anos de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de Covid-19.

Longe do horror dos primeiros meses da pandemia, que teve início há quatro anos, a Covid-19 se tornou menos perigosa, mas continua sendo um grande problema de saúde pública, com especificidades persistentes em comparação a outras doenças.

- Normalização acelerada -

O ano de 2023 marcou uma nova etapa na normalização da Covid-19. A tendência já havia acelerado no ano anterior, após os anos 2020-2021 dominados por uma pandemia com efeitos históricos.

Desde maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera a Covid-19 uma emergência internacional. Embora siga afirmando que a pandemia continua, esta decisão é um símbolo considerável.

O período também viu o fim da "covid zero". A China, o último grande país a aplicar esta política excepcional, que visa eliminar a circulação da doença e não apenas limitá-la, suspendeu-a no início do ano.

Por que esta normalização? Em primeiro lugar, porque uma infecção por Covid-19 atualmente parece muito menos perigosa do que em 2020, quando numerosos países decretaram confinamentos sem precedentes contra os efeitos mortais do SARS-CoV-2, o vírus por trás da pandemia.

É também o resultado da eficácia das vacinas, distribuídas desde 2021, e da imunidade adquirida pelas populações ao longo das sucessivas ondas de infecções virais.

A letalidade, que corresponde ao risco individual de morte após uma infecção, "diminuiu muito em comparação com a era pré-vacina", disse à AFP Antoine Flahault, epidemiologista da Universidade de Genebra. "É da ordem de um por mil ou talvez menos", quando o risco era contabilizado em percentagem no início da pandemia, ressalta ele.

Um nível comparável a uma infecção sazonal pelo vírus da gripe, embora seja arriscado determinar precisamente o mais perigoso dos dois.

- Um problema que continua merecendo atenção -

A Covid-19 se tornou outra doença respiratória, mas continua apresentando importantes problemas de saúde pública, por vezes ligados às suas particularidades.

Diferentemente de outras doenças como a gripe, a Covid-19 passa por várias ondas ao longo do ano. Portanto, dificilmente pode ser descrita como uma doença de inverno, mas um surto pode coincidir com esta estação epidêmica clássica.

"A Covid-19 é uma das doenças que está progredindo atualmente" em muitos países, alertou no domingo (17) Maria Van Kerkhove, epidemiologista da OMS.

Este auge está, em parte, relacionado a aparição de uma subvariante: JN.1, explicou. Novo declínio do ômicron e versão dominante do vírus há dois anos, não parece particularmente perigosa, mas é muito transmissível.

- Contágio continua alto -

Em geral, esta é a grande particularidade da Covid-19 em comparação a outras infecções como a gripe.

"Em um ano, há entre 5% e 10% de pessoas que contraem gripe", mas muitas mais contraem Covid-19, diz Flahault, reforçando que isso aumenta mecanicamente a mortalidade populacional, mesmo que o risco individual seja limitado.

Apesar disso, o número exato de mortes não é claro, uma vez que muitas estão relacionadas à doença, embora não lhe sejam atribuídas.

Os números oficiais da OMS indicam que desde o início da epidemia, há quatro anos, cerca de sete milhões de pessoas morreram de Covid-19, mas a própria organização admite que o nível real é provavelmente de cerca de 20 milhões ou mais.

- E a Covid longa? -

Para além da mortalidade, permanece a questão das consequências duradouras, chamadas de "Covid longa", que incluem características como a fadiga, dificuldades respiratórias, entre outras.

A realidade destes sintomas já não é mais uma dúvida, bem como a sua origem fisiológica e não psicológica. No entanto, continua sendo difícil determinar a sua frequência e porque a Covid-19 os causam com mais constância do que outras doenças.

As sequelas da gripe, por exemplo, não receberam tanta atenção, destaca Flahault.

De qualquer forma, vários estudos publicados este ano são bastante tranquilizadores ao negar a ideia de uma explosão de casos de Covid-19 ao longo do tempo.

Um estudo realizado entre a população sueca, publicado em setembro na revista Infectious Diseases, mostra um "risco menos elevado" de Covid longa após uma infecção pela ômicron, em comparação as variantes anteriores.

