Doar sangue é um gesto solidário
Pandemia de Covid-19 gerou crise em todos os hemocentros do país
O Dia Nacional do Doador de Sangue, nesta quarta-feira (25), celebra aqueles que, com um gesto solidário, contribuem para os hemocentros do país. A data também incentiva a população sobre a importância do ato, e a conscientização ocorre em novembro por ser um período em que os estoques de sangue ficam reduzidos.
O policial militar Sebastião Queiroz, 36 anos, de São Miguel (RN), sempre teve vontade de doar sangue, mas não sabia de que maneira poderia fazer isso. Quando ingressou no curso de Educação Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ele descobriu que no hospital regional havia um hemocentro. "Um dia fui lá saber como realizar a doação, quais requisitos, dias e horários. Depois de receber as informações necessárias, me organizei e fui realizar a doação", conta.
O policial militar Sebastião Queiroz | Foto: Arquivo Pessoal
O PM se sente motivado a doar sangue por saber que o ato pode salvar vidas. “Sempre gostei de ajudar ao próximo. Isso é algo que está ao meu alcance. Se tivéssemos um pouco mais de empatia pelo próximo, creio que o mundo seria bem melhor", destaca.
Durante a pandemia de coronavírus, Queiroz chegou a testar positivo para a Covid-19. Após cumprir o isolamento e se curar, o rapaz foi até o hospital para se informar como seriam os procedimentos para doar sangue. "Eles explicaram que eu só poderia doar sangue após um mês do cumprimento da quarentena", relata.
Impactos da pandemia nos bancos de sangue
A pandemia gerou queda no número de doações de sangue. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o país registrou em 2020 uma queda de 30% nos hemocentros em maio. A situação foi classificada como emergencial para os tipos O positivo e negativo, e crítica para o tipo A.
O momento gerou crise em todos os hemocentros do país. "A validade das bolsas de sangue é limitada de 28 a 35 dias, e das plaquetas somente a 5 dias, o que provoca constante necessidade de novas doações", explica o médico hematologista Julio Donato.
Em 14 de junho, o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, divulgou nas redes sociais que doar sangue na pandemia é seguro, só é necessário manter o distanciamento social e as medidas de higienização.
Além dos cuidados referentes à pandemia, o doador também deve se atentar a outros procedimentos de segurança. "A pessoa deve estar alimentada com uma dieta leve, ter dormido na noite anterior, não fumar antes e após a doação, e ter peso mínimo de 50kg. Para a segurança do receptor, não usar drogas ilícitas, nem álcool e realizar práticas de sexo seguro", recomenda Donato.
A doação de sangue pode ser útil em vários tratamentos de situações críticas, como cirurgias pós-traumas e transplantes de órgãos. "Também pode auxiliar no tratamento de doenças hematológicas e oncológicas, e em procedimentos de quimioterapia, tais como leucemias, linfomas e outros", detalha o médico. "Uma única doação de sangue poderá auxiliar várias pessoas que necessitam de glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma e crioprecipitado", complementa.
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