Pesquisadores homenageiam ativistas ambientais em estudos

Novas espécies de lagartos amazônicos descobertos foram nomeadas depois de defensores como Bruno Pereira e Dorothy Stang

por Rachel Andrade qua, 13/09/2023 - 18:05
Cortesia/João Velozo Pesquisadora Anna de Mello, responsável pelas descobertas Cortesia/João Velozo

Uma pesquisa realizada no Departamento de Zoologia do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriu cinco novas espécies de lagartos amazônicos do gênero Iphisa. A novidade foi celebrada pela comunidade científica, e uma homenagem foi feita a ativistas ambientais que atuaram nas regiões onde as espécies foram registradas, entre eles Bruno Pereira e Dorothy Stang. 

A investigação científica, encabeçada pela pesquisadora Anna Virginia Albano de Mello, doutoranda em biologia animal na UFPE, teve como objetivo catalogar as novas espécies à medida que diferenças morfológicas foram identificadas. Das sete espécies catalogadas na pesquisa, cinco são a novidade na comunidade zoológica, e seus nomes científicos foram escolhidos para homenagear os seguintes ativistas: Dorothy Stang, Ivaneide Suruí, Alessandra Korap Munduruku, Kátia Pellegrino e Bruno Pereira. 

Lagartos amazônicos levam nome de ativistas ambientais. Foto: Divulgação/UFPE 

“A nossa ideia era nomear os bichos de uma forma que fosse ajudar os cientistas a localizar cada um, mas diante da situação socioambiental do Brasil nos últimos anos, principalmente no que se refere à Amazônia, com invasões a Terras Indígenas e queimadas, a gente decidiu homenagear essas pessoas que defendem a Amazônia. A gente escolheu Dorothy Stang, Ivaneide Suruí, Alessandra Korap Munduruku, Kátia Pellegrino e por último já em 2022 a gente resolveu homenagear Bruno Pereira. Os nomes não foram aleatórios, eu escolhi homenagear as pessoas que foram atuantes nas áreas onde cada um dos bichos foi descoberto”, afirmou Anna de Mello em entrevista ao portal ((o))eco. 

A pesquisa foi realizada em parceria Universidade de São Paulo (USP) e o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), na França. A orientação do trabalho foi feita pelo professor Pedro Murilo Sales Nunes. 

 

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