PE cria unidades de conservação na bacia do Capibaribe

Iniciativa garantirá a conservação de mais 80 mil hectares de áreas protegidas no Estado, contribuindo para o avanço da pauta do desenvolvimento sustentável

qua, 16/12/2020 - 15:30
Douglas Fagner/SEI Douglas Fagner/SEI

O governador Paulo Câmara assegurou, nesta quarta-feira (16), a preservação de mais de 80 mil hectares de áreas ricas em nascentes, olhos d’água, rios e riachos, todas na região da bacia hidrografia do Rio Capibaribe. O chefe do Executivo assinou decretos que criam mais três novas Unidades de Conservação estaduais (UCs): as de Cabeceiras do Rio Capibaribe e Mata do Bitury, categorizadas como Refúgios de Vida Silvestre, de proteção integral; e a de Serras e Brejos do Capibaribe, classificada como Área de Proteção Ambiental (APA), de uso sustentável. Com a iniciativa, passa para 89 o número de unidades desse tipo no Estado.

“A gente tem um planejamento, um diagnóstico, e busca as oportunidades de avançar cada vez mais no desenvolvimento sustentável, que também chegue mais perto do social. Isso é uma marca de Pernambuco, que não vamos deixar de maneira nenhuma retroceder. Vamos dotar cada vez mais o Estado de condições para a preservação das nossas bacias, rios, meio ambiente. Isso é fundamental para o desenvolvimento e para a garantia de um Estado que a gente quer para as futuras gerações”, afirmou Paulo Câmara.

As novas reservas são compostas por brejos de altitude, matas secas, serras e planícies, um conjunto considerado essencial para proteção do solo, reabastecimento dos lençóis freáticos, afluentes e do próprio rio, além da preservação da biodiversidade local. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, a criação das três unidades de conservação se relaciona diretamente com a produção de água no estado de Pernambuco e reflete o compromisso do Governo do Estado com a pauta da sustentabilidade.

“Em um tempo de emergência climática, onde os efeitos atingem o mundo, Pernambuco procura dar a sua contribuição. É necessário que a gente olhe como cuidar do meio ambiente e ainda assim garanta o desenvolvimento sustentável. Água é matéria prima para a vida, mas também para a produção”, frisou Bertotti.

O refúgio Cabeceiras do Rio Capibaribe contempla uma área de 6,9 mil hectares, entre os municípios de Jataúba e Poção. A unidade compreende remanescentes contínuos e bem preservados de Brejos de Altitude e Caatinga, com extrema importância biológica por abrigar as espécies nativas e ameaçadas, entre elas 282 espécies florestais. Toda a vegetação protege um conjunto de áreas de recarga e nascentes no trecho inicial do Rio Capibaribe, e a conservação e expansão das florestas locais é vital para gerar água limpa e abundante. Essas florestas se tornam ainda mais necessárias por amenizar o microclima e sustentar a oferta de água no contexto de secas prolongadas.

Com uma área de 73,7 mil hectares, a APA Serras e Brejos do Capibaribe abrange parte dos municípios de Brejo da Madre de Deus, Taquaritinga do Norte, Belo Jardim e Vertentes. Seu objetivo é ordenar a ocupação do solo e promover o uso sustentável dos recursos naturais. 

O Refúgio de Vida Silvestre Mata do Bitury está inserido neste território. Trata-se de uma área com 888,25 hectares de proteção integral, com regras e normas mais restritivas, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais. A região possui o mais extenso e preservado trecho dos remanescentes de mata úmida de altitude do interior da bacia do Capibaribe, com cobertura vegetal nunca suprimida. Essa vegetação diverge das já preservadas nas UCs da Zona da Mata pelo isolamento geográfico, assim como de outras dentro da bacia, por apresentar uma floresta mais densa.

*Da assessoria

 

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