Líder religiosa homenageada luta contra a intolerância

Diretora da Confraria das Olosuns, irmandade de matriz africana, Rejane Faro receberá honraria por contribuições à sociedade

qui, 08/09/2022 - 15:04

A Ordem dos Capelães do Brasil – OCB, junto com a Faculdade Febraica e a Confraria das Olosuns, vai realizar o evento de entrega do título Dr. Honoris Causa – que contempla líderes religiosos, sociais, políticos etc., que contribuem e desempenham ações em prol da sociedade – no dia 20 de setembro, às 19 horas, na Estação das Docas, em Belém. A homenageada é a diretora da irmandade Rejane Faro, segunda pessoa a ser outorgada no Pará.

Gestora pública formada pela UNAMA – Universidade da Amazônia, Rejane explica que a Confraria das Olosuns surge da ideia de uma irmandade igualitária voltada para minorias e busca o resgate, a propagação e perpetuação do culto aos orixás e sua cultura no Brasil. De cunho social e religioso, a irmandade combate intolerâncias, instigando um espírito antirracista.

A confraria foi fundada em abril de 2018, pelo escritor e pesquisador Babalorixá Mauro T'Osun, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e chegou no Estado do Pará em setembro de 2019. Desde então, Rejane desenvolve o trabalho proposto pela irmandade. “Meu papel é juntar pessoas dos mesmos orixás, oxuns, independente do segmento religioso, e promover o trabalho social, cultura, para manter vivas as nossas tradições que são ancestrais”, destaca.

Para a líder religiosa, a outorga vem para fortalecer as ações que já são promovidas pela irmandade e o culto aos orixás. “Com isso, ganhamos mais um passo para o respeito e podemos ter tranquilidade para fazer nosso culto sem importunação. Podemos cuidar da nossa sociedade afro através da nossa sabedoria e conhecimentos”, afirma.

Rejane Faro define a irmandade como mais uma forma de cuidar de pessoas de religiões de matrizes africanas, ajudando a protegê-las da intolerância religiosa e do racismo. Ela ressalta que a confraria dá suporte social, cultural e religioso para a comunidade.

A líder religiosa relembra que o Brasil é um país laico que garante a liberdade religiosa e reforça a necessidade de espaços para a realização de oferendas com segurança. Rejane também opina em relação ao que deve ser feito para que haja respeito às religiões de matrizes africanas e cita o apoio aos eventos organizados pelas comunidades. “Nos dando liberdade de poder fazer nossas ações da nossa cultura em lugares públicos como hospitais, presídios, cemitérios (que são nos atos fúnebres que fazem parte de nossos rituais religiosos”, conclui.

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

COMENTÁRIOS dos leitores