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Prestes a deixar o Ministério da Justiça para assumir como integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino ainda possui 47 pedidos em aberto para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados. A passagem do ministro na pasta foi marcada por recorrentes convocatórias da oposição para depor sobre temas repetidos.

Dos 47 requerimentos em tramitação, 12 pedem a ida de Dino à Câmara para explicar sobre os encontros entre dirigentes da pasta com a esposa de um líder do Comando Vermelho preso no Amazonas. Outros nove são sobre supostos erros na tentativa de golpe do 8 de janeiro. Há ainda pedidos que tratam sobre a regulação das redes sociais e a atuação do Movimento Sem Terra (MST).

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Flávio Dino deixa o cargo no fim deste mês e assume em fevereiro como ministro do STF.

A oposição ao governo Lula no Senado Federal divulgou, na noite desta quinta-feira (4), um manifesto contra o ato Democracia Inabalada, organizado pelo Planalto com Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de marcar um ano dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O documento encabeçado por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, critica "o abuso de poderes" do STF e clama pela "volta à normalidade democrática".

O manifesto foi assinado por 30 senadores, inclusive lideranças do PL, PP, Republicanos, PSDB e Novo, além de senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Sérgio Moro (União-PR).

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A nota de repúdio condena "vigorosamente os atos de violência e a depredação dos prédios públicos ocorridos no dia 8 de janeiro" e endossa as palavras de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, em entrevista coletiva em 23 de novembro do ano passado. Na ocasião, Pacheco afirmou que "nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil".

"Cada instituição possui um papel específico no fortalecimento dos alicerces democráticos", ressalta o manifesto da oposição, que segue com críticas à conduta do STF. "O abuso dos poderes e o uso indevido de interpretações de dispositivos constitucionais pode matar a democracia", diz o documento.

Senadores criticam inquérito das fake news

Para os signatários do manifesto, o maior exemplo de "uso indevido" de um dispositivo constitucional é o Inquérito 4.781/DF, conhecido como "inquérito das fake news". Segundo os senadores de oposição, o inquérito gera uma "situação inusitada" na qual "o STF é vítima, investigador e julgador".

"Esse procedimento foge ao padrão estabelecido pelo sistema jurídico brasileiro de separação entre as funções de julgar e acusar", dizem os senadores. O documento relembra que a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge já se posicionou pela nulidade do inquérito, instalado em 2019 a pedido do ministro Dias Toffolli, então presidente da Corte.

'Penas abusivas' aos presos pela invasão

A nota de repúdio da oposição também condena as "penas abusivas" impetradas contra os presos pela invasão aos prédios dos Três Poderes. Os senadores traçaram um paralelo entre os detidos em 8 de janeiro de 2023 com os manifestantes que estavam na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em 6 de dezembro do ano passado. No Legislativo paulista, os protestos contra a aprovação do projeto de privatização da Sabesp, terminaram em conflito com a Polícia Militar.

Para os senadores de oposição, não é justo que os detidos na Alesp tenham sido liberados no dia seguinte e, hoje, respondam à Justiça em liberdade, enquanto os presos de 8 de janeiro respondem a possíveis penas entre 13 e 17 anos de reclusão. Conforme apurado pela Coluna do Estadão, a libertação dos detidos é a principal pauta da oposição, que preferiu a divulgação da nota de repúdio a um ato público de protesto.

Quem assinou o documento

Confira, a seguir, a lista dos 30 senadores que assinaram o manifesto

- Rogério Marinho (PL)

- Ciro Nogueira (PP)

- Flávio Bolsonaro (PL)

- Carlos Portinho (PL)

- Tereza Cristina (PP)

- Mecias de Jesus (Republicanos)

- Izalci Lucas (PSDB)

- Eduardo Girão (Novo)

- Alan Rick (União)

- Cleitinho (Republicanos)

- Damares Alves (Republicanos)

- Dr. Hiran (PP)

- Eduardo Gomes (PL)

- Esperidião Amin (PP)

- Hamilton Mourão (Republicanos)

- Jaime Bagattoli (PL)

- Jayme Campos (União)

- Jorge Seif (PL)

- Luiz Carlos Heinze (PP)

- Magno Malta (PL)

- Márcio Bittar (União)

- Marcos do Val (Podemos)

- Marcos Pontes (PL)

- Marcos Rogério (PL)

- Nelsinho Trad (PSD)

- Plínio Valério (PSDB)

- Sérgio Moro (União)

- Styvenson Valentim (Podemos)

- Wellington Fagundes (PL)

- Zequinha Marinho (Podemos)

Ato Democracia Inabalada

O ato Democracia Inabalada vem sendo planejado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva como cerimônia de memória dos ataques de 8 de janeiro de 2023. O evento acontecerá no Salão Negro do Congresso com a presença de ministros do governo, do STF, parlamentares e outras autoridades. A réplica da Constituição, que chegou a ser roubada do Supremo no dia em que a Corte foi alvo dos vândalos, ocupará um lugar de destaque na cerimônia.

A cerimônia, originalmente, seria batizada com o nome Democracia Restaurada, mas o bordão desagradou até a base do governo. Lula rebatizou o ato em aceno ao STF, que utilizou o slogan em uma campanha institucional em 2023.

Representantes da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizaram, nesta terça-feira (2), um balanço da atuação do primeiro ano de mandato da governadora Raquel Lyra (PSDB). A reunião aconteceu no auditório Ênio Guerra, na Sede da Alepe, e foi feita conjuntamente à imprensa. O objetivo foi reforçar as cobranças feitas à gestão, repudiada pela suposta falta de transparência, comunicação e inconsistência com o próprio secretariado.  

Estiveram presentes para o balanço os deputados Waldemar Borges, Rodrigo Farias e Sileno Guedes (PSB), Gilmar Júnior (PV) e Dani Portela (Psol), líder da bancada. Nenhum deputado do Partido dos Trabalhadores (PT) participou. Segundo a bancada, alguns parlamentares estão de recesso, fora do Recife ou do estado, e não puderam comparecer à reunião, como Rosa Amorim (PT) e Gleide Ângelo (PSB). Entre as cobranças, houve ênfase aos setores da saúde, infraestrutura, segurança pública e educação. 

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"A gente quer fazer um balanço perguntando 'o que de fato melhorou em Pernambuco?'. Vemos muita propaganda, alguns outdoors, com o seguinte slogan: 'A mudança já começou, você já pode sentir', e efetivamente os deputados, meus colegas de bancada, que têm rodado o estado do Litoral ao Sertão, não têm visto essas mudanças chegarem ao nosso estado", disse Portela ao abrir a sessão. 

Confira as fotos da reunião 

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Relações e interferências 

"Ao fim do primeiro ano de governo a governadora ainda tem falas dela se reportando ao governo anterior. Isso, pra mim, é uma confissão do vazio do governo dela este ano. Ela não tem o que mostrar de 2023", criticou o deputado Waldemar Borges. 

O parlamentar foi firme ao fazer comparações entre a atual gestão e a gestão passada, defendendo o legado do socialista Paulo Câmara. Dentre as queixas do legislador, se destacaram avaliações em educação e a relação da tucana com sua equipe. 

"No próximo ano é que a gente vai ter condições de julgar melhor o resultado da Educação, mas já há sinais preocupantes. É evidente que houve um 'bate-cabeça' na área da Educação e no governo como um todo. Isso revelou uma incapacidade do governo de fazer as mudanças que acha que deve fazer com o 'carro' andando; ela precisou parar a máquina para fazer essas mudanças e isso refletiu na oferta da merenda, na escassez do material pro expediente. [...] Esse bate-cabeça refletiu na própria formação da equipe. Não é comum um governo, ao longo de um ano, mudar sete secretários", completou. 

