Traficante evangélico cria "Complexo de Israel" no RJ

Arão, como é chamado, se aproveita da pandemia para unificar as favelas e não permite outras religiões em seu território sob o argumento: "Jesus é o dono do lugar"

por Jameson Ramos sab, 25/07/2020 - 16:44
Reprodução Moradores estão sendo dominados pelo criminoso e seu fanatismo religioso Reprodução

O traficante evangélico Álvaro Malaquias Santa Rosa, 34 anos, conhecido como 'Peixão', tem se aproveitado da pandemia da covid-19 para expandir o tráfico em comunidades que ele não dominava antes no Rio de Janeiro. Sendo assim, ele conseguiu criar um novo complexo de favelas - o "Complexo de Israel".

Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-pau são as cinco comunidades que compõe o "Complexo de Israel". Somando o número de moradores, são mais de 134 mil pessoas sob o domínio de Peixão, que também é chamado de Arão - que, segundo a Bíblia, era irmão do profeta Moisés. 

Nessa expansão, o criminoso tenta impor a sua religião, destruindo imagens de santos católicos e terreiros de umbanda. Em uma dessas ações, o evangélico escreveu "Jesus é o dono desse lugar".

Segundo publicado pelo portal G1, as ações dos criminosos chamam a atenção da polícia porque em cada área dominada ele exibe símbolos do Estado de Israel como a bandeira do país e a Estrela de Davi, demarcando o seu território.

Para afastar a polícia e mostrar o seu comando nas comunidades, Arão instala barreiras juntamente com símbolo do amor e a palavra paz. O traficante tem como seu braço direito um criminoso por ele chamado de Jeremias e a sua quadrilha é chamada de "Tropa do Arão", o que mostra a fé dos criminosos - mas isso não impede que eles pratiquem os crimes.

Segundo a polícia confirmou ao G1, desde 2015 que pessoas estão desaparecendo nas comunidades dominadas por Arão. Nem todos os corpos aparecem e há indícios de subnotificação dos casos, já que não há registros feitos na delegacia. 

O chefe do tráfico e 10 pessoas de sua quadrilha foram indiciadas pela Polícia Civil por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Quatro criminosos foram presos pela polícia e os outros continuam foragidos.

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