O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) foi chamado de "assassino" por uma mulher que o reconheceu em um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, 15, segundo informação do jornal O Globo.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, enquanto o ex-ministro da Saúde almoçava no local, uma mulher com bolsa do Movimento dos Sem-Terra (MST) entrou no local e percebeu a presença do político. Ela deixou o restaurante e gritou "assassino" para o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). Outros clientes pediram descontos pela presença de Pazuello, com o argumento que a presença dele representava "insalubridade".

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Hoje deputado federal pelo Rio, Pazuello foi um dos ministros da Saúde de Bolsonaro durante a fase crítica da pandemia de covid-19. Ele ocupou o cargo interinamente entre maio e setembro de 2020 e depois foi efetivado, com permanência até março de 2021.

Dados do governo federal mostram que o Brasil registrou 708.237 mortes por covid desde março de 2023. O maior número de óbitos ocorreu em 2022, quando 424,1 mil pessoas perderam a vida para a doença.

Em dezembro de 2020, quando diversos países tentavam fechar contratos para produção de vacina, enquanto milhares de pessoas morriam de covid, Pazuello fez um questionamento diante da cobrança da população por vacina. "Pra que essa angústia?", perguntou à época.

A primeira pessoa vacinada no Brasil foi uma enfermeira, em São Paulo, em 17 janeiro de 2021. Mônica Calazans recebeu na oportunidade a primeira dose da Coronavac. No Estado de São Paulo, de acordo com o governo estadual, 97,16% da população recebeu ao menos uma dose da vacina. O esquema vacinal completo atingiu 89,71% da população paulista.

Após os casos de infecções pelo coronavírus aumentarem em Pernambuco, algumas medidas estão sendo tomadas. Em Recife, a Secretaria de Saúde voltou a abrir agendamento, via Conecta Recife (site ou aplicativo), para teste rápido de Covid-19 nos centros instalados no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, e na Unidade Básica Tradicional José Dustan, na Iputinga.

Devido à grande procura, essa é uma estratégia para organizar a logística de atendimento e também evitar aglomerações, fator de risco para a disseminação do vírus. A demanda para os testes deixou de ser espontânea a partir desta quinta-feira (14).

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“Nas duas últimas semanas, verificamos um grande aumento na procura por testes de Covid-19, passando de uma média de 500 testes realizados por semana, em novembro, para 4.080 testes na primeira semana de dezembro, com positividade de 35,6%. Hoje, no Recife, a Prefeitura está disponibilizando esse serviço em dois centros de testagem, sendo um desafio o provimento de insumos, pelo aumento brusco na procura por testagem em todo o município. Para evitar aglomerações e controlar melhor o estoque de testes, voltamos a ofertar testagem exclusivamente por agendamento, exceto para grupos prioritários”, explica a secretária-executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Marcella Abath.

Os agendamentos abrem todo dia, sempre a partir das 15h do dia anterior à oferta dos testes, através do site Conecta Recife ou aplicativo, clicando na aba Vamos Testar (https://conectarecife.recife.pe.gov.br/vamos-testar/). Para ter acesso aos exames, basta que os munícipes compareçam a um dos dois centros de testagem da cidade portando comprovante de residência na capital e documento de identificação com foto. O agendamento é para o público em geral, à exceção dos grupos prioritários, que são idosos a partir dos 60 anos, gestantes, pessoas com deficiência e crianças com até 5 anos de idade.

CENTROS - A Secretaria de Saúde do Recife mantém abertos, de domingo a domingo, dois centros de testagem para covid-19, estrategicamente instalados ao sul e ao norte da cidade: na Unidade Básica Tradicional (UBT) José Dustan (rua Maurício de Nassau, s/n, Iputinga), de 8h às 12h e de 13h às 17h, e no Parque Dona Lindu, na Avenida Boa Viagem, das 8h às 17h.

QUANDO TESTAR E ORIENTAÇÕES GERAIS – A recomendação para fazer exame diagnóstico é, preferencialmente, para pessoas com sintomas gripais, a exemplo de febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, alteração no paladar ou olfato. Caso haja positivação, a recomendação é de isolamento por 7 dias após os primeiros sintomas ou a partir da data do teste, para os casos assintomáticos. Passado esse período e depois de 24 horas sem sintomas, o paciente pode voltar ao convívio social. Não é necessário fazer um novo teste com o objetivo de obter a negativação da doença.

