PRF pede demissão de agentes envolvidos no caso Genivaldo
Em 2022, Genivaldo foi abordado por três agentes da PRF e asfixiado por uso de gás lacrimogêneo em uma viatura
A Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) concluiu o processo administrativo disciplinar que investigou a ação dos agentes rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos. O caso aconteceu em maio de 2022, no município de Umbaúba, no sul do estado de Sergipe.
O processo, que recomenda a demissão dos três agentes ligados à abordagem e morte da vítima, também sugere a suspensão de outros dois agentes, por 32 e 40 dias. Segundo a PRF, os dois preencheram o boletim de ocorrência ''sem a devida transparência e informações relevantes''.
O documento foi encaminhado, na noite da última quarta-feira (2), ao Ministério da Justiça, que decidirá se demite ou não os três agentes e se suspende os outros dois. A palavra final é do ministro Flávio Dino (PSB-MA).
Morte por asfixia
O caso que ficou conhecido como ''a câmara de gás improvisada'' aconteceu em 25 de maio do ano passado, quando Genivaldo morreu asfixiado após os três policiais o trancarem no compartimento de presos da viatura da PFR e lançarem spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noiapor, abordaram Genivaldo após identificarem que ele não usava capacete enquanto dirigia uma motocicleta.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Na época, o juiz de primeiro grau decretou a prisão preventiva dos agentes “para garantia da ordem pública, em razão da gravidade do fato e de indícios de reiteração criminosa específica”. Isso porque, segundo o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), dois dos três policiais envolvidos no caso foram indiciados por abordagem violenta dois dias antes da morte de Genivaldo.