Ainda segundo o deputado, as mudanças no secretariado não ocorreram por motivos de força política, mas porque a governadora Raquel Lyra teria considerado as escolhas como “malfeitas”. Borges também citou que pode haver interferências políticas nas indicações para a Gerência Regional de Saúde (Geres). 

“Outra questão que nos preocupa é que está começando a voltar a interferência política na escolha dos coordenadores de Geres. Isso foi algo que os governos anteriores blindaram”, disse. Ele alegou que recebeu queixas de servidores que disseram estar impossibilitados de atuar em determinadas regionais. Waldemar não deu detalhes sobre o suposto caso.  

"Cemitério de obras” 

Talvez a área mais beneficiada pelo acordo do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a infraestrutura na gestão Lyra foi alvo de críticas do deputado Rodrigo Farias, que deu ênfase à mobilidade através das diversas rodovias pernambucanas com obras suspensas até o momento. 

“Essa é uma área que passou quase dois anos paralisada por causa da pandemia e que, quando foi retomada, era preciso acelerar muito para tirar os dois anos de atraso. O que a gente enxergou em Pernambuco, no ano de 2023, foi o estado se tornar um cemitério de obras paralisadas. A gente tinha um ritmo de obras que foram iniciadas, como a PE-17, a PE-45, a triplicação da BR-232, a PE-83 que liga Surubim a Cumaru, e todas foram paralisadas. Uma obra dentro do município gera renda, emprego, aquece a economia de uma farmácia ou mercadinho. Além do problema de economia, há desperdício de dinheiro público da escolha de paralisar as obras e que a gente ainda não sabe de quanto é [o prejuízo]”, declarou Rodrigo. 

O parlamentar utilizou como exemplo a rodovia PE-83, paralisada em dezembro de 2022, com 20% de andamento. Ele também falou sobre a PE-17, a Estrada de Muribeca; no entanto, essa obra foi paralisada ainda na gestão anterior, retomada por Raquel em março, e então paralisada novamente. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o que provocou a suspensão da requalificação foi o período de chuvas. Até o momento, as obras para a conclusão do último trecho da via não foram finalizadas. 

Transparência e segurança pública 

Retomando uma crítica feita, de forma unânime, pelos demais deputados, a líder de oposição Dani Portela criticou a comunicação do Governo do Estado junto à Alepe. De acordo com a parlamentar, uma das medidas mais úteis ao Legislativo é o Pedido de Informação, que viabiliza a troca de dados entre os poderes. No entanto, segundo a alegação de Dani, muitos dos pedidos da Alepe são ignorados ou respondidos sem contextualização, com notas prontas de assessoria e até mesmo ignorando perguntas específicas feitas sobre determinadas ocorrências. 

"Houve um aumento de 5,3% de mortes violentas letais no estado, 7,8% nos feminicídios, 19% na violência contra a mulher; esses são dados do início até meados do fim do ano passado. O mais chocante, pra mim: houve um aumento de 30% na letalidade policial. Aí você cria um programa sem a participação popular e sem dizer com nitidez como vai reduzir esses números. [...] Houve aquele caso terrível da chacina em Camaragibe e você não tem respostas efetivas para: vamos comprar armamento? Fardamento? Investir da Polícia e na Segurança, nas câmeras no fardamento dos policiais? Até agora se há um silêncio sobre isso”, provocou Portela. 

 

Governadores ligados à oposição não devem comparecer ao evento que será promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 8 de janeiro de 2024, para marcar o "aniversário" de um ano dos atos golpistas que tomaram Brasília. Embora o Palácio do Planalto ainda não tenha enviado os convites, chefes de Executivo estaduais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já adiantaram que não vão conseguir participar do ato.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), já avisou ao Planalto que estará de férias no início de janeiro e, por isso, não conseguirá comparecer ao evento. Apoiador da reeleição de Bolsonaro, Ibaneis foi afastado do cargo, no dia dos atos golpistas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por "conduta dolosamente omissiva". Ele só voltou ao cargo em 15 de março. A assessoria de imprensa do governo do Distrito Federal informou, em nota, que a vice-governadora Celina Leão (PP) comparecerá ao evento com Lula.

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Considerado o provável herdeiro dos votos de Bolsonaro em uma possível eleição presidencial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também não vai comparecer ao evento organizado por Lula. O Palácio dos Bandeirantes informou que o governador está na Europa e não retorna ao País antes do ato. O vice Felício Ramuth (PSD) também não estará no Brasil no próximo dia 8.

Questionada pela reportagem, a assessoria do governo paulista não confirmou se o governo paulista enviará representante à solenidade. Tarcísio criticou publicamente os atos golpistas no início de 2023. Em publicação no X (antigo Twitter) em 8 de janeiro, ele afirmou que "manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência".

Filiados ao mesmo partido de Bolsonaro, os governadores do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, Cláudio Castro e Jorginho Mello, informaram, por meio das respectivas assessorias, que ainda não sabem se vão conseguir comparecer ao evento. Já a assessoria do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), declarou que o convite para o ato não foi feito. O governo de Minas Gerais, comandado por Romeu Zema (Novo), também foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

Nas redes sociais, Cláudio Castro e Ratinho Júnior criticaram os atos golpistas no início do ano. "Repúdio profundamente os atos de violência e os distúrbios acontecidos hoje (8 de janeiro de 2023), no planalto e no STF, na capital do País", escreveu o governador do Paraná. Já Jorginho Mello demonstrou preocupação com a prisão dos golpistas presos.

Proposto pelo presidente, o ato em 2024 é para lembrar os ataques aos prédios públicos e reforçar compromissos com a democracia. No último dia 20, em reunião ministerial, Lula afirmou estarão presentes os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo, Luís Roberto Barroso. Ele também pediu a presença de ministros do governo.

A oposição sérvia anunciou, nesta terça-feira (26), que irá boicotar a nova votação, prevista para o próximo dia 30, em trinta das oito mil seções eleitorais do país, e afirmou que a mesma não será suficiente para que aceite o resultado das eleições legislativas, vencidas, em sua avaliação, de forma fraudulenta pela direita nacionalista.

“As eleições que serão repetidas em várias seções eleitorais não podem desfazer a fraude, nem corrigir a injustiça que ocorreu no último dia 17. Por isso, não participaremos da nova votação", afirmou a coalizão Sérvia contra a Violência.

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"De nada adiantará votar quando os parlamentares estão em greve de fome devido à fraude demonstrada; os dissidentes políticos, presos; e os estudantes, agredidos pela polícia e detidos”, acrescentou.

Para contestar os resultados da votação de 17 de dezembro, sete membros da oposição entraram em greve de fome, enquanto manifestações diárias são organizadas em frente à comissão eleitoral.

As eleições deram a vitória ao partido do presidente Aleksandar Vucic (SNS, direita nacionalista), com 46,7% dos votos. Unida sob o lema Sérvia contra a Violência, a oposição, que obteve 23,5% dos votos, denunciou uma série de fraudes.

Algumas acusações foram confirmadas por um relatório preliminar de uma missão de observadores internacionais, que denunciou a existência de "compra de votos" e "enchimento de urnas" em algumas seções eleitorais. A missão foi integrada por membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa.

Segundo a coalização oposicionista, mais de 40.000 pessoas votaram nas eleições locais da capital, Belgrado, sem serem moradores da cidade. Os opositores denunciam que eles foram enviados da República Srpska, entidade sérvia na vizinha Bósnia. Os sérvios da Bósnia podem votar nas eleições nacionais, mas não nas locais.