VACINAÇÃO – A melhor forma de prevenir a Covid-19 ou amenizar seus sintomas é manter o calendário vacinal atualizado. A rede de saúde da capital conta com 170 salas de vacinação, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Além disso, quatro shoppings da capital (Recife, em Boa Viagem, RioMar, no Pina, Boa Vista, na área central da cidade, e Tacaruna, em Santo Amaro) oferecem o imunizante todos os dias da semana, das 9h às 19h. Já o Centro Médico Senador Ermírio de Moraes, em Casa Forte, oferece vacinação todos os dias da semana, das 8h às 18h. Nos finais de semana, a Prefeitura monta pontos itinerantes de vacinação, em centros de compras, praças, parques e locais de grande circulação. A população pode acompanhar essa programação no site da Prefeitura ou através do Conecta Recife. A listagem completa pode ser conferida aqui: https://minhavacina.recife.pe.gov.br/.

“Temos, em circulação no País, diversas variantes e sublinhagens da Ômicron. Por isso, é preciso estar com o calendário vacinal em dia, e não apenas no que se refere à Covid, mas também à influenza e demais doenças. De modo geral, a maioria dos casos da Covid-19 tem apresentado sintomas mais leves, mas é preciso manter a vigilância, especialmente em relação aos grupos de maior risco, a exemplo de idosos a partir dos 60, pessoas imunocomprometidas ou com comorbidades. Para esse público específico, estamos com a campanha de reforço da vacina bivalente”, explica Nádia Carneiro, gerente do Programa de Imunização da Secretaria de Saúde do Recife.

Grande parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto continua com medos associados à covid-19, mostra levantamento feito com 1.840 adultos, de 18 a 59 anos de idade, que tomaram até três doses das vacinas contra a doença. De acordo com a pesquisa “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”, o surgimento de novas variantes é o principal medo manifestado pelos entrevistados (48% das respostas). O medo é mais acentuado nas mulheres (28%) e nos mais jovens de 18 a 24 anos (28%). O menor percentual está entre os mais velhos, de 45 a 59 anos (19%), no Rio de Janeiro (15%).

Vinte por cento do total dos entrevistados acreditam que o “pior já passou”, mas consideram que as vacinas podem proteger caso haja nova onda de covid-19. Somente 15% afirmam que a pandemia já terminou e que não têm medo de se contaminar.

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O levantamento de âmbito nacional, feito em 106 cidades, com recortes no Pará, na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal, foi coordenado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer. Ele inclui pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a covid-19 até o momento, ou seja, não tomaram todas as doses recomendadas para sua faixa etária. Os resultados contemplam dois subgrupos na amostra, envolvendo pessoas com filhos e sem filhos, buscando diferentes percepções sobre vacinação de adultos e crianças.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, a preocupação em relação às variantes do SARS-CoV2 é legítima. Isso se explica porque o vírus tem o potencial de sofrer mutações com alta frequência, o que geralmente acontece quando é transmitido de uma pessoa para outra, dando origem a uma variante do vírus original. Segundo Naime Barbosa, algumas variantes se disseminam mais rapidamente do que outras, o que pode levar ao aumento de casos e agravamentos ligados à doença. “Essa é uma situação preocupante, especialmente em períodos de maior aglomeração de pessoas, o que inclui as festividades de fim de ano”, destacou o infectologista.

Importância

A sondagem revela que mesmo quem não está com o esquema vacinal completo acredita que as vacinas contra a covid-19 são importantes para proteger os adultos (86%) e as crianças (82%) e também são seguras para adultos (78%) e crianças (75%). Somente 7% das pessoas não confiam nas vacinas contra a doença, consideram que elas são pouco ou nada importantes e, inclusive, as classificam como inseguras em algum nível para os adultos.

Na avaliação da diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, a imunização continua a ser a principal forma de prevenção contra casos graves de covid-19, contribuindo para reduzir o risco de morte e o número de hospitalizações. “Não podemos esquecer que mais de 700 mil pessoas morreram no Brasil por causa da doença até o momento e que, desde o início das campanhas de vacinação, a mortalidade começou a diminuir drasticamente na população em geral”. Adriana destacou que apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado o fim da emergência de saúde pública para a covid-19, é importante que se mantenha a prevenção, tendo em vista que a doença segue causando internações e óbitos, com mais de 13 mil mortes apenas neste ano.

