Navalny diz que está melhor e voltará ao país em breve
Três laboratórios europeus concluíram que ele foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido com fins militares no período soviético
O principal opositor russo, Alexei Navalny, que se recupera de um envenenamento, afirmou que está melhor e espera voltar em alguns meses para seu país.
"As mãos tremem, se eu tomo uma garrafa de água é divertido, mas estou muito melhor", disse na entrevista, a primeira concedida pelo advogado e ativista anticorrupção de 44 anos a um jornalista russo, o youtuber Yury Dud, desde que recebeu alta do hospital de Berlim.
"Tive um período realmente desagradável, quando começava apenas a levantar da cama (...) Depois, me recuperei de maneira bastante rápida", completou o opositor, em um vídeo que já teve mais 1,8 milhão de visualizações.
Ao ser perguntado sobre o tempo de recuperação na Alemanha, Navalny respondeu que não sabe.
"Pergunto aos médicos quanto tempo vou precisar para que minhas mãos parem de tremer: eles respondem que têm pouca experiência no tema", declarou, em referência à substância neurotóxica Novichok.
"Um ano está quase descartado, mas dois meses acho possível", completou.
Ele também disse que descarta completamente a ideia de não retornar à Rússia.
Três laboratórios europeus concluíram que ele foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido com fins militares no período soviético. Vários países pediram à Rússia que apresente explicações e investigue o tema, mas Moscou rejeita todas as acusações.
Incansável ativista anticorrupção e crítico ferrenho do Kremlin, Navalny ficou gravemente doente em 20 de agosto, quando estava a bordo de um avião na Sibéria.
Nesta terça-feira, o opositor voltou a acusar o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás do envenenamento, por meio do serviço secreto.
"Minha versão é que eram agentes do FSB (serviço de Inteligência interno), ou do SVR (serviço de Inteligência externo) sob ordem, certamente, de Putin", declarou.
Navalny recebeu alta do hospital no fim de setembro, após uma internação de um mês, e continua morando na Alemanha com a família.