Na última sessão do ano da Câmara dos Deputados, na noite de quinta-feira (21), líderes da bancada governista e da oposição fizeram um balanço do ano legislativo. 

Líder da federação PT-PCdoB-PV, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) considerou histórica a aprovação da reforma tributária. A avaliação dele do ano legislativo foi positiva: “Não é pouca coisa o que nós fizemos no Congresso Nacional, o que nossa ação política proporcionou ao País”, disse. 

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“Desde o ano passado, com a aprovação da PEC da Transição, que está garantindo a retomada do crescimento da economia, o Brasil volta a ser uma das maiores economias do mundo", avaliou.

"Desde a PEC da Transição, que destruiu o famigerado teto de gastos e que hoje permite o Brasil ampliar investimentos na educação, na saúde, na área social, o país está, de novo, batendo recordes: de emprego, de retomada do reajuste do salário, de valorização das nossas empresas na Bolsa de Valores, de redução de inflação", listou Zeca Dirceu.

Projetos aprovados
Vice líder do PT, o deputado Alencar Santana (PT-SP) elencou alguns projetos aprovados que, na visão dele, representam a reconstrução de políticas públicas revogadas no governo anterior, como a proposta do Programa Minha Casa Minha Vida e o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

“Aprovamos ainda o Mais Médicos, que também foi extinto pelo governo anterior. O Bolsa Família foi totalmente reorganizado, garantindo, por exemplo, complemento para famílias que tenham crianças até 6 anos de idade”, acrescentou. 

Além disso, Santana citou a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, o Programa Desenrola, de incentivo às pessoas a regularizarem seus débitos, e a reorganização dos ministérios. “O governo voltou a ter ministérios importantes que tinham sido extintos no governo anterior, como o Ministério da Cultura, o das Mulheres e o da Igualdade Racial”, listou.

Limites
Já o líder do PL, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), lamentou os ânimos acirrados e a falta de equilíbrio durante o ano legislativo. “No próximo ano, buscaremos ter o maior equilíbrio possível. Lamentamos os fatos que aconteceram neste ano aqui”, afirmou.

Côrtes ressaltou que todos podem divergir de opinião, mas não podem ultrapassar os limites. "Todos têm o direito de exercer o mandato, de ter opiniões divergentes, mas não podemos passar de determinado limite. É isso que faz a política ser bonita. É isso que o PL vai tentar fazer.”

Fiscalização produtiva
Vice-líder do PL, a deputada Bia Kicis (PL-DF), primeira mulher presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, ressaltou a produtividade da comissão.

“Quero agradecer aos meus colegas de comissão pelo excelente ambiente de trabalho que nós construímos neste ano e por termos tido uma das Comissões de Fiscalização das mais produtivas dos últimos anos", comemorou. "Ouvimos mais de 12 ministros, inquirimos, questionamos, cobramos explicações, cobramos dados, trabalhamos juntos ao Tribunal de Contas da União”, destacou.

*Da Agência Câmara de Notícias

Deputados da oposição criticaram a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em live nesta terça-feira, 19. Ele queixou-se de que suas vitórias eleitorais são atribuídas à "sorte" e afirmou que, se isso fosse verdade, deveria ser mantido no mandato indefinidamente. "Se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre", afirmou.

"Típico de ditadores, permanecer no poder sem dar lado para a verdadeira democracia. Sabemos que no Brasil só podemos ter dois mandatos consecutivos, mas com essa fala, Lula deixa claro suas reais intenções", afirmou Rodolfo Nogueira (PL-MS).

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A edição da live semanal contou com a participação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que aproveitou a ocasião para criticar Elon Musk e pedir regulação das redes sociais após ataque hacker sofrido na semana passada.

Os parlamentares também criticaram a fala de Janja. "Estamos lidando com uma pessoa sedenta pelo poder", completou Messias Donato (Republicanos-ES). "Na mesma live, tanto ele quanto Janja bateram na tecla da censura das redes sociais. O povo precisa estar muito atento."

Para o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN), Lula deseja "perpetuar-se no poder". "Democracia precisa ter alternância de poder, o contrário disso é ditadura", afirmou. "Isso mostra o que eles carregam no DNA: um traço ditatorial e autoritário", comentou Rodrigo Valadares (União-SE).

Há uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata sobre o tema em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A matéria aguarda a designação de um relator desde março deste ano.

Em uma publicação no seu perfil do X (antigo Twitter), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a aprovação da reforma tributária, que aconteceu na sexta-feira (15), pela Câmara dos Deputados. A passagem da matéria, que foi uma ambição do Governo Bolsonaro, teve desaprovação da ala bolsonarista e chegou a ser alvo de mobilização da direita no Congresso, com o intuito do adiamento ou derrubada do texto. 

“A reforma está ruim? Calma, falta “a transição energética, a descarbonização”, os 35% no Imposto de Renda. Os que nunca trabalharam e nada produziram acreditam que descobriram o moto-contínuo, ou o milagre do "menos vacas, mais leite". Nunca senti tanto orgulho de ser comunista”, escreveu Bolsonaro em publicação. A última frase, ironizando uma declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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LeiaJá também: 'Políticos celebram reforma e 'conquista' do Governo Lula'

Em novembro deste ano, Jair também teceu críticas ao projeto de reforma proposto pela equipe de Lula e coordenada por Fernando Haddad (PT), da Fazenda. Além dele, outros políticos de oposição, como Janaína Paschoal (PRTB) e José Medeiros (PL) criticaram a aprovação após a votação. De acordo com os parlamentares, o texto não passou pelas devidas comissões e pode piorar a economia do país, além de prejudicar os mais pobres. 

No entanto, não foram apenas opositores que se colocaram críticos à reforma. Os deputados Gláuber Braga, Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim, do PSOL, apoiadores declarados do Governo Lula, abstiveram dos próprios votos. As abstenções aconteceram em protesto à não inclusão dos agrotóxicos e alimentos ultraprocessados no Imposto Seletivo, o que é uma vitória para o agronegócio. As siglas PT, PSB e PDT, por outro lado, foram unânimes na aprovação do projeto. 

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O plenário da Câmara dos Deputados reprovou na noite de quarta-feira, 6, o pedido de urgência feito por bolsonaristas que tentavam derrubar o "revogaço" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que limita acesso a armas. A derrota gerou uma crise entre parlamentares da oposição, com acusações de "covardia", falta de "atenção" ao projeto ou mesmo de alinhamento com o governo.

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) expressou ser "inacreditável" terem perdido a votação por apenas três votos. "Uma matéria importantíssima, como essa, merecia mais atenção dos deputados da oposição, melhor dizendo, que se dizem da oposição, mas na prática são governistas", desabafou o parlamentar.

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Já o deputado Tenente-Coronel Zucco (PL-RS) chamou de "covardes" os aliados que não votaram na proposta. Entre os votos que faltaram estavam o de integrantes relevantes da bancada da bala, como Capitão Augusto (PL-SP), ex-presidente do grupo, que não votou.

"Por três votos de alguém que provavelmente estava dormindo, bebendo, numa festa, perdemos essa oportunidade de impor uma derrota ao governo Lula, uma semana antes da votação de Flávio Dino. Nós fomos derrotados, mas mostramos a força dessa pauta", queixou-se Júlia Zanatta (PL-SC).

Mas, apesar do contratempo, o grupo não se deu por derrotado. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) passou a colher assinaturas para apresentar novamente requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que quer anular os atos do presidente da República.

"Acabei de reapresentar requerimento de urgência para votarmos o PDL que susta os decretos de Lula e Dino sobre as restrições ao acesso às armas. Tenho a convicção que derrubaremos esse decreto que reduz o número de armas e munições que poderão ser adquiridas por civis, incluindo os CACs", declarou Nogueira.