Um eventual retorno da pandemia ou aumento de casos constituiria o principal fator para levar os adultos a completar a carteira vacinal (25% das respostas), seguido do tempo disponível (14%) e da obrigatoriedade (11%). Confiança na eficácia ou segurança das vacinas aparece em quarto lugar, junto com dificuldade de acesso (7% cada). Por outro lado, 20% garantem que nada os levaria a completar o esquema vacinal. De modo geral, os consultados que rejeitam completar o ciclo vacinal contra covid-19 são menos instruídos, têm menor renda familiar e pertencem ao sexo masculino.

Entretanto, 72% dos entrevistados disseram que vão se vacinar imediatamente, caso surja nova onda da doença. De acordo com a pesquisa, 45% das pessoas com esquema vacinal incompleto têm consciência de que não estão totalmente protegidas. Trinta e dois por cento afirmam não ter conseguido tomar todas as doses e 13% explicaram que, “como a pandemia acabou”, deixaram de se preocupar com isso.

Crianças

Cerca de metade da amostra tem filhos com mais de seis meses até 17 anos ou é responsável por alguém nessa faixa etária. Em relação à vacinação infantil, revelaram que a maioria dos filhos (59%) tomou pelo menos uma dose da vacina contra covid-19. Entre os principais motivos para não completar o esquema vacinal dos filhos estão o medo de possíveis reações que a vacina poderia causar, como febre alta, calafrios, entre outros efeitos (20%), e a falta de motivação (10% não veem necessidade de vaciná-los).

Outros 65% discordam, em algum grau, da ideia de que as crianças não desenvolveriam a forma grave da covid-19 e, por isso, não precisariam ser vacinadas. Trinta e nove por cento dos pais e mães não chegaram a conversar com o pediatra antes de tomar a decisão de vacinar ou não o filho. Esse percentual cai para 32% entre bebês de 6 meses a 2 anos, passando para 36% na faixa de 3 a 4 anos, 38% no grupo de 5 a 11 anos e alcançando 48% no recorte para jovens de 12 a 17 anos. Somente 2% disseram que o pediatra recomendou não dar a vacina.

Fontes de informação

A imprensa, incluindo televisão, rádio, jornal e revistas, é considerada a principal fonte de informação sobre o tema por 43% dos entrevistados, seguida dos postos de saúde (30%, em especial das classes D e E); das redes sociais (26%), englobando facebook, youtube, instagram, X (antigo Twitter) e Tik Tok (a maior parte com perfil jovem, de 18 a 24 anos); sites e portais de notícias, mais concentrado em um perfil de ensino superior (25%).

Já 67% das pessoas classificaram as informações disponíveis sobre a vacina contra a covid-19 nos diversos meios de comunicação como muito fáceis ou de fácil entendimento, mas duas em cada três pessoas com o ciclo vacinal incompleto contra a doença acreditam em pelo menos uma das fake news (notícias falsas) mais comuns sobre o tema: 70% dos entrevistados relatam essa influência da desinformação em alguma proporção.

De acordo com os entrevistados, as fake news que mais confundem as pessoas são aquelas que dizem que vacinas contra a covid-19 são experimentais (34%), causam casos graves de miocardite, trombose, fibromialgia e Alzheimer (16%), que o surgimento de novas variantes da covid-19 comprova que as vacinas não funcionam (13%), que vacinas contra a covid-19 são mais perigosas do que o próprio vírus (13%), pessoas que tiveram covid-19 não precisam se vacinar contra a doença (8%), que a vacina de RNA (molécula responsável pela síntese de proteínas das células do corpo) mensageiro contra a covid-19 modifica o DNA dos seres humanos (4%), e a vacina contra a covid-19 tem chip e inteligência artificial para controlar a população (3%).

Em sentido contrário, 28% das pessoas com o esquema vacinal incompleto não acreditam em nenhuma das fake news investigadas na sondagem. A taxa sobe para 37% entre pessoas com maior escolaridade (ensino superior completo), atingindo 46% no recorte para o Distrito Federal. 

