Joe Biden é eleito presidente dos Estados Unidos
Projeção de vitória é dada pelos principais veículos de comunicação do país
Segundo apontam as projeções dos principais veículos de comunicação dos Estados Unidos, Joe Biden está eleito como presidente do país. Após três dias de incerteza, ele cruzou os 270 delegados, quantidade mínima necessária para conquistar a Casa Branca, com a vitória na Pensilvânia.
A Associated Press projeta a vitória com 284 delegados favoráveis ao democrata sobre os 214 conquistados pelo atual mandatário, o republicano Donald Trump. Aos 77 anos, o democrata se tornará o presidente mais velho a tomar posse no país.
Após um processo eleitoral acirrado, Biden atingiu a votação recorde de 74 milhões de votos, um marco para os Estados Unidos, onde a votação não é obrigatória. Ele está no estado de Delaware, ao lado da candidata a vice Kamala Harris. A expectativa é a de que os dois façam, em breve, o pronunciamento oficial da vitória.
Pela primeira vez na história, o país terá uma vice-presidente, Kamala Harris, de 56 anos, que também será a primeira negra a ocupar o cargo.
Donald Trump ainda não admitiu a derrota, e não está claro se ele continuará a contestar os resultados com base em alegadas fraudes, quando seu próprio lado já parecia resignado a quatro anos de presidência de Biden. Ele será, assim, o primeiro presidente dos EUA a ser privado de um segundo mandato desde o republicano George H. W. Bush em 1992.
Independentemente do que Donald Trump diga, a data de posse do novo presidente está inscrita na Constituição: 20 de janeiro ao meio-dia. Até lá, os estados certificarão seus resultados e os 538 delegados se reunirão em dezembro para nomear formalmente seu presidente.
“As autoridades americanas são perfeitamente capazes de expulsar os intrusos da Casa Branca”, comentou esta semana o porta-voz de Joe Biden, Andrew Bates.
Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama de 2009 a 2017, apostou que uma campanha moderada, com foco no trabalhador, devolveria aos democratas as chaves da Casa Branca, e a aposta claramente valeu a pena.
Ele tirou de Donald Trump três estados industriais que escaparam de Hillary Clinton quatro anos atrás: Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, "o coração desta nação", disse ele na sexta-feira à noite.
Neste sábado, também liderava na Geórgia, Nevada e Arizona, de acordo com resultados parciais. A apuração ocorre desde terça-feira nesses estados por conta do volume excepcional de cédulas enviadas por correio, método que foi incentivado pelo contexto de pandemia. Na Pensilvânia, essas cédulas foram 80% a favor de Joe Biden, o que permitiu que ele superasse a liderança inicial do republicano.
No total, apesar da pandemia, a participação atingiu um recorde histórico na era moderna: cerca de 66% dos eleitores votaram, de acordo com o US Elections Project.
Joe Biden obteve mais de 74 milhões de votos, ante 70 milhões de Donald Trump, no total no país. Esse "voto popular" não tem valor no sistema eleitoral americano, mas fortalece, segundo os democratas, a legitimidade política do próximo presidente.
"O presidente eleito Biden tem um mandato forte", disse a presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, na sexta-feira. Mas seu poder seria muito limitado se o Senado permanecer controlado pelos republicanos. O suspense vai até o dia 5 de janeiro, data do segundo turno para senador pela Geórgia.
O ex-vice de Barack Obama se apresentou como a solução para curar o país da crise de saúde, provocada pela pandemia de coronavírus, e também da extrema polarização social que divide os americanos. Para isso, prometeu restaurar o compromisso dos EUA com princípios fundadores da sociedade americana, com uma plataforma de busca pela restauração da integridade e da normalidade. O maior desafio que se apresenta ao democrata é a contenção da segunda onda de coronavírus e a reversão da crise econômica.
Com assessorias.