Outro bolsonarista, o deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ), que é coautor da urgência, também lamentou a derrota. "O cidadão de bem precisa ter o seu direito de legítima defesa assegurado. Lamentavelmente, não conseguimos aprovar a urgência na noite de ontem (quarta), mas vamos tentar reverter essa situação", disse Portugal.

A votação do PDL não estava prevista na sessão, mas por pressão da bancada da bala a matéria foi a pleito já no final da noite, por volta das 23h. Foram 254 votos favoráveis ao requerimento de urgência, defendido por oposicionistas, e 156 votos contrários.

O PDL também tem coautoria dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Messias Donato (Republicanos-ES), Mauricio Marcon (Podemos-RS) e Caroline de Toni (PL-SC). Essa última tenta avançar com a flexibilização da legislação da posse e porte de armas em outra frente.

De autoria dela, um projeto de lei que dá autonomia para que os Estados legislem sobre armas de fogo está marcado para ser votado na Comissão de Segurança Pública da Câmara, no próximo dia 12. O projeto, ao permitir que Estados e o Distrito Federal legislem "de forma diversa sobre posse e porte de armas de fogo", na prática, tira do governo Lula controle sobre armas de fogo.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), em discurso neste sábado, 2. Em evento do PL Mulher no Rio Grande do Norte, ela afirmou que "não existe comunista cristão" e disse que Dino é um "lobo em pele de cordeiro". Michelle ainda reproduziu a informação enganosa de que o ministro teria dito que segue o que Lenin pregava, o que incluiria "destruir a família e a espiritualidade".

No discurso, a ex-primeira-dama afirmou que seus adversários políticos disseminam "ideologias malignas" e são "pessoas do mal, sim". Ela opinou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enganou os eleitores cristãos com a indicação de Dino ao STF. "Sabe o que é enganar? Quando o líder assina um acordo com a igreja e agora indica um senhor extremamente comunista para o STF. Isso é falso moralismo e isso é enganar e ludibriar os cristãos", discursou.

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"Aí o senhor indicado para o STF fala assim: ‘sou comunista, graças a Deus’. Isso é uma doença. Ele precisa ter a verdade na vida dele. Esse é o papel do pai da mentira: te enganar, distorcer", acrescentou.

Michelle continuou dizendo que Dino "combate a família e os bons costumes". Em seguida, ela reproduziu uma fake news sobre o ministro que circulou nas redes sociais esta semana e foi desmentida pelo Estadão Verifica.

Em um vídeo compartilhado por usuários no Instagram, Dino afirma que faz o que o líder soviético Vladmir Lenin recomendava, ou seja, usar o "idiota útil" na linha de frente, incitar o "ódio de classe" e "destruir a família e a espiritualidade".

Na realidade, as frases foram falsamente atribuídas ao russo. O que Dino queria dizer, e que foi cortado do vídeo que circula nas redes, é que na visão de Lenin, a recomendação era a "análise concreta da situação concreta".

Na sequência, Michelle criticou Dino por publicar uma foto com o arcebispo de Brasília, Paulo Cezar Costa. Os dois posaram juntos segurando a Bíblia. "Hoje visitei o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, que me acolheu com muita fraternidade, bençãos e palavras de Fé. E me presenteou com uma bela edição da Bíblia, que estará comigo nos próximos anos", escreveu o ministro na postagem.

No discurso, Michelle afirmou: "Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos. Porque o comunismo foi o que mais perseguiu os cristãos. Não existe comunista crstão. É de contramão com a palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo de gente no poder".

A ex-primeira-dama também criticou outros setores do governo, em especial os gastos com publicidade e com viagens do presidente e da atual primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Michelle a apelidou de "viajajante". "Pregam o comunismo e amam tudo que o capitalismo pode proporcionar. E amam viajar, viu? É uma duplinha que ama viajar", ironizou.

Em outro momento da fala, Michelle disse ser perseguida politicamente. Ela citou episódios em que teria recebido transferências em cheque do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e joias presenteadas por governos estrangeiros.

A ex-primeira-dama afirmou que os adversários políticos inventam narrativas mentirosas. "Eles matam. Eles se envolvem em corrupção e tira do povo, matam as pessoas em filas de hospitais. Eles assassinam reputações. Destroem a moral, destroem a sociedade com ideologias malignas. Eles são pessoas do mal, sim", discursou.

Michelle convoca ‘mulheres de bem’

A ex-primeira-dama afirmou que o objetivo do PL é formar novas lideranças "femininas", não "feministas", e convocou as "mulheres de bem" a se juntarem à legenda. Michelle ressaltou que, apesar da vida corrida, gosta de "cuidar do meu galego dos olhos azuis", em referência a Bolsonaro.

Para a ex-primeira-dama, as mulheres têm um jeito diferente de fazer política, porque sabem "transformar dor em causa". "A cota é importante? É, mas nós queremos a mulher porque ela é a protagonista da própria história. Diferente do atual ‘desgoverno’, que só valoriza a mulher em época de campanha", discursou.

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de Michelle.

A indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF) dividiu opiniões nesta terça-feira (28) durante a fase de discursos do Plenário da Câmara. Dino foi indicado na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula  da Silva para a vaga aberta após aposentadoria da ministra Rosa Weber. A indicação ainda depende de confirmação pelo Senado Federal.

A oposição pediu ao Senado que rejeite o nome de Flávio Dino. O deputado Luiz Lima (PL-RJ) afirmou que o cargo de ministro do STF deveria ter mandato definido para evitar interferências políticas. "Flávio Dino tem estudo, é claro, tem história, mas não podemos transformar o Supremo Tribunal Federal num cargo político, de nomeações políticas", afirmou.

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Governistas rebateram as acusações e lembraram a trajetória de Dino para defender a indicação. Flávio Dino foi juiz federal, deputado, governador, professor universitário e atualmente é ministro da Justiça. Para o deputado Welter (PT-PR), "não existe melhor quadro do que Flávio Dino".

O deputado Messias Donato (Republicanos-ES), no entanto, questionou as credenciais de Dino para o cargo no STF. "Um ministro da Justiça que está desmoralizado e despreparado. Eu espero que o Senado haja com postura e com coragem para que não aprove o nome de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal", afirmou.

O deputado Marcon (PT-RS) lembrou que Dino foi aprovado em primeiro lugar no concurso da magistratura. "Vai ser um ministro do Supremo de alta qualidade, de alto currículo, de alta estatura técnica e de respeito à Constituição Federal. Quem fala do Flávio Dino pode ser contra politicamente, mas, tecnicamente, só fala quem não o conhece", disse.

O deputado Maurício Marcon (Pode-RS) questionou a independência de Dino no Tribunal. "Quem, em sã consciência, acredita que Flávio Dino votará conforme manda a Constituição e não conforme seu amigo vai mandar?", afirmou. O deputado Rodolfo Nogueira também afirmou que Dino daria continuidade ao "ativismo judicial" na corte.

Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), Dino será aprovado pelos senadores. "Sei que o Senado vai aprovar a sua indicação, porque o Senado sempre está também ao lado da democracia e da Constituição", disse.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também celebrou a indicação "Flávio Dino tem todos os requisitos necessários e indispensáveis — e os tem sobejamente! — para ser um guardião da democracia como Ministro do Supremo Tribunal Federal", avaliou.