Diante da identificação de duas novas sublinhagens do vírus da covid-19 no país, o Ministério da Saúde passou a recomendar uma nova dose da vacina bivalente para pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos que tenham recebido a última dose do imunizante há mais de seis meses.

“Seguimos atentos ao cenário epidemiológico da covid-19. Com a identificação de duas novas sublinhagens no país, a JN.1 e JG.3, decidimos antecipar para grupos prioritários uma nova dose da vacina bivalente. A vacinação é essencial para nossa proteção”, twitou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

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“Sempre trabalhamos para que estejam disponíveis as vacinas mais atualizadas, seguras e eficazes aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Em especial para pessoas em grupos de risco ou com sintomas gripais, recomenda-se maior proteção, como o uso de máscara em locais fechados e evitar aglomerações.”

Antiviral

A pasta destacou ainda que o antiviral nirmatrelvir/ritonavir está disponível na rede pública para o tratamento da infecção por covid-19 em idosos com 65 anos ou mais e imunossuprimidos com 18 anos ou mais, logo que os sintomas aparecerem e houver a confirmação de teste positivo.

Subvariantes

De acordo com o ministério, a subvariante JN.1, inicialmente detectada no Ceará, vem ganhando proporção global e já corresponde a 3,2% dos registros em todo o mundo. Já a sublinhagem JG.3, também identificada no Ceará, está sendo monitorada em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiás.

“O Ministério da Saúde segue alinhado com todas as evidências científicas, com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) mais atualizadas para o enfrentamento da covid-19, incluindo o planejamento para vacinação em 2024, que já está em andamento.”

“A pasta garante que o SUS [Sistema Único de Saúde] sempre terá disponível as vacinas mais atualizadas, seguras e eficazes aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária].”

Os casos de Covid-19 vêm aumentando em Pernambuco nos últimos meses. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), órgão responsável pelo monitoramento sistemático, observou a manutenção da tendência de aumento iniciada na última semana de outubro. A pasta ressalta, no entanto, que mesmo com o aumento gradual, 97% dos casos confirmados foram considerados como leves, até o momento, sem haver necessidade de internação. 

Confira os números das últimas semanas, de 29 de outubro a 2 de dezembro: 

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29/10 a 04/11 - 89 casos, 3,8% de resultados positivos; 

05 a 11/11 - 191 casos, 5,2% de resultados positivos; 

12 a 18/11 - 327 casos, 9,7% de resultados positivos; 

19 a 25/11 - 577 casos, 14,5% de resultados positivos; 

26/11 a 03/12 - 776 casos, 16,6% de resultados positivos. 

A secretaria afirma ainda que os meses de outubro a dezembro não são considerados de alto risco para transmissão de vírus respiratórios em Pernambuco. Porém, o aumento de casos nesse período “pode ser resultado da maior intensidade de aglomeração e circulação de pessoas, bem como do relaxamento da adoção de medidas de prevenção não farmacológicas como higienização das mãos, uso de máscaras diante da presença de sintomas respiratórios, entre outras”, disse por meio de nota. 

A pasta também apontou que não há registro de novas variantes do vírus no estado, mas que a identificação em estados vizinhos de novas subvariantes inéditas no Brasil (JN.1 e BA.2.86.1) também pode ser responsável pela elevação de casos no estado. 

 

A expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2022, ficou em 75,5 anos, segundo dados das Tábuas da Mortalidade, divulgados nesta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

O estudo foi construído com base no Censo Demográfico de 2022, diferentemente dos anos anteriores, em que a expectativa de vida era calculada a partir de projeções populacionais revisadas em 2018, que eram baseadas no Censo de 2010. 

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A informação mostra também, pela primeira vez, os impactos da pandemia de covid-19 na expectativa de vida do brasileiro, uma vez que os números de 2020 (76,8 anos) e 2021 (77 anos) ainda não levavam em conta os óbitos provocados pela doença. “A gente fez uma estimativa não prevendo uma crise sanitária que afetasse os óbitos”, diz Izabel Marri, pesquisadora do IBGE. 

Neste ano, o IBGE também está revisando os números de anos anteriores. Os números preliminares apontam que a esperança de vida no país em 2020 foi de 74,8 anos, portanto, dois anos a menos do que o estimado anteriormente. Em 2021, ano da pandemia com mais mortes, foi de 72,8 anos (ou seja, 4,2 anos a menos). 

