PE mapeia com ênfase outras três variantes além da P1
Estado confirmou nesta quinta (25) cinco casos da variante amazônica, mas Saúde considera outras três como “variantes de interesse”
Entre as considerações sobre o cenário epidemiológico de 2021 em Pernambuco, diante da crescente de casos e adiantamento do período de sazonalidade no Estado, foram abordadas em coletiva da Saúde, nesta quinta-feira (25), a presença do grupo de variantes de interesse circulando em território pernambucano.
Segundo o secretário da pasta, André Longo, há dezenas de variantes em circulação, mas na perspectiva local, as consideradas de interesse são a amazônica ou P1, com casos já confirmados, a inglesa e a sul africana. Há ainda uma quarta variante de interesse, sobre a qual os pesquisadores ainda não têm muitas informações.
De acordod com Longo, as variantes de interesse possuem um comportamento diferente das demais, principalmente por sua atuação junto à proteína “spike”, o “espinho” que faz contato com a célula do vírus. O secretário aproveitou o momento pós-confirmação da P1 em Pernambuco — foram confirmados pelo menos cinco casos no estado, segundo estudo do Instituto Aggeu Magalhães, vinculado à Fiocruz, ainda nesta quinta (25) — para esclarecer algumas informações sobre a propagação da variante amazônica.
“Em Pernambuco, no que a gente fez de sequenciamento genético até agora, a gente já tinha detectado no exame de triagem da Fiocruz da Amazônia que já haviam variantes circulando, só não tínhamos identificado exatamente qual das três estava circulando em Pernambuco. A gente já tinha identificado dela (P1) em um paciente do Amazonas que teria vindo aqui, mas essas amostras são de janeiro, então a gente nem pode relacionar diretamente com esses pacientes do Amazonas. Algumas pessoas têm tentado relacionar o espalhamento da P1 com aquelas transferências que vieram organizadas de Manaus. Aquilo não nos preocupava tanto, o que nos preocupava eram os movimentos migratórios que ocorriam do Amazonas de forma desorganizada. Tivemos casos de pacientes que desceram do aeroporto direto pro hospital particular e soubemos posteriormente, pois foi um voluntarismo das pessoas querendo sobreviver”, explicou Longo.
O chefe da Saúde também comentou as projeções para a curva epidemiológica deste ano e comentou o estágio atual, considerado como uma sazonalidade antecipada de ocorrências respiratórias.
“Nós precisamos trazer o cenário epidemiológico deste ano e, obviamente, buscamos fazer comparações possíveis com anos anteriores. O que acreditamos que está havendo em Pernambuco nesse momento é uma antecipação da sua sazonalidade. Tem anos em que ela se apresenta de forma mais tardia, e com isso, estou falando da maior ocorrência de doenças respiratórias. Essa análise estando correta, estamos repetindo em 2021 o período de sazonalidade de 2019, que remonta uma antecipação das ocorrências de doenças respiratórias para a semana sete e oito. Uma aceleração exponencial da SRAG a partir da semana oito. Estamos agora na semana 12. Normalmente, e isso aconteceu em 2020 já com a presença da Covid, naquele período sazonal mais tardio que 2019, que se teve um período de aceleração epidêmica e que normalmente dura quatro ou cinco semanas”, completou.
O secretário finalizou explicando que a prorrogação de três dias na quarentena decretada oficialmente pelo governo do Estado é uma tentativa de interromper esse processo de aceleração epidêmica. Disse ainda que é preciso observar as próximas semanas para entender o impacto sazonal e se ele pode durar mais tempo que o monitorado anteriormente.