*Da Agência Câmara de Notícias

Se, por um lado, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a renda de 1% das pessoas mais ricas do Brasil é 32,5 vezes maior que a de metade dos mais pobres, por outro, o país avança com a reforma tributária, que promete simplificar impostos e demais contribuições de consumo para pessoas físicas, empresas e órgãos públicos. Levando em consideração esses pontos, o LeiaJá conversou com especialistas para saber se a proposta diminuirá as desigualdades sociais enfrentadas pela população brasileira.

Sufoco e vitória para o governo

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Em votação apertada, o Senado Federal aprovou na noite da última quarta-feira (8), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. Se eram necessários exatos 49 votos para a aprovação da proposta, os governistas puderam comemorar o desfecho da discussão do assunto na Casa, pois, em ambos os turnos de votação, o placar foi de 53 votos a 24. Mesmo com o avanço, o texto terá de voltar à Câmara dos Deputados por conta das alterações feitas pelos senadores.

Feliz pela decisão e prometendo que o avanço da reforma irá trazer uma série de desenvolvimentos para o seu estado, o senador Humberto Costa (PT-PE), que também é vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, afirmou que a proposta "dá mais transparência ao sistema, favorece o crescimento e estimula a inclusão social, com, por exemplo, imposto zerado para cesta básica".

"Um texto que garante, ainda, a extensão dos benefícios fiscais para o setor automotivo até 2032, com reflexos positivos diretos sobre Pernambuco e a vida do nosso povo, dada a fábrica da Stellantis, em Goiana, na Mata Norte. É uma enorme conquista para o nosso futuro", escreveu o parlamentar em sua conta oficial no Instagram.

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Outro senador que comemorou a aprovação foi Fabiano Contarato (PT-ES). O político capixaba afirmou que “a nova regra vai simplificar o nosso sistema tributário, assegurando transparência e garantindo cidadania fiscal”.

Em linhas gerais, o texto da reforma tributária prevê que todos os produtos e serviços vendidos no Brasil terão um imposto federal unificado por meio de um “IVA dual”. Se, atualmente, o país tem cinco tributos, a ideia é que o novo imposto una IPI, PIS e Cofins em uma tributação federal e outra estadual e municipal, que unificaria ISS e ICMS.

Segundo o governo federal, que defende a proposta desde o início do ano, a reforma tributária, que é debatida no Congresso há cerca de 30 anos, vai impulsionar a economia do país e simplificar o sistema de cobrança de tributos. Sendo assim, vários aliados do presidente Lula (PT), assim como Humberto e Contarato, usaram a internet após a decisão do senado para expressarem suas satisfações com o avanço do tema.

Entretanto, as redes sociais não serviram como palcos apenas para a felicidade dos governistas, pois políticos da oposição criticaram a vitória da atual gestão. Como, por exemplo, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) que avaliou como “absurda” a aprovação da proposta.

“Esse texto absurdo da reforma tributária passou aqui no Senado. Eu não dou um ano para tá todo mundo aqui chorando. Votaram contra o povo brasileiro. Votaram contra o contribuinte. Esse texto não atende as necessidades do Brasil. Esse texto não vai mudar em nada a vida do contribuinte. Pelo contrário, o pequeno contribuinte, o pequeno empresário e o microempresário vão ser penalizados. Lamento”, disse a parlamentar bolsonarista.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também afirmou que "o texto virou uma disputa política" e que seu partido, o Republicanos, votou contra a reforma. Atualmente, a sigla da senadora ocupa cargo na gestão petista através do pernambucano Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no comando do Ministério de Portos e Aeroportos. Na época da nomeação de Silvio para a pasta, especialistas afirmaram que Lula estava incluindo o partido do Centrão em sua gestão para poder garantir a sua governabilidade.

Mesmo com a votação apertada, o cientista político Rodolfo Marques avalia que a atual gestão "conseguiu avançar depois de quatro anos muito complicados do governo de Jair Bolsonaro. Ele acredita que o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), fizeram uma boa articulação, mesmo com as diversas exigências do Centrão.

“Houve, obviamente, debate com o Centrão, embora a votação vá para a Câmara, provavelmente após o feriado, mas a discussão com Arthur Lira foi importante no Senado que tentou isolar os senadores mais oposicionistas, aqueles que foram eleitos em 2022. A relação de Lula com o Centrão é uma relação de tensão, é normal. O Lula já fez várias concessões, mas o Centrão lhe exige mais participação no governo e mais acesso a verbas públicas, mas foi uma importante vitória do governo e um golaço, digamos assim, da articulação de Lula e de Fernando Haddad", explica.

É prevista a diminuição das desigualdades?

Ao ser questionado sobre como a reforma tributária irá diminuir as desigualdades enfrentadas pela população brasileira, o estudioso afirma que os impactos da reforma tributária não serão imediatos.

“Os impactos, eles vão sendo sentidos pouco a pouco, não serão imediatos, mas você ter uma carga tributária mais adequada à situação do Brasil, uma situação que você tem muita gente precarizada em situações de desemprego e subemprego, então esse é um ponto importante. Há de se avançar na questão também da taxação grande de fortuna, algo que não foi obtido ainda nesse primeiro momento, que de certa forma o governo está encaminhando uma reforma tributária palpável, algo próximo do realizável, longe do ideal, mas próximo do realizável. Só que esse é um processo, e como todo processo político, ele depende do cumprimento de certas etapas”, pontua.

Com uma análise semelhante a do cientista político, o coordenador geral da Associação Pernambucana dos Fiscos Municipais (Apefisco) e presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais de Jaboatão dos Guararapes (Sinfam), Walter Souza, enxerga que "o custo político desta aprovação veremos no decurso do governo Lula com as conceções que tiveram que fazer em troca dos votos necessários".

Sobre os possíveis impactos da reforma tributária para a atual realidade do país, Walter destaca como serão os impactos para pessoas físicas e empresas: “Para o contribuinte pessoa física, não haverá muitas mudanças visíveis. Para as empresas elas terão inicialmente um custo para adaptar seus registros contábeis para atender ao fisco, inicialmente com os 2 regimes funcionando ao mesmo tempo, além do fato de, ao concederem benesses a alguns segmentos, a carga tributária originalmente pensada, não poderá ser operacionalizada”.

Como representante do Sinfam e Apefisco, Walter diz que os servidores do fisco acreditam que a reforma poderá diminuir as desigualdades de forma "gradual e a longo prazo", desde que, "o que se arrecada seja feito de forma progressiva, cobrando mais de quem tem mais e, principalmente, os gestores públicos sejam mais eficientes na contra prestação dos serviços pré-visualização à população".

Voltando para a Câmara 

Após a aprovação no Senado, o texto retorna para a Câmara dos Deputados, de onde a proposta foi originalmente apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). No entanto, agora tem novos elementos incluídos pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). 

Quem celebrou as mudanças feitas da matéria no Senado foi o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE). O deputado diz torcer por avanços para o setor automotivo, especialmente de Pernambuco. “Vamos lutar para que a Câmara valide os avanços positivos da reforma tributária acrescidos pelo Senado, como a manutenção, até 2032, dos incentivos para o setor automotivo. Essa medida irá beneficiar diretamente o polo da Jeep, em Goiana, que gera emprego e renda para a população da Mata Norte pernambucana”, pontuou. 

O pessebista também também destaca os pontos sobre saneamento básico, que passaram por mudanças no Senado. “Houve uma alteração no texto para reduzir os impostos referente ao saneamento. Isso é importante para garantir que a reforma não gere aumento nas contas de água”, ponderou. 

