Carro-bomba mata 30 membros de forças de segurança
O ataque aconteceu nas proximidades da cidade de Ghazni, capital da província de mesmo nome
Ao menos 30 integrantes das forças de segurança do Afeganistão morreram neste domingo (29) em um ataque com carro-bomba em uma base militar, um dos atentados mais violentos dos últimos meses no país.
O ataque aconteceu nas proximidades da cidade de Ghazni, capital da província de mesmo nome, que é cenário frequente de combates entre os talibãs e as forças do governo.
O atentado foi executado no momento em que o governo e os talibãs estão em negociações de paz para tentar acabar com a guerra, que provocou dezenas de milhares de mortes no país em quase duas décadas.
"Trinta corpos e 24 feridos foram transportados para o hospital. Todos são integrantes das forças de segurança", afirmou à AFP Baz Mohammad Hemat, diretor do hospital geral de Ghazni.
O porta-voz do ministério do Interior, Tariq Arian, afirmou que um terrorista detonou um veículo repleto de explosivos.
"O agressor entrou com um veículo Humvee na base e o detonou", disse à AFP o porta-voz do governador de Ghazni, Wahidullah Jumazada.
Até o momento nenhum grupo reivindicou o ataque.
O atentado de Ghazni aconteceu poucos dias depois das explosões de duas bombas que mataram 14 pessoas na histórica cidade de Bamiyan, o que acabou com anos de calma nesta cidade isolada, famosa por seu patrimônio budista.
- Onda de violência -
Em outro atentado com carro-bomba neste domingo, um civil morreu e 20 ficaram feridos na cidade de Qalat (sul), na província de Zabul, afirmou à AFP o chefe de polícia provincial, Hekmatullah Kochi.
O ataque tinha como alvo o veículo do chefe do conselho provincial de Zabul, Atta Jan Haqbayan, que ficou ferido.
A violência no Afeganistão aumentou desde o início das negociações de paz em 12 de setembro em Doha, capital do Catar.
Nas últimas semanas, vários atentados mataram mais de 50 pessoas em Cabul, incluindo duas ações contra centros de ensino e um ataque com foguetes.
Os três ataques de Cabul foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), mas as autoridades afegãs culparam os talibãs, que negaram qualquer envolvimento.
Os talibãs atacam quase diariamente as forças afegãs, apesar da participação nas negociações de paz.
As conversações foram bloqueadas por disputas sobre a agenda, o âmbito das discussões e as interpretações religiosas, mas um acordo foi alcançado em todas as questões, segundo fontes que acompanham o processo.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu "negociações aceleradas" durante uma visita a Doha na semana passada, durante a qual se reuniu com negociadores do governo afegão e dos talibãs.
O Pentágono anunciou no início do mês que em breve deve retirar quase 2.000 soldados do Afeganistão, acelerando a agenda para uma retirada total até maio de 2021, segundo o que foi estabelecido com os talibãs em um acordo separado assinado em fevereiro.
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