Esperança recuperada

“A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer", afirma Marri. 

Em relação aos anos pré-pandemia, a revisão do IBGE aponta para as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos). Portanto, com a revisão do IBGE, a esperança de vida ao nascer em 2022 é a menor desde 2017. 

Marri acredita que, em 2023, cujos dados sairão apenas em 2024, a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando as perdas ocorridas durante a pandemia. “A gente já recuperou um pouco o nível de esperança de vida ao nascer e a gente tende a recuperar um pouco mais no próximo ano”, argumenta a pesquisadora. 

Sexo

Em relação aos sexos, a expectativa de vida das mulheres ficou em 79 anos, abaixo dos 80,1 anos de 2019, enquanto a dos homens ficou em 72 anos, taxa também inferior aos 73,1 anos de 2019. 

A probabilidade de morte do recém-nascido - registrada em 2022 - ficou em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (maior que os 10,98 de 2019).

Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta quarta-feira (1º) no Diário Oficial da União institui o Memorial da Pandemia de Covid-19, no Centro Cultural do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro. A proposta é que o local seja destinado à memória e reflexão sobre causas, consequências, enfrentamento e superação da pandemia, na perspectiva de estabelecer novos parâmetros e protocolos científicos de atuação do Estado brasileiro em situações de risco sanitário similar.

“O espaço deverá ter caráter educativo e de transmissão de conhecimento no campo da saúde, contemplando múltiplos olhares e perspectivas e assegurando interdisciplinaridade no tratamento do tema entre diferentes órgãos governamentais e instituições”, define a portaria.

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O Ministério da Saúde criará uma comissão especial, à qual caberá propor o projeto do memorial; conceber uma política nacional de preservação da memória da pandemia de covid-19; acompanhar a instalação do memorial e elaborar o desenho de atividades a serem desenvolvidas no local, indicando potenciais parceiros; e definir a forma de trabalho, com a prerrogativa de convidar colaboradores de diferentes áreas do ministério e de outros órgãos e entidades.

Além de evitar casos graves da covid-19, a vacinação infantil contra a doença é fundamental para proteger as crianças de sequelas da infecção, a chamada covid longa.

A afirmação é de Clovis Artur Almeida da Silva, professor titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP. 

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Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que terminou mo sábado (7) em Goiânia (GO), o professor falou que essa vacinação é importante principalmente para crianças que tenham doenças crônicas, como as reumáticas.

“As vacinas mostraram segurança e resposta imune adequada, inclusive nos pacientes reumáticos e que tomam imunossupressores. Mesmo que eles tenham taxas menores de resposta, as vacinas são adequadas para combater a infecção viral”, disse ele.

A covid longa é definida como qualquer sintoma persistente após três meses da infecção pelo novo coronavírus ou pelas complicações que surgem após uma infecção pelo coronavírus. Associadas a essa covid longa podem surgir problemas sérios, como as miocardites (inflamação no músculo que bombeia o coração), os impactos emocionais e as dificuldades na aprendizagem. “O vírus agride o cérebro e leva a sequelas. Leva à ansiedade e depressão também. Mas ainda não está claro quanto tempo dura isso [esses impactos]”, acrescentou Silva.

Um estudo  feito no Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP e publicada na revista Clinics identificou sintomas prolongados da covid-19 em 43% crianças e adolescentes três meses após a infecção. Os sintomas mais presentes foram dores de cabeça, reportadas por 19% do total de pacientes. Dores de cabeça fortes e recorrentes foram a queixa de 9%, mesmo percentual disse ter cansaço. A falta de ar afetou 8% e a dificuldade de concentração, 4%.

O professor destacou que, nesse estudo, cerca de 80% dessas crianças já apresentavam, antes da infecção, problemas crônicos como doenças reumatológicas, renais e oncológicas.  Esse estudo também identificou que as crianças que tiveram covid, passaram a apresentar mais dificuldades de aprendizado do que as crianças que não tiveram a doença.

“As crianças e adolescentes que tiveram covid tinham significativamente valores menores do domínio escolar de aprendizado mostrando que esses pacientes, possivelmente, vão ter impacto no rendimento escolar, no aprendizado escolar”.