Outro ponto que o parlamentar avalia como positiva a alteração, versa sobre o Fundo de Desenvolvimento Regional. “O novo texto prevê novos critérios para a divisão do fundo: 30% seguirá o critério populacional e 70% com os critérios do Fundo de Participação dos Estados e, desta forma, os estados que tem uma renda per capitã menor irão receber maior compensação do FNDR”, comemorou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma visita surpresa à Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8), acompanhado do embaixador de Israel no Brasil Daniel Zohar Zonshine. O objetivo foi se reunir com deputados da oposição ao governo, a maioria do Partido Liberal (PL), e assistir a um filme que abordou os atos terroristas cometidos pelo Hamas contra Israel no dia 7 de outubro. 

Bolsonaro publicou o início da reunião em seu perfil oficial nas redes sociais. “Ida à Câmara dos Deputados, juntamente com o Embaixador de Israel, onde foi exibido filme sobre as atrocidades do Hamas no dia 07/outubro/2023”, diz a punlicação. 

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A visita do ex-presidente foi recebida com surpresa pelos parlamentares, que ficaram sabendo por um grupo de WhatsApp administrado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). 

 

Congressistas de oposição preparam um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para invalidar ou ao menos modificar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) determinada pelo governo Lula em portos e aeroportos dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A afirmação é do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), atual presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CCSPO) da Casa. "Com certeza faremos um PDL para sustar ou modificar os termos do decreto", disse ele ao Estadão.

Na última quarta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto instaurando a GLO em portos e aeroportos do Rio e de São Paulo. A medida deve durar até maio de 2024 e abrange os portos de Itaguaí (RJ), do Rio de Janeiro (RJ) e de Santos, em São Paulo, assim como os aeroportos de Guarulhos (SP) e do Galeão, no Rio. De acordo com o decreto, as Forças Armadas passarão a trabalhar nestes locais para combater o tráfico de armas e de drogas. Lula disse ainda que o governo criará um comitê para acompanhar as ações, sob o comando dos ministros Flávio Dino (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa).

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O "Projeto de Decreto Legislativo", ou PDL, é um tipo de proposição legislativa usada por deputados e senadores para regular assuntos que são da alçada exclusiva do Congresso, ou para suspender atos do Poder Executivo, como o decreto da GLO editado por Lula. A operação de GLO está programada para começar nesta segunda-feira (6), mobilizando 3.700 militares das três Forças - Marinha, Aeronáutica e Exército.

"A GLO decretada pelo governo federal trará pouco resultado prático na queda dos índices de violência, porque já anunciada com prazo determinado de validade e com proibição de incursões e operações em áreas conflagradas e tomadas pelo narcotráfico e por milícias criminosas", diz Sanderson, que é integrante da Frente Parlamentar da Segurança Pública, grupo apelidado por adversários de "bancada da bala".

Uma das polêmicas da GLO é que não houve requisição do governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governo federal alega que o policiamento de portos e aeroportos já é de responsabilidade da União, sendo feito normalmente pela Polícia Federal (PF). Por isso, não haveria necessidade de autorização dos governadores. "O que já estamos fazendo é ter presença em áreas federais. Não vamos suprimir a área de competência das polícias do estado ou do município", disse o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Sanderson diz ainda que é "muito suspeito (...) incluir na GLO o estado de São Paulo (que não precisa de ajuda e o governador não pediu) e deixar fora o estado da Bahia, cujos índices de violência urbana são os piores do país", diz ele. "Ficou a impressão de que há um componente político-partidário no processo", conclui. A Bahia é governada por políticos do PT há quase 17 anos, desde janeiro de 2007. No ano passado, o Estado liderou o ranking de assassinatos no Brasil, com quase 7 mil homicídios, segundo informações compiladas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Não dá pra aceitar a inclusão do estado de São Paulo e a não inclusão do estado da Bahia, bem como também não dá pra aceitar uma GLO restrita a aeroportos e portos. Se há algum lugar onde as forças de segurança precisam de ajuda é nas ruas, nas comunidades, no centro da capital carioca, nas periferias, não nos aeroportos, cujo controle já está a cargo do governo federal", diz o político gaúcho, que é policial federal e está no segundo mandato na Câmara.

Ao Estadão, o governador Tarcísio de Freitas defendeu a operação de GLO no Porto de Santos e no Aeroporto de Guarulhos. Segundo ele, "o Porto de Santos virou o principal entreposto do comércio internacional de drogas no Brasil". "Entendo que é um esforço para melhorar a segurança pública. A conquista da segurança vai demandar cooperação entre os entes federados. Enxerguei a medida como oportuna e transmiti isso ao governo federal", disse o governador.

Operações de Garantia da Lei e da Ordem como as assinadas por Lula são previstas pela Constituição e dão às Forças Armadas autorização para agir com poder de polícia, desde que por tempo determinado e em um lugar específico. Em 2001, o assunto foi regulamentado por um decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Pelas regras, as GLOs só podem ser feitas por determinação do Presidente da República em "em graves situações de perturbação da ordem" e se os Estado tiverem "esgotado" os meios normais para garantir a segurança. Podem ser feitas inclusive por decisão do próprio Executivo, mas o usual é que haja pedido dos governadores.

Após o vice de Edno Melo, Pablo Vitório, acusar a chapa “Náutico do Futuro” de fazer pressão para o candidato abrir mão do pleito, o coordenador da campanha da chapa “Todos Pelo Náutico”,  da oposição, retrucou. Sérgio Lopes garantiu que nenhuma questão vem sendo levada pelo lado pessoal e que o desejo de Bruno Becker é que as eleições ocorram de forma pacífica.

“Por hipótese alguma, ninguém está indo para o lado pessoal, tanto de Bruno Becker, como de Tatiana Roma e nem ninguém da oposição. O propósito nosso é os nossos projetos para o Náutico dar uma guinada. Não tem nada a ver a candidatura de Bruno com Tatiana com alguma coisa que tenha sido de lado pessoal”, iniciou Lopes, em entrevista à Rádio Clube.

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"Que o sócio do Náutico, veja o melhor para o Náutico, veja as entrevistas dos candidatos, os projetos dos candidatos, e votem naquilo que acharam que seja o melhor para o clube”, destacou.

Relembre o caso

Segundo o candidato à vice-presidência do Náutico, Pablo Vitorio, o cabeça da chapa teria sido pressionado à desistir da candidatura. Na época, chegou a dizer que todos os dias surge um novo rumor sobre a desistência de Edno Melo. 

“É engraçado, porque todos os dias, todos os dias surge uma nova especulação sobre a desistência de Edno Melo. É uma pressão diária para que ele retire a candidatura dele, por parte do pessoal da oposição, por parte da imprensa, por parte de todo mundo. É uma coisa meio que sem explicação, Edno protocolou a chapa dele, é candidato, ele tem direito de participar do pleito”, contou, também à Clube.

As eleições do Náutico contarão com três chapas e estão marcadas para o próximo dia 12 de novembro, nos Aflitos. Além das chapas de Edno e Becker, o candidato Alexandre Asfora concorre ao pleito pela chapa “Gestão e Paixão Pelo Náutico”, tendo Diego Rocha como vice.

Uma ferramenta robô desenvolvida por partidos da oposição observou que apenas 22% dos deputados costumam votar contra as propostas defendidas pelo governo Lula na Câmara. Só 112 dos 513 parlamentares seguem como opositores ferrenhos e ainda fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O levantamento indicou que um em cada cinco deputados votam majoritariamente contra o atual governo. O estudo acompanhou 27.953 votos feitos do início do ano até o dia 10 de outubro. 

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O partido mais fiel a Bolsonaro é o Novo, que conta com apenas três representantes e possui um índice de alinhamento nas votações de 90,5%. O Republicanos elegeu 41 nomes, mas apenas três deputados são fiéis ao ex-presidente. O próprio partido da família Bolsonaro, o PL, reúne 81 fiéis, mas precisam lidar com nove apoiadores da situação e 10 independentes.

