Oposição sérvia boicotará nova votação das legislativas

Para contestar os resultados da votação de 17 de dezembro, sete membros da oposição entraram em greve de fome, enquanto atos diários são organizadas em frente à comissão eleitoral

ter, 26/12/2023 - 17:31
Andrej ISAKOVIC (25 dez) Apoiadores da oposição manifestam-se em Belgrado contra o resultado das legislativas Andrej ISAKOVIC

A oposição sérvia anunciou, nesta terça-feira (26), que irá boicotar a nova votação, prevista para o próximo dia 30, em trinta das oito mil seções eleitorais do país, e afirmou que a mesma não será suficiente para que aceite o resultado das eleições legislativas, vencidas, em sua avaliação, de forma fraudulenta pela direita nacionalista.

“As eleições que serão repetidas em várias seções eleitorais não podem desfazer a fraude, nem corrigir a injustiça que ocorreu no último dia 17. Por isso, não participaremos da nova votação", afirmou a coalizão Sérvia contra a Violência.

"De nada adiantará votar quando os parlamentares estão em greve de fome devido à fraude demonstrada; os dissidentes políticos, presos; e os estudantes, agredidos pela polícia e detidos”, acrescentou.

Para contestar os resultados da votação de 17 de dezembro, sete membros da oposição entraram em greve de fome, enquanto manifestações diárias são organizadas em frente à comissão eleitoral.

As eleições deram a vitória ao partido do presidente Aleksandar Vucic (SNS, direita nacionalista), com 46,7% dos votos. Unida sob o lema Sérvia contra a Violência, a oposição, que obteve 23,5% dos votos, denunciou uma série de fraudes.

Algumas acusações foram confirmadas por um relatório preliminar de uma missão de observadores internacionais, que denunciou a existência de "compra de votos" e "enchimento de urnas" em algumas seções eleitorais. A missão foi integrada por membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa.

Segundo a coalização oposicionista, mais de 40.000 pessoas votaram nas eleições locais da capital, Belgrado, sem serem moradores da cidade. Os opositores denunciam que eles foram enviados da República Srpska, entidade sérvia na vizinha Bósnia. Os sérvios da Bósnia podem votar nas eleições nacionais, mas não nas locais.

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