Para prevenir a covid-19 e a covid longa, reforçou o professor, é importante que as crianças sejam vacinadas. E essas vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional.

Mas não é isso que tem ocorrido no Brasil. Segundo boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em agosto deste ano, apenas 11,4% das crianças brasileiras entre seis meses e cinco anos tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19.

“Já há estudos mostrando que a vacina diminuiu a covid, diminuiu a covid longa e que, quem tinha covid longa, melhorou mais rápido com a vacina. A grande questão é: vacine. Se tiver novas doses e novas vacinas, continue sendo vacinado”, aconselhou o professor. 

* A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia

As vacinas de RNA mensageiro, que surgiram com a crise da Covid-19 e que renderam, nesta segunda-feira (2), o Prêmio Nobel de Medicina aos pesquisadores Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (Estados Unidos), marcaram o ponto mais alto de uma revolução terapêutica.

Uma revolução que também poderia ser usada contra a aids e alguns tipos de câncer, depois de décadas de pesquisas e vários obstáculos.

- Como funciona? -

O RNA mensageiro está presente em todas as células, é o que lhes permite funcionar de forma correta no organismo. Atua como intermediário entre o código genético do DNA e a atividade da célula.

Mais especificamente, o RNA mensageiro é uma cópia temporária de uma pequena parte do DNA que está constantemente presente no núcleo da célula, que usa essa cópia como código para produzir proteínas específicas.

Por meio de um tratamento com RNA mensageiro, esses fragmentos de código genético são inseridos externamente. Portanto, eles são criados artificialmente em laboratório, e não a partir do DNA.

Até agora, a principal aplicação tem sido a vacinação contra a Covid-19, área em que há duas empresas conhecidas: Pfizer/BioNTech e Moderna.

Essas vacinas induzem as células a reproduzirem proteínas presentes no vírus, os "antígenos", para familiarizar o sistema imunológico a reconhecê-lo e neutralizá-lo.

Uma vacina clássica também procura familiarizar o organismo com um vírus (ou outros agentes infecciosos), mas o faz introduzindo diretamente o vírus no corpo, em uma forma atenuada, ou inativa (embora algumas vacinas mais recentes apenas injetem os antígenos do vírus).

A revolução da vacina de RNA mensageiro reside em fazer as células produzirem diretamente esses antígenos. Assim como acontece com outras vacinas, o sistema imunológico reage, gerando anticorpos.

- As principais etapas deste novo método -

O primeiro grande avanço, no final da década de 1970, foi o uso de RNA mensageiro para fazer as células em tubos de ensaio produzirem proteínas.

Uma década depois, os cientistas conseguiram obter os mesmos resultados com ratos, mas o RNA mensageiro ainda tinha duas grandes desvantagens como ferramenta médica.

Primeiro, as células dos animais vivos resistiam ao RNA mensageiro sintético, provocando uma resposta imunológica perigosa. Além disso, as moléculas de RNA mensageiro são frágeis, o que dificulta sua entrega ao sistema sem alterá-las.

Em 2005, Kariko e Weissman, da Universidade Estadual da Pensilvânia, publicaram um estudo inovador que mostrava que um envelope de lipídios, ou moléculas de gordura, poderia entregar RNA mensageiro de forma segura e sem efeitos negativos.

A pesquisa causou alvoroço na comunidade farmacêutica, e startups dedicadas a terapias com RNA mensageiro começaram a surgir em todo o mundo.

- Outras aplicações -

A comunidade científica tem trabalhado para desenvolver vacinas de RNA mensageiro para doenças como gripe, raiva e zika, além daquelas que têm sido resistentes às vacinas até agora, como malária e HIV/aids.

Os pesquisadores também começaram a testar tratamentos personalizados em pacientes com câncer, utilizando amostras das proteínas presentes nos seus tumores para criar RNA mensageiro especializado. Isso faz o sistema imunológico atacar células cancerígenas específicas.

"A plataforma de RNA mensageiro é versátil", disse à AFP Norbert Pardi, bioquímico da Universidade da Pensilvânia. "Qualquer proteína pode ser codificada como RNA mensageiro, portanto há muitas aplicações potenciais".

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