Entre os dois lados aparecem 34 parlamentares independentes, correspondente a 6% da Câmara. Com maior quórum nas votações, 391 deputados (74%) costumam seguir os alinhamentos do governo Lula. O partido mais fiel ao atual presidente é o PCdoB, com índice de 99,2%, seguido pelo PT do presidente Lula, com 99%.

A Chapa “Todos pelo Náutico”, encabeçada por Aluísio Xavier e Waldir Mendonça, candidatos a presidente e vice, respectivamente, lançará oficialmente sua candidatura na próxima segunda-feira (23).

O evento acontece na avenida Dezessete de Agosto, 1893, no bairro do Poço da Panela, Zona Norte do Recife, às 20h. 

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As eleições alvirrubras estão marcadas para o próximo dia 12 de novembro, na sede social dos Aflitos.

Além desta chapa, outras duas disputam o pleito Timbu. Enquanto uma será representada pelo ex-presidente Edno Melo, outra leva o nome do atual diretor social do clube, Alexandre Asfora.

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Veja o comunicado oficial da Chapa:

“Queridos alvirrubros e alvirrubras, amigos da imprensa e da sociedade pernambucana. É com grande entusiasmo que convidamos vocês para o lançamento oficial TODOS PELO NÁUTICO! Onde temos a honra de anunciar o Dr. Aluísio Xavier e Waldir Mendonça, como Presidente e vice-presidente, respectivamente. Juntos, vamos construir um caminho a um Náutico: SAF, moderno e vencedor.

Contamos com a sua presença neste momento especial, onde compartilharemos nossas ideias, propostas e o compromisso de fazer do Náutico um clube ainda mais grandioso. Junte-se a nós nessa jornada de dedicação e amor ao Alvirrubro. Sua presença é fundamental!

O relatório paralelo apresentado pela oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pede o indiciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por omissão e faz uma comparação do ministro da Justiça, Flávio Dino, com um membro do governo nazista de Adolf Hitler. O texto, protocolado nesta terça-feira (17), também diz que uma tentativa de golpe de Estado é um "crime impossível".

O relatório foi protocolado por 16 membros do colegiado e lido em resumo, após a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentar o parecer oficial na sessão. O relatório da senadora sugeriu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas por envolvimento nos ataques aos prédios dos Três Poderes. A votação ocorre nesta quarta-feira (18).

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A oposição pede o indiciamento de Lula; Dino; Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Saulo Moura Cunha, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); e dois membros da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Os parlamentares acusam Lula de omissão, alegando que ele viajou ao interior de São Paulo na véspera dos atos antidemocráticos mesmo sabendo dos riscos de uma invasão aos prédios públicos.

"Quando diversos órgãos federais ligados diretamente ao presidente da República (entre outros: GSI/ABIN, Exército, Marinha, Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Infraestrutura) já tinham plena certeza de que haveria manifestações com deslocamentos para Brasília naquele final de semana. Mesmo assim, estranhamente, o presidente manteve a viagem com finalidade privada", diz o texto.

Além do parecer da oposição, outro relatório foi apresentado como alternativa ao de Eliziane Gama. Elaborado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o documento atribui a culpa dos atos antidemocráticos a Flávio Dino e Gonçalves Dias, e também pede a suspeição e o impedimento da relatora da CPMI.

Dino é comparado a ministro nazista

Em trecho do parecer, Dino foi relacionado a Hermann Göring, ministro da Aviação de Hitler na Alemanha Nazista. Os parlamentes compararam o fato de Göring ter ocultado informações sobre um incêndio no parlamento alemão, em 1933, com a entrega das imagens de apenas quatro câmeras do Ministério da Justiça para a CPMI.

"O repórter do The Times (jornal britânico) não encontrou bombeiros ao chegar ao Reichstag (parlamento alemão), do mesmo modo que não havia policiamento no entorno da Praça dos Três Poderes e a Força Nacional ficou estacionada a serviço do nosso Göring, comunista declarado e orgulhoso. Ademais, assim como Göring teria dito que só ele sabia (do incêndio no parlamento), Flávio Dino afirmou que as imagens não continham nada, 'nem extraterrestres, nem ovnis', portanto presenciou ao vivo ou as viu na íntegra", afirma a oposição.

Número dois do Partido Nazista, atrás apenas do próprio Hitler, Göring foi considerado culpado por crimes contra a humanidade após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946. Ele foi condenado à morte por enforcamento, mas se suicidou um dia antes da sua execução. Entre os delitos cometidos pelo ministro de Hitler, estão a posse e a venda de pertences de vítimas do Holocausto.

Procurado pelo Estadão, Ministério da Justiça não comentou a comparação.

Oposição chama tentativa de golpe de 'crime impossível'

No relatório, a oposição afirmou ainda que é "impossível" pedir indiciamentos pelo crime golpe de Estado. Segundo os autores do parecer, a tomada de poder não foi consumada, fazendo com que o delito inexista.

Os parlamentares se embasaram em um pronunciamento feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques no dia 13 de outubro, no julgamento dos primeiros réus pelos atos de 8 de janeiro na Corte. Naquela sessão do Supremo, o magistrado disse que os ataques não ameaçaram a democracia brasileira. O voto dele foi seguido apelas pelo ministro André Mendonça. Os dois foram indicados para uma cadeira na Corte pelo então presidente Jair Bolsonaro.

"Os expedientes empregados no dia 8 de janeiro de 2023 caracterizam em realidade a hipótese de crime impossível, em virtude da ineficácia absoluta do meio empregado pelos manifestantes para atingir o Estado Democrático de Direito", afirmou o ministro na ocasião.

A oposição afirma ainda que os atos do 8 de janeiro foram realizados por manifestantes comuns, e não liderados por um ator institucional. Como argumento, os parlamentares utilizaram uma declaração do ministro da Defesa, José Múcio, do dia 27 de setembro. Segundo ele, os ataques teriam sido "uma baderna" sem uma liderança definida.

"O que aconteceu no 8 de janeiro? Uma absoluta baderna, patrocinada por alguns irresponsáveis. Não havia uma liderança, não havia uma palavra de ordem. Era como se agências de turismo tivessem convocados desavisados para irem a Brasília para fazer aquele quebra quebra", disse o ministro de Lula à CNN Brasil.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à política ambiental da gestão Jair Bolsonaro (PL) ao anunciar respostas à crise das queimadas que há três dias encobrem com uma fumaça densa a região metropolitana de Manaus e colocaram a capital do Amazonas como uma das cidades com a pior qualidade do ar no mundo. Nos últimos dias, parlamentares da oposição têm destacado um aumento no número de incêndios florestais na região neste mês em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, no acumulado do ano, observa-se uma tendência de redução.

Diante do agravamento das queimadas e dos ataques da oposição, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foram escalados para apresentar em Brasília nesta sexta-feira, 13, as medidas de combate à crise. O governo anunciou a mobilização de mais de 300 brigadistas para enfrentar os incêndios que afetam a região. O problema tem sido registrado há cerca de 15 dias. Manauaras têm sofrido com riscos de problemas respiratórios e até de visibilidade em decorrência da extensão da fumaça oriunda de focos de queimada.

