Policial denuncia delegado por assédio sexual e moral
Em vídeo, a agente afirma que fez denúncias a corregedoria da Polícia Civil do Tocantins, porém ainda não obteve respostas
Uma policial civil, identificada como Giovanna Cavalcanti Nazareno, usou as redes sociais para fazer denúncias de assédio moral e sexual contra o delegado Cassiano Ribeiro Oyama, chefe da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas, no estado do Tocantins.
Em vídeo, Giovanna relata que trabalhou na delegacia entre 2021 e 2022. A servidora relatou uma sequência de situações abusivas que já tinham sido denunciadas à corregedoria. Segundo a denúncia, os assédios, cometidos por Cassiano, começaram aos poucos e como brincadeiras. “Começava a falar da minha aparência, do meu modo de vestir. Ficava fazendo brincadeiras meio bobas: ‘porque você não usa saia?’, ‘porque não usa vestido?’. ‘Você está vindo parecendo um machão’. Foram coisas corriqueiras que começaram aos poucos”, contou.
De acordo com a agente, o acusado a chamava para encontros românticos e à medida que os convites eram recusados ela enfrentava o assédio moral, sendo obrigada a fazer trabalhos que não faziam parte de sua função. Ao mesmo tempo, os assédios sexuais foram se intensificando. "Mandava fazer café. Eu ia fazer café ele ia lá e ficava se esfregando na gente pelas costas. Imagina você com o bule na mão a garrafa quente e a pessoa se esfregando atrás de você", contou.
Giovana ainda revelou que pensava em denunciar Cassiano, porém tinha receio de que as pessoas não acreditassem nela. Durante o período dos abusos, a policial pediu transferência para outras unidades de segurança, mas teve os pedidos negados. Ela também conta que, em setembro, fez denúncias à corregedoria, mas ainda não teve respostas. Neste ano, Giovanna ficou afastada por licença médica e o retorno ao posto de trabalho está previsto para esta semana. Assustada por saber que continua designada para a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas, ela pede respostas da corregedoria.
Através de uma nota, o delegado negou as acusações e afirmou que tudo se trata de uma “narrativa” criada como represália pela agente por não ter conseguido ser transferida para outra unidade da Polícia Civil. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, também por meio de nota, que a Corregedoria-Geral está apurando as denúncias e o procedimento é sigiloso.