Policial militar derruba e dá soco em mulher

Agressão policial contra pedagoga foi compartilhada por meio de um vídeo nas redes sociais. PM foi afastado do trabalho

dom, 20/09/2020 - 22:46
Reprodução Atitude policial foi repudiada pelo governador do Amapá Reprodução

Um policial militar derrubou e deu um soco na pedagoga Eliane da Silva, de 39 anos, na cidade de Macapá. O vídeo que registra a ação truculenta do PM repercutiu neste domingo (20) nas redes sociais, sendo, inclusive, compartilhado pelo ex-candidato à Presidência da República, Fernando Haddad, e pelo cantor Salgadinho, que em seu Twitter repudiou a ação do policial.

Ao ‘Fantástico’, Eliane disse que o marido levou um soco durante abordagem policial em frente à própria residência. Revoltada, ela começou a filmar os policiais, assim como um de seus filhos, do primeiro andar da casa da família, registrou o fato também em vídeo. Um policial, então, foi em direção à pedagoga, deu voz de prisão, a derrubou no chão e deu um soco.

Em entrevista ao G1, ela tratou a agressão como uma tortura. “Para mim isso foi uma tortura, mexeu muito com meu psicológico. [...] Eu fui chamada de preta, fui chamada de vagabunda por eles na delegacia. Eu me senti ofendida e para mim foi um preconceito muito grande, porque éramos os únicos negros ali", disse.

A pedagoga ainda foi levada à delegacia. Precisou pagar uma fiança de R$ 800 para ser liberada. Ela e o seu marido registraram boletim de ocorrência contra a abordagem e a agressão do policial militar.

A Polícia Militar do Amapá informou que um inquérito e um processo administrativo apurarão a atitude do soldado. Segundo a PM, ele já foi afastado do trabalho.

Por meio do Twitter, o governador do Amapá, Waldez Góes, criticou o servidor. “A cena fica ainda pior pois é recheada de atitudes racistas. Determinei ao Comando Geral da Polícia Militar uma apuração criteriosa e rápida dos fatos mostrados no vídeo”, escreveu Góes.

O corregedor da PM, coronel Edielson Batista, em entrevista à Rede Amazônica, reprovou a ação do policial.  “Ele pode ser responsabilizado desde a prática de agressão física até o descumprimento das normas institucionais no âmbito administrativo. É totalmente reprovável a ação agressiva a qualquer cidadão; ela não é a orientação da instituição. A instituição tem procedimentos operacionais para adotar em uma abordagem. E (o policial) extrapolou os procedimentos que são orientados”, declarou o coronel.

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