Caso Miguel: acusação fala em 'infantilização' de Sarí

Segundo o advogado Rodrigo Almendra, a defesa quer passar a ideia que acusada não sabia do perigo ao deixar Miguel sozinho

por Luan Amaral qui, 03/12/2020 - 18:47
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Segundo o advogado Rodrigo Almendra a defesa quer passar a ideia que acusada não sabia do perigo ao deixar Miguel sozinho Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A primeira audiência de instrução e julgamento do Caso Miguel aconteceu na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente da Capital, na Boa Vista, no Centro do Recife nesta quinta-feira (3). A acusada, Sarí Côrte Real, que na época do crime era patroa de Mirtes, mãe da criança, é acusada de abandono de incapaz que resultou em morte. Algumas testemunhas não foram ouvidas de acordo com advogado Rodrigo Almendra e por isso a acusada não foi interrogada. 

De acordo com o advogado Rodrigo Almendra, a estratégia da defesa passa pela tentativa de  um processo de 'infantilização' da acusada de acordo com sua impressão nesse primeiro momento. Ele explica: "há um processo de infantilização da acusada, narrada como uma pessoa psicologicamente incapaz de prever o mal que poderia passar ao deixar uma criança sozinha no elevador", disse. 

Rodrigo também falou que, em contrapartida, tentaram fazer de Miguel, uma criança de cinco anos, um processo de adultização como se fosse capaz de tomar decisões. Ele foi adjetivado pela defesa como "danado e tinhoso", segundo o advogado. "Negar uma criança o direito de ser criança", completa.

Julgamento

Na audiência foram ouvidos testemunhas de acusação e defesa do caso. Porém restou algumas testemunhas que necessitam de uma carta precatória (que não residem na RMR) e por isso a audiência foi adiada. Sarí não foi ouvida e uma nova data deve ser marcada, mas não existe nenhuma previsão. 

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