Chacina de Camaragibe: entenda a linha do tempo dos fatos

Cinco pessoas da mesma família foram mortas após um familiar matar dois policiais militares

por Rachel Andrade sab, 16/09/2023 - 11:08
Reprodução/Whatsapp Alex Silva foi morto polícia depois de ter matado dois policiais Reprodução/Whatsapp

A morte de cinco pessoas de uma mesma família, após um familiar matar dois policiais militares no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, município da Região Metropolitana do Recife, na última quinta-feira (14), chocou a sociedade pela brutalidade e violência demonstradas. Alex “Samurai” Silva foi capturado e morto pela polícia na manhã de sexta-feira (15), totalizando oito mortes em um intervalo de cerca de 12 horas. Confira aqui a cronologia dos acontecimentos. 

Quinta-feira (14), à noite 

Alex estava com alguns amigos bebendo na laje de uma casa no Córrego do Jacaré, comunidade localizada no bairro de Tabatinga, onde morava. De acordo com moradores da vizinhança, ele tinha um certo costume de beber e se alterar, fazendo demonstrações de violência, e carregando sua arma de fogo. Segundo a Secretaria de Defesa Social, ele era portador da licença para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CAC), e sua arma era registrada em seu nome

Quando ele começou a dar tiros para o alto, vizinhos acionaram a Polícia Miliar (PM). O cabo Rodolfo José da Silva, 38 anos, e o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, foram ao local para verificar a situação relatada na denúncia. Eles teriam sido recebidos por tiros vindos da arma de Alex. Durante o confronto armado, os policiais foram atingidos com tiros na cabeça, e outras duas pessoas foram atingidas, uma mulher grávida e uma adolescente. Alex fugiu. 

Os policiais chegaram a ser socorridos e levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Caxangá, na zona Oeste do Recife, mas não resistiram. A PM deu início a uma busca ostensiva por Alex. 

Sexta-feira (15), madrugada 

Com o início das buscas, a PM foi atrás da família de Alex. A irmã dele, Agata Ayanne da Silva, de 30 anos, estava em casa com seus outros dois irmãos, Amerson Juliano da Silva e Apuyna Lucas da Silva, ambos de 25 anos. 

Agata Ayanne, irmã de Alex. Foto: Reprodução/redes sociais 

Agata iniciou uma transmissão ao vivo no seu perfil pessoal no Instagram para registrar o momento em que um carro para na rua e homens encapuzados e armados se aproximam da casa. Nas imagens não é possível identificar quem eram as pessoas. Eles andam em direção aos irmãos, que estão desarmados, e mandam eles ficarem de joelhos e com as mãos para cima. Agata chega a avisar que a ação está sendo filmada. Se ouvem tiros, o celular que estava gravando cai no chão e a transmissão é encerrada. 

Sexta-feira (15), pela manhã 

Em Chã de Conselho, região do município de Paudalho, na zona da Mata, foram encontrados os corpos de duas mulheres no meio de um matagal. Maria José, de 58 anos, era a mãe de Alex Silva. A outra mulher, embora ainda não identificada, foi apontada como sendo a companheira dele. 

Alex ainda estava foragido. Câmeras de segurança na vizinhança de Tabatinga, onde ele morava, registram momentos em que ele anda pelas ruas. Ele não aparentava estar armado, porém, no segundo confronto com a polícia, que acontece no final da manhã, ele troca tiros e deixa duas pessoas feridas. A ação de captura resulta em sua morte. 

Alex Samurai andando pelas ruas do bairro onde morava. Foto: Reprodução/redes sociais 

Sexta-feira (15), à tarde 

Foram oito pessoas mortas e outras quatro feridas. Os corpos dos policiais mortos foram sepultados ao final da tarde no cemitério de São Lourenço da Mata. A governadora Raquel Lyra (PSDB) se pronunciou, do Palácio do Campo das Princesas, no Recife, se solidarizando pelas famílias enlutadas. 

O secretário de Defesa Civil, Alessandro Carvalho, afirmou que as investigações para elucidar os crimes não descartam nenhuma hipótese. Alex Silva não possuía antecedentes criminais nem passagem pela polícia.

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