PE mapeia com ênfase outras três variantes além da P1

Estado confirmou nesta quinta (25) cinco casos da variante amazônica, mas Saúde considera outras três como “variantes de interesse”

qui, 25/03/2021 - 19:52
Helia Scheppa SEI Secretário de Saúde André Longo durante coletiva de imprensa Helia Scheppa SEI

Entre as considerações sobre o cenário epidemiológico de 2021 em Pernambuco, diante da crescente de casos e adiantamento do período de sazonalidade no Estado, foram abordadas em coletiva da Saúde, nesta quinta-feira (25), a presença do grupo de variantes de interesse circulando em território pernambucano.

Segundo o secretário da pasta, André Longo, há dezenas de variantes em circulação, mas na perspectiva local, as consideradas de interesse são a amazônica ou P1, com casos já confirmados, a inglesa e a sul africana. Há ainda uma quarta variante de interesse, sobre a qual os pesquisadores ainda não têm muitas informações.

De acordod com Longo, as variantes de interesse possuem um comportamento diferente das demais, principalmente por sua atuação junto à proteína “spike”, o “espinho” que faz contato com a célula do vírus. O secretário aproveitou o momento pós-confirmação da P1 em Pernambuco — foram confirmados pelo menos cinco casos no estado, segundo estudo do Instituto Aggeu Magalhães, vinculado à Fiocruz, ainda nesta quinta (25) — para esclarecer algumas informações sobre a propagação da variante amazônica.

“Em Pernambuco, no que a gente fez de sequenciamento genético até agora, a gente já tinha detectado no exame de triagem da Fiocruz da Amazônia que já haviam variantes circulando, só não tínhamos identificado exatamente qual das três estava circulando em Pernambuco. A gente já tinha identificado dela (P1) em um paciente do Amazonas que teria vindo aqui, mas essas amostras são de janeiro, então a gente nem pode relacionar diretamente com esses pacientes do Amazonas. Algumas pessoas têm tentado relacionar o espalhamento da P1 com aquelas transferências que vieram organizadas de Manaus. Aquilo não nos preocupava tanto, o que nos preocupava eram os movimentos migratórios que ocorriam do Amazonas de forma desorganizada. Tivemos casos de pacientes que desceram do aeroporto direto pro hospital particular e soubemos posteriormente, pois foi um voluntarismo das pessoas querendo sobreviver”, explicou Longo.

O chefe da Saúde também comentou as projeções para a curva epidemiológica deste ano e comentou o estágio atual, considerado como uma sazonalidade antecipada de ocorrências respiratórias.

“Nós precisamos trazer o cenário epidemiológico deste ano e, obviamente, buscamos fazer comparações possíveis com anos anteriores. O que acreditamos que está havendo em Pernambuco nesse momento é uma antecipação da sua sazonalidade. Tem anos em que ela se apresenta de forma mais tardia, e com isso, estou falando da maior ocorrência de doenças respiratórias. Essa análise estando correta, estamos repetindo em 2021 o período de sazonalidade de 2019, que remonta uma antecipação das ocorrências de doenças respiratórias para a semana sete e oito. Uma aceleração exponencial da SRAG a partir da semana oito. Estamos agora na semana 12. Normalmente, e isso aconteceu em 2020 já com a presença da Covid, naquele período sazonal mais tardio que 2019, que se teve um período de aceleração epidêmica e que normalmente dura quatro ou cinco semanas”, completou.

O secretário finalizou explicando que a prorrogação de três dias na quarentena decretada oficialmente pelo governo do Estado é uma tentativa de interromper esse processo de aceleração epidêmica. Disse ainda que é preciso observar as próximas semanas para entender o impacto sazonal e se ele pode durar mais tempo que o monitorado anteriormente.

 

 

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