Novos protestos em Israel contra projeto de Netanyahu
Os numerosos atos são contra a reforma do judiciário impulsionada pelo governo de direita do primeiro-ministro
Israel vivenciou, nesta quinta-feira (16), numerosas manifestações contra a reforma do judiciário impulsionada pelo governo de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que recusou ontem um projeto de acordo apresentado pelo presidente Isaac Herzog.
A polícia não divulgou nenhum balanço sobre a participação nas marchas, que, segundo a imprensa israelense, juntaram "dezenas de milhares de pessoas".
A oposição gerada por esse projeto, atualmente em discussão no Parlamento, deu lugar a uma das maiores mobilizações populares da história de Israel. Em maio, o país comemora o 75º aniversário de sua fundação.
"Essa reforma significa o fim da democracia", afirmavam os cartazes exibidos nos atos durante o dia no centro de Tel Aviv.
Outros protestos ocorreram em Haifa (norte) e em Jerusalém.
"Temo que este lugar se converta em um Estado religioso, que as leis judaicas tenham prioridade e que a liberdade democrática, tal como a conhecemos, deixe de existir", disse à AFP Liat Tzvi, uma pesquisadora de 52 anos, em um dos protestos em Tel Aviv.
O presidente israelense, Isaac Herzog, apresentou ontem um esboço de acordo, que foi recusado de imediato pela coalizão do governo, formada por partidos de direita, ultra-direita e ultrarreligiosos.
"Quem pensa que uma guerra civil é impossível ignora até que ponto estamos perto [...]. Mas não deixarei que isso ocorra", declarou Herzog, acrescentando que estava seguro de que "a maioria dos israelenses quer um acordo"
A onda de protestos começou em janeiro, quando Netanyahu, pouco depois de voltar ao poder, apresentou sua reforma, que busca limitar as prerrogativas da Suprema Corte.
Os manifestantes acusam Netanyahu de tentar, desse modo, evitar uma eventual condenação nos processos de corrupção abertos contra ele.
Netanyahu e seus aliados consideram que essa reforma é necessária para restabelecer um equilíbrio entre os legisladores e a Suprema Corte, que acreditam ser movida por intenções políticas.