Tópicos | Doar sangue

Hoje (14) é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. O objetivo da data é ressaltar a importância de doar sangue. Esse período de sensibilização coincide com uma das temporadas de maior necessidade de estímulo às doenças, que é a chegada do inverno. Isso porque, na estação, há uma queda acentuada no número de doadores, em razão das temperaturas mais frias e das doenças respiratórias típicas. Doar sangue é um gesto simples que pode salvar até quatro vidas.

Para fazer parte dessa corrente de solidariedade, a pessoa deve atender a alguns requisitos, como indica o Ministério da Saúde. Também é recomendado estimular campanhas para a doação de sangue, para a manutenção dos estoques dos bancos em nível de segurança e outras recomendações. Confira a seguir os sete requisitos para doar: 

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Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 devem possuir consentimento formal do responsável legal); 

Pessoas com idade entre 60 e 69 só poderão doar sangue se já tiverem feito antes dos 60 anos; 

Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto; 

Pesar no mínimo 50 kg; 

Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas; 

Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação de sangue; 

Caso seja após o almoço, aguardar duas horas. 

Doação de sangue para pacientes doentes 

O ato de doar sangue é crucial para pacientes com doença renal crônica. Isso porque as doações auxiliam no tratamento da anemia, uma condição característica da doença, e permitem o transplante de rim com segurança.

O combate ao câncer também se beneficia da doação de sangue. A inovação no clássico tripé de enfrentamento da doença, que inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia, reduz o volume de células cancerosas e pode remover completamente o tumor. Como uma das principais formas de tratamento, a cirurgia é necessária em 70% dos casos. A operação é complexa e depende da disponibilidade de bolsas de sangue para sua realização. O tratamento do câncer está na própria transfusão sanguínea e é essencial para pacientes com leucemias.  

Pesquisas 

De acordo com um levantamento do Observatório de Oncologia, ela costuma ser indicada para dez mil pacientes a cada ano no Brasil.A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o percentual ideal de doadores para um país esteja entre 3,5% e 5% de sua população. No Brasil, esse número demonstra preocupação, pois não chega a 2%, segundo o Ministério da Saúde. O total é ainda mais alarmante quando comparado ao número de pessoas que necessitam de transfusão de sangue no país - cerca de três milhões de brasileiros.  

O Dia Nacional do Doador de Sangue, nesta quarta-feira (25), celebra aqueles que, com um gesto solidário, contribuem para os hemocentros do país. A data também incentiva a população sobre a importância do ato, e a conscientização ocorre em novembro por ser um período em que os estoques de sangue ficam reduzidos.

O policial militar Sebastião Queiroz, 36 anos, de São Miguel (RN), sempre teve vontade de doar sangue, mas não sabia de que maneira poderia fazer isso. Quando ingressou no curso de Educação Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ele descobriu que no hospital regional havia um hemocentro. "Um dia fui lá saber como realizar a doação, quais requisitos, dias e horários. Depois de receber as informações necessárias, me organizei e fui realizar a doação", conta.

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O policial militar Sebastião Queiroz | Foto: Arquivo Pessoal

O PM se sente motivado a doar sangue por saber que o ato pode salvar vidas. “Sempre gostei de ajudar ao próximo. Isso é algo que está ao meu alcance. Se tivéssemos um pouco mais de empatia pelo próximo, creio que o mundo seria bem melhor", destaca.

Durante a pandemia de coronavírus, Queiroz chegou a testar positivo para a Covid-19. Após cumprir o isolamento e se curar, o rapaz foi até o hospital para se informar como seriam os procedimentos para doar sangue. "Eles explicaram que eu só poderia doar sangue após um mês do cumprimento da quarentena", relata.

Impactos da pandemia nos bancos de sangue

A pandemia gerou queda no número de doações de sangue. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o país registrou em 2020 uma queda de 30% nos hemocentros em maio. A situação foi classificada como emergencial para os tipos O positivo e negativo, e crítica para o tipo A.

O momento gerou crise em todos os hemocentros do país. "A validade das bolsas de sangue é limitada de 28 a 35 dias, e das plaquetas somente a 5 dias, o que provoca constante necessidade de novas doações", explica o médico hematologista Julio Donato.

Em 14 de junho, o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, divulgou nas redes sociais que doar sangue na pandemia é seguro, só é necessário manter o distanciamento social e as medidas de higienização. 

Além dos cuidados referentes à pandemia, o doador também deve se atentar a outros procedimentos de segurança. "A pessoa deve estar alimentada com uma dieta leve, ter dormido na noite anterior, não fumar antes e após a doação, e ter peso mínimo de 50kg. Para a segurança do receptor, não usar drogas ilícitas, nem álcool e realizar práticas de sexo seguro", recomenda Donato.

A doação de sangue pode ser útil em vários tratamentos de situações críticas, como cirurgias pós-traumas e transplantes de órgãos. "Também pode auxiliar no tratamento de doenças hematológicas e oncológicas, e em procedimentos de quimioterapia, tais como leucemias, linfomas e outros", detalha o médico. "Uma única doação de sangue poderá auxiliar várias pessoas que necessitam de glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma e crioprecipitado", complementa.

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