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A oposição a Lula aproveitou o caso para criticar Marina e a política ambiental do governo petista. Na rede social X (antigo Twitter), o senador Flávio Bolsonaro (PL) destacou o aumento no número de focos de queimadas e atribuiu o fato ao governo atual. "Sob Lula, as queimadas em outubro aumentaram 148% em relação ao ano passado, no Amazonas. Lula não tem política ambiental, apenas política de sucateamento!", escreveu. Os números apresentados pelo político provêm da plataforma World Air Quality e têm algumas diferenças em relação aos números oficiais.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazonas registrou um recorde de 2.770 focos de queimadas entre 1º e 12 de outubro deste ano, o maior número já registrado para esse mês. Comparativamente, o mês inteiro de outubro de 2022 teve 1.503 focos - 45% menos do que os primeiros doze dias de outubro deste ano. Apesar disso, a tendência geral na região é de queda, com um decréscimo de 10% nos focos de queimadas de janeiro a outubro de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o desmatamento na região também apresentou redução.

Alguns membros da oposição escolheram focar suas críticas na ministra Marina Silva. Um exemplo disso é o deputado federal Osmar Terra (MDB), que compartilhou um vídeo em seu perfil no X, no qual uma parlamentar do Amazonas questiona a ministra do Meio Ambiente. Osmar é ex-ministro da Cidadania da gestão Bolsonaro. Outros políticos bolsonaristas, como o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB), atribuíram a intensificação da crise no Amazonas ao governo Lula. "Chega a ser um absurdo! A Floresta Amazônica pegando fogo e os rios secando (...) Lula finge que não é com ele", escreveu.

Situação é adversa por falta de planejamento da gestão Bolsonaro, diz Marina.

Durante a coletiva de imprensa desta sexta, a ministra Marina Silva esclareceu que o governo federal vai atuar em parceria com os Estados para combater os focos de queimada na região Amazônica. Ele classificou o cenário como sendo de "extrema gravidade", e atribuiu parte das dificuldades a gestão anterior. "(A situação é adversa) porque nós não tínhamos esse planejamento no governo anterior (do ex-presidente Jair Bolsonaro). Nós assumimos o governo agora, mas procuramos ser previdentes, contratando as pessoas no tempo certo", afirmou.

Marina defendeu ainda as ações do governo Lula na área de meio ambiente, como a edição de uma medida provisória para assegurar recursos adicionais destinados às iniciativas de combate ao desmatamento e às queimadas. "Mesmo com uma redução de 64% no desmatamento no Estado do Amazonas, ainda temos uma situação bastante difícil. Imagine se tivéssemos mantido o padrão que tínhamos no ano passado". A ministra explicou que "não existe fogo natural na Amazônia" e que o "principal vetor dos incêndios no local decorre da prática do desmatamento".

Também nesta sexta, o secretário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, afirmou que a pasta articula com o governo do Amazonas a suspensão do registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis com focos de calor e incêndio sem autorização.

Por sua vez, o ministro Waldez Góes afirmou que "não é muito dizer que a política de prevenção no Brasil foi basicamente abandonada nos últimos seis anos (durante as gestões Michel Temer e Jair Bolsonaro)". Segundo ele, houve uma diminuição significativa dos recursos financeiros, do orçamento disponível e da força de trabalho nos órgãos responsáveis por prevenir e combater as crises ambientais. Gradualmente, essas instituições foram perdendo sua capacidade de atuação, avalia o ministro.

Ele disse também que os órgãos encarregados da resposta às crises foram especialmente afetados. O ministro afirma que no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, apresentado pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, havia apenas R$ 25 mil alocados para a área de resposta, o que, na sua avaliação, era claramente insuficiente. "Se não fosse a articulação do presidente Lula em aprovar a PEC da Transição, você imagina como nós estaríamos fazendo a respostas à sociedade brasileira diante dos eventos que têm ocorrido", afirmou.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos cotados para disputar a Prefeitura de São Paulo no próximo ano, tenta se opor a Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e nome que pode ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL). Apesar de a sigla do líder do Movimento Brasil Livre (MBL) estar na Esplanada dos Ministérios, o deputado avoca o rótulo de candidato da direita e rejeita um eventual apoio do ex-presidente.

"(Nunes) está fazendo um esforço monumental para tentar ter os votos da direita, mesmo não representando esses valores. Não precisamos ficar reféns de uma candidatura de centro", disse Kataguiri ao Estadão. No começo de junho, ele venceu as prévias do MBL com um placar apertado: obteve 56,1% dos votos, deixando para trás o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP). O deputado defendeu que a sigla é "plural", mas sua candidatura será de direita.

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O MBL, movimento do qual Kataguiri é liderança, rompeu com o bolsonarismo nos primeiros anos do governo passado, depois de fazer campanha para o ex-presidente. Há meses, Nunes e Bolsonaro têm se encontrado em São Paulo e o PL tenta atrair o atual prefeito para uma aliança. No entanto, a relação entre os dois ficou fragilizada depois de o emedebista dizer em uma palestra "que não é próximo" nem de Bolsonaro nem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pesquisa Datafolha realizada em setembro, mais de uma ano antes da eleição, mostram que Nunes fica atrás de Guilherme Boulos (PSOL) nas intenções de voto. Kataguiri tem 8%.

Questionado sobre a possibilidade de receber apoio do ex-presidente, o deputado respondeu: "Bolsonaro já tem candidato. Meu foco não é ter padrinho político, é ter o melhor plano para São Paulo". Além de Nunes, o PL aposta na candidatura do ex-ministro e hoje senador Marcos Pontes, que foi apresentado por Valdemar Costa Neto como pré-candidato em eventos de filiação no interior de São Paulo.

Avanço em bandeiras da esquerda

No fim de setembro, Kim Kataguiri esteve em um workshop do União Brasil sobre violência contra as mulheres. Chamado de "Defesa Lilás", o evento busca ensinar parlamentares e potenciais lideranças sobre como lidar com violência de gênero. O deputado e Antonio de Rueda, vice-presidente da sigla, foram os únicos homens a discursar.

O evento demonstra uma tentativa do União Brasil de avançar em uma pauta típica da esquerda, que é o combate à violência contra a mulher. Entre políticos de direita, a abordagem do assunto é mais incipiente. Kataguiri negou que a sua ida ao evento possa sinalizar um peso maior às pautas identitárias na sua campanha.

"As esquerdas fazem parecer que nós somos inimigos de todos esses grupos, quando, na realidade, é o contrário. Vamos falar sobre a abolição da escravatura. Quem acabou com a escravidão no mundo foi o movimento liberal. Apesar dos discursos, o que de fato se defende no campo da direita são os direitos e as garantias fundamentais individuais", disse o deputado.

Divisão de eleitorado

Além de Nunes, Boulos e Pontes, a deputada Tabata Amaral (PSB) é cotada para a disputa eleitoral do ano que vem. Ex-pedetista, ela também é uma parlamentar jovem com bom trânsito nas redes sociais. No entanto, Kataguiri não acredita que eles possam disputar o mesmo eleitorado.

"O eleitorado dela está mais vinculado ao do Boulos do que ao meu. O dela é mais de centro-esquerda e tem uma visão, principalmente em questões identitárias, muito diferente da minha", disse o deputado ao Estadão.

Sabesp e Cracolândia

Kataguiri afirmou que apoia a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), tema em discussão na capital. "Se a empresa estatal tem capacidade técnico-financeira de fazer o saneamento, vai permanecer estatal, não tem problema nenhum. Se ela não tem, vai ser privatizada. É o caso da Sabesp", disse.

Também defendeu a internação compulsória dos usuários de crack e o fortalecimento dos atendimentos prestados pelo município. "Toda a rede de atenção psicossocial da Prefeitura precisa ser revista, reformulada e reforçada, porque, por exemplo, para uma cidade de 11 milhões de habitantes, só temos 39 leitos psicossociais para tratamento de álcool e drogas. Falo isso com propriedade, porque eu precisei durante muitos anos da rede de atenção psicossocial do Município, porque tenho ansiedade, insônia e depressão."

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